Cinza escrita por V M Gonsalez
O cinza pálido da manhã se mistura com o cinza fosco da calçada, com o cinza quente das roupas, com o cinza frio do ar de inverno. Trinta andam pela esquerda e trinta pela direita, são cinzas, mas não como as roupas, não como o céu sem Sol, são claros, são escuros, mas são todos cinzas. Seus olhos são azuis, são verdes, são castanhos, mas têm um brilho cinzento, a esperança dos desesperançados, que brilha com o ardor de uma luz fria, quase apagada.
Um, dois, três, seis, oito, doze, infinito. Infinito cinza da fábrica cinzenta, que continua a fabricar peças cinzentas, por pessoas cinzentas, para pessoas ainda mais cinzentas.
Em um parque há uma criança. Ela é vermelha, castanha, azul, veja que horror. Mas sem desespero, o cinza chega para todos, veja que maravilha é ser um “adulto”.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!