No capítulo anterior:

— Kate, você teve os bebês ontem, esqueceu? Óbvio que ainda não deu tempo do seu corpo voltar ao normal. Tenha paciência, querida. Mas mesmo assim, você está linda, deixe de exagero.

Ela sorriu e concordou – Então tá.

E assim os dias foram passando.

Cinco semanas depois, Lanie e Kate estavam no Loft, especificamente na suíte principal terminando de dar os últimos retoques na noiva:

— Kate, você está linda, aliás, você é linda. Nem parece que você acabou de ter filho. Corrigindo: filhos e está amamentando. Seu corpo está belíssimo, amiga. – Lanie falava orgulhosa da amiga. – A única diferença é que seus seios estão maiores por causa da amamentação, mas, se não me engano, o Castle não está reclamando, não é?

— Nem um pouco. – Kate sorriu maliciosa.

— Amiga, e esse vestido verde, da cor exata dos seus olhos, ficou lindo em você. Ficou muito bem com a cor da sua pele e com os seus cabelos... Nossa! E esse modelo, valorizou seus seios e a sua cintura e os seus quadris. Adorei o comprimento um pouco acima do joelho. Essas lindas pernas de fora. Ai, meu Deus! Você e a Alexis acertaram em cheio ao comprar este vestido. Você está um escândalo de linda. O Castle já viu?

— Eu também gostei, Lanie. A Alexis me incentivou bastante na compra. Que bom que você gostou. Mas o Castle ainda não viu o vestido. Será que ele vai gostar, amiga? – Kate sorriu.

— Você ainda pergunta? É óbvio que ele vai gostar amiga. – Lanie sorriu com olhar pervertido. - Mas Kate, mudando de assunto, nem no dia do seu casamento você quis uma equipe de maquiadores e cabeleireiros, querida. – Lanie falou irritada.

— Lanie, não precisa. Somente para fazer as unhas é que eu foi ontem ao salão de beleza. Lanie. É só um casamento civil. É no Fórum. Repare bem, o casamento será às 10 horas da manhã, não tem necessidade nenhuma de requinte, amiga. Um cabelo simples, uma maquiagem leve e tudo bem.

Lanie fez uma cara divertida em sinal que que estava comparando a si própria com a Kate - É, né. Também, esse seu cabelo amiga, lindo, a sua pele, linda, o seu rosto, lindo, o seu corpo, lindo, você toda linda, qualquer coisa que se faça fica lindo. Que chato, né, amiga?

— Menos, Lanie, menos. Não amola, Lanie. - Kate sorriu para a amiga.

— Hey, falar a verdade agora é crime, é, detetive? Eu agora sou criminosa, é? – ela sorriu e abraçou a amiga. – Querida, se você não quiser que o menino escritor fique nervoso, é melhor irmos logo. Ele deve estar louco lá no Fórum. Daqui a pouco ele vai ligar para você.

Mal a Lanie terminou de falar, o telefone de Beckett toca. Ela confere o identificador de chamadas e vê a foto e o nome de Castle e mostra para a amiga que sorriu e sussurra – Bem que eu disse.

Kate atende, sorridente e finge que não entende porque Castle telefonou – Oi amor, que bom que você telefonou, eu estou morrendo de saudades?

— Kate, não se faça de desentendida. Onde é que você está? – Castle fala angustiado.

Ela faz uma careta para Lanie diante da bronca que levou de Castle e argumenta toda manhosa para acalmá-lo - Eu vou sair de casa agora, querido.

— Não venha de carro. Peque um táxi. – Ele falou ainda aflito, porém, sério.

— Amor, eu já pedi um taxi. Eu já vou descer. Te vejo em alguns instantes. Não fuja, tá? – ela piscou para Lanie e sorriu.

Já com voz irritada Castle diz - Beckett, eu não estou achando graça. Quem devia falar isso era eu. Parece que você não está querendo casar comigo. – ele faz drama.

— Meu amor, não faça drama. Mulher é assim mesmo para se aprontar. Você já sabe e até devia estar acostumado. Tem muito mais itens para resolver do que os homens. Além do mais, Castle, as duas babás dos nossos gêmeos estavam me fazendo mil e uma perguntas sobre o Will e a Liz e eu estou sozinha aqui, ou seja, eu tive que respondê-las. Até parece que elas são novas aqui em casa.– ela falou toda manhosa. – E quer saber de uma coisa, Castle, é melhor você ficar calmo, pelo amor de Deus, porque senão eu que vou ficar nervosa, viu? – Ela sorriu e piscou novamente para Lanie que sorriu de volta. – Outra coisa, meu noivo querido, quando eu chegar aí, eu não quero encontrar um feioso carrancudo. Eu quero encontrar o meu Bonitão sorridente. – ela sorriu para aumentar o impacto do que ela disse. – Castle, até daqui a pouco, viu? – e desfez a ligação.

Kate sorriu para Lanie e disse – Lanie eu tive que fazer isso amiga, senão ele ia me colocar nervosa.

— Kate, só você mesma, amiga. É você dobrando ele. É ele dobrando você. Vocês dois se completam. Eu adoro ver vocês dois juntos. Você não faz ideia como os olhinhos de vocês dois brilham... É tão fofo. Desde a época em que você jurava que não sentia nada por ele. – Lanie sorriu, o que levou Kate a sorrir também.

— Você também? Lanie. Tenha paciência! Eu amo aquele homem, eu vou fazer o que?

— Vamos amiga, senão o escritor aparece aqui e te leva nos ombros. – Lanie fala divertida.

— Que nada, amiga. Eu o dobrei direitinho. Ele está lá me esperando. Vá por mim. Espere só um momentinho, que eu vou dar um beijinho nos meus filhotinhos. – Kate subiu e passou nos respectivos quartos dos gêmeos e deu um beijo em cada um e repetiu para as babás que as mamadeiras com leite materno estavam na geladeira e que no momento certo era só aquecê-las. Havia quantidade suficiente. - Dentro de três horas estaremos de volta. Mas, qualquer emergência ou qualquer dúvida, não hesitem, pode telefonar imediatamente para o Sr. Castle ou para mim ou para a Alexis. Os números dos telefones deles estão fixados no quadro de avisos da cozinha.

Em seguida, as duas desceram pelo elevador e pegaram o taxi que já estavam esperando por elas. Dentro do taxi, Lanie comenta que infelizmente o Esposito e o Ryan não poderiam ir ao casamento porque pegaram um caso complicado. E ainda bem que ela conseguira trocar o seu plantão naquele dia com o outro Médico Legista do Condado de New York, o Dr. Sidney Perlmutter.

Ao subirem as escadarias do Fórum, eram 09:45 horas. Assim que passou pela porta principal, encontrou o olhar de Castle sobre si. Os dois ficaram paralisados. Pareciam estátuas se admirando. Só que eram estátuas com lábios e olhos sorridentes e apaixonados.

Passados alguns segundos, Lanie toca levemente no braço de Kate e pergunta – Amiga, você está bem?

Kate desvia o olhar de Castle e olha para Lanie, distraída - Ham?

— Kate, você estava olhando para o escritor, parecendo que nunca o viu antes. É como se você o estivesse vendo pela primeira vez... Muito estranho... Parecem aqueles tempos em que vocês ficavam se olhando e se comendo com os olhos, mas não tinham coragem de se declarar.

— Lanie, até hoje quando eu o vejo é assim. Não mudou nada. A paixão e o amor é o mesmo, acredite, amiga. As sensações não são diferentes. É uma queimação que corta o peito ou é um raio gelado que corta a espinha, a única diferença é que nós conseguimos nos declarar um para o outro. Já nos conhecemos e já sabemos onde pisamos. Mesmo assim, cada dia é um novo dia.

— Então vá lá, amiga, que o Bonitão está ansioso para ver, tocar e beijar a Musa dele.

— Lanie!

Kate foi com a Lanie caminhando lentamente em direção a Castle que a recebeu, sorrindo, com as duas mãos estendidas. Um ficou de frente ao outro, sorrindo, apaixonados, parecendo dois adolescentes, segurando em ambas as mãos.

Castle, ainda sorrindo, sussurrou para ela, conferindo-a de cima a baixo – Amor, você está belíssima! Quer dizer, você sempre foi linda e maravilhosa, mas hoje, você se superou. – ele deu um selinho nela.

— Você também, querido, está deslumbrante. Mesmo que eu tenha te ajudado a dar o nó na sua gravata e eu tendo te visto assim tão maravilhoso quando saiu de casa, eu não me canso de te dizer que você é o meu Bonitão, viu? – Com a mão direita, ela contornou o rosto dele, em um carinho sensual e depois lhe deu um selinho.

Martha chegou perto dos noivos e olhou encantada para sua nora – Querida, você está fascinante, mas, como sempre, apaixonada, você só tem olhos para o o meu filho, não importa se o ambiente tenha milhões de pessoas. Ah, o amor!! – Martha gracejou, feliz e piscou o olho para o jovem casal.

— Oh, Martha... Desculpe... É que...

Com um jeito tão particular se ser, Martha a interrompeu e sorriu para a nora – Minha jovem, não precisa pedir desculpas.

— Ah, tá...

— Richard e Katherine  – Martha continuava sorridente e descontraída – Desculpem-me atrapalhar o namoro de vocês... Mas vamos logo entrar no Salão de Casamento porque já está quase no horário, meus amores.

— Isso! – Castle concordou.

Martha se dirigiu ao pai da Beckett – Vamos, Jim.

Neste momento, Kate cai em si e fala – Papai, desculpe-me, eu estava tão distraída que nem notei que você estava aí. – e se dirige ao pai e o beija. – Martha, desculpe-me também, querida, eu ... nem te cumprimentei. Não me leve a mal, Oh! Martha, desculpe a minha distração. Nós nos damos tão bem. É que eu vi o Rick, eu fui falar com ele... – e beija a sogra.

Martha sorriu para a nora e diz feliz, sabendo que a nora amava seu filho. – Katherine, eu entendo perfeitamente você, querida. Fique tranquila. Você nem mesmo cumprimentou seu pai. Imagina. Claro que eu sei que você gosta de seu pai e que também gosta de mim, querida. Mas sei também que você só teve olhos para o Richard. Fique certa que eu repararia e ficaria chateada se você falasse comigo, com seu pai e não falasse com o Richard. – disse isso e sorriu compreensiva para a Kate e recebeu um sorriso e um beijo de Kate.

Em seguida Kate olha de um lado para o outro e pergunta à sogra – Martha, onde está a Alexis? Ela me prometeu que viria.

— Oh, Katherine, eu não sei se ela virá. Ela amanheceu com uma dor de cabeça muito forte, querida. Daquelas que ela sempre tem e você as conhece. Ela tomou o medicamento apropriado.

— Oh, meu Deus! Tinha que ser justamente hoje. Ela me ajudou tanto, inclusive ajudou até na escolha deste vestido. Eu queria muito que ela estivesse aqui. A presença dela é tão importante para mim e para o pai dela.

Martha a olhou com simpatia e disse – Eu sei que vocês se dão muito bem, querida, e eu fico muito feliz com isso. – Martha abraçou a nora e a soltou em seguida - Mas vamos entrar logo senão vocês vão chegar atrasados ao próprio casamento.

Chegaram à Sala de Casamento nº 01. Era pequena. Não haveria casamento comunitário. Castle a tinha reservado unicamente para o casamento dele e de Beckett. Além de Martha, Jim e Lanie, também estava presente o Prefeito de Nova York, que era amigo pessoal de Castle.

Um pouco antes do Juiz de Paz chamar Castle e Beckett à frente, quem chegou foi Alexis e foi logo cumprimentar Kate e o pai. Kate era só sorrisos e o Castle também.

— Alexis, querida, que bom que você ficou melhor da sua dor de cabeça. – Kate a abraçou e a beijou – Fico feliz que você tenha vindo. Muito feliz. Obrigada.

— Abóbora, ainda bem que você ficou boa e pode vim ver o seu pai casar com a Kate. – Castle deu um beijo na face da filha.

— Pai, eu estou muito feliz com este casamento. Você não faz idéia da minha felicidade. Kate é a mulher certa para você pai. Você se apaixonou por ela, entrou na linha e, para reforçar ela te mantém na linha direitinho. – Alexis sorriu para Kate. Deu um beijo no pai e outro em Kate.

Neste momento o Juiz de Paz entra e todos se levantam. Quando este se senta, todos se sentam. Em seguida ele chama Castle e Kate e estes se dirigem à frente e são orientados a se sentar em duas cadeiras grandes em frente ao Juiz. Sempre de mãos dadas, eles ouvem atentamente um breve discurso acerca do que o casamento civil representa perante a lei. Kate se emociona e aperta a mão de Rick. Ele coloca a mão dela entre as suas e a acaricia e a olha com carinho. Ficam se olhando amorosamente. E assim é realizada a cerimônia do casamento civil. Castle e Kate assinaram o livro do casamento e a Lanie e o Prefeito de Nova York assinaram como testemunhas. Então, uma vez casados, a partir daquela data, Kate passa a se chamar Katherine Hougthton Beckett Rodgers Castle. O momento foi registrado com belas fotografias tiradas por profissionais de renome, contratados por Casle. O único jornalista que Castle permitiu fotografar o casamento, inclusive que foi liberado também por Gina, era um que fazia a linha séria, não era da imprensa dita "marrom".

Assim que Rick e Kate saíram de mãos dadas do Salão de Casamentos, como era de se esperar, quem também registrou o momento foram fotógrafos de revistas de diversas facções. Pediram entrevistas à Castle, só que ele não ia se dar ao trabalho nem mesmo de recusar, ia passar direto. Contudo, rapidamente pensou melhor e resolveu conceder entrevista para que fosse publicada a verdade e não uma meia verdade. Já que os fãs, principalmente as moças, queriam saber tudo sobre ele, fofocas, tudo sobre a vida dele, fotos, etc, que soubessem a verdade. Pediu apenas que fosse breve porque ele e Kate tinham horário a ser cumprido. Rick e Kate Foram simpáticos e os jornalistas e os fotógrafos, em resposta, não faltaram com o respeito. Kate, que não estava acostumada com a mídia, mesmo que não aparentasse, ficou louca que terminasse logo.

Após trinta minutos, Castle pediu que fosse encerrada a entrevista, pois tinha compromisso. Em seguida, ele aproveitou que estava no Fórum, pediu licença a todos e de posse da certidão provisória de casamento e dos documentos da maternidade, foi com Kate ao setor competente e fez o registro civil dos gêmeos: William Beckett Rodgers Castle e Elizabeth Beckett Rodgers Castle.

Em menos de dez minutos retornaram ao encontro dos familiares e amigos já com os registros civil dos gêmeos em mãos e saíram para comemorar o casamento. Como era cedo e Kate estava amamentando, decidiram fazer uma comemoração rápida e simples, sem álcool. Foram a uma casa de chá. Todos puderam escolher o que quisessem: tortas doces, salgadas, chás, cappuccinos, cafés e sucos. Foi muito animado e tudo registrado com fotografias com os mesmos fotógrafos contratados por Castle.

Rick não largava o braço de Kate um só minuto e ela estava adorando isso. Assim que teve oportunidade, Rick sussurrou no ouvido da esposa – Amor, vamos logo prá casa. Vamos ficar sozinhos. – Ele deu um beijo no seu pescoço, fazendo com que ela se arrepiasse toda.

Ela virou-se para o marido com os olhos semicerrados e também sussurrou e piscou para ele – Você sabe que ainda estou de resguardo, não é?

Castle fingiu não entender do que ela estava falando e seguiu por outro assunto – Diga ao pessoal que os bebês estão precisando de você, Sra. Castle. – ele sorriu cheio de malícia.

— Esse bebê seria por acaso você, Richard Castle?

— O próprio. – Ele continuou com o mesmo sorriso malicioso.

— Como é que eu posso dizer isso do nada, Castle? – Ela sussurrou meio que desesperada com aquela idéia maluca dele.

— Deixe comigo, Sra. Castle. Só digo uma coisa. Se o seu celular tocar não o atenda e nem me entregue. Deixe que eu atendo. Vá lá conversar com a Lanie, com a mamãe e com a Alexis. Divirta-se amor. – Deu um selinho nela e ela foi em direção à sogra.

Chegando à mesa onde estava Lanie, Kate colocou sua pequena bolsa social sobre a mesa e entrou na conversa animada. Passados uns quinze minutos, Castle chega por trás e dá um beijo no seu rosto e, em seguida, o seu celular toca. Depois de um toque ela fala – Ai, meu Deus, será que é de lá de casa? Será que são os gêmeos? – ela faz menção de pegar o celular na bolsa, mas é impedida pelo marido que carinhosamente o pega da sua mão.

— Deixe comigo, querida. Eu atendo pra você. Se for uma das babás eu a oriento. Fique aí e se divirta, afinal hoje é o dia do nosso casamento. A noiva tem prioridade. – dizendo isso Castle atende – Castle... Sim.... Ela está aqui comigo... Pode falar comigo... Como assim?... Como isso foi acontecer?... Não faça nada... Estamos indo prá aí agora. – desfez a ligação.

Kate ouvindo a conversa perguntou ao marido – O que foi, Castle? Rick, fale alguma coisa.

Castle não respondeu nada, apenas falou - Mamãe, Alexis, Lanie, Jim e meu querido Prefeito, eu e a Kate temos que ir prá casa porque uma babá se atrapalhou e derrubou no chão a vasilha das mamadeiras de leite materno. Ou seja, os gêmeos estão sem leite e estão chorando.

Assustadíssima, Kate falou - Oh! Meu Deus! Como é que isso foi acontecer? Eu as preveni tanto. Vamos logo, Rick. Martha e pessoal, depois nós conversamos. Obrigada pela presença.

Imediatamente, Kate levantou-se e despediu-se apressada de todos e foram embora.

Assim que entrou no carro, ela falou séria – Richard Castle, diga que você inventou isso, por favor.

— Querida, você me conhece há quantos anos? Óbvio que eu inventei isso, Kate. Eu queria era ir pra casa com você para ficarmos sozinhos. Eu te telefonei do meu celular. Simples. – Ele sorriu.

— Por mais que você tivesse me prevenido, eu fiquei assustada com a idéia dos nossos filhos com fome. – Kate respirou fundo, fechou os olhos e recostou no banco do carro e sentiu as mãos do marido segurar sua mão esquerda e apertar, lhe confortando.

— Sua mão está gelada, querida. Eles estão bem. Chegue mais perto, venha. – Ela se encostou mais e recostou a cabeça no ombro direito dele.

Fizeram o resto do percurso tranquilamente.