New Perspective escrita por Jinx Vengeance


Capítulo 1
You come along because I love your face


Notas iniciais do capítulo

One-shot resultante de tanto ouvir Panic! At The Disco.
Enjoy
[Editada e revisada, 10/03/2014]



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New Perspective

Por J. Vengeance

Capítulo I: You come along because I love your face

Ele é um tremendo idiota, estúpido, grosseiro, convencido, ignorante, talvez até o pior ser humano da face da Terra. Bom, poderia ficar aqui o dia inteiro falando o quanto desprezível aquele ser é, mas tenho coisa melhor pra fazer.

Lembro-me de quando o conheci, um pequeno demônio.

Flashback On

A garotinha estava concentrada em seu desenho. Riscava aqui, retocava ali, queria que ficasse perfeito. Um único risco fora de lugar a fazia pegar a borracha e apagar a maior parte de sua arte. Estava quase terminando quando alguém esbarrou em seu braço e fez o lápis deslizar sobre a folha, fazendo uma torta linha negra. A garotinha se virou ao autor que desgraçou seu desenho e deu um sorriso irônico. O garoto era loiro, estampava um sorriso de escárnio e o que mais chamava a atenção em seu rosto era seu par de olhos azuis. Ela ficou observando o loiro até o mesmo se pronunciar.

–Oh, me desculpe. Não te vi ai – riu consigo mesmo.

A garota apenas se levantou, ainda com o sorriso irônico no rosto e ficou cara a cara com o garoto. Bom, ela tinha quinze centímetros a menos que o loiro então teve que inclinar a cabeça para encontrar seus olhos azuis.

– O que vai fazer, nanica?

Em resposta, a garota pisou em seu pé com toda a sua força e voltou a se sentar, pegou a borracha, apagou o desenho e o refez, ignorando o grito que o garoto dera e seu olhar mal encarado.

Flashback Off

Isso aconteceu quando eu tinha seis anos, dez longos anos atrás. Eu conhecia Cato a mais tempo que isso, o observava roubar o lanche das demais crianças, mas aquela foi a primeira vez em que falou comigo. Depois daquele dia, ele inferniza minha vida em forma de vingança. Bem patético.

As garotas babam por ele, beijam o chão que ele pisa. Admito que Cato é bonito, incrível como os olhos dele mudam de cor conforme o seu humor (não que eu repare, é claro). Na maioria das vezes seus olhos estão de uma tonalidade escura de azul, mas ora estava um azul como o céu, límpido, como se estivesse em paz consigo mesmo. Mas apesar disso tudo, não muda o fato de ele ser tão desprezível e arrogante.

O som do sinal tirou-me de meus devaneios. Peguei o material que estava na mesa e despejei na mochila o mais lentamente possível e, quando terminei o processo, percebi que era a única presente na sala.

Caminhei pelo corredor feito um zumbi até chegar ao meu armário, peguei alguns livros e devolvi outros e o fechei, fazendo um eco no corredor quase vazio. Wow, sou tão lerda assim?

Olhei meu horário e vi que seria aula de Sociologia. Bufei e decidi não assistir a esta aula e corri para a saída mais próxima. Incrível a facilidade de matar aula por aqui, nenhuma fiscalização. Andei um pouco até chegar a um pequeno bosque conservado atrás do colégio. Sentei-me logo abaixo de uma árvore qualquer, peguei meu Ipod e coloquei uma música aleatória e logo após peguei meu caderno de desenhos e um lápis. Encostei minhas costas no tronco da árvore e comecei a pensar no que desenhar, enquanto uma música qualquer tocava em meus fones. Comecei a rabiscar aqui e ali, quando estava no meio do desenho, algo bloqueou os raios de sol que banhavam a minha pele, causando uma sombra no papel.

Sempre que o vejo um sorriso irônico simplesmente brota em meus lábios. É automático. Bom, agora não foi diferente, a ironia se apossou de mim.

– Como vai ai embaixo, baixinha?

– Olá Cato, como está o seu pé?

– Muito engraçado – respondeu e logo se sentou ao meu lado.

Muito perto, era o que minha mente estava falando, como se estivesse me alertando de algum perigo. Sacudi levemente a cabeça. Estranhei o fato de ele estar tão quieto, mas ignorei e continuei a desenhar. Fiz alguns traços na folha enquanto cantava o refrão de uma música que agora não me recordo qual.

Can we fast-forward to go down on me?

(Nós podemos ir logo ao que interessa?)

Stop there and let me correct it

(Espere um pouco me deixe corrigir isto)

I wanna live a life from a new perspective

(Eu quero viver a vida de uma nova perspectiva)

You come along because I love your face

(Você veio junto porque eu amo seu rosto)

And I'll admire your expensive taste

(E eu irei admirar seu gosto refinado)

And who cares divine intervention

(E quem liga para intervenção divina)

I wanna be praised from a new perspective

(Eu quero ser elogiado de uma nova perspectiva)

But leaving now would be a good idea

(Mas partir agora seria uma boa ideia)

So catch me up on getting out of here

(Então me acompanhe para cair fora daqui)

Depois de um tempo, olhei para meu desenho que mostrava uma paisagem linda, nada que eu já tinha visto, mas muito surpreendente. Faltavam alguns detalhes, mas reconheço que sou talentosa.

– Venho aqui quando quero pensar – falou o loiro depois de longos minutos de paz e silêncio. Não fiz questão de responder.

Estava quase acabando minha obra de arte quando, propositalmente, Cato esbarra o braço em meu lápis, fazendo-me estragar o desenho e uma linha negra se formar na folha.

Você tem algum problema? – gritei

– Eu não, mas parece que alguém não consegue controlar a raiva – riu debochadamente – Sempre soube que as baixinhas eram invocadas.

Simplesmente joguei tudo dentro da mochila e me levantei bruscamente

– Você é insuportável! É impossível ficar no mesmo ambiente que você.

– Então vá embora, baixinha.

– Não sei por que você insiste em me chamar assim – resmunguei para mim mesma, mas tinha saído alto demais. Dei as costas para ele e sai andando. Pensei que ele responderia algo do tipo “Dã, você nunca se olhou no espelho ou o que?”, só que ele me surpreendeu, pegou meu braço e nos fez ficar cara a cara. É meio difícil ficar cara a cara com o Cato se você tem a minha altura, mas você entendeu. Meu olhar se encontrou com o dele. Perto demais, eu repetia em minha mente. Ah, aqueles malditos olhos... Estavam os mais claros possíveis; queria dizer que estava calmo.

– Me traz lembranças. Lembranças boas. É por isso.

Não sei por que, mas meu sorriso irônico não invadiu meu rosto.

– Como assim? – indaguei

– Me lembra de quando nos conhecemos. Te chamei assim na primeira vez que falei com você.

Fiquei um tanto atordoada, olhando fixamente pra ele, como se o mesmo fosse evaporar quando eu piscasse. E, pela primeira vez, dei um sorriso sincero a Cato.


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Notas finais do capítulo

É isso. Escrevi essa one já faz um tempo, mas precisamente no começo desse ano.Essa foi minha primeira fic Clato e da categoria 'Jogos Vorazes'. Se você chegou até aqui, não custa nada deixar um review.Beijos da Jinx :]