Os Bastardos Baratheon escrita por Odd Ellie, Odd Ellie2


Capítulo 17
Edric V




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Os momentos após o fim do julgamento passaram como um borrão para Edric, ele sabia que ele deveria se sentir vitorioso e feliz mas tudo que ele podia sentir no momento era a dor em seu braço e nos corpos sem vida que o cercavam, alguém veio socorrê-lo mas ele não conseguia se lembrar direito quem, e dentro da fortaleza um dos meistres lhe deu o leite da papoula e suas memórias do que seguiram ficaram ainda mais nebulosas. Ele se lembra de acordar e ver Mya lá ao lado dele, e também da dor e logo adormecer de novo, ele achou ter visto Gendry algumas outras vezes no canto do quarto olhando para ele, mas quando finalmente acordou de vez ele conclui que isso provavelmente havia sido só um delírio causado pela febre.

Edric acordou na madrugada sem sentir dor, e mesmo antes de olhar para conferir ele já previu corretamente o motivo disso. Ele desenrolou as bandagens que estavam em seu braço direito com a mão esquerda, havia muito volume nas bandagens então havia a esperança dele estar errado, e esta logo acabou e ele não encontrou nada no lugar onde a mão direita dele deveria estar, ele deve ter feito algum som sem perceber porque Meistre Pycelle que estava dormindo na cadeira acordou e disse :

“Sor Edric você não devia ter retirado seus curativos”

Sor Edric, por um momento Edric ficou meio confuso, ele tinha se esquecido que ele havia se tornado um cavaleiro, talvez ele não fosse mais um realmente, era difícil imaginar um futuro com mais batalhas sem a sua mão, talvez ele nunca tivesse nascido pra ser um, as lutas sempre pareciam tão excitantes nas histórias e nas canções mas na arena no julgamento tudo que ele lembrava de sentir era medo e horror de ver os outros participantes morrendo.

“Mais alguém além de mim ficou ferido ?” Edric perguntou.

“Sor Barristan ficou aqui por um dia, mas logo já estava de pé, Sor Garlan Tyrell resistiu até o segundo dia mas acabou morrendo, os ferimentos dele infeccionaram e houve muito pouco que eu pude fazer”

“Foi isso que aconteceu com a minha-“

“Sim, nós fizemos de tudo no primeiro dia, mas se não cortássemos arriscava a infecção espalhar para o resto do seu corpo”

“Eu entendo” Edric sentiu que talvez ele deveria agradecer a Meistre Pycelle, ele sempre havia sido parabenizado pelas suas boas maneiras e aqueles que te prestam serviços médicos mereciam gratidão, mas ele não conseguia nem pensar em dizer essas palavras. Ele respirou fundo e disse para si mesmo que ele devia parar de pensar na sua mão, afinal não havia sido a maior perda daquele julgamento “Eu tenho que sair”

“Meu príncipe você deve permanecer aqui por mais alguns dias”

“Eu sei, mas tem uma coisa que eu preciso fazer, só alguns minutos eu vou voltar logo”

“Como você quiser, mas primeiro me deixe colocar novos curativos”

.

.

.

Na frente da porta do quarto Edric começou a achar que talvez tinha sido uma má idéia afinal ter saido da enfermaria, já passava da meia-noite e ela provavelmente já estaria dormindo, na verdade já haviam se passado três dias desde o julgamento então ela talvez nem estivesse mais lá, mas ele já tinha ido até lá e Meistre Pycelle tinha acordado dois guardas para acompanhá-lo até ali, então ele sentiu que devia pelo menos conferir. Ele deu duas batidas leves na porta, algo que ela só ouviria se já estivesse acordada. E ela estava, Shireen abriu a porta parecendo ligeiramente confusa pela presença dele ali.

“Eu sinto muito pelo horário, eu deveria ter esperado até a manhã”

Shireen não respondeu, ela apenas continuou olhando para ele. Edric respirou fundo e disse :

“Eu vim aqui para lhe dar as minhas condolências pela morte de seu pai”

“Obrigada” ela disse.

“Eu posso entrar ?”

“Sim” ela disse.

Quando os guardas vieram atrás de Edric ele pediu que eles ficassem do lado de fora, porque a conversa que ele teria com sua prima era particular, os dois guardas se entreolharam incertos mas silenciosamente decidiram que era menos arriscado desobedecer as ordens de meistre Pycelle que tinha dito que o menino não deveria ficar sozinho do que negar um pedido do príncipe real.

“Onde está a sua mãe ?” Edric perguntou ao constatar que Shireen estava sozinha no quarto.

“Com Lady Melisandre”

“A Sacerdotisa do Deus Vermelho ?”

“Sim, você veio aqui pela minha mãe ?”

“Não, eu tenho uma questão sobre o seu pai, eu não sei se você pode responder mas eu tenho que perguntar”

“Okay pergunte”

“Eu não entendo porque ele se ofereceu para ser um dos meus campeões, eu sempre tive a impressão que ele não gostava de mim, que ele me odiava na verdade”

“Ele não gostava, mas o Gendry é Rei por lei, e você e sua irmã os verdadeiros herdeiros do meu tio Robert”

“Eu ainda não entendo”

Shireen sorriu, era um sorriso meio triste de alguém que está se lembrando de alguma distante, mas era melhor do que nada.

“Meu pai não era um homem agradável, ele não tinha muitos amigos, na verdade eu acho que provavelmente apenas eu, Meistre Cressen e Sor Davos estamos realmente tristes pela sua morte; mas ele era um bom homem, um homem justo, quando ele se ajoelhou diante do seu irmão ele prometeu defende-lo, ele foi para a arena porque ele sentia que era o seu dever, simples assim”

“Você está errada : eu estou triste pela morte de seu pai, eu sempre vou ser grato pelo sacrifício dele, e de todas as perdas que houveram no julgamento a da vida dele é a que mais lamento, e se houver qualquer coisa que você precise você sempre poderá vir pra mim que eu prometo que vou fazer tudo ao meu alcance para te ajudar”

“Tem uma coisa que eu gostaria sim : de poder enterrar meu pai na Ponta da Tempestade, ele amava aquele lugar bem mais do que a Pedra do Dragão, foi o lugar que ele cresceu, pelo qual ele lutou e passou fome e eu acho que era lá que ele gostaria que seu corpo repousasse, e eu acho que se for você a pedir para nosso tio Renly ele não recusaria”

“Eu vou fazer isso assim que amanhecer”

Edric disse e se sentiu um inútil, ele realmente podia fazer isso e ele faria, sem qualquer esforço ou preocupação, e esse era o problema, não era o suficiente, não chegava nem perto de ser.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, comentários são sempre apreciados.



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