Capítulo 13

Depois de tanta luta, dor e sofrimento, eles decidiram descansar para poder prosseguir, e dois dias depois eles partiram. Sakura não mantinha tanto o sorriso nos lábios, dois demônios tinham morrido perto dela, e ela  sentia medo, medo de ser morta de uma forma cruel, morta sem ter chance de mostrar que ela não é como seu pai.

Eles caminharam por algumas horas em meio a um silêncio medonho, até avistarem uma cidade. Uma cidade linda cheia de plantas pela cidade, grande girassóis enfeitando as casas, foi bom terem entrado na cidade, Sakura deu um belo sorriso ao ver a beleza da cidade. Novamente Inuyasha foi obrigado a colocar o lenço de Kai em sua cabeça para que ninguém percebesse que ele é demônio por causa das orelhas de cachorro.

  Ao avistarem uma pensão  foram em direção a ela, foi a menor que encontram já que o dinheiro estava curto, o que eles queriam é poder descansar tomar um banho e dormir um pouco em uma cama de verdade.

         Kagome e Sakura ficaram juntas em um quarto, separadas de Inuyasha e Kai. Kai entrou no quarto e foi direto tomar um banho, ele estava muito cansado, e precisava muito de um banho para repor suas energias. Inuyasha se deitou na cama, ele sempre dormira nas florestas no chão frio, e aquela cama era tão quente e confortável, de repente ele se lembrou de Kagome e do beijo que os dois haviam trocado. “Está com raiva de mim por causa do beijo?” A pergunta dela ainda ecoava em sua mente. É claro que ele não estava com raiva. Naquele minuto ele sentiu-se imensamente feliz, como se fosse a pessoa mais feliz do mundo inteiro. Como queria poder provar daqueles lábios de novo! Mas ele estava determinado a evitar que isso acontecesse novamente. Kagome provavelmente estava confusa e por isso fizera aquilo, ele devia deixar as coisas bem claras para ela, eles apenas podiam ser amigos, o que já é muito considerando o que cada um é. Ele não podia permitir-se estragar a vida dela, de jeito nenhum, não a vida da única garota que havia o feito sentir-se capaz de amar. Amor. Ele não podia sentir esse tipo de coisa, afinal é apenas um demônio. “O difícil é convencer meu coração. Mas que droga! Por que eu tinha que estar pensando nesse tipo de coisa? Eu preciso ser mais forte pra enfrentar isso, preciso resistir a ela.” Inuyasha sacudiu a cabeça na esperança de que pudesse espantar aqueles pensamentos de sua mente, resolveu observar o quarto para poder tirar Kagome da cabeça, olhou então para  a mochila de Kai que estava sobre a cama, um cheiro agradável vinha dela, e ele se aproximou, cheirou, abriu devagar e encontrou um pequeno embrulhou contendo nele pedaços de um bolo, que fizeram Inuyasha sentir água na boca ao olhar para ele, era o bolo de maçã que a mãe de Kai havia lhe dado no começo da viagem, ele já estava um pouco velho, mas isso não tirou seu sabor e Inuyasha comeu com gosto um grande pedaço.

         A porta do banheiro se abriu e Kai saiu, ao ver Inuyasha mexendo em sua mochila Kai ficou furioso.

         _O que você pensa que está fazendo?

         _Eu senti um cheiro bom na sua mochila, e achei esse bolo, ele é muito bom.

         Kai tomou a mochila das mãos de Inuyasha e dela caíram duas fotos, Inuyasha observou a foto que caiu com a imagem para cima, era uma mulher, a mãe de Kai. Ao olhar para a foto Inuyasha sentiu que já tinha visto aquela mulher, mas não sabia onde, e nem quando, era como se ele a conhecesse há muito tempo, ela sorria na foto, e esse sorriso, parecia aquecer o coração de Inuyasha.

         Inuyasha se abaixou e pegou a foto nas mãos. Kai tomou a foto das mãos de Inuyasha.

         _Me devolve, é minha.

         _Quem é essa mulher?

         _Não lhe interessa.

         Kai observou, era sua mãe na foto, Kai deu um leve sorriso ao olhar para ela, ele sentia tanta falta da mãe, ele sentia que precisava dela ali do seu lado.

         Inuyasha pegou a outra foto que estava virada para baixo, havia um homem com um garoto nos braços, um garoto muito parecido com Kai.

         _É você na foto Kai?

         Kai tomou a foto das mãos de Inuyasha com um olhar de raiva, Kai olhou a foto e se viu nos braços do pai através da foto. Kai sentiu saudades do pai, ele sempre fora um bom pai, até a morte de Tenshi, Kai queria poder ver esse pai de volta, ele tentava impedir as lágrimas de caírem, mas era tão difícil, Kai deixou as fotos sobre a cama e saiu correndo para que Inuyasha não o visse chorar.

         _Kai!

         Kai correu sem um rumo certo, ver a foto do pai, não parecia ter lhe feito bem, Kai gostaria de poder voltar no tempo e impedir a morte de Tenshi, mas esse era um desejo impossível de realizar.

         As lembranças daquele dia trágico tomaram conta da mente de Kai.

Flasback

         O dia estava tão perfeito, o sol brilhava,a mãe de Kai aproveitava o sol para lavar suas roupas, Kai e Tenshi brincavam do lado do tanque com a bola, Kai chutava a bola para Tenshi que retornava o chute para ele, Kai abraçou a bola, correu para perto da mãe, abraçou suas pernas, e olhou para ela com os olhos de piedade.

         _Mãezinha posso blinca na floresta?

         _Não! –Ela olhou séria para Kai, e ela tinha razão de estar brava a floresta era um lugar perigoso, demônios tinham sido visto por lá  muitas vezes.

         Kai não pediu mais para ir a floresta ele apenas sentou do lado da mãe e ficou abraçado à bola.

         Tenshi correu para dentro de casa, ele tinha tantos deveres para fazer, iria aproveitar que Kai estava desanimado, e iria correr para casa de Kagome para fazerem os deveres juntos.Tenshi correu para junto da mãe.

         _Mãe eu vou à casa da Kagome, pra gente estudar.

         _É tão bom ver você estudando, ainda mais ao lado da Kagome, ela é uma ótima menina. Mas antes eu quero que fique de olho no Kai, eu vou buscar umas roupas dentro de casa.

_Tá bom mamãe.

Ela entrou, Tenshi sentou e foi arrumar seus cadernos dentro da mochila. Kai olhou para ele, sorriu e jogou a bola, que bateu na mochila derrubando-a no chão.

_Vamos blinca.

_Olha o que você fez Kai, derrubou minha mochila. Agora eu não posso brincar eu vou estudar.

Kai puxou o braço de Tenshi.

_Vamos.

_Não posso.

Kai saiu correndo e gritando.

_Você não me pega.

_Eu não vou brincar.

Tenshi se deixou levar pela brincadeira de Kai e saiu correndo atrás dele, a brincadeira estava tão divertida que eles nem perceberam que estavam se aproximando da  floresta, muito.Kai correu para dentro da floresta seguido por Tenshi.

_Para Kai, ai é perigoso.

Ao ouvir os gritos de Tenshi Kai parou de correr e se viu em um lugar diferente, estava escuro e Kai sentiu muito medo.

_Tenshi.

Tenshi correu para o lado de Kai.

_Temos que sair daqui a mamãe disse que aqui é muito perigoso.

Kai e Tenshi sentiram seus corações baterem acelerados, ao ouvir, um estranho rugido.

         Kai abraçou Tenshi.

         _O que é isso, eu tô com medo.

         _Vamos sair daqui depressa.

         Não deu nem para saírem do lugar e deram de cara com um olhar vermelho, Kai nem quis prestar atenção no que era, ele apenas viu que era um olhar vermelho e que as garras dele eram enormes.

Os dois gritaram juntos, Tenshi empurrou Kai para trás.

         _Corre.

Kai saiu correndo, Tenshi tentou correr, mas ao virar sentiu uma dor forte nas costas, era uma dor insuportável, ele apenas observou Kai correr.

         Como se estivesse acordando de um pesadelo, Kai sentiu sua respiração acelerada, era como se ele estivesse vendo o demônio na sua frente novamente, Kai sentou colocou a cabeça entre as pernas.

         _O que eu fiz, eu nunca deveria ter saído de perto de casa, eu sou um idiota.

         Kai tentava não chorar mas era quase impossível, desde que Tenshi morreu, Kai sempre tentara esconder as lágrimas, e agora estava perto de completar 11 anos da morte de Tenshi e parecia que a dor estava aumentando, Kai levantou a cabeça olhou para o céu.

         _Me perdoa Tenshi. –Kai respirou fundo, secou as lágrimas que tinham escorrido._Eu sou um completo idiota, eu só fiz besteira até agora, mas eu prometo que dessa vez eu vou acertar, prometo a você que os demônios vão sumir para sempre, eu sai de casa com um objetivo e eu vou cumprir, nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida.