Flower of science escrita por Berry Baker


Capítulo 21
Tramando a ruina


Notas iniciais do capítulo

HIIII PEOPLES!!! como é que vai as ferias de vocês? bem,aqui mais um capitulo pra vocês,não esqueçam de comentarem,deixa uma pessoa feliz o resto do dia :D, Beijos na bunda ;D



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POV´S MÔNICA:

Tento abrir meus olhos,as minhas pálpebras pesavam como nunca.Havia um nó na minha garganta e com certeza tentar falar seria em vão.Meu corpo mais parecia uma saco de água quente,gelatinoso,pesado e febril.

Meus músculos estavam contraídos fazendo com que eu sentisse dores horriveis.Sem perceber estava apertando os olhos com força,até sentir um toque leve em minha bochecha.

Abro os olhos de vez,vejo um rosto próximo e embaçado,depois de poucos segundos ele foca em minha visão.Cebola:

–Hey!-cumprimenta sorridente ao me ver.-Finalmente acordou,eu estava preocupado,alias...todos estavam.

Sua voz ainda soava meio distante como um eco vindo de uma sala vazia,mas logo consigo ouvi-la com clareza:

–Cebola.-o comprimento com uma voz fraca porém glacial,não conseguia esquecer o que ele tinha feito.

Ele sorri melancolicamente como se soubesse que minha reação seria aquela,e eu odiava isso.Seus olhos pareciam exaustos e tristes,ainda que tivessem uma pontada de esperança brilhando lá dentro:

–Olha...não quero brigar ok?-diz com um tom calmo e conciliador,sua mãos ainda alisava suavemente meu rosto.

O olho com raiva e seguro seu pulso para que parasse de fazer aquilo,eu não queria suas caricias,ou...queria? O olho o mais duramente possível:

–Precisamos conversar.-minha voz falha ainda fraca demais.-Eu ouvi sobre você ser...ser...o pai do Luke.

Ele arregala os olhos realmente surpreso e tenso,realmente não esperava por isso,faz-se um silencio que é acompanhado apenas pelos barulhos das maquinas medicas ao nosso lado.Ele abaixa o olhar depois de um tempo e quase no mesmo instante me fita novamente,parecia perdido.Suspira:

–É,precisamos conversar.

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POV´S AUTORA:

–CHEFIA! Como é que vai a vida?

–Cala a boca Alec.-Samuel responde com um rugido frustrado.

Estava segurando as grades pensativamente,como se com isso,pudesse quebra-las de alguma forma.Alec estava sentado no fino colchão do presídio e nem sequer recebia o olhar do chefe,Mark parecia chocado e medroso ao lado do ruivo no colchão rasgado:

–E agora tio?-pergunta Mark temendo o seu futuro ali,tinha dezoito anos,era maior de idade e podia ser preso,mas isso ainda o assustava.

Samuel o olha pela primeira vez desde que chegaram no presídio,seus olhos estavam gelados e seu rosto impassível e sombrio como sempre:

–Agora serei transferido para os EUA,é meu pais,não podem me prender aqui.-diz com uma pitada de ódio contido na voz.-Estamos fodidos,entenda isso garoto.

Mark se encolheu com medo da sua vida daqui para frente,não podia voltar para os EUA,sabia que lá o presídio era mais rigoroso.Sua nacionalidade sempre foi americana,sua mãe e ele nasceram lá,até que ela morreu e Marise o adotou e vinheram para o Brasil.

Marise...sempre havia gostado dela,mas quando encontrou o tio um ano atrás e foi denuncia-lo para a tia...Samuel tinha uma proposta a fazer,dinheiro,muito dinheiro,e era isso que importava.Só queria pegar a grana e fugir para longe do assassino da sua mãe.

Mas talvez não tivesse valido a pena:

–E o senhor não tem nem uma ideiasinha na cabeça não?-Alce pergunta um pouco impaciente.

Samuel o olha,seus olhos piscam mordazes e cruéis como trovões em uma tempestade negra,ele tira um cigarro caro do bolso e começa a fumar,tinha conseguido fazer um acordo com o policial que se dividisse o cigarro estava tudo ok.Certamente seria demitido por isso:

–Claro que eu tenho.-diz afastando o cigarro e uma nuvem de fumaça sai estilosamente da sua boca ao falar,dando-lhe um aspecto sombrio.-Escutem.-fala baixo e reservadamente,os dois se inclinam para ouvir.-Tenho uma base principal perto de Las Vegas,lá existem muitos caras que trabalham para mim...todos barras pesadas,vão conseguir uma fuga,já fiz isso antes.

Alec sorri perversamente como se tivesse lembrado do fato,já Mark parecia confuso,nem sequer sabia sobre isso.Samuel sorri sem mostrar os dentes,um sorriso perverso que despertaria medo em qualquer um,seus olhos pareciam brilhar como uma chama contida no gelo,sua mente trabalhava a mil:

–Mas e a Irene?-Mark pergunta do nada,apenas por curiosidade.

Samuel solta mais fumaça de um jeito pensativo e sorri:

–Ah ela também.-sua mente parece vagar por pensamentos interessantes.-Não se arranja uma garota daquela idade tão esperta e eficiente...ainda mais tão boa de cama.Sim,vamos dar um jeito de resgata-la,não é de se desperdiçar.

Alec ri curtindo a conversa do chefe.Já a cabeça de Mark viajava nas lembranças de hoje de manhã quando sua tia o visitou.

“Como pôde Mark? Como pôde?” a voz da Marise ecoava pelo seu ouvido,” cuidei de você,te dei amor...amor Mark! Meu Deus...você sempre foi como meu filho,eu te amo tanto...” o choro da tia tortura seus ouvidos como acido,de alguma maneira aquilo o machucava,ela ainda sim o amava.”o que sua mãe pensaria de você agora?”.

Seu coração dói como nunca,mesmo se sua tia pagasse para que saísse da prisão nada adiantaria,estava sem direito a fiança,não poderia sair daqui,tinha que pagar pelo o que fez.

Samuel fala fazendo com que saísse de seus devaneios:

–Então...basta esperar,iremos fugir.-ele fala distante perdido em seus próprios pensamentos sem rumo.-E quando fugirmos...usarei outras tecnicas com a cobaia,já vimos que confronta-la diretamente não leva em nada,temos que fazer-la vir por vontade própria até nos.

Alec ri como se aquilo fosse um teoria impossível:

–Chefe...pode não ter convivido diariamente com aquela pirralha,mas acredite...ela é muito mais teimosa do que pensa,não será assim tão fácil.

Os olhos de Samuel brilham de um jeito sádico fazendo Mark ter arrepios na espinha:

–Ah eu sei, por isso mesmo que usarei as minhas melhores armas.A Mônica mal sabe,mas os sentimentos dela a levaram a ruína.-ele fala afastando o cigarro e soprando a fumaça misteriosamente.-Eu quero o namoradinho dela,o irmão,a família... e principalmente...o filho dela.

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POV´S MÔNICA:

Eu ouvia tudo silenciosamente,mas por dentro minha vontade era de gritar e chorar,meu peito parecia vazio como um buraco negro sugando todas as dores externas possíveis.O nó na minha garganta só faz aumentar,cada vez era mais difícil de ouvir e segurar as lágrimas presas ao mesmo tempo:

–E foi isso...acordei no outro dia e quando pensei no preservativo...imaginei que a Irene tivesse jogado fora,mas pelo visto não.-suspira exausto.-E pelo fato de descobrirmos que ela estava trabalhando para o Samuel...ela com certeza o entregou.

Fico um bom tempo estática com uma das mãos tapando minha boca,estava incrédula e com certeza em choque.Cebola abaixa o olhar sem saber se deveria ou não falar mais alguma coisa.Depois de um bom tempo consigo me manifestar:

–Então...o exame...deu positivo?-pergunto mais para mim mesma do que para ele.

–Sim.-ele responde cautelosamente.

Coloco as mãos no rosto tampando-o por completo, totalmente exasperada,balanço a cabeça negativamente tentando associar tudo,era muito para mim.E o pior era o quanto aquilo me machucava:

–Então...a parte que veio de você...-respiro fundo tirando as mãos do rosto,não conseguia olhar em seus olhos.-Veio de uma noite sua com a...irene.

Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto sem que eu a permitisse,limpo-a rapidamente,não queria ser fraca,não na frente dele.

Cebola aproxima sua mão do meu rosto mas recua sem saber se era o certo,seus olhos estavam cobertos de dor como os meus:

–Me desculpe Mônica,eu...eu imagino como deve estar se sentindo.

Fecho os olhos por um breve instante tentando controlas as lágrimas,foi em vão.Olho para ele sem conseguir esconder as magoas:

E agora? E agora Cebola?

Uma lagrima solitária rola por sua face ao me fitar,era claro que se sentia culpado pelo meu sofrimento:

–E agora...você escolhe Mônica.-diz com tristeza na voz.-Eu entendo se não quiser mais olhar na minha cara, se quiser não me ver mais...

–E o Luke?-pergunto sem pensar.

Os olhos dele escurecem de tristeza,Cebola fecha os olhos por alguns instantes e suspira:

–Olhe Mônica,eu quero te ajudar a cuidar dele,quero conhece-lo,quero ver-lo crescer.-ele abre os olhos e me fita com total angustia.-Mas não é como se tivéssemos feito sexo,porque não fizemos...você foi mãe e pai dessa criança durante todos os nove meses.Eu não posso chegar de repente e me comportar como um pai divorciado que vem ver o filho nos finais de semana.O que torna o Lucas o meu filho? Apenas a genética, eu nem sequer estava junto quando descobriu estar grávida,eu nem sequer me comportei como um pai,eu nem sequer...passei uma noite com você.-ele fala como se aquilo doesse profundamente em sua alma.-Então Mônica...eu acho que tem o total direito de dizer se me quer na vida dele ou não,porque no final das contar quando se tratou do Lucas você estava sozinha,quis cria-lo mesmo nem sabendo quem era o pai.

Desvio meu olhar para a janela,o dia estava ensolarado e cheio de expectativas.O Cebola por uma parte tinha razão,nem sequer passamos uma noite juntos,o Luke era fruto de uma inseminação artificial,durante todos os nove meses eu fui o pai e a mãe para ele,e o Cebola mal o tinha o acabado de o conhecer como filho.Mas mesmo assim...de um jeito ou de outro nossos sangues corriam na veias do Luke.Se ele havia participado apenas na genética ou não,não importava...ele era o pai,e não era justo afastar os dois.Mães e pais eram sempre necessários,para qualquer criança,não só na parte do “fazer”(que no nosso caso tinha sido realmente diferente) mas tambem na parte do “criar”.

Imagino minha vida sem minha mãe ou meu pai,não me conseguia imaginar sem nenhum dos dois,eu os amava incondicionalmente,cada um do mesmo jeito especial.Se o Cebola queria ficar junto do nosso filho...então assim seria:

–Cebola.-ele levanta o olhar banhado por lagrimas e cheios de expectativa.-Fico imaginando como seria minha vida sem meu pai ou minha mãe,e sei que os dois são importantes para mim, se você quiser ser o pai do Luke...-suspiro exausta.-Bem,o Luke tem todo o direito de ter os dois,é o direito dele.

Ele sorri entre as lágrimas radiante,era um sorriso mais que esperançoso.Seus olhos brilham como um farol:

–Ah Mônica...-ele suspira como se tivesse prendendo anos de angustia e finalmente tirado um enorme peso das costas.

Sem pensar ele se aproxima dos meus lábios,viro meu rosto surpresa o fazendo beijar minha bochecha,ele me fita confuso:

–Pode ficar perto do Luke porque é o pai,mas não de mim Cebola,não falei nada sobre nos dois.-digo com um olhar glacial,ainda que isso fizesse meu coração despedaçar cada vez mais.

Eles se afasta,arrependimento e magoa passam pelo seus olhos:

–-É-é claro.-diz como se tentasse convencer a si mesmo.

–Estou muito cansada.-digo claramente expulsando-o do quarto.

Ele me olha por alguns segundos como se encarasse um anel precioso que descia cada vez mais pelo ralo,fugindo...escapando de seu alcance,e que mais nada pudesse ser feito a não ser esperar por um milagre:

–E-eu,já vou indo.-ele levanta da cadeira.-O Adrian disse que passaria aqui mais tarde,pediu para que eu avisasse.

Concordo e no mesmo instante desvio meu olhar para a janela clara e fechada do quarto de hospital,desde ontem eu e o Luke tínhamos saído da UTI.Depois do que parece incontáveis minutos ouço a porta ser fechada delicadamente.

Sem aguentar mais prender aquele nó na garganta começo a chorar.Um choro pesado como de anos acumulados.

Os soluços sacodem meu corpo e as lagrimas descem quentes sobre minha face,eram salgadas,terrivelmente salgadas.

Meu peito doía como nunca antes, eu o odiava,o odiava por ter escondido a noite com a Irene de mim,o odiava por ter dormido com a garota que eu odeio,o odiava por ser pai do meu filho sendo que para isso ele dormiu com outra mulher.Mulher que tentou matar meu filho,tentou me matar.

Mas se o meu ódio por ele era grande...o contrario também era verdadeiro.Eu não queria,mas estava aqui dentro de mim...eu o amava.

E esse sentimento me levaria as ruínas algum dia,mais cedo...ou mais tarde.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar amores,
incentiva bastante,vocês não fazem ideia. Campanha faça a escritora feliz ;D,agarrem a causa.



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