Naquela noite de Haloween escrita por Boo


Capítulo 1
E ela corria.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy~



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– Haru?

Oh, Shizuku? - ouviu a voz do rapaz, fazendo seu coração acelerar. - O que foi?

– Eu queria saber se você irá à festa da noite de todos os santos comigo.

Hu? Você 'tá falando da festa de Haloween*, certo? Desculpa, não posso. Estou de saída com o Yuuzan, ele disse que precisamos ter alguma conversa séria. Sinto muito. Fica para a próxima?

– Ah... não, tudo bem. Só queria saber mesmo. A Natsume me chamou, então eu–

Isso, vá com ela! Eu realmente não posso conversar agora, podemos nos falar depois? - interrompeu-a, o tom impaciente.

– Hm, claro. Até.

A chamada foi desligada. Um suspiro de resignação escapou dos delicados lábios da jovem. Shizuku se admirou no espelho. Natsume a produzira especialmente para ele. E fora dispensada. O vestido de duas camadas era preto e azul, além do xale preto que cobria a parte superior, valendo-se de que estava um pouco frio. O cabelo em um penteado inusual em conjunto com a maquiagem faziam com que ficasse extremamente bonita, realçando sua beleza natural. E estava de salto alto! Salto alto apenas para que ele gostasse e...!

Fez um bico, frustrada, o que chamou a atenção de Natsume. A mesma estava ainda mais produzida que o normal, com uma meia calça rasgada que era parcialmente coberta pelo vestido de bruxa. A capa frouxa ao redor do pescoço e o chapéu pontudo lhe davam um ar mais fantasioso, o que pretendia.

– Mitty... o Haru-kun não pode ir, não é?

– Não. Mas não é como se eu fosse desistir de ir. Você teve todo esse trabalho por mim. - comentou, afastando a frustração. A amiga abriu um grande sorriso e abraçou-a forte.

Mou, você é tão fofa!

– N-Natsume, você está me sufocando. - informou, sem ar.

– Desculpe, desculpe. Você está linda, Mitty. - Sorriu, o que Mizutani correspondeu com um pequeno sorriso.

– Obrigada. Você também está muito bonita, ainda mais que o usual. Isso não é pelo Sasayan-kun, é?

– O-o que você está dizendo? N-n-não tem... não tem nada a ver! - enrubesceu.

Shizuku deu um um sorriso torto. “Francamente. Ela não é nada honesta.”, pensou. Pegou uma bolsa preta e foi com a outra até a porta, onde um menino estava encostado, olhando o céu. Parecia pensativo.

– Sasayan-kun? - Natsume chamou, encarando-o curiosa.

– Hu? Natsume? Caramba, vocês nem demoraram como eu pensei.

– É que a Mitty controlou o horário o tempo todo. - riu baixo. - Você esperou muito tempo?

Sasahara observou a jovem, com um sorriso de canto. Ela sentiu as maçãs da face arderem, cheia de vergonha.

– A Natsume está linda. - constatou, deixando a moça ainda mais envergonhada.

– Ela está, não é? Eu disse.

– Ah, foi mal, Mizutani! Nem te dei oi. - O rapaz passou a mão no cabelo, percebendo a gafe. A amiga fez uma pequena reverência.

– Como vai, Sasayan-kun?

– Legal e vocês?

Seguiram caminhando pela rua, o sol se pondo e trazendo uma linda coloração ao céu. A lua já podia ser vista. Era noite de lua cheia.

Chegando na festa, dada por Iyo – no mesmo local onde outrora acamparam –, todos foram cumprimentar os dois irmãos Yamaguchi. Shizuku sentiu-se observada, então olhou para o lado. Yamaken estava a lhe encarar, daquela sacada onde ele costumava ficar.

– Yamaken-kun. - sorriu. - Como vai? Obrigada por nos aceitar em sua casa. - ele desviou o olhar, corado.

– Mizutani. Vou bem e você? Agradeça a minha irmã idiota, foi dela a ideia de fazer uma grande festa e convidar todos os conhecidos.

– Vou bem, obrigada. Sobre o último exercício do cursinho–

– O Haru não veio?

Então era por isso que ele parecia tão pensativo. Queria saber sobre o Haru. Não estava pensando nela. Balançou a cabeça, no que é que estava pensando? Ele não tinha obrigação de prestar atenção nela, sendo que dera um fora nele. Fora o próprio Yamaguchi a sugerir que eles fossem amigos. E mais, agora estava totalmente sozinha. Tinha os amigos, mas... Haru não estava ali. A feição se fechou, surpreendendo o loiro.

– Ah, perdão. Vocês brigaram?

– Não, não! - negou, com vigor. - Ele apenas está resolvendo coisas da família.

– Coisas da família, han?

– Desculpe se não posso dar mais detalhes. - respondeu sem expressão. - Você sabe... ele não me conta nada. Ele não confia em mim.

– Mas você não se importa, não é? Confia nele cegamente e–

– Na verdade, eu estou farta disso! - gritou, com mágoa.

Iyo se aproximou assustada, assim como Natsume e Sasayan, que já estavam perto da amiga, sem prestar atenção na conversa. A loira, vestida com uma roupa preta curta, olhou-os com preocupação.

– Ara, vocês estão brigando? Que raro.

– N-não. - Shizuku virou o rosto, envergonhada.

– Mitty, está tudo bem? Seu feioso, o que você disse para ela?!

Sasahara encarou Yamaken, como se pudesse entender o que acabara de acontecer. Apenas deu de ombros e tocou no ombro de Asako.

– Natsu–

– Não houve, nada. - O envolvido comentou, com displicência.

– Nii-chan! Se você não pedir desculpas, o Haru-senpai vai acabar te batendo!

– Ele não está aqui, Iyo, não percebe? Não que seja da tua conta. Que seja, eu vou lá para dentro ler, é mais proveitoso.

– Ao menos apareça na hora da fogueira! - resmungou, ao ver os amigos do irmão fazendo chacota dela depois que o garoto deu as costas e seguiu para o quarto. - Tsc, ter um irmão mais velho é uma desgraça. Calem a boca, bando de idiotas.

– Iyo-chan, obrigada por defender a Mitty! Você é demais! - abraçou a loira.

O garoto bufou, recebendo um olhar divertido de compaixão por parte de Mizutani. A pergunta de Haru martelava em sua cabeça. “O que você viu nela?”, realmente, o que tinha visto? Talvez o sorriso? Talvez a bondade. Não importava. Ele gostava dela e era apenas disso que precisava. Sorriu, puxando a ruiva pela mão.

– Chega, chega, vamos comer uns doces.

– Ah! A-a m-m-mão...! - Ela gaguejou, totalmente tímida.

– Hm, quer que eu solte?

Natsume apenas olhou para baixo e cobriu os olhos com o chapéu. Ele afrouxou o aperto, já temendo a resposta, que veio em seguida:

– Não solte... Sasayan-kun. - sentiu o aperto ficar mais forte e a face queimar de vergonha, mas quem passasse poderia ver um sorriso bobo nos lábios de ambos.

– Eles são um casal muito apaixonado, não? Só faltam admitir. - riu-se (loira). - Apesar de o Sasahara-senpai não ser um dos mais bonitos da escola, eles formam um belo casal.

– Quem sabe.

–Shizuku-senpai, você e o Haru-senpai brigaram?

Silêncio. Shizuku apertou a alça da bolsa com força, irritada com a pergunta repetida. Deu as costas a garota e começou a andar, o olhar carregado de ira.

– Não acho que isso seja da tua conta, tendo eu brigado ou não com ele.

– Que fria. - resmungou.

Shizuku se afastou do local, caminhando sozinha, e acabou por encontrar Ooshima e Yuu enquanto andava. Logo as três resolveram ficar deitadas juntas, olhando para o céu durante um tempo, em silêncio.

– Shizuku-chan, o Yoshida não veio?

– Não, Yuu-chan. Por quê? - perguntou, já sem se importar. Não queria saber dele no momento.

– Eu queria mostrar uma foto do Tokita para ele.

– Ela quer provar que eles se amam. - Chizuru riu baixo. - E você está bem sem ele aqui, Mizutani-san?

Ela não respondeu. Como estava se sentindo? Não sabia. Fitou a lua com interesse. Ela estava linda. Logo algo fez uma comprida sombra sobre seu corpo e uma voz máscula se fez ouvida:

– É lógico que a Mizutani está bem, eu estou aqui por ela. - Yamaken respondeu, com a voz arrastada.

Mizutani levou um susto e sentiu o coração acelerar consideravelmente. Yamaken estava ali por ela. Corou. Yuu deu um sorriso sacana, percebendo o estado em que a amiga se encontrava. O loiro estendeu a mão para a amada levantar.

– Desculpe a intromissão. Minha irmã está chamando para a fogueira.

– O que é essa fogueira? - perguntou, aceitando a mão.

As outras duas levantaram. Só aí começaram a reparar na decoração: vassouras, aranhas falsas, fantasmas de lenço, estátuas de gatos pretos, teias de aranha espalhadas... tudo contribuía para o clima assustador. Alguns lampiões e a luz da lua iluminavam o local, mas a floresta permanecia escura, dando um ar tenebroso a área.

– É a roda de estórias de terror. - explicou, percebendo a jovem se arrepiar.

– Estórias de terror? Mesmo?

– Não me diga que tem medo?

– E-eu... - olhou para os pés.

Uma risada baixa saiu arranhando a garganta do rapaz e logo ela sentiu um braço rodear seus ombros de forma protetora, o que fez seu coração se acalmar. Sentia-se verdadeiramente acolhida e protegida.

– Vamos, eu te protejo.

E foram em silêncio, sendo seguidos pelo casal de amigas. Chegando na fogueira, sentaram-se. Mabo se aproximou do fogo, fazendo com que sombras se formassem em sua face, de forma sombria. Um risinho maligno escapou de seus lábios.

– Meus amigos, agora eu irei contar a estória mais assustadora que vocês já ouviram. Prontos?

– Ugh, por que vocês precisam contar essas coisas? - Natsume perguntou, se encolhendo. Sasayan riu.

– Não se preocupe, Natsume, qualquer coisa eu estou aqui. É só uma estórinha.

Mabo fez uma careta, obviamente frustrado pela perda da garota bonita. Sabia, mesmo no escuro, que ela estava corando. Riu mais uma vez, agora observando a inexpressividade de Mizutani.

– Hey, nerd, você é mesmo uma menina? Não tem medo dessas coisas?

– E se eu tiver? - respondeu, fria. - Não acho que você tenha que se importar com essas coisas, Mabo-kun.

– Calma. Foi só uma brincadeira. - franziu o cenho. - Por mais que esteja bem bonita hoje, você continua a mesma garota fria. - O garoto disse, torcendo o nariz em desgosto. - E isso foi um elogio, sua mal agradecida.

– Hm. Obrigada. Pode começar.

O loiro admirou a garota ao seu lado. Ela não se abalava com nada mesmo, não é? Não. Ela se abalava com as idiotices de Haru. Ela se abalava com suas ações, como sua declaração. Parece que apenas os dois tinham esse poder sobre ela. E isso o deixou mais confiante. Decidira desistir, mas nesses momentos, sua paixão gritava.

Assim, começou o conto.

~ [x] ~


 

Um grito.

Aquilo foi o que faltava para fazer Shizuku quase desmaiar de medo. O grito de uma das colegas de Iyo após a terrível estória só serviu para fazer a jovem quase cair desmaiada de tanto medo.

– Mizutani, você está bem? - Sasayan perguntou, vendo a amiga tremer.

– Eu...

– Tudo bem, Mitty, eu estou aqui! - Uma Natsume chorosa deu um abraço na garota, cheia de tremores.

Mabo gargalhou, vendo a expressão de medo das meninas. Percebeu que Ooshima apertava as mãos contra as pernas.

– Ooshima, você está com medo? Pode ficar do meu lado, se quiser. - ofereceu, com um sorriso doce – carregado de intenções. Yuu sorriu.

– Você está dando em cima da Chizuru, Mabo-kun?

– Ah, não, de jeito nenhum! - explicou-se, envergonhado, percebendo a tal corar. - De toda forma, agora é a vez do Ryuuji contar alguma coisa, ele conhece uns ótimos contos e– - Joujima o interrompeu.

– Ah, se não for pedir muito, eu queria contar uma.

– O Joji vai contar uma estória de terror? Cara, ele já me fez mijar nas calças. - Ryuuji falou, meio receoso.

Shizuku apenas agora despertara do choque e percebera que haveriam mais contos. Levantou-se subitamente, não querendo ouvir aquelas coisas horripilantes por nem mais um segundo.

– A estória começa assim...

Yamaken, que encontrava-se entretido com a estória, percebeu que a garota já não estava mais ao seu lado. Olhou ao redor. Nada. Onde diabos aquela garota fora? Estavam todos na fogueira.

– Asako, onde a Mizutani foi?

– Não sei, talvez ao banheiro. - respondeu, sem dar importância.

– Ela não disse nada. Será que ela está andando por aí?

– É melhor irmos procurá-la, Yamaguchi? - Sasahara questionou, curioso. - A Natsume fica aqui e–

– Não, não precisa deixar essa medrosa sozinha. Eu vou lá, qualquer coisa em mando uma mensagem para vocês. Anota teu número aí, Sasahara.

Dito e feito. Yamaguchi saiu para procurar a garota.

~ [x] ~


 

Olhou ao redor. Tudo escuro. Por que diabos tinha andado para a floresta?! Tudo bem, queria um lugar mais tranquilo, mas não fazia ideia de como sair dali agora.

– Vamos, Shizuku, fique calma. Não vai acontecer nada e–

Um estalo foi ouvido. Folhas esmagadas. Um arrastar. Os pelos de seu corpo se arrepiaram consideravelmente. O conto de Mabo se repetia em sua mente.


 


 

E ela corria.

Não tinha saída. Ela não enxergava a luz.

A neblina cercava a floresta escura

Passos foram ouvidos.

A garota ficou assustada.

Que barulhos seriam aqueles?

Uma abóbora flutuante se aproximou.

O coração da jovem acelerou.

Não, ela não era flutuante.

Havia alguém usando-a na cabeça.

Tinha certeza.

Podia ouvir a respiração da pessoa.

Sentiu medo.

Viu uma faca ser levantada.

E o pior: a faca estava suja.

De sangue.

O objeto pontiagudo avançou em sua direção.

E ela gritou.


 

Shizuku deu um grito estridente ao sentir uma mão em seu ombro. Sua respiração estava ofegante e ela sentiu que ia desmaiar.

– Hey! - Yamaken gritou, surpreendendo-a.

Virou-a para si. Pela face dela escorriam lágrimas de puro medo. Ele a abraçou com força, como se pudesse perdê-la ao soltá-la. Ela apenas correspondeu, ainda tremendo demais. Não sabia mais o que estava fazendo, só queria sentir a sensação de proteção que ele lhe proporcionava sempre. Queria o calor que emanava dele.

– Shh, eu estou aqui. Shizuku, não chore. Eu estou aqui, lembra? Eu já disse.

– Ya-Yamaken-kun... - apertou-o com mais força. - Eu fiquei assustada e–

– E não tinha ninguém para te proteger, não é? Está tudo bem agora, Shizuku.

Depois de alguns minutos, se separaram e seguiram andando em silêncio, em busca da saída. O problema? Estava escuro, apesar de usarem as luzes de seus respectivos celulares, Shizuku nunca entrara naquela área e não sabia que direção seguir e Kenji se perdia com mais facilidade do que uma criança.

Passaram por uma árvore com manchas esverdeadas, fazendo Shizuku bufar furiosamente, com um olhar cansado.

– O que foi, Mizutani?

Voltara a chamá-la pelo sobrenome e isso não passou despercebido.

– Já passamos por essa árvore duas vezes.

– Hm? Você tem memória fotográfica? - inquiriu.

– Sim, já sei quais caminhos não funcionam. O problema é que ainda tem muitas opções. E estamos perdidos.

– Não estamos perdidos. - negou, emburrado. Ela sorriu.

– Estamos, sim, Yamaken-kun. Não seja pouco honesto.

– Mas... - fez um bico.

Uma imensa vontade de beijar aqueles lábios se apossou dele. Uma vontade superior àquela de bagunçar os cabelos de Haru. Também quis bagunçar os fios loiros. E assim o fez. Era a segunda vez que mexia no cabelo do rapaz. E era uma sensação deliciosa. Ele enrubesceu.

– Shi– Mizutani...

– Pode me chamar de Shizuku. Não tem problema. - sorriu, rubra.

– Shizuku... eu gosto de você.

O rapaz tocou a face dela e se aproximou, lentamente. No momento em que as respirações se mesclaram, um golpe de consciência atingiu a jovem.

– E-eu estou com o Haru e–

– Eu já te falei. Eu combino mais com você.

– Yamaken-ku– - ele encarou-a com firmeza.

– Diga. Diga que não sente nada por mim. Diga que não quer nada comigo.

Silêncio. Ela não conseguia. E ele sabia o porquê. Ela murmurou um “não posso” baixinho. Logo completou com um “gosto... um pouco de você”. E os lábios foram selados.

Natsume e Sasahara ouviram as vozes dos dois e resolveram ir até eles. Sem saber o que acontecia, pularam por trás do casal, gritando:

– BOO!

O casal se separou assustado. Só após vê-los que entenderam a situação, sentindo a pele queimar.

– Desculpa, não queríamos atrapalhar. - Sasayan corou.

– Mitty, você não pode...! Isso é traição e–

– Não será traição se ela terminar com ele. - Yamaken abraçou a garota.

– Mas a Mitty ama o Haru-kun!

– Quem sabe...

Eles levaram um susto. Como assim, quem sabe? Ela não o amava mais? Talvez ela apenas estivesse sob efeito da mágica do Halloween. Talvez ela realmente estivesse apaixonada por Yamaken. Mas fosse o que fosse, naquela noite de Halloween... ela pertencia a ele.


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Notas finais do capítulo

*Noite de todos os santos em inglês é All Hallows' Evening e foi abreviado como Halloween, o atual nome popular.
~ [x] ~
Eu não gostei do final, foi menos do que eu esperava. E vocês, o que acharam?
Espero que tenham gostado. Reviews?
Feliz Dia das bruxas~
Kuro kissus,
Kuro Heart ♥.



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