Fall For You escrita por Laura Weiller


Capítulo 11
Capítulo 11 - Laura POV Onn's




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Eu não sou de guardar mágoa, mas eu não conseguia esquecer o tanto que ele me fez sofrer. E quando eu ouvi a sua e ele na minha frente, pedi para mim mesma que não fosse verdade. Talvez uma alucinação, quem sabe? Uma alucinação do passado.
- Laa? Laa, aconteceu alguma coisa? Responda-me. Eu to indo para ai. – Eu não consegui respoder Charlie, apenas desliguei o celular e continuei estática.

- Oi, Laa. – Ele deu aquele sorriso que antes me fazia perder o fôlego, e veio na minha direção eu só consegui sair correndo dali. Não queria vê-lo, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde o passado voltaria.

- Ich gehe ich verlasse, um ein sein foto zu entfernen! (Vai deixa eu tirar uma foto sua!) – Eu estava sentada no chão e ele tentava tirar uma foto minha.
- Nein! (Não!) – Repeti novamente já ficando nervosa, tampei meu rosto com as mãos tentando escondê-lo.
- Nur ein. (Só uma.) – Ele se abaixou na minha frente segurando em meus joelhos. Eu abri um pouco a mão para vê-lo, ele tinha um bico nos lábios, com aquele olhar de pidão.
Eu suspirei fundo e me levantei, correndo para detrás da árvore.
- Ich bin hässlich, Andi. (Eu to feia, Andi.) – Me encostei-me à árvore fechando os olhos.

- Heute am hübschsten Sie von was nie. (Hoje você ta mais linda do que nunca.) – Ele estava parado na minha frente.
- Ich bin nicht, bereits es sah meine Kleidung? Ich bin bilde außen, ich bin blank. (Não to não, já viu minha roupa? E eu to sem maquiagem, eu to nua.) – Disse exageradamente o fazendo rir, eu estava apenas com um short preto, uma chinela branca que o Tom me deu de presente e uma blusa soltinha preta, meus cabelos estavam soltos.
- Es schien der Bill jetzt. (Pareceu o Bill agora.) – Eu coloquei língua para ele, e voltei a encostar a cabeça na árvore olhando para cima. Ele chegou perto de mim, me prendendo em seus braços e beijou meu queixo. – Sie sind hübsch. Sie sind selbe, bilden außen, Verkleidungen und sobald ich von Ihnen schmecke. (Você está linda. Está você mesma, sem maquiagem, sem disfarces e assim que eu gosto de você.) – Droga, como ele conseguia me deixar com as pernas bambas?
Ele mordeu a ponta da minha orelha e roçou seu nariz na minha bochecha. Parou seus lábios a milímetros dos meus, eu tentei capturar sua boca, mais ele chegou para trás sorrindo. Cruzei os braços contra o corpo, virando o rosto.
Verdorben. - (Mimada.) – Ele falou baixinho, e quando eu ia respondê-lo, ele me beijou. Seus lábios beijavam os meus, com certa intensidade, eu o abracei o puxando para mais perto de mim, enquanto suas mãos percorriam minhas costas e minha nuca.
Ele finalizou o beijo puxando meu lábio inferior e eu não conseguia parar de sorrir, passei meu dedo indicador pelo seu rosto chegando em seus lábios, no qual ele mordeu. Em um movimento rápido ele bateu a foto.
- Sein Sohn der Mutter (Seu filho da mãe.) – Briguei com ele, mais ele já estava na minha frente rindo e olhando a foto.
- Sie waren hübsch. (Você ficou linda.) – Ele me mostrou a foto, eu estava sorrindo e o olhando, depois ele encostou seu rosto no meu e bateu outra foto. Nunca vou esquecer-me daquela tarde de verão...

Empurrei a porta com força, queria sair dali, não queria ter que encarar aqueles olhos castanhos novamente.
- Laura! – Ouvi Tom gritando-me, mas não o respondi. Abri a porta para fora e só consegui correr, as lágrimas já rolavam por meu rosto.
- Laa. – Dessa vez Bill e Tom gritaram juntos.
- Laa, wo denken Sie dass sie geht? (Laa, onde você pensa que vai?) – Tom me puxou pelo braço.
- Um weg zu laufen, nicht und was bilde ich immer? (Fugir, não é o que eu sempre faço?) – Limpei meu rosto com as costas da minha mão. – Ich bin ein Feigling und gehe, meine durchgebratene Rolle zu spielen. (Eu sou uma covarde e vou fazer meu papel bem feito.) – Descontei minha raiva nele. Essa raiva de dois anos que estava acumulada no meu peito.
- Laa. – Ele falou baixo, me puxando para um abraço, eu não neguei e deixei que minhas lágrimas molhassem sua camiseta GG branca. Senti as mãos de Bill acariciando meu cabelo.
- Ich kann nicht, ich, den ich nicht gehe mich zu stützen, um alles unter neuem zu leiden. (E-eu não posso, eu não vou agüentar sofrer tudo de novo.) - Disse enterrando meu rosto mais em seu abraço.

- Saiam já daqui! – Ouvi um segurança gritar para gente.
- Sabe com quem está falando? – Bill perguntou com toda aquela sua pose de sou o dono do mundo. Mas, quando olhou bem para frente, umas cinquenta fãs vinham correndo em nossa direção. Eu olhei para os lados, nós estávamos no meio do estádio, ainda havia algumas fãs – já que não fazia nem uma hora que o show havia acabado. Tom e Bill seguraram em minhas mãos e saímos correndo seguindo de volta para a porta. Os seguranças fizeram uma corda tentando impedir a passagem das fãs, Bill fechou a porta se encostando nela.
- Wir würden in sie gehen zu sterben. (Nos iríamos morrer.) – Ele colocou a mão no peito respirando fundo, Tom estava com as mãos apoiadas nos joelhos, eu olhei para os dois e comecei a rir.
-Von was… Er lacht? (Do que... Está rindo?) – Tom perguntou ofegante.

- Vom Gesicht von Ihnen. (Da cara de vocês.) – Eu apontei para eles abraçando minha barriga e rindo alto. Quando Bill viu as fãs ele arregalou os olhos e Tom fez o mesmo, os dois pegaram na minha mão e me puxaram. – Die Verzweiflung angesichts Sie. (O desespero no rosto de vocês.) – Eu ri mais alto encostando-se à parede e escorregando por ela.
- Offenbar würden sie in sie gehen, livings Geschöpf zu essen. (Claro elas iriam nós comer vivos.) – Bill se exaltou, mas quando viu que eu e Tom estávamos rindo, se juntou a nós.
- Ich würde nicht Schlechtes finden. (Eu não acharia ruim.) – Tom disse convencido.
- Mund ist leise. (Cala a boca.) – Bill deu um tapa em sua cabeça.
- Ich finde wohl besser, um zu gehen, bevor sie erreichen, um einzudringen. (Bem, acho melhor irmos, antes que elas consigam invadir.) – Disse ao ouvir os gritos histéricos das meninas. Eu me levantei e seguimos pelo longo corredor, as risadas cessaram, deixando o silêncio invadir o lugar, deixando o silêncio me sufocar.

- Laa. – Bill começou, levantei o meu olhar para poder encontrar com os seus olhos castanhos preocupados.
- Ich kann nicht… (Eu não posso...) – Deixei minha voz sumir, ele me abraçou pela cintura.
- Tom, venha aqui, por favor. – Um dos seguranças o chamou, Tom se virou para trás.
- Bereits komme ich zurück. (Já volto.) – Disse indo em direção a ele.
- Sie müssen sprechen. (Vocês precisam conversar.) – Bill disse assim, que Tom saiu correndo.
- Zu auf was sprechen? (Conversar sobre o quê?) – Perguntei sendo o mais cínica possível.

- Wie können Sie dieses mit mir bilden? (Como você pôde fazer isso comigo?) – Eu gritei tentando soltar toda minha raiva, as lágrimas impediam que eu visse com clareza. Minhas pernas tremiam.
- Laa, verzeiht mir. (Laa, me desculpa.) – Ele tentou segurar em meus braços.
- Es berührt nicht sich in mir! (Não toca em mim!) – Disse me afastando dele.

- Es war, ohne zu wünschen. (Foi sem querer.) – Ele disse passando a mão pelos cabelos.
- Es war, ohne zu wünschen? Ohne zu wünschen? Dieses und die beste Entschuldigung, die Sie erreichen Andreas? (Foi sem querer? Sem querer? Essa é a melhor desculpa que você consegue Andreas?) – Gritei mais alto ainda com ele. – Es sagt dann mich? Es war, ohne zu wünschen dieses Sie, küßte dieses Mädchen und ohne wünschend mich entdeckte, war nicht? (Então me diz? Foi sem querer que você beijou aquela menina e sem querer eu descobri, não foi?) – Eu limpei minhas lágrimas. – Ich begnadigte idiotic es, da ich stumpf war.(E eu idiota o perdoei, como fui estúpida.)
- Verlassen Sie, um mich zu erklären ich… (Deixa eu me explicar...)
- Nicht gehe ich nicht, bereits ich hörte übermäßig seine Erklärungen Andreas. (Não, não deixo, eu já ouvi demais suas explicações Andreas.) – Eu nunca o chamava de Andreas, e ao pronunciar o seu nome eu sentia cada vez mais nojo de si. – Ich dachte, dass Sie, um zu bilden, um zu leiden nicht ich von neuem gehen würden, Sie, die ich versprochen hatte. (Eu pensei que você não iria me fazer sofrer de novo, você tinha prometido.) – Droga, bem nessa hora as lágrimas tinham que voltar?
"Dieses hat nicht Erklärung, Andreas. Wenn knetet, war es ich würde gehen nicht übertragen unglücklich aufdeckt mich mit der ersten Person, die in seine Frontseite überschritt. Es beendete alles zwischen Leuten!"(Isso não tem explicação, Andreas. Se você me amasse não me trairia com a primeira vagabunda que passasse na sua frente. Acabou tudo entre a gente!) – Gritei novamente atraindo mais olhares para nós, girei nos calcanhares e dei dois passos e foi quando senti sua mão quente me segurando, ele me puxou para o olhar - não agüentei - levantei a mão e dei um soco em seu rosto, com o máximo de força que consegui colocar.

Depois sai correndo, sentindo o vento gélido bater contra o meu rosto, me fazendo tremer. Mas a raiva, o ódio que tomava conta do meu corpo me aquecia. Corria para o único lugar onde me sentiria bem. Cheguei mais rápido do que eu imaginei – o velho parquinho – tantas lembranças: o primeiro beijo, a primeira briga, o primeiro machucado, o primeiro osso quebrado...

Fui correndo em direção ao tubo - que na verdade era muito grande - entrei lá dentro e me encolhi, deixando as lágrimas rolarem por meu rosto. Ao relembrar do soco que dei em Andreas, não contive a risada. Tom ficaria orgulhoso de mim - ele sempre me ensinou a dar muros e eu sempre fui muito fraca - mas acho que hoje com sorte devo ter quebrado o nariz dele.
Depois de uns 20 minutos; eu acho; apareceu Tom, ele entrou correndo no tubo e me abraçou logo Bill entrou pelo o outro lado indo ao meu encontro. Ainda bem, que lá era bastante grande e nós cabíamos, senão estaria os três presos lá dentro.

- Laura! – Ouvi uma voz que era muito conhecida me chamar, olhei para trás e Charlie veio correndo ao meu encontro. – Eu fiquei tão preocupado com você. – Ele me abraçou tirando-me do chão, Tom estava ao lado de Bill. – Você está bem? – Perguntou acariciando meu rosto.
- Não. – Eu disse baixinho, o abraçando mais forte e enterr meu rosto na curva do seu pescoço. – Me tira daqui? – Sussurrei em seu ouvido, deixando uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Ele olhou para os meninos.
- Vá leva ela. – Disse Tom sorrindo.
- Cuide bem dela é o nosso tesouro. – Brincou Bill me dando um beijo na testa.
- Ela também é o meu tesouro. – Charlie, alisou meus cabelos e eu passei minhas pernas por sua cintura.
- E as meninas? – Perguntei para eles.
- Nós as levamos depois. – Disse Tom, e logo em seguida beijou minha bochecha e Charlie saiu de lá comigo em seu colo. Perdi os meninos de vista assim que Charlie virou à direita - Saki nos acompanhava - assim que chegamos ao estacionamento, mais cinco seguranças apareceram e nós levaram até o carro de Charlie.

Ele me colocou no banco do passageiro e antes que fosse para seu lugar se abaixou na minha frente. Passou sua mão pelo meu rosto, me fazendo sorrir.

- Dói? – Ele deslizou seu dedo pela minha bochecha e a apertou sem força.
- Muito. – Queria mentir, sabia que dizendo isso o deixaria triste.
- Eu farei de tudo para que essa dor passe. – Ele passou seu nariz no meu me fazendo sorrir e enlaçou seus braços ao meu corpo. Como era bom sentir sua pele macia e quente de encontro com a minha, seu perfume. Saber que ele estava comigo, me acalmava e ao mesmo tempo me fazia perder os sentidos. Ele me trazia uma segura incapaz de se explicar. – Eu te amo. – Ele sussurrou em meu ouvido e me deu um selinho.
- Eu... – Ele colocou o dedo indicador sobre meus lábios.
- Só diga quando estiver preparada, quando sentir que esse sentimento é verdadeiro. Eu te amo muito Laura, e não quero que você diga isso só por pena ou confunda paixão com amor. – Eu sabia que ele não estava me pressionando nem nada, que ele queria apenas que eu fosse sincera em relação aos meus sentimentos com ele.

Também sabia que eu o amava, mas querendo ou não, ainda sentia algo muito forte por Andreas. Nós conhecemos desde pequenos e vivíamos dizendo que éramos namorados, até quando eu completei quatorze anos ele me pediu em namoro. Tudo o que vivemos foi muito intenso - eu o amei muito – para ser esquecido de uma hora para outra.

Seguimos o caminho inteiro em silêncio, aquele momento não necessitava de palavras, ele me entendia, entendia que eu precisava pensar. Colocar meus pensamentos em ordem e decidir o que iria fazer a seguir. Não sabia para onde ele me levava e isso no momento não importava, só de saber que ele estava comigo, já era reconfortante. Ele parou no meio da estrada e logo eu reconheci o lugar. O penhasco, o nosso penhasco. Onde tudo começou.

- Foi aqui que demos nosso primeiro beijo. – Ele me abraçou por trás apoiando sua cabeça em meu ombro.
- Sim, e foi o melhor beijo de toda minha vida. – Eu fechei os olhos sentindo o vento em meu rosto.
- Então porque me deu um tapa no rosto? – Ele perguntou rindo.
- Oras, você me beijou de surpresa, e eu não ia admitir que gostei, só fazia duas semanas que nos conhecíamos. – Eu me virei para ele o olhando nos olhos, ele me abraçou.
Não sei por quanto tempo ficamos lá, mais o sol já estava nascendo, me aconcheguei melhor no colo de Charlie, e ele me cobriu com a coberta, beijando minha cabeça.

- Isso é lindo. – Eu murmurei encantada com a beleza do nascer - do - sol que presenciávamos.
- Sim, é perfeito. É a fonte de nossas vidas, que nos traz calor... Nos traz vida! – Eu não via seu rosto, mas tinha certeza de que estava sorrindo e seus olhos brilhavam. O céu agora era tingido pelos os mais variados tons de laranja, que se misturavam com o azul.

Depois disso, tomamos um café em uma cafeteria da pequena cidade de onde ficava o penhasco e fomos para casa.
- Já sabe o que vai fazer? – Ele me perguntou.
- Sim. – Respirei fundo. – O que aconteceu comigo e com o Andreas é passado, ele é o melhor amigo dos meus irmãos e trabalha com eles, vou encarar de frente e não vou sair correndo toda vez que o ver. – Eu estiquei os braços para ele fazendo bico. Ele se sentou do meu lado e me abraçou.
- Vai ser difícil? – Perguntou acariciando meus cabelos.
- Muito. – Respondi mordendo o ombro dele.
- Vou poder te ajudar?
- Não. – Fechei os olhos e respirei fundo o encarando. – Você é obrigado a me ajudar, eu vou precisar de você, sem você... Não vou conseguir. – Disse por fim. Ele sorriu para mim e beijou meu queixo.

Era quase meio dia quando as meninas acordaram sonolentas, resolvemos ir a um restaurante comer. Quando voltamos para casa, me deparei com duas figuras sentadas no sofá.
- Demoraram. – Tom disse se virando.
- Posso saber o que fazem aqui? – Coloquei as mãos na cintura os encarando.

- Larga de ser chata, Laa. Viemos te visitar. – Bill apareceu de dentro da cozinha, com uma barra de chocolate nas mãos.
- Você não nós deu a chave da casa atoa. – Tom mostrou o chaveiro em suas mãos.
- Bem, eu vou subir. Você vem, Kinha? – Dré perguntou.
- Ahh... Vou sim. – Ela tinha ido cumprimentar Tom e Bill, as duas subiram as escadas rapidamente.
- Bem, acho que agora é nossa fez de subirmos. – Tom se levantou.
- Bem, acho que agora é nossa fez de subirmos. – Tom se levantou.
- Tinha que pegar meu chocolate? – Eu choraminguei para Bill, que sujou meu nariz de chocolate e lambeu o dedo rindo. Charlie ainda estava do meu lado, ele passou o dedo pelo meu nariz sujo e sujou minha boca sorrindo.
- Será que poderíamos conversar? – Andreas se virou pela primeira vez me encarando, Charlie apertou minha mãe me dando apoio, eu me sentei na poltrona de frente para ele, e Charlie no braço dela.
- Poderia ser a sós? – Ele lançou um breve olhar a Charlie.
- Não ele fica. – Apertei a mão de Charlie.
- Mas isso e só entre nós dois.
- Eu não tenho segredos com o Charlie. Ele é meu namorado e meu melhor amigo. – Disse séria o encarando. Vi a expressão do rosto de Andreas se passar de medo para espanto. Não encarava Charlie mais sabia que ele também se assustara.
- Bem, eu queria te pedir desculpas.
- Me poupe disso. – Respondi secamente.
- Depois que aquilo aconteceu nunca mais nós falamos.
- E você queria o que? Que eu fosse atrás de você, dizendo que o perdoava? Pela segunda vez? – Já sentia meu sangue ferver, Charlie colocou a mão no meu ombro.
- Não, mas sempre que eu te procurava você não falava comigo. – Ele mexeu no cabelo.
- Me desculpe, Andreas. Mas eu estava me sentindo muito mal. – Respondi rindo. – Eu tinha acabado de descobrir que meu namorado de dois anos tinha me traído duas vezes. – Eu me levantei, andando em direção a varanda. – Olha que irônico tudo dois. Será que se completássemos três anos eu ganharia mais um chifre. Ou trezes? – Virei o encarando.

- Laa, eu fui um idiota de ter feito aquilo, me arrependo. – Ele abaixou a cabeça.
- Não se arrependa de ter ficado com elas. Você não deve se arrepender de nada. Eu, que devo me arrepender. Eu! – Apontei para mim mesma. Ele me olhou. – Eu, por ter acreditado em você. Ter acreditado que me amava assim como eu te amei. Fui mais estúpida ainda, de ter pensado que você mudaria depois que disse que tinha se arrependido.
- Mas eu me arrependi. – Ele fez menção de se levantar, mas meus olhos ferviam de raiva e ele continuou sentado.
- Se arrependeu? Nossa, eu não te entendo. Você se arrepende e faz tudo de novo? Explique-me isso direito, Andreas. – Cruzei meus braços contra o corpo, respirando fundo.
- Eu estava te esperando no parque, quando aquela garota chegou abraçando - me por trás. Chamando-me de meu amor, ela me beijou a força. – Seus olhos estavam marejados.
- Mas não foi isso que eu vi. Não foi essa a impressão de que eu tive, de que você estava sendo obrigado. Principalmente, pelo fato de sua mão estar na bunda dela.
- Mas... – Ele não soube o que falar. - Você me perdoa? - Fechei os olhos e senti minha garganta tremer.

- Laa, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Não quero perder contato com você, esses dois anos que ficamos longe um do outro, foram terríveis para mim. – Ele balançou a cabeça, tentando impedir as lágrimas de cair. – Antes de você ser minha namorada, era minha amiga. Minha melhor amiga. E eu não sei se vou agüentar mais ficar longe de você.
- Você também era meu melhor amigo, acho que é por isso que até hoje eu sofro com isso. Mas por enquanto eu não quero te ver. Não sabe como foi difícil para mim... E agora que eu estou melhorando. Volta tudo. - Fui caminhando em direção a Charlie, peguei em sua mão. – Eu não estou preparada para sofrer tudo novamente.
- Eu entendo... Posso te fazer uma pergunta? – Ele me olhava nos olhos, afirmei com a cabeça. – Você o ama? – Ele se direcionava a Charlie. Senti o olhar dele sobre mim, mas não o olhei, ainda encarava Andreas.
- Sim. – Fechei os olhos. – Amo mais do que tudo. Ele tem sido meu melhor amigo, meu companheiro, meu alicerce, meu porto seguro. Sem ele eu não conseguiria ter passado por tudo que passei. – Virei meu rosto para Charlie. – Eu o amo, mais do que tudo. Não apenas como amigo, mas como homem. Não é uma paixão, uma paixonite. Eu sinto que é muito mais forte do que tudo isso. É amor, o mais puro e simples, amor. – Acariciei o rosto de Charlie e ele fechou os olhos.
- Era isso que eu precisava saber. – Andreas se levantou e foi em direção a porta, indo embora.
- Você é incrível. – Charlie respondeu sorrindo, puxando-me pela cintura. – O que disse era verdade?
- Claro, eu te amo, seu bobo. – Sorri para ele.
- Não, não isso. Mas a parte de eu ser seu namorado. É verdade?
- Não é mentira. Eu disse aquilo só pra atingir o Andreas. – Ele desviou o seu olhar do meu. – Mais é claro que é verdade. – Respondi sorrindo. - Mas só se você quiser. – Dessa fez eu que desviei o olhar. – Você quer? – O encarei.

- Não deveria ser eu que tinha de fazer essa pergunta? – Eu dei de ombros. – Laura, você quer namorar comigo? – Ele segurou em minhas mãos, sorrindo.
- Não sei, acho que você não é bom o suficiente para mim. – Disse encarando minhas unhas, senti ele bufar e meus lábios se repuxaram em um imenso sorriso. – Sim, sim, sim, isso é óbvio. - Me joguei em seus braços caindo nos dois na pequena poltrona.

Seus braços estavam em volta da minha cintura e um frio percorreu o meu corpo. Os seus olhos extremamente verdes invadiam os castanhos dos meus com uma intensidade que me fazia perder o ar. Respirei fundo, fechando os olhos. Ele beijou meus lábios e depois puxou meu lábio inferior.

- Meu pequeno raio de sol. – Ele sorriu e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

Continua...


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