Garrett adentrou a campina notando o gelo e a temperatura fria que os cercavam. Não que fizesse diferença, pois seu corpo estava aquecido de um modo diferente. Ele sentia a mão firme de Kate na sua, e via como aquilo soava perfeito. Poderia ficar daquele jeito para sempre. A loira o encarava com seus olhos cor ouro liquido esperando por uma reação do moreno.

– Garota, se sobrevivermos a isso, eu te seguirei para qualquer lugar. – Ele disse com a voz rouca e firme. Seus olhos brilharam.

– E você só me diz isso agora? – Ela sorriu, e o coração dele aumentou 100 vezes de tamanho.

– Sei lá, eu só achei o momento apropriado. – Garrett devolveu o sorriso sarcástico, e ela apertou mais a sua mão.

Ela se aproximou e encostou sua cabeça no peito dele, se aninhando a ponto de conseguir enxergar o que se aproximava do outro lado. Os Volturi demonstraram-se e fizeram suas apresentações formais. Eu os odiava tanto quanto odiava o fato de ter que vê-la ali se arriscando pela família. Kate coçou a cabeça e ele sentiu suas mãos arderem em seu peito enviando correntes elétricas até o coração dele. Aquilo doía, mas era suportável.

– Kate, se não se incomoda, eu acho que seria melhor não me matar com seu choque. – Ele sorriu e rapidamente ela se afastou. Ele puxou-a pelo cos do jeans e a abraçou mantendo-se protetoramente em frente a ela.

– Me desculpe só estou meio nervosa. – Kate coçou os olhos e notei que ela chorava de seu jeito, mas chorava.

– O que houve minha pequena? – Garrett questionou sussurrando.

– Só estou com medo do que farão a Irina. Nós sempre protegemos umas as outras e talvez... – A voz de sino dela embargou quando a cena a nossa frente mudou.

– Está é a criança? – Caius questionou.

– Sim, mas ela está maior. Eu assumo o meu erro. Os Cullen são inocentes. – Irina falou e encarou Tânia e Kate. Num murmuro silencioso ela disse “Sinto Muito”.

Caius e a guarda se aproximaram, arrancando a cabeça de Irina, prontamente a queimando.

Garrett sentiu Kate correr. Ela era rápida, mas não mais que ele. O moreno agarrou-a e gritou quando o forte choque lhe atingiu. Mesmo assim, não a largou. Ela não atacaria ninguém. Tentou conter o grito que ribombava de seu corpo, mas era praticamente impossível quando a dor lhe queimava por completo.

– Zafrina, cegue-as! – Edward gritou e imediatamente Kate se acalmou.

– Devolva minha visão agora! – Tânia falou com seu tom marcado pela raiva.

– Tânia, se os atacarem agora, eles matarão todos. É isso que eles querem. Um motivo para nos estraçalharem.

Ela assentiu, e Kate gritava nos braços de Garrett. Doía vê-la naquele estado. Ele Começou a murmurar a letra de Wish You Were Here do Pink Floyd.

So, so you think you can tell

Heaven from hell

Blue skies from pain

Can you tell a green field

From a cold steel rail?

A smile from a veil?

Do you think you can tell?

Ela não parava suas convulsões sem som. A forma pitoresca de sofrer por sua perda, sem soltar uma lagrima que fosse. Ela acalmou seus gritos abafados no casaco de lã do moreno. Só sobravam as tremulações de seu corpo.

Did they get you to trade

Your heroes for ghosts?

Hot ashes for trees?

Hot air for a cool breeze?

Cold comfort for change?

Did you exchange

A walk on part in the war

For a lead role in a cage?

Ela o encarou. Nada partia mais o coração dele do que vê-la naquele estado. Seus olhos estavam negros. Onde se encontrava o dourado carismático de sempre? Ele a puxou para mais perto, e Kate se agarrou a ele voltando a soluçar compulsivamente. Garrett continuou seu murmúrio terno.

How I wish

How I wish you were here

We're just two lost souls

Swimming in a fish bowl

Year after year

Running over the same old ground

What have we found?

The same old fears

Wish you were here

O resto do nosso grupo se dissipou naquele momento e só então eu percebi que havíamos vencido. Esme e Rosalie se aproximaram apertando Kate em um abraço. Elas sentiam a solidão e tristeza de Kate.

Tânia se aproximou e abraçou a irmã profundamente. Elas compartilhavam o mesmo sentimento que nunca as deixaria. Garrett já havia sentido isso. A perda de seu irmão havia sido a coisa mais dolorosa da sua vida. Na época ele matou milhares de pessoas para suprir sua perda, mas nada mudava sua morte.

– Obrigado. – Kate murmurou.

Ele assentiu e levantou-se dali deixando as duas sozinhas. Caminhando pela campina, voltou-se ao tempo em que ser um nômade era tudo que importava. Como havia se acostumado a viver sozinho durante tanto tempo? Suas botas ecoaram na neve e galhos secos agarraram-se ao casaco que o cobria. Seu cabelo voava para trás de seu rosto.

Ele aproximou-se da casa dos Cullen e virou-se tendo uma súbita vontade de se alimentar. Quem sabe tentasse começar a dieta “vegetariana”? O moreno dirigiu-se para a floresta novamente.

Ele saltou o rio e encontrou um puma a espreita de sua caça. O vampiro pulou acertando a artéria do animal. O puma deu duas sacolejadas violentas e se acalmou aconchegando a morte. Garrett sentiu a satisfação da caça acalmar seu instinto e a dor em sua garganta acalmar. Seu instinto dizia que tinha que voltar a Kate, mas sua racionalidade iria deixa-la sozinha.

Ele sentou-se em uma árvore e só fechou os olhos, sem pensar em absolutamente nada.

Seus ouvidos observaram a aproximação de alguém era um vampiro pelo jeito que caminhava. E mais precisamente era Kate pelo perfume que exalava algo próximo a jasmim e menta.

– Kate? – Ele manifestou com sua voz rouca.

– Sim. Posso subir aí? – Ela questionou quase que silenciosamente.

– É claro.

– Eu queria lhe pedir uma coisa. Aceitaria seu não, mas internamente eu odiaria você se fizesse isso.

– Fala cara mia.

– Você gostaria de se juntar aos Denali? Sinceramente eu preciso de você. – Ela articulou encarando o chão.

– Só se você me responder uma coisa.

– O que?

– Você se tornaria minha parceira? Você gostaria de se tornar minha namorada?

– Sim, sim. – Kate se aproximou e beijou os lábios do moreno.

– Então sim, eu sou a partir de hoje Garrett Denali. – Ele beijou de novo a loira e ela riu. Era bom ouvir aquilo de novo.

– Eu amo ver o casal amor aí, mas seu clã está saindo. – Emmet gritou alguns metros ao longe deles.

– Vamos Denali? – Garrett questionou.

– Vamos Denali. – Kate confirmou.

Os cinco Denali saíram de Forks e se dirigiram para Nova Iorque. Ficariam longe de sua casa por um tempo até que as coisas se acalmassem.

Garrett sentiu finalmente o que era ter uma família de verdade. Kate estava firme e forte ao seu lado, e ele sabia que tendo ela ao seu lado seria capaz de enfrentar todos e qualquer um.

– Então vocês ficaram juntos? – Tânia questionou.

– Até o fim. – Eles responderam em uníssono.