Flower of science escrita por Berry Baker


Capítulo 15
Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Hiiiii peoples!! desculpe ter demorado um pouquinho para postar,é porque estava estudando para as recuperações :´c, mas aqui esta um novo capitulo e maior para vocês! :D beijos na bunda e não se esqueçam de comentar o que acharam ;D



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POV´S AUTORA:

Mônica olhava a paisagem tão familiar,era o bairro em que ela havia crescido.O campinho estava lá praticamente intocado,as flores pareciam brilhar a luz do sol,tudo ao seu redor lembrava os tempos que já se foram.Mônica sente seu coração esquentar só de ver cada cantinho do limoeiro,ela tinha passado por muitas coisas ali e já fazia meses que aquele lugar tinha deixado de ser sua rotina,mas jamais de ser sua casa,esse sim era o lugar que ela poderia chamar de lar:

–Estejam preparados.-Adrian estava concentrado em olhar para todos os cantos da rua.-Não sabemos onde eles estão.

Imaginar seus amigos correndo perigo fez com que seu estomago embrulhasse,ela sabia do que os caras do Samuel eram capazes de fazer.

Alice olha com cuidado as ruas através da janela da vã enquanto Mark dirige com cautela.Estava tudo muito silencioso...silencioso demais:

–SOCORROOO!!!!!-um grito faz com que eles virem rapidamente a tempo de verem o cascão correndo no fim da rua-BALAAAA!!!

–É MEU AMIGO!-Mônica diz aflita,a sua vontade era de sair da vã e resgata-lo,mas ela não podia por a vida do seu bebê em perigo.-AJUDE ELE ADRIAN,POR FAVOR!!

Adrian segura a arma contra o peito preparado para qualquer ataque,ele olha para Mark e faz um positivo com a cabeça:

–Acelere...agora eles vão comer bala.-diz e recarrega sua arma.

Mark parece hesitar por alguns instantes mas acelera o carro bruscamente fazendo os pneus cantarem violentamente contra o asfalto.Mônica estava sentada na traseira sem bancos da vã e seu coração parecia pular pela boca.

Cascão corria em desespero pela rua até que avista uma vã em alta velocidade vindo em sua direção.Ele corre mais que suas pernas podem aguentar,sabia que era um dos caras que estavam tentando matar a turma.

O carro o ultrapassa e com uma manobra altamente ariscada bloqueia sua passagem.Cascão sente seus olhos arderem imaginando sua morte,suas pernas fraquejam o fazendo cair de joelhos,ele soluça,não tinha mais jeito.

Mas uma voz familiar faz com que ele fique pasmo como papel,ele fita o carro boquiaberto e com os olhos arregalados,não podia ser...não podia ser a...:

–CASCÃO!!! SOU EU!! SOU EU!!-Mônica acena de dentro da vã com uma expressão desesperada no rosto.-ENTRE NO CARRO!!! AGORA!!!

Cascão permanece ajoelhado em estado de choque,ele não consegue emitir nenhum som,apenas a olha abismado e de queixo caído.Adrian bufa impaciente:

–Qual é a do seu amigo?,mande ele entrar ou vão atirar na nuca dele.

Mônica sente uma raiva subir pelo seu corpo como se precisasse daquilo para fazer o Cascão acordar,ela grita com toda a força:

–CASCÃOOO PORRAAAAA!! ENTRA LOGO NESSE CARRO OU VOU TE DAR UMA SURRA!!!-ela diz cerrando os punhos com fúria.

Cascão parece cambalear para trás como se tivesse levado um murro,mas acorda do choque e sem pensar duas vezes corre até a vã.Adrian abre a porta traseira puxando o garoto para dentro.Ele olha para a amiga e no mesmo minuto a abraça:

–MÔNICA!! VOCÊ ESTA VIVA!!!!-ele diz tremulo de medo,seu rosto estava branco como se acabasse de ver um fantasma.-O QUE ACONTECEU??

Mark acelera o carro novamente sem avisar e logo ouve-se o barulho de tiros:

–Droga!!-Adrian ouve a gritaria,Mônica percebe que vinha da padaria de seu Quinzão.

–MARK! ACELERE E VIRE ESQUERDA!!

Ele a obedece,mas todos se arrependem de terem feito isso na mesma hora.Na frente da padaria havia cinco carros prontos para atacar.

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POV´S MÔNICA:

–FILHOS DA P...-Adrian abre a janela e começa a atirar.-AH VÃO POR INFERNO!!!!

Cascão se abaixa e se encolhe ao meu lado,estava tremendo de medo.Olho para ele tentando passar tranquilidade,mas era impossível.EU não estava tranquila,definitivamente não:

–Eles são do bem Cas,vão salvar agente.-digo sentindo minhas mãos tremerem diante dos barulhos da troca de tiros.

Cascão só concorda com a cabeça enquanto seu corpo treme freneticamente todo encolhido,meu coração se aperta...eu estava ao lado do meu amigo que não via a meses,aquela expressão de medo era tão familiar:

–VAI ATIRAR NA SUA MÃE PALHAÇO.-meu irmão ri enquanto atira pela janela do carro em movimento.

Reviro os olhos e Cascão parece boquiaberto com o Adrian.”é eu sei,ele é bem assustador e estranho as vezes”.Alice que estava no banco da frente abre a janela e começa a atirar com seu revolver,ela tinha uma mira incrível:

–CUIDADO ADRIAN!!!-ela grita quando um cara mira em sua cabeça mas é mais rápida e consegue atirar antes.

Ouço uma gritaria de vozes familiares,levanto um pouco meu olhar pela janela e percebo que meus amigos estavam presos dentro do estabelecimento.Meus olhos ardem quando veem todos aqueles rostos familiares: Nimbus,Denise,Magali,Xaveco,Marina,Franja...estavam todos lá,e tudo que eu queria era abraça-los depois de meses.

Sou forçada a abaixar quando um dos caras atiram na janela,suspiro...essa foi por pouco:

–FIQUE ABAIXADA!!-Adrian me repreende e pela primeira vez percebo que esta tremulo de preocupação.

Cascão se agarra em mim como uma cobra tendo convulções:

–AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!-seu grito é tão agudo como de uma garotinha,faço uma careta quando meus ouvidos doem.

Meu irmão ri com a cena,ele não era o tipo de garoto que temia.Tento lutar para fazer com que o Cascão me solte,estava definitivamente com medo que a qualquer momento ele tivesse um piripaque.

Já livre de seus braços vejo Adrian parar de atirar,seu rosto estava surpreso como se tivesse sido pego desprevenido.Sinto preocupação na mesma hora.Alice e Mark pareciam pálidos.

Sem pensar duas vezes levanto meu olhar discretamente até a janela e na mesma hora a cor esvai por completo do meu rosto,um dos caras apontavam a arma para um refém,esse refém...era o Cebola.

Um desespero cortante toma todo meu corpo como um choque elétrico.Meu coração bate a mil por hora socando meu peito com ferocidade.Olho para Adrian mas ele continua a olhar para fora totalmente surpreso.Ele definitivamente não esperava por isso.

Com um surto de adrenalina levanto e pego o volante,Mark me olha surpreso:

–ACELEREEEE!!!!-grito com fúria e ele pisa fortemente no acelerador enquanto minhas mãos seguram o volante do carro.

–VOCÊ ESTA LOUCAAAA??-Adrian vem até mim e tenta me puxar,mas mesmo assim continuo segurando com toda força.

Eu não sabia que merda eu estava fazendo,só sei que era isso que eu tinha que fazer.

Viro o volante contra os carros do Samuel.O cara que segurava Cebola com força olha para a vã completamente pasmo e com os olhos arregalados enquanto nos aproximávamos ainda mais.

Mark entende minha intenção e pisa com tudo no acelerador fazendo o motor roncar com um leão feroz.Estavamos quase batendo estávamos quase...

De ultima hora o cara pula para fora do caminho e Mark pisa fortemente no freio.Antes que eu voe para frente Adrian me segura com toda a força.

Estou suada e com minha respiração ofegante,a adrenalina continuava a pulsar em minhas veias.

Sem pensar duas vezes tomo a arma das mãos de Adrian e obro a vã.Você pode me chamar de louca,mas eu sabia MUITO bem que isso não teria risco algum,eles não me matariam porque precisavam dos dados em minha cabeça e eu ia me aproveitar disso:

–MÔNICAAA!!! MÔNICA NÃO FAÇA ISSO!!!-meu irmão grita desarmado quando pulo para fora da vã estacionada.

Os caras de Samuel se aproximam mas os surpreendo quando aponto o revolver contra minha própria nuca,eles param onde estão pálidos como gelo.

Há um silencio torturante.Vejo de canto de olho Cebola levantar e quando me vê seu queixo cai praticamente até o chão,ouço murmúrios de dentro da padaria,era a turma e todos tinham me visto.

Cebola estava tão pálido e tão surpreso que mais parecia em estado de choque,mesmo que minha vontade fosse de correr para seus braços resisto:

–SE DEREM UM PASSO A FRENTE EU JURO QUE ATIRO.-Grito com toda determinação que me resta.

–Mônica...-Adrian sussura atrás de mim.

–Relaxa,eu sei o que estou fazendo.-respondo no mesmo tom e volto a olhar para os homens armados em minha frente.—EU SEI O QUE O SAMUEL QUER,ENTÃO É MELHOR VOCÊS IREM EMBORA OU SE NÃO NUNCA VÃO CONSEGUIR O QUE QUEREM.

Cebola permanece estático enquanto me fita fixamente como a turma,seu rosto parecia coberto de pânico e de uma surpresa gritante,como se tivesse visto algo de outro planeta.

Os caras se entreolham e entre eles vejo um homem sobressair daquele grupo,ele tira o capuz do casaco preto revelando seu rosto e quando me vê sorri de um jeito sádico e perverso,reconheço aquele cabelo ruivo na mesma hora:

–Alic.-digo expressando o nojo em minha voz.

–Cobaia.-ele fala com deboche.-Então é assim que pretende nos derrotar? Vou ser sincero...não acho que vai mesmo se matar considerando suas condições.-Alic olha para minha barriga e percebo que falava do meu filho.

–Quer testar?-falo desafiadoramente,é claro que eu não iria me matar,mas ele não precisava saber disso.

Puxo o gatilho da arma e sorrio de uma maneira vitoriosa.Adrian ainda estava atrás de mim de um jeito protetor,mas não ia adiantar...ele estava desarmado,não podia por sua vida em perigo:

–Volta para a vã-sussuro para que só ele escutasse.

–Não.-ele responde no mesmo tom mas posso perceber a indignação em sua voz.-Não vou deixar você aqui.

–Eu mandei voltar,seja racional,se você quer mesmo me salvar...então tem que estar vivo...confia em mim.-peço ainda olhando fixamente para Alic que parecia se divertir o bastante.

Ele resiste por um tempo mas recua um pouco até entrar na vã,percebo que pediu o revolver de Alice,meu irmão estava mesmo empenhado em me defender a qualquer custo:

–ALIC É MELHOR VOCÊ SAIR DAQUI OU EU ATIRO,NÃO ESTOU BRINCANDO! DEIXE MEUS AMIGOS EM PAZ!!!-atiro as palavras com meu rosto ardendo de ódio.

Alic ri com deboche e dá alguns passos em minha direção,recuo insegura quanto ao seu temor,ele sabia que eu não era capaz de atirar:

–Você tem algo muito importante para nos.

Adrian pula para fora da vã vendo que Alic não pretendia recuar e aponta seu revolver para ele,exatamente no mesmo momento ouço sirenes altíssimas de policia.Os homens de Samuel entram em pânico assim como Alic que muda sua expressão de divertimento para medo:

–MÃOS PARA O ALTO.-um dos policiais grita no alto falante,um circulo de carros policais cerca o local com manobras arriscadas.Meu queixo cai de surpresa,eu não esperava por isso.

Havia muitos policiais,todos apontam suas armas para os criminosos.Alic lança um olhar de ódio para mim:

–Você vai ver ratinha,vai ver...-ele diz pondo as mãos para o alto.

Apesar da ameaça uma onda de alivio faz meu corpo relaxar como nunca ,suspiro pesadamente sentindo algo bom,muito bom.

Os policiais agem rapidamente e algemam todos os homens que se rendem pondo suas armas no chão e se ajoelhando com as mãos na cabeça ,era uma cena libertadora.Sinto-me leve pela primeira vez a meses,como se finalmente tudo estivesse dando certo.

Adrian põe as mãos em meu ombro como se sentisse a paz que exalava de mim como um manta poderoso,fecho os olhos por alguns segundo e suspiro com uma enorme vontade de sorrir e de gritar:

–BORA!! ENTRA NO CARRO!!-os policias empurram os homens para as malas do carro.

Alic estava algemado e antes de ser empurrado para dentro do veiculo me lança um olhar ameaçador e cheio de promessas sombrias,logo em seguida a mala é fechada.

Finalmente acordo,era um sonho só podia ser.Viro e me deparo com a turma ainda estática de medo encurralada dentro da padaria:

–Eu volto já.-digo com uma felicidade plena para Adrian.

Ele sorri e na mesma hora corro para o outro lado da rua,meus pés guiados por um instinto tão forte quanto eu.

Meu coração bate como tambores cantando uma canção feliz cada vez que eu me aproximo.Magali é a primeira a me avistar e parece estar chorando,mas logo esse choro vira um largo sorriso em meio as lágrimas:

–MAGALI!!!!! GENTE!!!!!-grito com emoção.-ESTOU AQUI!!

Todos olham em minha direção e sorriem,outros parecem ficar pasmos ainda processando tudo que tinha acontecido.Magali corre em minha direção,as lágrimas derramam enquanto eu corro,abro os braços e no mesmo momento nos abraçamos:

–MÔNICA!!!-fala entre soluços.-AI MEU DEUS!!!

Aperto minha amiga o mais forte que posso ainda tendo cuidado por causa do bebê,ninguém parecia ter notado isso ainda,estavam chocados com tudo que havia acontecido:

–MAGAA!!!-digo e minha voz é uma mistura de tristeza e alegria.

Mas uma voz faz com que eu a solte,olho para trás e me deparo com uma cara completamente estática e pálida,era o Cebola:

–Mônica..-ele diz meu nome como se visse uma miragem e a qualquer momento ela pudesse desaparecer,seus olhos se arregalam quando finalmente sua ficha cai.-MÔNICA!!!!!!

Sem aviso prévio ele me abraça com desespero,suas mãos tremem freneticamente e os soluços ecoam pelo meu ouvido,arregalo os olhos surpresa,depois de tudo que ele tinha dito no jantar...depois de tudo...ele parecia tão desesperado em me ver.Ele parecia...desolado:

–CEBOLA!!!!-o abraço com força.

Dessa vez não me aguento e começo a soluçar.O seu cheiro me invade de um jeito mais do que familiar,seu abraço...sua pele...eu reconhecia e amava cada detalhe dele como a mim mesma.Seu rosto era tão comum quanto minha imagem no espelho.Ele era o que eu podia chamar de lar,e agora eu sabia...eu estava de volta em casa:

–AI MEU DEUS!!!.-ele diz com uma voz tremula enquanto segura meu rosto entre as mãos.-EU PENSEI QUE...PENSEI...

–Está tudo bem.-digo enquanto as lagrimas caem,cubro suas mãos em meu rosto com as minhas,seu toque era tão suave,mesmo depois de anos eu nunca esqueceria de como era.-Eu estou aqui,estou viva.

Ele torna a me abraçar como se sua vida dependesse disso,ambos choramos sem parar,eu não conseguia conter o nó preso em minha garganta.O meu coração se aperta em brasa em meu peito só de sentir novamente seu abraço,era como um escudo protetor que me fazia esquecer de tudo lá fora.Eu me sentia como estivesse descarregando todas minhas angustias de meses,todos os medos,todos os sufocos,todas as perdas em um único e pesado choro:

–ME DESCULPA POR TUDO.-ele diz ainda tremulo.-EU FUI...FUI...

–Não tem que se desculpar-digo sentindo as lágrimas quentes sobre minha face.-Só...fique ao meu lado e não me solte mais.

Cebola parece sorrir em felicidade plena,aquele momento parecia que nunca iria acabar,nosso abraço parecia durar para sempre e era tudo que eu queria,ele me olha com um ar determinado:

–Nunca.-responde e logo em seguida passa a mão em meu rosto com uma delicadeza que eu não lembrava mais que tinha.

Meus olhos brilham de comoção enquanto fitam os seus.Sem pensar duas vezes nos beijamos de uma jeito apaixonado,o beijo começa devagar e cheio de carinho e sentimentos até que começa a ficar cada vez mais rápido e voraz,nossas linguas se perdem uma na outra morrendo de saudade daquele gosto único,passo as mãos em seu cabelo espetado com aquele formato estranho mas ao mesmo tempo muito familiar.Tudo que eu queria era matar de vez essa saudade e expulsa-la de mim.na mesma hora ouço alguém fazer um “caham” atrás de mim,viro parando o beijo rapidamente e me deparo com o Adrian com os olhos levemente serrados:

–Então esse é o Cebola.-ele dá um leve sorrisinho.-Cabelo maneiro.

Cebola fita meu irmão confuso,dou um leve risinho,seria difícil de explicar toda a historia para ele:

–MÔNICA!!!-ouço algumas pessoas gritarem,era a Marina ,o Franja,Denise...

–GENTE!!!-corro até eles deixando o Cebola junto com o Adrian.

Todos me abraçam coletivamente,rio enquanto choro,eu realmente estava cheia de emoções conflitantes.

Os policiais chegam para interromper a festa.Um deles olha para mim e mexe em seu bigode:

–Mônica Souza,a garota que desapareceu.-ele dá um sorriso.-Bem,pelo visto seu caso está resolvido.

“E não é graças a vocês”penso e resisto a tentação de virar os olhos.Ele parecia ter um sorriso simpático e até mesmo aliviado:

–Acho que agora você vai ter que encontrar seus pais.

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POV´S AUTORA:

–Você não vai acreditar se eu contar.-o homem fala nervoso pelo telefone.-A garota deu uma de heroína e decidiu salvar os amigos,no meio da confusão a policia foi alertada pelos moradores que ouviram os tiros e levou todo mundo pro xadrez.Pelo visto a garota esta de volta a família.

A pessoa joga um objeto fortemente contra a parede,seu rosto queimava de ódio e raiva:

–Com a Mônica de volta vai ser impossível retirar os dados,tudo que fizemos foi para o ralo.-diz enquanto chuta fortemente a cama-Agora vão saber que falsificamos a morte dela e virão procurar os culpados.

O homem engole em engole em seco do outro lado da linha,ele não queria parar na cadeia:

–E o que sugere?-pergunta sem esconder o tom de aflição.

A pessoa sorri sombriamente no outro lado da linha e sua mente é tomada por um turbilhão de pensamentos perversos:

–O Samuel perdeu todos os seus homens...tenho certeza que se nos unirmos a ele daremos um belo de um grupo.E melhor...ficaremos todos bilhonários.

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Samuel estava sentado em seu longo sofá vermelho enquanto avaliava os enormes quadros romanos na parede.Ele se sentia seguro como nunca esteve,hoje ele iria conseguir a cobaia de volta e todo o seu dinheiro que tentava recuperar por anos.

E tinha mais,ele queria fazer a “019” sofrer muito mais com os métodos mais dolorosos possíveis.Um sorriso maligno surge no canto de sua boca enquanto seus olhos brilham como raios contidos entre nuvens negras.

Samuel ouve a porta clássica ser aberta e não vira para saber quem é,mas para sua surpresa quem fala não é o Alic:

–Samuel...Samuel...-uma voz enganosa como uma cascavel percorre a sala.-Pelo visto seus homens foram presos.

Ele levanta rapidamente e uma expressão muito rara de surpresa estampa o seu rosto:

–O que você disse??

A pessoa anda com graciosidade em sua direção com um olhar hipnotizante:

–A cobaia conseguiu...de novo.Agora você não tem quem faça o trabalho sujo e logo logo a policia irá interrogalos e viram atrás de você.Pelo visto você irá precisar de minha ajuda.

Samuel parece ficar indignado enquanto uma onda de desespero percorre seu corpo:

–E porque eu aceitaria sua proposta...Irene?

Ela sorri enquanto seus olhos lampejam:

–Porque...fui muito útil quando fiz todos acreditarem na morte da Mônica,mesmo que eu não tivesse trabalhando para você...mas tem que admitir que isso te ajudou mesmo indiretamente.

Samuel parece ficar pensativo como se considerasse sua proposta,ele não tinha mas nenhum homem,nem mesmo o Alic,e logo logo estaria sendo procurado,já a Irene estava fora de qualquer suspeitas da policia.Ele suspira derrotado diante do olhar ardente de sedução da jovem:

–E o que você quer em troca?

Irene sorri sombriamente e passa os dedos levemente em seus lábios pensativo:

–Talvez...uma parte do seu dinheiro.

Samuel engasga e a olha pasmo ao mesmo tempo que fica vermelho de raiva:

–Não vou dar nada a você.

Ela parece ficar impassível enquanto mexe em suas unhas com um olhar de divertimento:

–Ora vamos,não estou pedindo nada demais,podemos negociar,quero apenas dez milhões,isso não é nada para quem tem Bilhões,a escolha é sua.

Samuel mexe em seu queixo com desconfiança,mas decide aceitar a proposta:

–Você me ajuda a recuperar a cobaia e em troca te dou o que pediu.-ele estende a mão e a jovem a aperta com um largo sorriso.-Feito.

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POV´S MÔNICA:

Respiro fundo ao entrar no quintal de casa,estava tudo do mesmo jeito da ultima vez que estive aqui,mas...a grama parecia mais morta.Um lufa de ar quente e acolhedor sopra contra meu rosto me fazendo aspirar,sinto aquela sensação de ter voltado de uma longa viagem e finalmente chegar em casa.

O cheiro era muito familiar para mim fazendo meu coração apertar dolorosamente de saudades.Ao meu lado estava Adrian e Cebola,os dois insistiram em me acompanhar.

Dou um passo a frente e minhas mãos tremem sem coragem para tocar a campainha,em algum lugar atrás dessa porta estavam meus pais que eu não via a incríveis oito meses de sofrimento.Minha respiração fica irregular enquanto travo,por algum motivo eu tinha medo,essa vida tinha se tornado algo um pouco desconhecido,eu havia passado por tantas coisas que achava que estava sendo bom demais para ser verdade,tinha que ter algo ruim para estragar:

–Coragem.-Cebola diz pondo as mãos em meu ombro.

Suspiro tremula e finalmente toco a campainha,meus pais não tinham noção de que eu estava viva,grávida e com a aparência diferente como uma bad girl,muitas coisas haviam mudado e eu tinha medo da reação deles.

Ouço passos de lá de dentro e meu coração bate de um jeito esmagador dentro do meu peito,luto para conseguir respirar e sinto Adrian botar a mão no meu outro ombro,ele também estava nervoso,eu podia sentir isso,não se tratava apenas dos meus pais mas também dos pais que ele nunca conheceu.

Finalmente a porta é aberta fazendo meu coração dar um salto,lá estava minha mãe muito magra e com os olhos arregalados e cheio de olheiras.Na mesma hora que me vê ela dá um passo para trás completamente estática e boquiaberta como se tivesse levado um tapa.

Ela emite um ruído mortificada como se sua fé tivesse sido abalada:

–Filha??-pergunta com uma expressão de horror como se tivesse visto um fantasma.

–Mãe...-minha voz sai tão doce que meus olhos ardem ao vê-la depois de tanto tempo.

De repente sinto seus braços me envolverem com força e desespero de uma mãe:

–FILHA!!!-suas mãos estão tremulas e me abraçam fortemente e logo depois me analisam como se procurassem algum machucado ou ferimento.-FILHA!!!

Minha mãe segura meu rosto com suas mãos como se eu fosse um bebê,ela analisa cada canto com suas mãos gélidas e desesperadas:

–Mamãe,sou eu,estou bem,ta tudo bem.-digo tentando acalma-la mas era impossível.

Ela volta a me abraçar e dessa vez chora completamente desolada,retribuo o abraço enquanto as minhas lagrimas caem,eu reconhecia o toque maternal em qualquer lugar desse mundo,sinto no mesmo momento o calor acolhedor de seu corpo que só nossas mães e tem.

Adrian e Cebola parecem se emocionar ao verem a cena mas não falam nada para não nos interromper.Enterro a minha cabeça em seu ombro e por um minuto me sinto como uma criança ao seu lado.Ela continua a chorar pesadamente e seus braços me abraçam com força sem quererem me soltar de maneira alguma:

–Eu pensei que tinha perdido você.-ela diz entre soluços e volta a segurar meu rosto de um jeito observador.-Você está bem?machucaram você?onde você estava? O que aconteceu? Como voltou?

Abaixo meu olhar,infelizmente eu não poderia dizer que não me machucaram,porque foi o que mais fizeram comigo.Não quero preocupar ela agora então decido apenas responder...:

–Está tudo bem mãe,estou viva,estou aqui com você.-dou um leve sorrisinho melancólico.

–E quem é esse?-ela pergunta vendo Adrian atrás de mim.

Ele dá um passo para trás um pouco sem graça.Pego a mão dele e o trago para junto de mim,teria que ser agora:

–Esse é o Adrian mãe,meu irmão de sangue.

Na mesma hora que digo isso minha mãe fica pálida como nunca ficou,percebo que Cebola fica de queixo caído,ele também havia acabado de saber.Percebo a confusão se formar no rosto dos dois e decido esclarecer:

–Esse é o Lucas Gabriel Souza que você pensou que tinha morrido,mas na verdade ele foi sequestrado,é uma historia muito longa para contar agora.-digo enquanto sorrio para Adrian.

Minha mãe nos olha incrédula assim como o Cebola:

–L-Lucas..-ela parece surpresa mas antes que complete,ouço outra voz.

–FILHA???-era meu pai,sua aparência estava péssima e a barba estava para fazer a semanas.-MÔNICA??

Corro para dentro da casa e o abraço com força:

–Papai!!!

Ele me abraça de um jeito altamente protetor:

–QUERIDA VOCÊ ESTA VIVA!! ESTÁ VIVA!!! EU SÓ POSSO ESTAR SONHANDO.

–Não papai você não esta sonhando,eu estou aqui.-sorrio plenamente.

E foi ai que eu percebi...eu finalmente estava em casa.

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POV´S AUTORA:

Cebola estava tão feliz depois de ter saído da casa dos Souza que sorria o tempo inteiro,se fosse por ele sabia que não teria deixado a Mônica nem um minuto sequer,mas ele precisava dar a ela um tempo com a família depois de tanto tempo,e isso estava o matando por dentro.Mas ele sabia que agora simplesmente não precisaria esperar mais do que um dia para reeencontra-la novamente,a Mônica havia voltado e estava viva!!!

Ele estava reunido junto com toda a turma no campinho,todos pareciam igualmente felizes a ponto de soltar fogos:

–TEMOS QUE COMEMORAR!!!-diz Magali estérica.-DENISE E CARMEM ARRAZEM COM UMA FESTA DE BOAS VINDAS.

–Querida pode deixar! Eu AR-RA-SO,vou fazer uma festa tão top que vai fazer o Miley ter inveja.

Magali parece pular de alegria:

–Eu fico encarregada com a comida.

–Eu vou providenciar a decoração.-Carmem sorri.

–EU CONTRATO OS STRIPERS!!-diz Denise levantando as mãos empolgada.

–DENISE!!!-todos falam em coro.

–Ai gente só tava brincando,que issu!-ela faz uma careta emburrada.-mas até que não é uma má ideia.

Marina revira os olhos ainda rindo:

–Agente tem que caprichar pessoal,a Mônica está viva! É tudo o que importa,vamos dar uma festa inesquecível a ela.

Todos concordam com empolgação.

–Só eu notei que a Mônica ta diferente com um cabelo da hora e mó gata?-Toni diz claramente provocando o Cebola.

Mas ele parece nem ouvir enquanto fitava alegremente o bairro ensolarado ao seu redor,seu coração parece tão leve e macio como nunca antes.Cebola sabia que... a “dona da rua” estava de volta.E dessa vez...era para ficar.

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POV´S Mônica:

Alice estava sentada na minha cama enquanto Mark parecia analisar meu quarto com curiosidade.Adrian já parecia se sentir a vontade e estava jogado do outro lado da cama com os pés na maior folga.

Eu estava falando com a Marise pelo telefone,enquanto os outros me fitavam com curiosidade:

–Que ótimo que deu tudo certo Mônica.-Marise sorri do outro lado da linha.-Agora só basta você sair daí.

Engasgo:

–Como?? Mas Marise...encontrei minha família e meus amigos hoje,eu não posso sair daqui agora.-digo sentindo uma pontada de aflição.

Os garotos me fitam com expectativa.Marise continua a falar do outro lado da linha:

–Não estou dizendo para deixar todos Mônica,mas lembre-se...o Samuel ainda está solto e sabe onde lhe encontrar,seria ótimo se ao menos se mudasse de casa.

Passo a mão pelo meu cabelo me sentindo perdida:

–Com que dinheiro? Marise...meus pais não tem condições de...

–Mas você tem.-ela fala determinada do outro lado da linha,fico ainda mais confusa,do que ela estava falando? Eu sempre vivi de mesadas.-Eu descobri como acessar os dados da sua cabeça Mônica.

Dou um passo para trás completamente boquiaberta.Adrian me fita curioso,ele estava com o mesmo estilo dark de sempre com o cabelo preto e rebelde e roupas escuras:

–Mas Marise...esse dinheiro não é...

–Não é seu mas é do Samuel e meu também,esqueceu disso? O dinheiro que tem naquela conta foi o resultado de várias pesquisas NOSSAS.Então já que esse dinheiro também me pertence...quero que fique com uma parte assim como o Adrian,Alice e o Mark.

Olho para meu irmão com uma expressão totalmente surpresa,ele parece morder os lábios de curiosidade:

–Marise eu...não posso aceitar.

–Pode sim Mônica,o dinheiro é meu e faço o que eu quiser com ele.-ela fala com uma pitada de divertimento na voz.-Por isso que vou dar 150 milhões para cada um de vocês.

Me seguro rapidamente na cômoda sentindo meus pés fraquejarem,Alice,Mark e Adrian parecem altamente curiosos e cheios de expectativas para saber da conversa.Fico sem palavras por alguns instantes e tenho impressão que estou branca como uma folha de papel oficio.Pisco os olhos diversas vezes sem acreditar até que finalmente consigo me manifestar:

–Cento e cinquenta...MILHÕES? VOCÊ ESTA LOUCA?? MAS...MAS...

–Nada de mais Mônica,ouça...o Mark é o meu sobrinho,e você,o Adrian e a Alice também são como filhos para mim.Ambos foram vitimas diretas ou indiretas do Samuel,eu acho mais do que justo que fiquem com esse dinheiro e deem um destino melhor para ele,e eu sei que vão.-ela diz com uma voz generosa e doce.

–E você?-pergunto ainda me recuperando do choque.

–O que é que tem eu? -ela ri do outro lado da linha.-Querida eu vou ganhar o mesmo que vocês e depois finalmente vou abrir minha clinica,é tudo que eu quero.Então não se preocupe,eu quero dar esse presente a vocês e ponto final,eu ligo quando tudo estiver pronto para extrair os dados,o Samuel não vai botar as mãos nesse dinheiro se depender de mim.

Dito isso ela desliga o telefone sem esperar que eu responda ou me manifeste.Olho para a tela do celular e pensativa levo-o até o lábios mordendo de leve a extremidade enquanto penso nas palavras ditas pela Marise.Adrian faz um “caham” tentando chamar minha atenção.Os três olham para mim aflitos e curiosos:

–O que foi que ela disse?-Alice pergunta mordendo os lábios.

Ando de uma lado para o outro do quarto enquanto ainda mordo as extremidades do celular,finalmente paro e viro para eles.Meu rosto estava serio e centrado,me preparo para dar a bomba de uma vez:

–A Marise descobriu como ter acesso as senhas na minha cabeça.-dito isso todos arregalam os olhos surpresos e se inclinam para frente com expectativa.

–E ai? O que ela disse mais?-Mark pergunta com os olhos arregalados.

Olho nos olhos de Adrian e as palavras saem rapidamente da minha boca:

–Ela disse que...estamos milionários.


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Notas finais do capítulo

E ai pessoas? odiaram?amaram? deixe seus comentários! isso deixa uma criança MUITO feliz :D o que será que a Irene vai fazer? e o que será que vai acontecer daqui para frente? huhauhauhuahahuahuauhauah



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