Fico parado na sacada de meu apartamento olhando a noite fria de Konoha e observando as estrelas. Gosto do clima ameno é ótimo para por os pensamentos em dia e refletir em tudo o que suas decisões lhe causaram.

Viro-me e vou em direção ao meu quarto escuro, observo um retrato em cima do criado mudo ao lado de minha cama; o retrato do Time sete. vou até minha cama e deito logo pegando o retrato e o observando. Por que tudo teve que ser assim? Todo esse sofrimento que eu causei em pessoas e suas famílias, o sofrimento que eu causei aos meus amigos, e principalmente a ela, sempre ela, a maldita irritante de cabelos rosados, a que jurou me amar e agora vive me ignorando, nunca pensei que passaria por isso, mas depois que a guerra acabou e todos me aceitaram de volta com a condição em que eu ajudasse na reconstrução da vila, e eu todos os dias, passando horas e horas ao lado dela, que na verdade não era mais uma menina, e sim uma mulher de exatos dezoito anos de idade completamente mudada fosse me atrair tanto, e agora eu percebo que ela realmente meche de um jeito comigo, que se não for paixão eu não sei o que é.

Agora, todos me dizem que eu sou um ser humano sem sentimentos e frio, mas não posso fazer nada se a minha vida foi conturbada e desgraçada desde criança, qual ser humano não ficaria louco querendo se vingar do causador de tudo isso e depois saber que ele foi à pessoa que mais te amou e fez pelo bem do lugar onde você nasceu e construiu laços? Mas não é bem assim, eu vi meus pais e familiares morrerem, e os únicos que me restaram fora os meus verdadeiros amigos, que eu por puro ódio no coração não os enxerguei e acabei me distanciando e por fim os abandonando e até tentei mata- los. Mas todos tem algum tipo de sentimentos, e os meus estavam voltando, se aflorando, ainda mais perto da rosada irritante que eu tanto ignorava e que agora me ignora.

Levantei-me da cama frustrado e resolvi dar uma volta pela vila, ainda eram 21h00min, os estabelecimentos começavam a fechar e as pessoas irem embora para suas casas. Sakura estava em missão hoje, e pelo que fiquei sabendo ela voltaria daqui a pouco, então me encaminhei para o portão da vila a fim de espera- la.

Cerca de meia hora depois eu avistei uma cabelereira rosada e uma loira vindo em direção ao portão, Sakura estava cada dia mais linda, mantinha os cabelos só um pouco mais abaixo do ombro, nem curto e nem longo, as coxas torneadas e pernas de dar inveja a qualquer mulher, cintura fina e barriga lisa, e sua roupa vermelha e preta combinando com suas botas ninja. Ela me avistou e sorriu de canto, eu fiz o mesmo, percebi Ino piscando para ela, lançar um olhar sério para mim e seguir outra direção. Sakura para diante de mim e me encara com aqueles orbes verdes.

– O que faz aqui? – ela cruza os braços me encarando.

– Vim te esperar. – respondo indiferente e a vejo mudar sua expressão séria para surpresa.

– Hm. – ela fica em silêncio e começa a andar em direção a seu apartamento. Eu a acompanho.

– Sakura...

– O que? – ela me olha de canto enquanto o movimento de nossos passos diminuía.

– Por que você me ignora tanto agora? – fui direto em lhe dizer o que estava entalado em minha garganta.

Sakura para e fica frente a frente a mim, me encarando.

– Por que você acha isso Sasuke?

Arqueei uma sobrancelha, ela nunca me chamou de Sasuke sem o Kun, ultimamente ela está esquecida disso.

– Não é preciso dizer o porquê, se nem eu mesmo eu sei... Você simplesmente está ignorando minha existência. – disse as palavras calmamente o que fazia a expressão dela mudar. Seus olhos já não estavam mais os mesmos de antes, estavam vazios, sem emoção.

– Não tenho o porquê te dar a devida atenção, somos só parceiros de time, a mesma atenção que dou a você eu dou ao Naruto.

– Não digo esse tipo de atenção sakura.

– Que tipo de atenção então Sasuke? Não espera, acho que sei que atenção você está se referindo. – ela estava irritada. – é aquela atenção que eu dava a você quando éramos crianças estou certa? Mas acho que você não percebeu Sasuke, que muitas coisas aconteceram que eu cresci que nós crescemos, e aprendemos o que vale e o que não vale a pena.

– O que você quer dizer com isso. – eu estava confuso, ela me deixava confuso.

– O que eu quero dizer com isso Sasuke, é que, não vale a pena ficar dando a devida atenção e tomando meu devido tempo a alguém que só me faz ou me fez sofrer, a alguém que já tentou me matar.

Fiquei surpreso diante de suas palavras. Então a verdade era que ela estava tentando me esquecer? Mas eu não podia deixar isso acontecer, se ela me amou de verdade ela não iria fazer isso.

– sakura...

Ela me encarou com aqueles orbes verdades cheios de lágrimas, e mais uma vez eu a fiz chorar. Isso não podia continuar assim, eu não podia a deixar sofrer por minha causa.

– O que você quer de mim Uchiha? Diga logo por que eu não estou com tempo para os seus joguinhos, por que não vai correr atrás daquela sua antiga parceira de equipe e me esquce.

Respirei fundo. Iria ser a primeira e ultima vez que eu iria dizer as benditas palavras.

– Por que... Eu quero você Sakura.

Ela paralisou, olhou para mim não acreditando em minhas palavras. Eu conhecia aquele olhar, ela não iria acreditar.

– E o que te faz pensar que eu irei acreditar? – Ela disse ofegante devido à tamanha surpresa.

– Você tem de acreditar, você não faz ideia do que é te ver todos os dias e saber que já chorou por minha causa, sofreu por minha causa, e que... Eu mesmo já tentei te matar. Eu não sei como, mas toda vez que estou perto de você, eu sinto uma necessidade tremenda em estar perto de você, querendo sentir seu aroma de morango, e ver o brilho desses seus olhos e seus sorrisos quando o Naruto faz alguma idiotice.

– Sasuke...

– Escute Sakura, estou passando por cima de meu orgulho, tentei lutar contra isso, mas não deu certo, estou arriscando por tudo a perder de novo. – fechei meus olhos e os abri lentamente. – Você tem que me escutar pelo menos, estou cansado de sempre te ouvir dizer que eu nunca amaria ninguém.

Sakura abafou um grito, ele tinha ouvido a conversa dela com a Yamanaka. Ela sempre achou que ele não seria mais capaz de amar.

– Eu... – Ela tentou dizer alguma coisa, mas eu a cortei novamente.

– Está certa quando disse aquilo, por que até mesmo eu achei, mas eu estava enganado. Eu só não quero desperdiçar mais um dia preso à sombra de meus erros, não sou metade do homem que eu pensei que seria, mas eu queria saber se você poderia ficar com a parte que restou de mim, e depois completa- la. E quando eu penso em fugir de tudo isso, de mim mesmo, eu vejo que enfrentar isso e ficar ao seu lado é uma razão para eu continuar em pé.

Ela mantinha os olhos com lágrimas nos meus, eu temia pela resposta dela, mas levei pelo lado positivo, eu disse tudo que tinha que dizer, falei mais de três palavras. Seja qual for à decisão dela, eu irei apoia-la.

– Sasuke... – a encarei. – Isso é verdade?

Fechei meus olhos e suspirei.

–Hai Sakura, eu não diria isso tudo se não fosse, você sabe que eu não... – Ante que eu termine de dizer sou surpreendido por um beijo, e meu Kami, que lábios são esses, foram feitos especialmente para mim?

A segurei pela cintura firmemente enquanto ela passava seus braços em volta de meu pescoço, logo eu pedia passagem para a língua que foi concedida por ela, nossas línguas dançavam em um ritmo igual que chegava a ser perfeito, se continuar assim irei perder a cabeça ali no meio da vila mesmo.

Ela se separou de mim ofegante, eu dela relutante, nossas testas encostadas uma na outra, percebi que o rosto dela estava corado e com um sorriso satisfeito.

– Você...- ela tentou dizer mas foi impedida pelo meu indicador em seus lábios.

– Não diga nada. – Disse rouco e baixo. – Só quero saber se você vai levar o que restou de mim?

A olhei em seus olhos que estavam brilhantes, ela sorriu.

– Irei levar o que restou de você e tornar- te completo novamente.

E com essas ultimas palavras voltamos a nos beijar apaixonadamente. Se eu soubesse que iria dar tudo certo, eu teria corrido esse risco muito antes, mas o tempo perdido será recuperado, por que agora eu sei que ela é realmente a minha rosada, e que ela iria me colocar um rumo certo.