Doux Apollo et sa muse escrita por Laëtitia


Capítulo 13
Chapitre Treize




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Durante a reunião de Enjolras, ninguém estava prestando atenção (com excessão de Combeferre) e isso deixou o líder frustrado.

"Ferre, porque eles não me escutam?" Perguntou cruzando os braços como uma criança ao ser contrariada e se sentando na mesa onde estava o amigo.

"Estão planejando sair mais tarde, para comemorar o fim das provas" Enjolras balançou a cabeça e foi andando até onde seus amigos estavam todos amontoados em volta de uma única mesa.

"O que estão fazendo que é mais importante que meu discurso?" Perguntou, balançando os papéis que estava lendo.

"Ah, estávamos falando de como seria legal se você viesse com a gente para o Corinto hoje" Disse Courfeyrac enquanto tirava os papéis de sua mão e os depositava na mesa.

"Corinto? Nem pensar. Tenho coisas mais importantes para fazer" Pegou novamente seus papéis e saiu de perto.

"Esme vai também!" Gritou Bahorel. De repente, o coração de Enjolras deu um pulo no peito.

"Ah...vai?" Perguntou se virando novamente para o grupo. Bahorel abriu um sorriso de lado e fez um sinal positivo com a cabeça. Depois de pensar um pouco, ele chegou a uma conclusão..

"Ok, eu vou. Mas só porque não confio muito em vocês sob o efeito de álcool com Esme por perto, podem metê-la em confusão" Corou, enquanto todos trocavam olhares e riam baixinho.

Depois disso, a reunião não durou muito. Esperaram Musichetta fechar o café para poderem ir todos juntos ao bar.

"Hum...o que exatamente é o Corinto?" Perguntou Esme à Bossuet.

"É um bar no centro da cidade, quando temos reuniões grandes para fazer nós usamos o espaço de lá, é de melhor acesso para os trabalhadores" Respondeu.

Não demoraram muito para chegar lá, ao entrarem no bar, Esme foi logo foi atingida por um forte cheiro de álcool, muito pior do que o do Musain em dia de reunião.

"Oh deus, em que vocês me meteram?" Por incrível que pareça, essa frase não saiu da boca de Esme, mas sim da de Enjolras.

"Ah, Mon Ange! não estrague nossa noite" Falou Courf, colocando a mão no ombro de Enjolras, que se afastou rapidamente "Não me chame assim".

Bahorel e Grantaire já foram direto pedir bebidas, enquanto Esme simplesmente se sentou em uma mesa com o resto. O lugar estava cheio e muito barulhento, ela podia ter quase certeza de que havia música tocando, porém era tanta gente falando que mal dava pra escutar.

Enquanto Esme tentava afastar seus pensamentos de todo aquele barulho, uma voz falando seu nome chamou sua atenção. Jehan do outro lado da mesa pareceu prender a respiração e tremer um pouco. Se virando para atrás, para saber quem a havia chamado, deu de cara com Montparnasse.

"O que quer?" Perguntou desconfiada. Todos na mesa se calaram e prestaram atenção em sua conversa.

"Preciso falar com você, é urgente." Disse parecendo aflito. Esme porém não confiava muito nele. "Não vou falar com você, se o senhor se esqueceu, tentou atacar a mim e a meu amigo um tempo atrás." Fez um pequeno gesto na direção de Jehan.

Montparnasse então a puxou pelo braço, a fazendo se levantar, e a levou para um canto mais afastado do bar. Ela rapidamente se soltou dele e lhe deu um tapa no rosto.

"O que pensa que está fazendo?!" Gritou irritada. Ele apenas revirou os olhos e massageou a bochecha que estava ficando vermelha.

"Preciso que me ajude com uma coisa" Disse, Esme se acalmou e esperou que ele falasse.

"Eu a vi saindo da casa de Eponine hoje de manhã, vocês são bem amigas não é?" Perguntou, Esme assentiu.

"É que eu...quero impressioná-la" Disse lentamente. Esme parou por um momento. Montparnasse, um criminoso conhecido, estava afim de Eponine?

"Você gosta dela?" Perguntou. Ele bateu o pé no chão, impaciente, Esme pôde notar que suas bochechas coraram um pouco. "Bom, posso te ajudar sim, mas tem que me prometer uma coisa" Um sorriso torto se abriu no rosto de Parnasse.

"Qualquer coisa!" Respondeu.

"Pare com os crimes por um tempo. E não ameace os amigos dela, isso só vai afastá-la de você" Ele pareceu pensar um pouco porém concordou.

"E tem mais! Mostre a ela que você quer cortejá-la. Dê flores para ela, sei lá." Terminou. Ela rapidamente voltou para a mesa onde seus amigos lhe esperavam silenciosos.

"Você conhece Montparnasse?" Perguntou Joly, preocupado. Esme se sentou em seu lugar novamente.

"Bom, não somos amigos, mas sim, eu conheço ele." Murmurou. Todos se entreolharam.

"O que ele queria?" Essa foi a vez de Enjolras perguntar. Esme deu de ombros.

"Assuntos pessoais, não acho que eu deveria compartilhar eles com vocês." Disse. Todos então mudaram de assunto rapidamente quando Bahorel e Grantaire voltaram para a mesa seguidos por duas garçonetes que carregavam bandejas cheias de bebidas.

Meia hora havia se passado e todos já estavam bebendo, Esme por outro lado estava torcendo o nariz para o copo de whiskey em sua frente.

"Vamos Esme, dê um gole" disse Musichetta. Esme olhou novamente para o copo. Ela já havia consumido álcool antes, seu avô permitia que ela tomasse um copo de vinho nas refeições e ela normalmente tomava um gole ou dois de liquor quando estava no Musain. Mas whiskey era novidade...e mais forte também.

Respirou fundo e tomou um gole. O líquido queimou sua garganta e seu rosto se contorceu em uma careta. Bahorel a aplaudiu pela iniciativa e o resto da mesa o imitou.

Os aplausos lhe deram coragem para tomar mais alguns goles e logo ela já estava virando o copo, e depois o segundo e terceiro. Não muito tempo depois, Esme já estava alterada, rindo de uma piada sem graça que Joly tinha contado.

Grantaire e Bahorel estavam se estapeando e Marius ficou extremamente emocionado e começou a chorar de repente, enquanto Courf tentava acalmá-lo. Enjolras, que era o único que não havia bebido nada até agora estava sentado mais afastado com os braços cruzados.

"Não acredito que me trouxeram até aqui e agora se embebedaram...vou voltar para casa." Murmurou para Combeferre, que já estava ficando um pouco lento por culpa da bebida. Ao se levantar, chamou a atenção dos amigos, que rapidamente se puzeram em sua frente para o impedir de sair.

"Nada disso! Você...não vai voltar para casa e ser um antisocial, se anime!" Bossuet disse meio enrolado. Antes que pudesse reagir, ele foi puxado pelo cabelo, que estava preso em um rabo de cavalo e caiu sentado no colo de Esme. Ele corou e tentou se desculpar porém foi calado por uma garrafa de vinho que Grantaire colocou em sua boca.

Como estava ficando difícil de se mexer, ele não teve outra opção exceto beber o conteúdo da garrafa, assim que terminou, se levantou quase engasgando. Assim que sua respiração voltou ao normal foi surpreendido com mais uma garrafa, terminando com ela rapidamente. E assim se seguiu pelo resto da noite, todos dando alguma bebida para Enjolras até que ele estivesse bêbado o suficiente para não começar a reclamar.

"...e eu sou um covarde...eu não consigo nem falar com ela..." Gritava Marius enquanto chorava. Jehan estava com o rosto corado e um sorriso bobo no rosto enquanto alternava entre fazer tranças em Enjolras, Musichetta e Esme.

Combeferre havia dormindo em cima de uma das mesas e Bossuet e Joly estavam em momento bem íntimo do qual é melhor não contar muito detalhadamente. Enjolras e Grantaire estavam dançando algo que parecia ser uma mistura de tango com valsa e pisavam nos pés um do outro. Esme se levantou e foi até os dois, se juntando à dança.

A última coisa de que Esme se lembra daquela noite é que estavam todos andando pela rua, carregando garrafas de liquor e whiskey enquanto cantavam músicas animadas e se apoiavam uns nos outros para que não caíssem.

(...)

Esme se sentiu como se estivesse flutuando, porém conforme foi acordando, percebeu que estava em um colchão. Aos poucos uma irritante dor de cabeça apareceu e ela se sentiu tonta. Abriu os olhos rapidamente porém os fechou de novo pois a claridade fez com que eles ardessem. Depois de esperar um pouco ela conseguiu olhar ao seu redor. Aparentemente ela estava em uma grande cama com mais três outras pessoas e no meio da confusão de membros, cobertores e travesseiros, as reconheceu como sendo Courfeyrac, Grantaire e Jehan.

"Mas, hein?..." Ouviu Grantaire murmurar enquanto tentava se soltar do abraço esmagador de Jehan, este logo se virou para o outro lado e acidentalmente chutou a cabeça de Esme, fazendo sua dor de cabeça aumentar. Ela então tentou se sentar, porém estava enrolada nos cobertores e ao tentar puxar uma das pontas do mesmo, acabou caindo da cama. O que ela não esperava é que ia cair em cima de Musichetta, que gritou de susto e assim acordou o resto dos presentes no quarto.

Courfeyrac se levantou rapidamente, assustado e com o cabelo extremamente desarrumado, Jehan tinha o rosto vermelho e inchado e mal conseguia abrir os olhos. Esme olhou ao seu redor. O quarto estava desarrumado, porém limpo, haviam diversos livros e vasos de flores espalhados por ele.

"Onde estamos?" Ela perguntou, sentindo sua garganta seca. Jehan analizou o lugar.

"Hum...é minha casa" Falou baixinho.

"O que aconteceu? Não fizemos nada inapropriado não é?" Perguntou Courf. Grantaire olhou por debaixo das cobertas e depois abriu um sorriso "Não, está tudo ok".

Esme se levantou e abriu a porta do quarto, encontrando o resto do grupo na sala.

Bossuet e Joly estavam os dois dormindo no sofá, Feuilly deitado no chão ao lado. Combeferre no divã e Bahorel encolhido em uma poltrona. Musichetta, que havia ido usar o banheiro, voltou rapidamente enquanto ria.

"Acho que achei Enjolras" Todos foram para o banheiro e ali encontraram o sério líder dormindo dentro da banheira, enrolado em um cobertor florido.

"Nunca pensei que fosse o ver assim..." Murmurou Courfeyrac. Enjolras se mexeu um pouco porém não acordou. Jehan andou até ele e o balançou gentilmente.

"Vamos Enj, é hora de acordar" O loiro abriu os olhos e levou um pequeno susto ao ver que todos os seus amigos estavam se expremendo no banheiro apertado.

"O que aconteceu? Eu estou tonto" Ele disse com a voz rouca.

Jehan acariciou seus cabelos afastando os cachos rebeldes de seu rosto enquanto sorria.

"Você ficou bêbado ontem à noite" Enjolras ficou pensativo por um tempo e depois corou enquanto cobria o rosto com as mãos.

"Ao menos eu não fiz nada vergonhoso...não é?"

"Bem, não. A menos que você considere dançar com Grantaire e Esme enquanto declara os direitos do homem vergonhoso" Falou Musichetta.

Os olhos de Enjolras vagaram de Grantaire para Esme. Ele corou ainda mais e seu lábio inferior tremeu enquanto ele cobriu a cabeça com o cobertor e torceu para que sufocasse com ele.

(...)

Eles esperaram o resto do grupo acordar para poderem ir embora. Porém Esme, Enjolras, Grantaire, Courfeyrac e, obviamente, Jehan, ficaram.

"Aaah, minha cabeça dói" Gemeu Courf pela milésima vez. Jehan deu para ele uma colherada de um remédio cujo gosto aparentemente era terrível.

"Pare de reclamar, isso vai fazer você se sentir melhor" Brigou Jehan. Enjolras, Courfeyrac e Esme estavam sentados no sofá, debaixo de um cobertor. Grantaire estava na poltrona e Jehan andava de um lado à outro da casa procurando chás e remédios que fossem fazer a ressaca dos amigos melhorar.

"Quando isso vai passar?" Perguntou Esme apoiando a cabeça no ombro de Courfeyrac e fechando os olhos. Jehan foi até ela com uma outra colher cheia de remédio e a colocou em sua boca. De fato o remédio era terrível e logo Esme fez uma careta.

"Daqui a algumas horas...nunca ficou bêbada antes?" Perguntou Grantaire, que parecia estar em uma situação melhor do que a dos amigos. Esme tinha certeza que a pergunta era para ela, porém Enjolras também negou com a cabeça.

"Ai...estou mal..." Enjolras disse enquanto se mexia desconfortavelmente no sofá. Jehan foi até ele e o ajudou a se levantar.

"Se for vomitar, vá para o banheiro logo, não quero ter que limpar a casa toda...de novo" Disse guiando o loiro para o banheiro e voltando logo depois. Jehan então resolveu ir na padaria para comprar algo para comerem.

"Então, foi a primeira vez hein?" Perguntou Courfeyrac com um sorriso no rosto. Grantaire, que no momento parecia bastante preocupado com Enjolras, pois olhava para a direção do banheiro como se esperasse pelo líder, se virou para os dois e levantou a sobrancelha, provavelmente confuso.

Esme não sabia se ele estava falando do fato de ter ficado bêbada ou pelo que havia acontecido entre ela e Grantaire.

"Hum...foi" Murmurou. Ele então se deitou no sofá, colocando os pés sobre as pernas de Esme e riu.

"Ah, você se acostuma, conforme seu corpo se acostumar com o álcool a ressaca fica mais fraca" Esme suspirou aliviada.

Minutos depois, Enjolras voltou do banheiro, cambaleando um pouco e parecendo mais pálido, e se sentou entre Courf e Esme.

"Como se sente agora?" Ela perguntou, passando a mão por sua testa que estava molhada de suor.

"Um lixo, nunca mais irei beber na minha vida, e eu tinha um discurso para fazer hoje" Gemeu irritado. Grantaire revirou os olhos.

"Não vai haver uma segunda revolução francesa sem você presente Enjolras, não se preocupe" Disse. O líder bufou irritado, porém permaneceu em silêncio. Jehan voltou logo carregando um cesto de pães.

Todos eles lancharam e logo depois de acabarem, Esme se levantou e foi para o quarto de Jehan, onde ela se deitou para cochilar. Alguns minutos depois, Grantaire também foi para o quarto e se deitou do seu lado na cama.

Enjolras, que já tinha se recuperado da ressaca, se levantou do sofá e se despediu de Courf e Jehan, pois tinha discursos para escrever. Antes de sair, passou no quarto para se despedir de Esme e Grantaire.

Ver os dois abraçados enquanto dormiam, o jeito que Esme apoiava a cabeça no peito de Grantaire e seus braços estavam enlaçados em sua cintura lhe partiu o coração, porém ele apenas sussurrou um "até mais tarde" e foi embora, passando por Jehan e Courf sem falar nada, apenas cabisbaixo.


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Notas finais do capítulo

Então gente, vou viajar amanhã e semana que vem irei assistir Les Mis no West End, yaaaay
Queria saber se a galera que lê essa fic tem tumblr, o meu é justpontmercying, me sigam que eu sigo de volta :D



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