Os Filhos do Olimpo escrita por Larissa Haguiô, Noah Rinns


Capítulo 13
The invaders attack me.




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LUCY

– Isso é tão estranho. – Disse Annie sentada na luxuosa poltrona enquanto fitava o nada.

– O que é estranho? – Perguntei um pouco confusa.

– De manhã eu descubro que passei vinte anos presa num lugar e não envelheci nada. Depois descubro que tenho um irmão e ainda descubro que tenho que viajar o país a procura de semideuses. E agora estamos aqui, na “humilde” casa de uma desconhecida.

– Annie, não está sendo mais fácil pra mim. – Aproximei-me da garota sentada na poltrona e me sentei no chão ao seu lado. – Há alguns dias eu estava na escola, fui atacada por um bando de aves carnívoras e praticamente sequestrada por jovens que não conhecia. Deixei meu pai, minha madrasta e meu meio-irmão para trás. Eles devem estar preocupados me procurando. Me sinto tão ingrata por deixar meu pai quando ele sempre me ajudou, me deu tudo o que eu precisava e sempre me apoiou. Sinto que traí sua confiança. E ainda sou obrigada a ouvir que sou uma heroína. Olhe pra mim, - disse levantando-me e indo na direção de um enorme espelho – eu sou só uma garota insignificante, com um cabelo estranho e um olho de cada cor. – Pelo espelho vi meu cabelo ficando cinza, sem vida e murcho. Como acontecia quando eu estava triste.

Ouvi o barulho de alguém batendo na porta e me virei, sem seguida a vi se abrir lentamente. A dona da casa entrou silenciosamente no quarto com uma pilha de roupas na mão, em seguida caminhou até a cama e a deixou lá.

– Desculpe, esperei que você terminasse de desabafar para entrar no quarto, mas acabei ouvindo a sua história enquanto estava lá fora. Só vim trazer roupas secas. – Disse, baixo e com uma voz meiga.

– Não tem problema. A casa é sua. Obrigada por nos deixar ficar. – Respondi.

– As vezes me sinto sozinha nessa casa enorme sem nenhum irmão ou amigo. – Ela pousou os olhos no meu rosto por alguns instantes e retornou a falar – Posso dar a minha opinião? Venha cá.

Ela se dirigiu até o espelho onde eu estava parada instantes antes, eu a segui e ela me colocou na frente do espelho. Levou as mãos até os meus cabelos e os arrumou.

– Sabe o que eu vejo quando olho pra você? – Perguntou.

Neguei com um aceno de cabeça e ela continuou:

– Vejo uma garota que acabou de se descobrir. Uma garota confusa que subestima as próprias capacidades pelo simples fato de ser um pouco diferente. Não sei seu nome, mas sei que você é uma pessoa especial e com um pouco de treinamento, será sim uma heroína incrível.

Por alguns segundos não acreditei no que estava ouvindo. Aquela garota que eu nem conhecia estava sendo extremamente bondosa comigo. Vi pelo espelho Annie se levantar e caminhar até nós, parou ao meu lado e disse:

– Ela tem razão, Lucy.

Aos poucos meus cabelos foram ganhando vida, tornando-se castanhos. A garota sorriu pra mim e estendeu os braços convidando-me para um abraço. Nos abraçamos e ela me afastou. Caminhou até a cama e pegou a pilha de roupas.

– Vistam. São minhas, mas podem ficar com elas. Tenho mais roupas do que o necessário. – Ela nos entregou as roupas e foi até a porta. – Vou deixa-las a sós agora, durmam bem. Espero vocês no café da manhã. – Fechou a porta e segundos depois tornou a abri-la. Enfiou a cabeça por uma fresta da porta e acrescentou: - A propósito, meu nome é Lara. – Depois tornou a sair.

Vesti-me com as roupas de Lara. Couberam perfeitamente e eram muito bonitas. Em seguida despedi-me de Annie e fomos nos deitar, dormimos imediatamente.

Na manhã seguinte, acordamos cedo, nos arrumamos e saímos do quarto. Uma empregada muito gentil nos guiou até o lugar onde eram feitas as refeições. Entramos e uma mesa enorme estava posta. Todos já estavam lá, Dianna, Lua, Adam, Alastor e Gump, além de Lara e dois homens que não reconheci.

– Dormiram bem? – Perguntou um deles.

– Sim, obrigada. – Respondeu Annie timidamente.

Nos aproximamos da mesa e o mordomo puxou nossas cadeiras para que pudéssemos nos sentar. Depois de no sentar, Lara começou a falar:

– Esses são meus pais. – Indicou os homens nas pontas da mesa – Contei a eles o que vocês são e concordamos em deixa-los ficar aqui por quanto tempo precisarem. – Lara olhou para o mordomo e continuou a falar – Por favor Robb, tire os empregados da sala. Preciso conversar com eles em particular.

Robb assentiu com a cabeça e todos os empregados presentes saíram pela porta.

– Você disse pais? – Perguntou Alastor ao meu lado.

– Sim.

– Então, eles são... gays? – Não acreditei no que estava ouvindo. Como ele poderia ser tão indiscreto? Dei um chute em sua perna por debaixo da mesa. – Ai, Lucy! Eu só não tinha entendido.

Os homens limitaram-se a rir junto a Lara. Em seguida um deles disse:

– Está tudo bem.

Todos riam e ninguém além de mim percebeu a entrada sorrateira de quatro homens no salão. Estavam vestidos como empregados, mas eu não havia visto eles ali antes.

– É... Lara. – Indiquei os homens com a cabeça.

– Pai, quem são eles? – Perguntou Lara.

– Não sei, minha filha. – O homem levantou-se e caminhou em direção aos novos empregados.

Depois disso tudo aconteceu muito rápido: o empregado mais alto aproximou-se do pai de Lara e agarrando-lhe pelo pescoço, o lançou longe. Lara gritou. Os homens começaram a crescer, dois deles tinham mais de dois metros e meio de altura e estavam três vezes mais musculosos.

– Lestrigões! – Gritou Adam.

Dianna subiu sobre a mesa e tirou sua faca presa no cinto. Desferia golpes no lestrigão mais próximo enquanto Adam tentava se defender de um outro com seu escudo.

– Pais! Saiam daqui! Vão para o porão! - Gritou Lara para os pais. – Vocês sigam-me, rápido!

Lara saiu correndo da sala enquanto desviava rapidamente dos objetos que os monstros atiravam. Annie, Gump, Connor e Lua foram atrás. Alastor, Adam e Dianna continuaram lutando.

– A Lara disse para irmos pra lá. – Gritei. Eu estava apavorada, não tinha uma arma e não sabia o que eram aquelas coisas.

Saí correndo da sala onde estávamos e senti um dos gigantes correr atrás de mim, ele pisava forte e o chão sob meus pés tremia. Comecei a correr mais rápido e quando dei por mim estava correndo mais rápido do que acha possível. Comecei a ficar cada vez mais confiante até que acabei tropeçando e caindo no chão.

Senti mãos me agarrarem quando comecei a me levantar. As enormes mãos me erguerem do chão e no segundo seguinte fui arremessada. Meu corpo se chocou contra a parede e tudo ficou escuro.


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