O Elo Perdido escrita por Conta órfã
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
Os céus estavam rosados e o sol nascia quando eles chegaram à TARDIS. Os quatro estavam exaustos, mas tinham se divertido como nunca antes. Jack estava um tanto bêbado e não parava de contar histórias.
– Eu não me lembro de praticamente nada daquela noite. Juro que não consigo me lembrar da espécie dele. Ou se ele era realmente ele! – Jack contava, e todos riam sem parar.
– Olha. – disse o Doutor, assim que passou pela porta. – Não sei vocês, mas eu estou pregado. Já vou dormir.
– Eu também. – Clara bocejou.
– Neste caso, também vou. A menos que a senhorita queira ficar acordada. – Jack dirigiu-se a Aline.
– Estou morta de sono. Mas obrigada. – ela sorriu.
Clara entrou em seu quarto e pôs seu pijama. Ela estava feliz. Já o Doutor, apesar de ter se divertido muito, não estava exatamente satisfeito. Ele estava entrando no quarto de Aline naquele momento, que era ao lado do de Clara.
– Oi, Doutor! – ela sorriu.
– Por que você fez aquilo? – ele disse, após fechar a porta atrás de si. Carregava uma expressão bem séria e tratou de falar baixo.
– Posso saber do quê você está falando?
– De você ter feito Jack achar que você e Clara... Você sabe, estavam juntas.
– Ah, isso. – Aline revirou os olhos. – Eu não o fiz achar nada, foi ele quem saiu achando.
– Você confirmou.
– Eu não confirmei! Só não neguei. E qual o grande problema nisso, Doutor?
Ele levantou as sobrancelhas e sua boca se abriu, como alguém que finalmente tem uma grande dúvida esclarecida. – Você gosta dela...!
– O quê?! Lógico que não, eu... Quer dizer, ela só é uma humana idiota, do que eu gostaria nela? – o coração de Aline estava acelerado.
– Do fato de ela já ter salvado sua vida, talvez? – as mãos dela agora estavam suando. Mas ela manteve sua posição.
– Doutor, por favor. Seu sangue me salvou, não ela.
– Se você pensa assim... – ele deu de ombros. – Boa noite. – beijou a testa dela e saiu.
A respiração de Aline estava pesada. Ela não gostava de mentir para o Doutor, mas jamais feriria seus sentimentos. Ela sabia o que o Doutor sentia por ela, e, apesar de ele ser muito importante para ela, os sentimentos não eram recíprocos. Aline gostava de outro alguém. Não era necessário dividir isso com o Doutor.
Enquanto a conversa deles rolava, Clara lembrou-se que esquecera seu copo d’água, e, na hora que saiu do seu quarto, ouviu parte da conversa. O suficiente para tirar sua sede, sua alegria e seu sono. As duras palavras de Aline ecoaram por sua mente durante toda a noite.
Ela só é uma humana idiota.
Ela só é uma humana idiota.
Ela só é uma humana idiota.
*****
Na manhã seguinte, quando Clara decidiu se levantar, todos estavam no salão principal da TARDIS.
– Bom dia, flor do dia! – Jack sorriu. O Doutor também a cumprimentou, e ela os retribuiu com um pequeno sorriso sonolento e um bom dia miúdo.
– Dormiu bem? – Aline estava de ótimo humor, incompatível com o de Clara.
– Nem um pouco. – ela não fez forças para ser agradável.
Jack e o Doutor consertavam um pequeno aparelho, aparentemente de Jack.
– Isso não vai dar certo, meninos. Usem minha ferramenta.
– Besteira, Aline.
– Não quero ninguém chorando pela minha ajuda quando isso aí der curto circuito e vocês queimarem as patinhas.
Clara também sentia que aquela ideia não era a mais sensata, mas não queria concordar com Aline. Então se dirigiu à furadeira sônica e a pegou, e, enquanto ia à direção deles, o Doutor se queimou, o que foi anunciado com um grito de frustração. Ele apertava a própria mão e foi até Aline.
– Eu disse.
– Eu sei que você disse, eu realmente deveria ter lhe ouvido... Eu preciso muito da sua ajuda agora, Aline.
Ela segurou a mão do Doutor e analisou a queimadura.
– Hmm. Segundo grau, é?
– Está ardendo muito... – ele gemeu baixinho.
– Não vou te curar.
– O quê?!
– Não vou curar sua queimadura. Eu disse que eu não iria se algo desse errado. E não vou.
– Como assim você não vai? – Clara interveio, empurrando Aline pelo ombro. – Eu não imaginei que isso fosse uma possibilidade! Não ajudar o Doutor, que foi sempre tão gentil com você! Que doou o próprio sangue quando você não conseguia mais se regenerar! Salvou sua vida, lembra? Tem certeza que não vai curá-lo?
Aline surpreendeu-se. – É claro que tenho! – ela arrancou a furadeira sônica da mão de Clara. – E o que você tem a ver com isso? Eu não sou uma enfermaria ambulante!
– O que você é, então?
Aline ficou chocada com o comentário. Deu alguns passos para trás. – Você contou para ela... – ela olhou para o Doutor, com os olhos transbordando. Ele não sabia o que dizer.
Aline correu até os controles da TARDIS e mexeu nas configurações. Ela foi tão rápida que não houve tempo de impedi-la. Quando a TARDIS aterrizou, Aline saiu, e, assim que ela bateu a porta, a máquina do tempo começou a se desmaterializar novamente.
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