Phoebe quase morreu de vergonha naquela tarde. Por que Alicia e suas amigas a odiavam tanto?

Tudo aconteceu ao final da última aula. Phoebe, que sempre fora anti-social, para piorar, era aluna nova na Academia Fallier. Ela saiu da sala e foi até seu armário para guardar o material escolar, e quando o abriu, PUFT! Um sapo pulou em seu pescoço.

A garota não tinha medo ou nojo de sapos, porém se assustou mesmo assim. Alicia podia ser uma menina maldosa, mas não era boba. Chamou todo o Ensino Fundamental II para assistir ao susto de Phoebe.

Um menino grandalhão pôs a mão no bolso, tirou um ovo e jogou na pobre menina, que estava em choque, tanto pelo susto tanto pela enorme quantidade de pessoas. Logo, o bando do garoto sacou ovos também e imitaram o líder.

Quando os grandalhões acabaram o serviço, o grupo logo se dispersou.

“Ótimo. Comecei bem o primeiro dia.” Ao pensar isso, saiu do prédio escolar e foi para o jardim.

Sentou-se na beirada da fonte, e mirou seu reflexo. Com as mãos em concha, pegou um pouquinho de água e lavou o rosto.

O barulho da fonte abafou o som dos passos do garoto que se aproximava.

O barulho da fonte também abafou o som dos pequenos soluços de Phoebe, que ainda mirava seus cabelos castanhos quase loiros empapados de ovo.

— O que a Alicia fez não foi legal. — A garota tomou um pequeno susto, batatinhas quando comparado ao susto do sapo. Ela se virou, enxugando as lágrimas na medida do possível, e encarou o garoto. Ele parecia um duende latino, com orelhas pontudas, pele um pouco morena e cabelos castanhos bagunçados.

— Quem é você? — Phoebe indagou. Ele era de sua classe, porém ela não se lembrava do nome dele.

— Leo Valdez. Você é Phoebe Waters, né? — Ela assentiu.

— Você consegue fazer uma garota nova na escola que levou ovada no primeiro dia rir, Leo Valdez?

— Claro, garota linda. — Phoebe sorriu.

Depois de Leo imitar a Sra. Perlinese tendo um ataque de loucura (com sotaque francês!) e arrancar de Phoebe algumas gargalhadas, eles concluíram que era melhor ela se lavar antes da Aula de Orientação.

Phoebe foi até o prédio dos dormitórios e tomou banho rapidamente. O quarto dela tinha 25 beliches, e obviamente ela ocupava o vigésimo quinto sozinha. Pôs o uniforme limpo: camisa branca, saia plissada azul e tênis preto.

Encontrou Leo no jardim, e eles seguiram para a Aula de Orientação juntos, ele fazendo-a rir o caminho inteiro.

“Este garoto deveria ser comediante”, ela pensou.

— Conte-me mais sobre seus pais — Phoebe disse.

—Érrr...bem, meu pai me abandonou quando eu era pequeno e minha mãe morreu em um incêndio....

—Que coisa terrível! Sinto muito... — Ela sentia mesmo, pois sabia como era isso — Minha mãe me abandonou quando eu tinha 2 anos, e meu pai não dá bola para mim...

— Somos crianças abandonadas, crianças ignoradas....­— Leo cantarolou, com voz de Bob Esponja.

— Bem, criança abandonada, se quiser chegar na hora na Aula de Orientação, devemos correr!