Circus escrita por LyaraCR


Capítulo 18
Epílogo




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Circus – Epílogo

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Seu ombro, suas costas e todo o seu braço direito doíam como a morte e de sua mente, vários pensamentos revoltos saíam, dando idéias de como acabar com a felicidade de várias pessoas... Se pudesse, voltaria no tempo e a cortaria em pedacinhos para ver como era bom bancar a heroína, a senhorita astuta...

— Maldita!

Praguejou. Não agüentava mais ficar deitado ali, como uma pessoa presa, ou doente. Claro, todos haviam reconhecido suas atitudes como crime. “Porque nem sempre um cigano tem que vencer, Aidan!” Lembrou-se das palavras de seu pai. Enquanto sua mãe lhe fazia o curativo, teve que suportar um sermão imenso! E sim, havia pego Sam no laço, mas tinha que ter aquela bruxa pra estragar tudo...

— Falta quanto, Cedric!?

Berrou. O amigo loiro e de longos fios levemente ondulados dirigia normalmente.

— Muito! Pode se deitar de novo. Quando eu cansar, acordo Phobos...

Praguejou algumas coisas e voltou para sua cama. Ah Sam... Tudo bem, haviam outras pessoas interessantes por aí, por exemplo, seus amigos eram quentes, mas... Sam era único! Sim, único. Parando para pensar bem por um breve momento, seus amigos eram mesmo muito quentes... Sorriu de lado. Depois da experiência com o Winchester mais novo, passou a reparar em seus companheiros... Sorriu de canto a canto, tramando como sempre. Aquilo seria muito divertido...

— Um dia ainda volto pra te buscar, garoto...

Sussurrou sorridente, olhando a estrada passar, deixando para trás, por hora, a necessidade de matar alguém e a vontade maluca de ter Sam outra vez.

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Olhou para a face do mais velho. Dadas as circunstâncias em que se encontravam agora, perceber a falta de tato de Dean foi algo extremamente fácil. Era madrugada. Estavam parados no meio do quarto, frente a frente, olhando um para a cara do outro sem saber o que dizer, fazer, sem saber se correr era a melhor opção ou se podiam pular a parte complicada e atender aos gritos de seus instintos agora. O som estava ligado. John e Bobby haviam saído e só voltariam no outro dia... Iriam “apanhar” uns carros pra fazer reparos e vender.

Where do we go nobody knows
I’ve gotta’ say i’m on my way down
God give me style and give me grace
God put a smile upon my face”

Sam deixou que seus olhos encontrassem os de Dean... Abriu a boca por algumas vezes e quando sentiu que juntara coragem para falar qualquer coisa que fosse, foi desencorajado pelo indicador de Dean ante seus lábios.

— Não diga nada. Não vale a pena... — o mais velho abaixou o olhar como se estivesse envergonhado por algo — Só... me abraça.

Sam o fez.

Where do we go to draw the line
I’ve gotta’ say i’ve wasted all your time, honey honey
Where do i go to fall from grace
God put a smile upon your face, yeah”

Sentir o corpo forte de Dean, aqueles braços aconchegantes ao seu redor, ah, isso fazia Sam se sentir bem novamente. Como se nunca houvesse saído dalí... Aquele tecido macio da regata do mais velho em contato com sua face... Sam suspirou. Queria dizer para Dean o quanto o amava. Não podia. Não queria desobedecer as vontades do mais velho. Da última vez, deu no que deu.

Levantou o rosto. Olhou para aqueles olhos esverdeados novamente. Estavam semicerrados. O mais velho suspirou. Era doloroso o temor que lhe corroia por dentro.

— Você... ainda quer?

Sam apenas acenou positivamente e fechou os olhos, como que esperando pelo que sabia, viria mais cedo ou mais tarde.

Now when you work it out i’m worse than you
Yeah when you work it out i want it too
Now when you work out where to draw the line
Your guess is as good as mine”

Dean acariciou-lhe a face. Tão bom... Mesmo que os laços que os uniam não fossem de todo normais, sabia, eram tudo o que tinha de mais valioso. Ter Sam ao seu lado era uma das melhores coisas de cada dia da sua vida.

Agora estavam ali outra vez. Com a diferença de estarem sóbrios. Talvez por isso tudo parecesse mais difícil. Pouco importava. O que queriam agora? Os lábios um do outro.

Hesitantes, foram se aproximando aos poucos. Podiam sentir ambas mãos tremerem, podiam sentir a respiração do outro acariciar sua pele... Reciprocidade. Eram correspondidos em cada ação, por menor que esta fosse.

E então puderam sentir. Sam não se achava merecedor dos sentimentos de Dean, mesmo que soubesse que os seus eram iguais, talvez até mesmo mais fortes que os do mais velho.

Sentiu a mão dele acariciando sua face. Aquele beijo não era algo voraz... Demonstrava toda a saudade, todo o amor, ou o que diabos quer que aquilo fosse... E isso fazia ambos quererem o momento para sempre. Nada melhor que estar nos braços de quem se ama, independente de todo e qualquer fator.

Dean afastou-se quebrando o contato.

— Sabe onde isso vai nos levar, não sabe?

Sam fechou os olhos e engoliu em seco, antes de abri-los e olhar para Dean e acenar leve e positivamente que sim com a cabeça.

— Não vai fugir de novo por isso, vai?

— Não...

— Vai?

Aproximou-se mais. Já sentia um calor no peito.

— Não.

— Não mesmo?

Sussurros ao pé do ouvido. Arrepios. Sabiam que a casa estava caindo novamente... Não podiam fazer nada para parar. Não mais, não agora.

— Dean...

Sam gemeu de leve quando sentiu a língua do mais velho escorregar por seu pescoço.

Where do we go nobody knows
Don’t ever say you’re on your way down, when
God gave you style and gave you grace
And put a smile upon your face, oh yeah”

— Quer que eu pare?

Indagou rouco, acariciando os cabelos do mais novo com uma mão enquanto a outra se mantinha pousada em sua cintura delicada, acariciando levemente com as pontas dos dedos. Sam hesitou um pouco em responder...

— Não.

Firme, decidido como sempre. Sentia-se quente por dentro, queria ceder aos encantos do mais velho. Temia. Temia ser rejeitado se o fizesse. Suas mãos estavam paradas nos ombros de Dean.

— Por que está tão... diferente?

— E-eu... — hesitou — Estou com medo.

— Não fique.

A certeza, a positividade que viu nos olhos do mais velho fez com que acreditasse nas palavras do mesmo, fez com que acreditasse que podia agir como realmente queria. Na verdade, podia. Dean apenas quebrara os seus bloqueios.

E então, os lábios se encontraram mais uma vez, cheios de sentimento. Dean estava demonstrando para Sam que não importava o que houvesse feito. Nada além deles importava agora. Erros, morais... Nada... Queria que o mais novo entendesse isso, e pelo jeito que agora correspondia, com fome de mais contato, havia entendido perfeitamente.

— Dean...

Sam se afastou, puxando o mais velho pela regata em direção à sua cama. Tombaram. Juntos, lábios colados.

Now when you work it out i’m worse than you
Yeah when you work it out i want it too
Now when you work out where to draw the line
Your guess is as good as mine”

Podiam sentir o calor tomando conta, podiam sentir a sanidade saindo de cena junto com cada mísera peça de roupa que era retirada, podiam sentir as mãos tremendo, hesitando em fazer algo que talvez causasse problemas novamente, mais tarde... Podiam sentir também a necessidade de ceder ao momento, de sucumbir àquela escuridão agradável do quarto, àquele ritmo da música...

Sabiam o que estava acontecendo de novo, sabiam que as roupas já estavam todas no chão, e que a última peça que separava seus corpos, era a maldita boxer de Sam... Dean estava nu, sobre ele. Ainda se beijavam, ainda hesitavam um pouco, mas o que estava por vir era tão... errado, pecaminoso, delicioso...

Os beijos do mais velho cessaram. Sam olhou confuso para ele. Droga.. Será que.. havia algo errado impedindo que o mais velho continuasse? Ah, temores, temores e mais temores...

— Dean...

— Sammy.. — foi interrompido pelo mais velho — Você realmente quer isso? Quer que toda essa loucura continue?

— Dean, por favor...

— Me responde... Não posso seguir se não tiver certeza de que você não vai se arrepender depois...

— Não, Dee.. Eu não vou.

It’s as good as mine”

Olhos nos olhos... Respirações ofegantes.

It’s as good as mine”

Dean tocando a face de Sam, aproximando-se, podendo ver o outro cerrar os olhos em antecipação...

It’s as good as mine”

E então se beijaram daquele mesmo modo quente que fizeram na primeira vez naquele quarto, quando estavam bêbados, sob o efeito daquela magia de Emily...

Na nana nana, na nana nana”

Dean podia sentir Sam clamar por seus toques, por sua presença... Sam podia sentir Dean clamando por seus gemidos, por seu corpo entregue, por seus ofegos...

As good as mine”

E então, quando deram por si, nem sabiam por qual caminho estavam se enfiando... Sam estava assentado sobre a cintura de Dean olhos nos olhos enquanto seu corpo profanado ia e vinha,

As good as mine”

perdendo toda e qualquer marca de outro corpo que não fosse o de Dean, perdendo toda e qualquer marca de sua culpa, de sua fragilidade, instabilidade,

As good as mine”

perdendo todo o seu juízo, minando as forças de Dean junto às suas, querendo se acabar nele... E então, os corpos giraram, invertendo posições...

As good as mine”

Agora Sam tinha suas pernas ao redor da cintura de Dean, enquanto este o beijava, enquanto ambos corpos ondulavam em sincronia, derretendo-se no calor que havia se formado de uma hora para outra dentro daquele quarto, derretendo-se no fim de tudo, selando aquele ato como o recomeço de algo que mal existiu, e que agora tinha forças o bastante para prosperar, para brilhar, para tornar os simples laços existentes tão fortes e complexos quanto qualquer outra coisa já vista anteriormente.

Where do we go nobody knows
Don’t ever say you’re on your way down, when
God gave you style and gave you grace
And put a smile upon your face”

Podiam estar em pecado, mas não se importavam. A pureza de todo o sentimento de amor, de perdão, que no momento só eles sabiam a grandeza, os absolvia de todo e qualquer pensamento impuro, de todo e qualquer pecado, de todo e qualquer sofrimento. Estavam no céu, no paraíso que era só deles, estavam um nos braços do outro, como sempre deveria ter sido, como era para ser de agora em diante.

Estavam em paz, estavam no amor, estavam protegidos por todas as coisas que faziam aquele momento único, os braços de Dean, o corpo de Sam, carinho, paz, felicidade.

Estavam como sempre deveriam estar...

Juntos. Do mesmo lado.

Fim.

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Bom, este foi o epílogo de Circus, algo só pra completar, um gran finale. Espero que tenham curtido essa aventura...

Soundtrack do capítulo:

Coldplay – God Put A Smile Upon Your Face

Obrigada a quem acompanhou a trama até aqui. Obrigada pelas reviews, pela presença e obrigada também ao ser que habita os confins, cercanias, adjacências da minha mente por me dar tantas idéias embaraçosas e gigantescas... Boa sorte aos que aqui ficam e, como brindei um dia, logo ao entrar nisso, brindo hoje ao sair: Viva o Wincest.


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