– Vou acompanha-los daqui em diante – disse Mayles na frente da floresta. Ele usou o DMT e subiu em um galho – Vocês já treinaram equilíbrio e mira. Agora temos que ver na prática. Não tentem ganhar muita velocidade, principalmente se não tiverem reflexo, nem pensem nisso. Agora me sigam. Se me perderem de vista então minha irmã, quiser dizer, a cabo Tracey não ensinou direito nas aulas de atenção.

– Soldado Mayles, se continuar falando de minhas aulas vai se arrepender.

– Formem seus grupos. Iremos trabalhar também o trabalho em equipe. Separem as equipes nesse momento! Quero algo organizado! – Após a ordem do general, Nyahmaru, Myrian, Claire e Carlos se juntaram com Dariu completando a equipe.

Grupo 13:

– Como eu disse, a equipe dos excluídos! – disse Nyahmaru rindo.

– Cala a boca! – disse Claire.

Grupo 6:

Adam, Yumi, Murillo, Hui e Blaeyr

– Parece que o nosso grupo é o melhor – disse Murilo analisando os outros grupos – Os mais inteligentes e habilidosos estão aqui.

– Pelo menos todos aqui são de dentro da muralha – comemorou Adam enquanto arrumava o cabelo loro.

– Vocês são tão inferiores que não acreditam em seu próprio poder e por isso tem que analisar as outras equipes – Blaeyr era a mais autoconfiante e esquisita de todos os alunos. Porém era a mais inteligente e melhor em todas as tarefas.

– Eu levo as coisas a sério, mas essa ai é demais – sussurrou Yumi para Hui que riu.

Grupo 2:

Kimberly, Akemi, Cayke, Emme e Acros

– Ai gente estou nervosa! – disse Emme com tremedeira nas mãos.

– Fica calma! Se formos bem nesse teste comemoraremos comendo doces – disse Cayke, por mais que não gostasse de falar com os outros. Ela teve que se meter, não queria que nada atrapalhasse de se tornar um soldado.

– Vamos dar nosso melhor certo? – pediu Kimberly, todos no grupo responderam com um grito.

– Parece que esse ano a disputa vai ser acirrada – pensou Mayles consigo.

– A aula de hoje é de DMT para treinarem os reflexos, velocidade, habilidade e trabalho de equipe. Vocês terão que me seguir pela floresta, se virem um titã, matem-no! A aula começa agora! – O soldado atirou com seu DMT nas árvores e começou a seguir floresta adentro. Os alunos fizeram o mesmo.

Grupo 6:

– Vamos lá pessoal! – Adam não era rápido e não dava saltos de longo alcance, mas sua precisão era perfeita, sua mira e velocidade para desviar das árvores era invejáveis. Murillo não era tão preciso, mas seus saltos não pareciam ser de um aluno da academia. Assim como Yumi que parecia disputar com o parceiro o quanto era bom em saltos e manobras. Já Hui era bem veloz e estava na frente do grupo ao lado de Blaeyr que executava cada movimento.

– Dois titãs à direita! – gritou Murillo, duas máquinas enormes surgiram à direita, Hui foi veloz e esquivou facilmente do golpe que levaria. Blaeyr ganhou altura e desceu girando acertando o ponto fraco das máquinas ao mesmo tempo.

– Yume cuidado! – Avisou Adam que esquivou-se de outra máquina se afastando. Yume pisou no “braço” da máquina e pegou impulso dando vários mortais no ar e “eliminando” o titã.

– Adam não perca o capitão Mayles de vista! A sua tarefa é fazer que não no percamos! – gritou Murillo para grupo – Eu ficarei para trás e comandarei avisando-lhes dos titãs. Blaeyr subiu para o topo das árvores, ela novamente desceu girando matando mais uma máquina.

– Vamos grupo! Rumo ao perfeição! – gritou Blaeyr.

Grupo 2

Kimberly era determinada, atenta e a mais veloz da equipe. Seu cabelo escarlate era o pouco que podia-se ver da soldado. Seus saltos eram altos, já que tinha força o suficiente para isso. Akemi era muito boa com DMT, seus saltos e precisão era um dom que se achavam em poucos. Ela era a segunda da fileira sendo seguida por Emme e Acros, a garota se embolava um pouco na hora de usar os DMT, sua precisão e reflexo não era dos bons. Acros tinha que ficar de olho nela para que nada desse errado. Cayke ultrapassou os dois e cortou a mão de uma das máquinas sem fazer muita força, com um giro, cortou sua nuca.

– Prestem atenção e acompanhem o grupo – reclamou Cayke apressando o passo.

– Odeio ser pressionada! – disse Emme.

– Cuidado! – uma máquina surgiu por entre as árvores, com apenas um golpe, ela arrancou o pedaço do instrumento assustando Acros – Eu vou provar que não sou tão fraca!

Akemi parecia tão leve que ninguém conseguia acompanha-la. Kimberly matou mais duas outras máquinas e foi ultrapassada pela parceira.

– Não perca o capitão de vista! – pediu Kimberly.

– Pode deixar comigo! – quando a garota voltou seu olhar para frente foi atingida e acabou perdendo o equilíbrio. Quando Cayke ia fazer algo, Emme salvou a parceira antes que encostasse no solo. Acros acabou matando o gigante.

– Obrigada! – disse Akemi se recompondo.

– Cadê Mayles? – perguntou Kimberly. Akemi tinha o perdido de vista. Cayke acabou respondendo.

– Me sigam, sei exatamente onde ele está indo – Então ela aumentou a velocidade sendo seguida pelos seus companheiros.

Grupo 8:

Dariu estava muito a frente de seu grupo sendo vigiado por Carlos e Nyahmaru que eram os últimos do grupo. Myrian estava logo atrás de com sua velocidade espantosa. Ela era rápida e conseguia desviar das árvores facilmente. Claire conseguia acompanha-la, elas pareciam estar apostando corrida para ver quem era mais rápida na floresta. A atitude dos membros estava sendo individual eles nem repararam que não estavam agindo em equipe.

– Vocês! Se apresse! – gritou Nyahmaru, ele conseguia desviar das arvores até de costas – Duas garotas nos ganhando na velocidade?

– Dariu, pelo menos matar você sabe, não é? – perguntou Carlos apontando para um robô que se aproximava. O garoto pegou impulso num galho e com um mortal decapitou o boneco ­– Que força!

– Vamos nos agrupar! – gritou Dariu diminuindo a velocidade.

– Esse ano os soldadinhos estão se saindo muito bem. Acho que minha irmã não é de todo mal. Mas quero ver como irão se sair num campo aberto! – Mayles aumentou drasticamente a velocidade se afastando um bom pedaço dos alunos. Ele pegou o máximo de força que podia com seus cabos e se jogou no ar. Ele saltou bem alto quando chegou no enorme campo onde não crescia árvores. Mayles estava à mais de 60 quilômetros por hora e numa altura de 20 metros. Ele passou vários metros do local com apenas um salto. A gravidade começou a puxá-lo de volta para o chão, ele começou a se aproximar de rio e quando ia cair na água usou seu gás que lhe deu mais altura por minutos, o que levou a atravessar o rio e novamente usar os cabos para voltar à floresta.

– Ele está de sacanagem? – perguntou Nyahmaru – Ele não quer que façamos isso?

– Não. Ele só está sendo exibido como sempre. Deem a volta pela floresta e se apressem – disse Tracey – A atividade de hoje não está terminada.

No final do dia Mayles olhava os comentários sobre as equipes da visão dos avaliadores.

– Eram sete equipes e apenas três não conseguiu me acompanhar até o final. Nada mal maninha – disse o soldado.

– Não preciso dos seus elogios – disse ela ajeitando seu tapa-olho – Não precisava fazer aquela cena toda no lago! Você sabe que ninguém tem esse tipo de habilidade por enquanto.

– Relaxa! Vai que tem algum prodígio na sua turma – disse Mayles dando um tapinha no ombro da irmã – Estou com fome, vamos comer?

– É só a minha coluna que está doendo? – perguntou Claire ao grupo.

– Acho que a de Myriam deve estar também, vocês correram muito e quase não matamos aqueles bonecos de titãs, acho que perdemos pontos por isso – Comentou Carlos.

– Eu acha que nos mantemos muito afastados, devíamos ter trabalhado mais em equipe! – Dariu senta ao lado de Myriam.

– Eu quase machuquei meu braço destruindo aquelas coisas – disse Myriam apertando os pulsos.

– Foi molezinha – disse Nyahmaru sorrindo.

– Porque você tem força. Preciso aprimorar esse meu ponto fraco. – Diz Myriam enquanto apoia a cabeça no ombro de Dariu.

– Acho que preciso desenvolver tudo. Quero ser a melhor, ainda melhor que aquela Blaeyr, dizem que fora o Dariu ela foi a melhor de todas nesse treino – disse Claire.

– Doidera! Estou afim de dar em cima dela. Ela é muito gata – disse Nyahmaru com as bochechas vermelhas enquanto olhava para ela. Com sua pela clara e com longo cabelo negro, seus olhos azuis Blaeyr ganhavam destaque dentre os membros de sua equipe.

– Vai levar um fora e eu vou rir muito – disse Carlos comendo um pedaço de pão.

– Gostei muito de trabalhar com vocês, parabéns pessoal! – disse Akemi para todos de seu grupo.

– Nossa a antissocial agora virou gente – provocou Cayke.

– Cayke, por favor! Você deveria fazer o mesmo – penalizou Kimberly.

– Eu queria agradecer a você Cayke, porque se não fosse sua incrível audição, teríamos nos perdido na floresta.

– Acho que não precisa agradecer, apenas fiz o que deveria ser feito.

– A nossa equipe não foi a melhor de todas, mas sinto que finalmente vou conseguir usar um DMT hoje – disse Emme sorrindo.

– Estou morrendo de fome – disse Acros comendo de maneira rápida a comida – Usar DMT acabou com minhas energias.

– Acros até que tu é um cara legal – disse Emme.

– Só tem que aprender a ser um – foi a primeira vez que Cayke riu – Desculpa, mas preferia colocar mais uma mulher no grupo e mostrar que não somos o sexo frágil.

– Disse tudo – Kimberly apertou a mão da companheira – No próximo nos empenharemos melhor.

– Nós fomos os primeiros a chegar, belo trabalho equipe – parabenizou Adam com o copo de bebida – Seremos soldados excepcionais.

– Com certeza! – disse Hui batendo com os copos.

– Vocês apenas precisam melhorar em algumas áreas. Mas para um primeiro treinamento vocês estão ótimos – disse Blaeyr.

– Como você é tão boa Blaeyr? – perguntou Yumi.

– Meu pai me treinou antes de vir para cá. Já sou recruta a uns anos. Estou a mais tempo que vocês.

– Porque? Foi negada quando se alistou? – perguntou Murillo.

– Não, apenas achei que não estava preparada e precisava de mais treinamento. A base abriu uma exceção para mim – explicou.

– Bom, nosso grupo com certeza é o melhor e mais inteligente – disse Murillo sorrindo – Seremos os primeiros colocados com toda a certeza.

– Pelo menos temos que sair primeiro que o grupo daquele garoto de fora das muralhas, se ele não tive-se voltado nos não seriamos os primeiros – disse Adam com desprezo.

– Eu ainda não entendi como é possível pessoas sobreviverem sem proteção e equipamento do lado de fora – disse Murillo pensativo.

– Não tenho certeza se ele é realmente uma má pessoa, mas é bem estranho ele conseguir sobreviver – comentou Yumi.

– Bom, os resultados da atividade sairão amanhã, vamos ver como fomos não é? – perguntou Hui sorrindo.

– Toda vez que olho para Dariu lembro da época que éramos crianças – disse Mayles tomando um gole de vinho – Acho que vivia bêbado quando era criança, porque não me lembro de quase nada da minha infância.

– Fomos levados a força para dentro da muralha e nunca mais vimos nossos pais – disse Tracey também bebendo – precisa lembrar de mais alguma coisa? Você é muito confuso – Tracey já estava bêbada.

– Queria poder lembrar do rosto de nossos pais. Você acredita que não me lembro de quem puxamos essa doença? Cabelos claros, perda parcial da visão de um olho – Mayles tirou a franja do olho direito, este que sempre permanecia fechado foi aberto. Era evidente a diferença de coloração – Ainda tenho uma parte da visão, mas não toda. Isso me dá dor de cabeça – disse fechando novamente os olhos.

– Também não lembro. Mas posso lhe garantir uma coisa. Nossa mãe era linda. Assim como eu.- Diz Tracey jogando sua franja para os lados.

– Não exagera caolha !- Sorrindo Mayles tapa seu olho com a franja novamente.

– Me respeite se não te dou uma surra moleque.- Tracey empurra seu irmão.

– Cadê sua pose de cabo agora? – brincou.

– Vou enfiar ela no seu… Me deixa quieta ok. - Tracey cruza os braços.

– Opa! Calma – disse rindo fugindo para longe da irmã. As conversas entre os recrutas foram praticamente as mesmas durante o jantar. Logo depois, todos foram dormir.