Madness escrita por Ella


Capítulo 1
Capítulo Único - Madness


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira One postada. Não acredito que estou fazendo isso. Acho que ficou uma droga e tals, mas ai vai.Deixem um comentário, para eu saber se posto outra, se paro com isso ou se apago isso!
Enjoy!
Ps: Em especial para as minhas queridas leitoras de De repente mães, que ficara tanto tempo sem nenhuma atualização.



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Louca. Era assim que eu estava me sentindo ultimamente. Sirius Black estava causando toda a confusão, desordem e amálgama na minha cabeça. Não podia existir nada sério entre nós, podia? Eu não era o seu tipo de garota, não era loira e muito menos tinha olhos verdes. Não usava minissaia e não passava a maior parte do meu tempo balançando pompons no campo de futebol.

No inicio eram apenas trocas de olhares indiferentes, sem nada de especial. Mesmo depois que ele falou comigo na biblioteca eu continuei sendo a mesma Marlene. Cabelos soltos, saia na altura dos joelhos e os dois primeiros botões da blusa abertos. Continuava andando com a Lily para cima e para baixo, e ainda tinha meu iPod no bolso do casaco, com os fios misturados aos meus cabelos.

Sirius ainda me deixaria louca.

Ao contrario do que muitos pensam na primeira vez que Sirius deu em cima de mim eu não senti minhas pernas tremerem, borboletas no estomago ou minha face esquentar. Eu fiquei olhando para ele, me segurando para não rir. Estávamos na minha seção favorita da biblioteca, cheia de livros de musica e artes. Ele encostou-se à prateleira e disse:

“-Hei McKinnon, eu e o restante do time estamos ajudando no trabalho voluntário.

-Sério? –Indaguei-o curiosa, afinal não era todo dia que o bando de riquinhos olhava a um palmo adiante do nariz.

-Isso mesmo. Doação de órgãos. –Ele sorriu de lado.

-Interessante Sirius. –Estava quase o mandando cair fora.

-Estive pensando se você não quer me doar seu coração. –Ele falou sério, e eu arqueei as sobrancelhas. Segurei-me para não rir. Aquilo tinha sido ridículo. Peguei meu livro e deixei o Black lá parado.”

Viu só, Sirius não sabia levar nada a serio. Quando contei para Lily ela cuspiu todo o milk-shake de morango a uns dois metros de distancia. Teve uma crise de riso enquanto voltávamos para casa.

Uma semana depois enquanto eu e a Lils estávamos entrando na lanchonete escutei ele gritar: “-Hei James, pode suspender as fritas porque o filé chegou.” Fiquei mais vermelha que os cabelos da Lily. Todo mundo me olhava com uma ponta de sorriso no rosto. Black começava a me irritar profundamente.

Na segunda feira no colégio, enquanto eu passava perto do campo de futebol americano ele falou bem alto: “Marls, me chama de bola no campo e diz que tá rolando.” Escondi meu rosto atrás da cortina de cabelos enquanto todo mundo em volta me olhava mais uma vez.

Depois desses episódios não tardou para eu começasse a ser chamada de garota do Black. Isso estava me dando nos nervos. Passei a evitá-lo a qualquer custo. E então começaram a chegar os bilhetes durante as aulas. Um pior que o outro. Nada me deixava mais irritada com aquilo tudo do que o fato do Black estar fazendo piada com a minha cara. Será que ele não podia entender que eu não era o tipo dele? Eu era Marlene McKinnon e não aceitaria ser a segunda opção na vida de ninguém, o que era meu era meu. Não dividira nada e eu tinha certeza que Sirius não concordaria com isso. Assim como eu não concordaria com a ideia de ser a transa da noite.

Estava chegando à casa da minha avó, eu sempre ia lá as sextas-feiras depois da aula, quando um conversível parou na entrada da garagem vizinha. Eu reconheceria aquele carro em qualquer lugar. Sirius estava me seguindo agora?

-Hei Black, o que está fazendo aqui? –Ele se virou pra mim, e por Deus, acho que nunca o tinha visto tão bonito.

-Vim visitar a minha avó? –Ele me indagou irônico. Claro que sim, a avó dele tinha que morar ao lado da minha avó. Só está faltando elas jogarem gamão juntas. –A proposito, quando vai sair comigo?

-Quando o inferno congelar Sirius. –Respondi virando de costas e andei para as escadas da porta da frente.

- Não tem como saber, afinal nenhum de nós dois esteve por lá. –Ouvi-o gritando na minha direção. Entrei e fechei a porta sem deixá-lo ver o sorriso que surgiu no meu rosto. Sirius não ia desistir tão fácil.

Depois daquele dia as semanas se passaram sem nenhuma surpresa, quer dizer o imbecil resolveu bancar o engraçadinho e na sexta feira enquanto eu tinha aula de ciências sociais todo mundo começou a ouvir a introdução de Can't Take My Eyes off You. Até mesmo a senhora Gardner foi para a janela observar aquele ser louco por atenção. Lily ria tanto que estava ficando sem ar.

-Sabe Lene eu acho que você deveria mesmo dar uma chance ao Black, quem sabe assim ele para de mandar tantas cantadas baratas para você? –Lily já tinha se recuperando no final do sexto horário, enquanto eu estava me decidindo se deveria usar ou não a arma de caça do meu pai na cabeça do Sirius.

-Falando no diabo... –Balbuciei quando Sirius plantou na minha frente.

-Marlene você é quadrada? –Eu não estava acreditando que ia cair nessa cantada. Lily estava atrás dele fazendo sinal de joinha com a mão.

-Não...

-Então, rola né? –Ele sorriu sacana e eu balancei a cabeça negativamente.

-Sirius, como é que quer que eu te leve a sério, se você fica jogando essas cantadas idiotas pra cima de mim a cada cinquenta minutos? –Rolei os olhos, eu estava cansada daquilo. –Ok, eu adorei I Can't Take My Eyes of You, gosto da musica e achei legal o que você fez, mas Sirius você esta me deixando confusa. Não faço o seu tipo, então pare de correr atrás de mim.

-Marlene, você não pode estar falando sério. Não consegue ver o quanto te acho incrível? –Ele sorriu de canto e colocou a mão para se apoiar acima de mim no meu armário. Aquilo me encurralou e me fez sentir o cheiro da colônia cítrica que ele usava. Olhei para baixo e senti meu rosto esquentar. Droga, eu estava ruborizando. –Acho lindo quando você cora.

-Sirius, eu acho... –Mas ele não me deixou concluir a frase.

-Olha só, McKinnon eu te conheço desde que você era uma pirralha que descia do carro dos seus pais de calcinha e corria pelo gramado da frente da casa da sua avó. Sei que gosta de musica porque esta sempre com os fones do iPod embaraçados no seu cabelo e tem sempre um livro na mochila por influência da ruiva.

-Isso não significa que você me conheça, ate mesmo o Remo sabe disso. Além do mais não me lembro de chamar você para ir à casa da minha avó nenhuma vez. –Ergui as sobrancelhas para ele e sorri.

-Marls, vamos por um minuto esquecer que você escolheu o Black errado? Todo mundo sabe que o Regulus não é o cara pra você...

-Sirius o que está dizendo? Eu e Regulus sempre fomos amigos. E pelo que eu saiba você não pode me dizer com quem posso ou não falar. Aliás, Black diz logo o que veio dizer, tenho que ir embora. –O garoto ainda estava escorado no meu armário e eu estava desconfortável com aquilo.

-Ok, porque não vamos ao cinema hoje à noite? Lily me disse que você não tinha nada para fazer e ela vai sair para ir conhecer os pais do James... Você pode até escolher o filme. –Ele deu um sorriso que me fez repensar minha resposta. Tentei ignorar a sensação de felicidade que me atingiu como um raio quando ele me fez o convite e fiquei com vontade de bater na Lily. Porque ela disse que eu estaria livre essa noite? Sexta-feira meus pais me liberam para sair e eu por mais que não quisesse ir, que isso fique claro, resolvi aceitar para ver se o Sirius me deixa em paz.

-Tudo bem Sirius. Passa na casa da minha avó as sete e meia e daí a gente pode ir comer uma pizza ok? Não sou muito fã de cinema. –Dei de ombros e ajeitei a mochila.

-Pode deixar. Estarei lá Marlene. –Ele me beijou a bochecha e saiu andando em direção ao estacionamento.

Fui para a casa da vovó lentamente. Estava meio nervosa, afinal não era todo dia que Sirius Black chama uma garota como eu pra sair. Lily já tinha ido embora, portanto teria que me decidir sozinha sobre o que fazer. Vovó ficou muito feliz quando disse que ia sair, e seu sorriso quase chegou às orelhas quando eu falei sobre Sirius. A coisa mais estranha é que embora eu tenha passado a minha vida toda sendo amiga do Regulus, que havia ido estudar na Suíça, era do Sirius que minha avó gostava. Do tipo que era presença certa nos meus aniversários.

Tomei um banho rápido e vesti o vestido roxo com mangas transparentes, uma sapatilha que prendia nos tornozelos com fitas e deixei o cabelo solto. Deixei bem claro que iriamos apenas comer uma pizza e só.

Ouvi a campainha tocar e olhei no relógio, eram sete e vinte. Estava adiantado.

Desci as escadas sentindo os cachos balançarem. Minha avó e ele conversavam e ele me beijou o rosto quando me aproximei.

-Então, vou levá-la para comer uma pizza e depois vamos dar algumas voltas por ai. –Sirius se despediu da minha avó, eu fiz o mesmo e saímos de casa rapidamente.

Entrei no carro esporte que estava estacionado na frente da porta e logo que Sirius colocou o cinto saímos em direção à cidade. Logo reconheci o letreiro da lanchonete ao qual ele estava estacionado em frente.

-Isso não é uma pizzaria Sirius. –Parei na calçada de braços cruzados.

-Eu sei, mas eu não gosto muito de pizza, então você pode comer umas batatas fritas e depois nós vamos encontrar o resto do pessoal. Todo mundo foi para uma festa em Dallas, estava pensando que pudéssemos ir também. –Ele sorriu me puxando para dentro do lugar e me conduziu para uma mesa no fundo.

-Não sei se... –Mas uma garota me interrompeu. Ela chegou à nossa mesa e cumprimentou Sirius animadamente. Eles conversaram por um tempo enquanto eu fiz um pedido de batatas fritas e milk-shake. O lanche chegou e eles ainda falavam sobre algo que eu não estava interessada. Algumas outras garotas passaram por nós, sorrindo para ele e me olhando com o que eu prefiro chamar de curiosidade.

Estava entediada, e então comecei a comer antes que ele percebesse que eu estava dando nosso encontro por encerrado. Sinceramente, não estava acreditando que eu tinha caído na lábia daquele cretino. Marlene você é fraca. Sirius era um idiota. E a Lily vai me pagar caro amanha. Rolei os olhos quando percebi que ele me olhava.

-Então, essa é sua ideia de encontro? Ficar de papo com uma garota deixando a outra se empanturrar de batata-frita? Muito legal isso. –Sorri sarcasticamente.

-Na verdade estávamos conversando sobre a festa do Homecoming. Já tem par? –Ele perguntou naturalmente.

-Nem sei se vou. –Falei dando de ombros. Detestava aqueles bailes ridículos. E depois ainda teriam uma daquelas festas na casa de alguém, onde geralmente todo mundo acordava de ressaca. E a Lily iria com o James e a Alice com o Frank. Ficaria sozinha a noite toda.

-Poderia ir comigo. –Ele sugeriu sério. Fiquei encarando-o, esperando que ele caísse na gargalhada e assumisse que foi brincadeira. Mas isso não aconteceu.

-Claro, vou usar um vestido da minha mãe e você me pega as oito na casa da minha avó. –Brinquei e Sirius arregalou os olhos. Achou mesmo que eu estava falando sério. –Estou brincando Sirius.

-Mas porque não? Marlene qual é, não é como se eu fosse a pior pessoa do mundo. Venha, vamos sair daqui. –Ele me puxou pelo braço e pagou a conta no caixa. Entramos no carro e ele tomou uma direção desconhecida por mim. Ate que eu vi uma placa indicando que estávamos indo para Dallas. Legal. Sinta o sarcasmo nas minhas palavras escritas.

Meia hora depois estávamos parando em frente a uma espécie de danceteria. Eu odiava dançar musica country. Detestava mesmo.

-Não danço country. Nunca. –Afirmei assim que cruzamos a porta de entrada. Mas já era tarde demais.

A musica estava alta e eu pude ver rostos conhecidos na pista, inclusive o da Lily. Aquela ruiva mefistofélica me paga. E então, como sou uma pessoa muito sortuda começou uma daquelas canções lentas e melódicas. Sirius me puxou de uma vez, não tive tempo me afastar dele. E até acho que não queria.

-Lembra da sua festa de dezesseis anos? Quando você e Regulus dançaram e depois você ficou rindo das piadas idiotas dele? –Ele sussurrou o meu ouvido. Eu apenas afirmei com a cabeça. – Se você soubesse o que aquilo causou em mim...

-Por quê? –Encarei-o sorrindo.

-No início foi estranho para mim você e o meu irmão caçula. Você sempre ia lá em casa por causa dele, só tinha olhos para ele e nem se importava com a minha presença. Isso me incomodou Marlene. Comecei a prestar atenção em você. No início queria descobrir uma fraqueza tua, qualquer coisa. Mas ai você começou a sorrir, aquela covinha que me dava vontade de te beijar. E seus olhos sempre brilhavam quando você ficava feliz. E ficava enrolando o cabelo nos dedos e dava aquelas mordidinhas nos lábios quando estava nervosa. –Ele sussurrou de uma vez no meu ouvido. Um sorriso involuntário surgiu no meu rosto e eu senti os braços deles se apertarem em vota de mim. –Ai teve a sua festa. Aqueles sorrisos, nenhum dirigido a mim... Sabe o quanto eu fiquei pensando nos seus olhos e nas pintinhas que você tem nas bochechas? Eu só queria conversar com você, te conhecer melhor, mas é claro que minha péssima reputação não deixou. Mas alguma coisa mudou. Você deixou de ser só a amiga do Regulus. Passou a ser uma necessidade para mim. Olha só, eu nuca pensei que diria algo do gênero para uma garota, mas é isso. Eu estou vulnerável aqui, bem na sua mão. Sempre disse que jamais veria garotas com outros olhos, mas você mudou isso. Derrubou todo o meu ponto de vista.

Eu fiquei em silencio. Não acreditei no que eu ouvi. Sirius, o cafajeste, o baderneiro, Sirius Black estava me dizendo que já havia olhado para mim, pensado em mim. Fiquei estática. Nenhum de nós se movia mais. Estávamos parados no canto da pista e a musica ainda era a mesma. E eu acho que a verdade era aquela própria. Queríamos nos conhecer, livres de rótulos ou qualquer outra coisa do gênero. Eu seria apenas a Marlene e ele apenas o Sirius.

-Tem certeza que está disposto a isso? –Encarei-o, ainda com medo de que tudo fosse uma brincadeira.

-Claro que sim. Eu senti uma falta desgraçada sua. Agora você é minha e bem você pode falar para todo mundo que eu sou seu. –Sirius deu de ombros e me abraçou.

-Acha que vai mesmo me pedir em namoro assim? –Ergui a sobrancelha.

-Não, vou anunciar durante o almoço na escola. –Ele sorriu charmosamente.

Depois disso, o bastardo me beijou. Não, eu não vi estrelas e muito menos senti borboletas no estômago. Mas meus joelhos amoleceram e eu me esqueci de tudo a minha volta. Sirius sorriu durante o beijo e depois beijou minha covinha no canto esquerdo dos meus lábios.

Ficamos dançando o resto da noite e tudo que eu queria fazer era conhecer Sirius melhor, porque agora eu tinha certeza que alguma havia mudado. Ele com certeza me deixaria louca.


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