Way Side -Interativa escrita por Kiseki Akira, Destiny Trancy


Capítulo 4
"Bem" e "Mal"


Notas iniciais do capítulo

Olá... Perdão pela demora, pessoas... Estávamos descansando da semana de provas, rs.
Capítulo dedicado a explicações e outras coisinhas...
Boa leitura!



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–Estão vendo? –Perguntou a professora, apontando para a íris dos olhos de Myranda, que estavam num tom de prata, quase branco. Ela via que, com os olhos numa cor diferente, seu rosto todo tinha um aspecto estranho. Ela parecia algum tipo de anjo, um anjo de pele clara e cabelos negros. E olhos prateados.

O que é isso? –Perguntou Risuka, inclinando-se para frente com curiosidade a ponto de quase cair por cima da mesa.

–Esta é a “marca do bem”. Olhos prateados. –Concluiu a professora. –Agora... Daphne. Suba aqui, por gentileza.

É claro que a professora não precisara perguntar o nome da ruiva. Cindy riu baixinho, discretamente para que ninguém percebesse. Enquanto isso, Daphne desfilou até a frente da classe e parou de frente para eles, colocando uma mão na cintura.

–Faça o mesmo que Myranda. –E então ela se inclinou para perto da garota e sussurrou: – Com cuidado. Caso machuque alguém, terá problemas, e eu certamente também terei.

Daphne sorriu com presunção, querendo mostrar que tinha completo controle sobre seus poderes. Mas ninguém tinha. Nenhum daqueles alunos conhecia exatamente os limites de seus poderes e o quanto podiam ser perigosos.

A ruiva fechou os olhos e levantou as mãos, e na palma delas, surgiu uma pequena nuvem de névoa, que se dissipou rapidamente assim que a professora mandou que abrisse os olhos. A classe a encarou com surpresa, e Evelyn lhe passou o espelho que estava com Myranda.

Olhos dourados, de tom quase amarelo, como uma bela e cara joia. Ouro puro.

–Dourado. –Anunciou a professora. –A “marca do mal”.

Foi então que a maioria dos alunos se assustou. A possibilidade de saber quem eles eram; se eram bons ou maus, estar descrita em seus próprios olhos, os deixou no mínimo apreensivos. Antes que uma chuva de protestos caísse sobre a sala, a professora levantou os braços para que todos fizessem silêncio.

–Todas as pessoas são boas ou más, na maior parte do tempo. Mas ninguém... –Ela fez uma pausa. –E eu repito: Ninguém... –Acrescentou. –É completamente bom e nem completamente mau. Tudo o que é ruim tem seu lado bom, e tudo o que é bom tem sempre um lado ruim, mesmo que esteja oculto.

“A cor de seus olhos possui o tom para que seu coração tende a ir. Dourado é para as pessoas que, na maior parte do tempo, agem mal. Prateado, para os que agem bem. Mas às vezes, a diferença entre um e outro é tênue. A cor indica para onde pelo menos 55% de seu coração tende a ir. Não é só porque alguém tem olhos dourados, que essa pessoa é um ‘demônio’, entenderam?”

Os alunos assentiram ainda um pouco desconfiados. Daphne sorriu. Ela não parecia esperar algo diferente de si mesma. Myranda, por outro lado... Já imaginava outra coisa.

–Sentem-se, as duas. Obrigada pela participação. –Disse a Evelyn. Quando as duas garotas voltaram a se acomodar em suas respectivas mesas, a professora continuou com sua explicação: – Não quero discussões. Todos vocês são iguais. A cor dos olhos não significa absolutamente nada na Amethyst. Quero que sejam amigos acima de tudo. Entenderam?

–Sim... –A classe respondeu em couro.

–Muito bem. Agora irei explicar sobre outro tema... “polêmico”. –Disse ela, abrindo aspas com os dedos ao dizer a palavra. –Todos vocês possuem diferentes habilidades, cada uma mais perigosa que a outra. Caso seus poderes não sejam bem controlados, há chances de vocês porem em risco a segurança de pessoas próximas. Imagino que nenhum de vocês queira isso.

A maioria da classe assentiu.

–Bom, meu trabalho não é ajudá-los com isso, mas fiquei encarregada de lhes explicar algumas coisas básicas sobre os bruxos. –Ela sorriu com gentileza. –Todos vocês são criaturas extremamente perigosas. Alguns já devem ter percebido isso.

A maioria dos alunos ficou numa espécie de silêncio nervoso.

–Mas... Existem criaturas mágicas, dois tipos de bruxos... Que são os mais poderosos e mais perigosos. Chamamos seu tipo de magia de “Magias Raras”. Estas magias são: a magia das Trevas e a magia da Luz.

Um silêncio tenso se instalou pela sala.

–É engraçado. Temos nesta classe dois usuários de magia da Luz. –Ela observou em volta. –Mas nenhum deles se encontra aqui. E, coincidentemente, temos também nesta sala, duas usuárias de magia das Trevas.

–Quem? –Risuka pensou alto, olhando em volta a procura de alguém que se encaixasse no perfil de “bruxo das Trevas”. Coraline começou a fazer o mesmo. Neste momento, duas pessoas em especial se retraíram quase imperceptivelmente.

–Vocês não irão encontrar somente olhando. Uma bruxa das Trevas pode muito bem ter olhos prateados, assim como um bruxo da Luz pode ter olhos dourados. São apenas magias poderosas, que não dizem nada sobre seus donos. –Explicou Evelyn.

Poxa...

Evelyn sorriu.

–Bom, agora que já lhes expliquei o “básico do básico”... Vamos começar o preparo das poções! –Anunciou ela, pegando um livro grosso e o estendendo acima da cabeça, e o clima da sala de aula começou a se tornar menos tenso.

(...)

Quando os primeiros horários acabaram e o intervalo começou, alguns dos alunos se dirigiram de volta para seus quartos, enquanto outros se mantiveram na sala de aula. Coraline estava deitada de forma tranquila com os pés apoiados em cima da mesa, Risuka e Myranda conversavam em voz baixa, Cindy rabiscava algo em um caderno, e os dois garotos de pele escura estavam sentados um ao lado do outro, se encarando com desconfiança.

–Tá olhando o quê? –Perguntou o moreno mais alto, de cabelos castanhos escuros e olhos cor marrom-madeira.

–Você é que tá me olhando. –Respondeu o de cabelos brancos, encarando-o de olhos semicerrados.

–Você é doido? Está me encarando com essa cara de retardado e ainda diz que sou eu? –Ele se irritou um pouco, mas tentou se conter para não acabar gritando.

–Eu não tenho cara de retardado!

–Se você diz...

–Paz e amor, crianças. –Coraline se meteu entre eles, sentando-se de lado na mesa do garoto de cabelos brancos como se fossem amigos de infância, o que não era o caso. Nenhum deles já tinha visto ela na vida.

–...Eu te conheço? –Perguntou ele, nervoso sob o olhar afiado da garota.

–Não. Eu sou Coraline Williams. –Apresentou-se. –E vocês são...?

–Tsuimi Tsuikuyomi... –Disse o de cabelos brancos.

–Que tipo de nome é esse? –Ela riu.

–Nome japonês...? –Ele disse em forma de resposta, mas que acabou saindo em tom de pergunta. Coraline olhou para o outro garoto.

–E você?

–Kenai Stark. –Ele respondeu.

–Tá legal... Que tal nós darmos uma volta lá fora?

Os dois garotos ergueram as sobrancelhas ao mesmo tempo, levando-a a cair na gargalhada.

–Sem pensamentos maliciosos, por favor, crianças. –Disse ela, entre os risos.

–Essa aí bateu a cabeça em algum lugar... –Comentou Tsuimi.

–Você acha? –Kenai ironizou.

(...)

Mais tarde, quando o sinal estava prestes a bater para anunciar o recomeço das aulas, mais três alunos entraram na sala. Coraline estava sentada entre Kenai e Tsuimi de forma a tentar evitar que eles discutissem, mas virou a cabeça para encarar as pessoas que entraram assim que escutou o som da porta abrindo.

Uma garota, dois garotos, os três estranhamente parecidos entre si. A garota era uma incrível combinação angelical de cabelos longos e dourados e olhos cor de mel. Sua presença era tranquilizadora e parecia ser uma pessoa gentil, extremamente diferente do garoto que entrou ao seu lado.

Ele tinha cabelos louros quase brancos, um pouco mais compridos do que deveriam, de forma que sua franja cobrisse um pouco o olho esquerdo. Seus olhos eram afiados e de um tom quase transparente de azul. Tinha um piercing de argola preto no canto direito do lábio inferior.

O último garoto podia ser facilmente descrito como alguém adorável. Tinha olhos azuis, cabelos louros e bagunçados, e media aproximadamente 1,77. Vestia jeans e uma camisa branca simples, coberta por um sobretudo curto.

Quando Coraline pôs os olhos nele, simplesmente decidiu que queria conhecê-lo, como fizera com Kenai e Tsuimi. Era assim que as coisas funcionavam para ela.

–Isso é hora de chegar? –Perguntou ela aos três ao mesmo tempo, sorrido de canto.

Mas antes que algum deles pudesse responder, todos escutam um estrondo vindo do lado de fora da sala e viram-se abruptamente para lá. A garota corre e abre a porta para checar o que havia acontecido, e todos –menos Cindy e o garoto do piercing– foram lá para ver também.

Havia um garoto de boné jogado no chão, seus olhos dourados brilhando com uma intensidade assustadora. Ele havia se chocado contra a porta da sala e quase a tinha quebrado.

–Ei, o que você está...? –Risuka ia perguntando, quando o garoto de boné correu em direção a alguém. No instante seguinte, ele foi jogando de volta ao chão.

–Que fracote... –Comentou a pessoa que o havia jogado no chão. O garoto de cabelos prateados e jaqueta da Prússia, que estava de braços cruzados numa pose arrogante. Seus olhos, agora dourados transmitiam puro desinteresse.

–Vocês ficaram malucos?! –A garota de cabelos dourados interviu, ficando entre os dois garotos de forma a tentar evitar que brigassem.

–Saia da frente! Foi ele quem pediu por isso! –O garoto de boné berrou, e então levantou as duas mãos para cima, e nelas um clarão se formou. Logo eles puderam ver uma bola elétrica formada ali, uma esfera de raios que chiavam em suas mãos. E ele estava prestes a atirá-la no garoto da Prússia.

Foi então que Coraline interviu, metendo-se na frente dele e olhando-o nos olhos. Aquele simples gesto determinou que ele já não tinha mais poder algum sobre si mesmo, pois os olhos da garota estavam prateados e sua magia estava em uso. Ele estava sob seu controle, agora.

–Não fique tão exaltado, criança. –Brincou ela, e num gesto involuntário, a esfera elétrica se desmaterializou. Seus olhos voltaram à cor normal, e o garoto de boné olhou de um lado para outro, confuso.

Foi então que Evelyn apareceu no canto do corredor com cara de poucos amigos, e mesmo com aquele enorme vestido gótico cheio de folhos, ela marchou até eles. Quando ficou próxima o suficiente deles, apontou acusadoramente para o garoto de boné e o de uniforme da Prússia.

–Vocês estão muito encrencados. –Sibilou.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
)o) Reviews são bem vindos, rs.