Nosso Sonho Não É Ilusão - Giane e Fabinho escrita por Anne Liack


Capítulo 2
Real


Notas iniciais do capítulo

Mais um shot que saiu num subito pensamento... Não ficou como eu queria, mas tava bem ansiosa pra postar, então...



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Nosso Sonho Não é Ilusão

Fabine.

Giane tinha acabado de sair do hospital. Depois do atentado contra sua vida nunca se sentiu tão... não frágil, mas exposta aos perigos, talvez com medo e porque não vulnerável? Não era de ferro, apesar de muitas vezes parecer. Mas o sentimento agonizante que sentiu naqueles segundos intermináveis dentro daquela van tinha sido realmente desesperador. Achou que morreria. Não acreditou quando viu Fabinho do lado de fora da van, falando com ela. Nem ao menos sabe como conseguiu se concentrar no que ele dizia, quando a mandou para a parte detrás do carro. Talvez, por simplesmente, ter sido a voz dele, ali, desesperada e ao mesmo tempo forte, tentando lhe passar uma calma que ele mesmo não tinha, ainda assim, a voz dele lhe passando um sentimento, um esperança, uma verdade: Tudo iria ficar bem, ele estava ali.

Sempre fora decidida, e talvez pela primeira vez na vida, agradeceu por isso. Se tivesse ouvido a todos quando diziam que Fabinho não era pra ela. Que ele não a merecia... Agora, enquanto estava ali nos braços dele, podia rir de como fora privilegiada em ter ouvido a si mesmo e não aos outro. E foi o que ela vez, sorriu.

- Posso saber o motivo do sorriso?- perguntou ele, beijando o topo de sua cabeça. – Espero que esteja pensando em mim, ouviu!

Ela abriu ainda mais o sorriso, olhando para ele. Podia tasca-lhe o beijo que tanto ansiava agora mesmo, micro centímetros era o que empatava, mas decidiu que queria mesmo era ser beijada.

- Você se acha, num é? – perguntou, ainda com o sorriso brincando nos lábios.

- Tenho motivos pra isso. – respondeu na lata.

- Parece que tem. – dessa vez ele sorriu e finalmente a beijou, depois ela continuou. – Tava pensando na gente.

- Na gente? – passou-lhe uma mecha do cabelo para trás da orelha. – Como assim?

Os olhos dela brilharam.

- Quando... Quando a gente começou a namorar. Todos... Todo mundo me disse que eu ia me arrepender, que era uma completa burrice, que... Que você me faria sofrer. – dito isso, com aquele tom de quem se segurava para não chorar, ela sorriu. – Que idiotice!

Mas ele estava sério.

- Que foi? – perguntou, vendo a expressão do namorado.

- Você não se arrependeu, Giane? – ela franziu o cenho, sem entender. Ele percebeu a ruginha de confusão em sua testa, e explicou. – De ter ficado comigo. Mesmo correndo todos esses riscos, de que todos te alertaram.

- Você acha que eu liguei pra isso? Que eu me importei com o que eles achavam?

- Todos te julgaram, falaram pelas costas, te criticaram... – ele disse, finalmente expressando tudo que estava preso dentro deles, desde a primeira briga que os separaram. – E-Eu tive medo, muito medo que você desistisse de mim.

- Fabinho?

- Eu... Eu já tava acostumado com todas as críticas e desconfianças, mas não queria que isso acontecesse com você. Toda vez que você me defendia e as pessoas ficavam contra você, se afastaram de você, pensa que eu não percebi... Até mesmo quando o Bento acusou seu pai de está me defendendo apenas por está namorando minha mãe.

Ela o olhava sem acreditar no que ouvia. Ali deitados na cama dela, a luz da lua ajudando a fraca luz do abajur a refletir luz no pequeno quarto. Não podia acredita que ele se sentia daquela maneira. Ajeitou-se melhor no peito dele, entrecruzando suas pernas nas dele, segurou-lhe o rosto.

- Meu Deus, Fabinho! Ninguém tinha o direito... Ninguém tem o direito de nos julgar, de me julgar. Eu não to nem nunca estive ligando pra o que as pessoas pensavam sobre isso. Ninguém tava na minha pele, ninguém tava sentindo o que eu estava sentindo. E se você quer saber, quando eu descobri o que eu realmente estava sentindo por você eu... eu não tentei fugir. Eu não tentei esconder, ou me afastar de você, porque eu sabia que era o que eu queria.

Ele a olhava nos olhos, e acariciava os curtos e macios cabelos negros enquanto a ouvia.

- Dessa vez eu tinha certeza que era recíproco, que você me via como eu realmente era, e que gostava de mim por isso.

- Dessa vez? – ele perguntou. – Você está falando do Bento?

Ela não precisou responder, ele sabia que sim. Mas ela admirou-se quando ao invés de se exaltar e sair batendo a porta como sempre fazia, ele simplesmente continuou lhe acariciando os cabelos. Mas ela tinha que responder, com cuidado, pois o terreno que pisava sabia que era perigoso.

- Você sabe que eu gostei do Bento. Que eu gostei de verdade – ela viu os olhos dele se entristecer, se odiou por isso, mas tinha que esclarecer aquela situação de uma vez. – E eu fugi do que senti, tentei esconder, depois eu me afobei no que sentia, deixei tão claro e... e então percebi que não valia a pena, eu poderia mudar por ele, e ele até podia me notar e talvez se apaixonar, mas não ia ser por mim, ia ser por algo que eu inventei. Não era aquele tipo de amor que eu esperava. E com isso eu me conformei, eu entendi e eu me descobri. Descobri que posso ser desejável...

- Muito desejável – ele comentou, beijando levemente seus lábios.

Ela sorriu antes de continuar.

- Descobri que posso ser notada, que posso ser amada...

- É nessa parte entra aquele urubu almofadinha.

Ela sorriu novamente.

- É surgiu o Caio. Hoje eu posso dizer que o Caio, além de tudo que ele mudou na minha vida claro, foi uma espécie de certeza do que eu viria a sentir por você.

- Que? Tá ficando doida é?

- Não, é sério. Mesmo com tudo que ele podia me oferecer, acima de tudo o amor depreendido que ele me dava. – Fabinho sentiu o leão do ciúme rugir dentro dele, mesmo por poucos momentos. – Eu não consegui me apaixonar por ele...

- Porque você ainda gostava do Bento.

- Não. Eu já não sentia pelo Bento daquela maneira, era fato que eu ainda estava muito ligada a ele, mas não era mais aquele amor platônico e desesperado. – ela parou pra pensar, enquanto acariciava a fina barba dele. Como colocaria em palavras aquele turbilhão de sentimentos? – Eu acho que o Caio me deu segurança, ao mesmo tempo em que me fez enxergar que eu não estava procurando alguém pra me fazer esquecer o Bento, que eu não iria me apaixonar por qualquer um que me estendesse a mão. Eu me senti viva ao saber que eu ainda tinha essa capacidade de amar, não apenas de me contentar com qualquer coisa que me era oferecido por piedade.

Os olhos já rasos d’água demonstrava o quanto ela sofreu com seus sentimentos.

- Foi por isso que quando eu senti que algo tava me levando pra você, eu não tentei fugir, eu quis me entregar, sem medo, sem receios, porque... Porque eu sabia que era o meu coração me dizendo que estava mais vivo do que nunca. Porque era algo tão novo e ainda assim tão intenso que me assustei, mas entendi que eu tinha que me arriscar.

Ele beijou a lágrima solitária que descia pela bochecha dela.

- Mesmo eu sendo um marginal?

- Mesmo você sendo um ex marginal – ela o corrigiu. –Eu vi a sua mudança, e eu acreditei nela sem pensar duas vezes, porque você não tentou me mostrar, eu vi por conta própria. E de repente, seu passado, tudo que você tinha feito... desapareceu. Eu não o via mais em você.

- Você via o menino arrependido.

- Não. Nem isso. Eu via um novo homem, um que eu talvez nunca tivesse conhecido. De repente passou a ser tão certo. Você tinha amadurecido, apesar de não fazer nenhum esforço pra mostrar isso, sempre encarnava o velho fraldinha. – ambos riram. – Mas ainda sim, um homem totalmente novo, totalmente amável e muito desejável pra mim.

Ele de súbito a beijou, lascivamente. Enquanto ficou de joelhos, para novamente joga-la na cama, dessa vez no sentido contrario da cabeceira. Passou da boca para o pescoço dela, beijando calidamente cada centímetro de pele. Giane se sentiu evaporando, o calor emanava, literalmente, de seus poros. Ela nunca pensou se sentir assim, tão ardentemente apaixonada.

De repente ele parou, apenas a observando. Ofegante, seu peito subia e descia tentadoramente, os lábios vermelhos e inchados, as pálpebras serradas enquanto engolia a seco qualquer coisa em sua garganta, linda, ela era linda e ele tinha certeza que jamais se cansaria daquela imagem. Quando ela abriu os olhos um mar castanho parecia tê-lo tragado.

- Viu? – ela perguntou, com a voz falha. – Só você consegue me deixar assim. Sem sentidos, sem resistência, sem travas, sem medo. Eu te amo, fraldinha. Como nunca amei na vida. Você acha que eu posso me arrepender disso? Desse sentimento? – sem esperar a resposta, o puxou e o beijou, embrenhando os dedos pelos cabelos o trazendo ainda mais para si. Até o peso do corpo dele sobre o dela era reconfortante, era aconchegante.

Novamente ele desceu os beijos cálidos pelo seu pescoço e mais um pouco até o seu colo, beijou-lhe rente o decote da blusa.

- Mas, você já disse uma vez que tinha se arrependido – provocou-a enquanto lhe intercalava beijos e mordiscadas. – Disse... claramente... pra aquele... almofadinha... que... se arrependeu de... ter o trocado...

Tava muito difícil de raciocinar, de fato ele sabia enlouquecê-la. Giane via os resquícios de sanidade a abandonar aos poucos, enquanto ainda tentava responder.

- Hm... Fabinho... E-Eu... estava com raiva... muita raiva de você.

Ele sorriu. Desceu as mãos pelos braços dela, entrelaçando os seus dedos.

- Te amo. Agora somos nós dois, só eu e você.

- Nós dois... – ela repetiu, esforçou-se o máximo pra abrir os olhos e mais uma vez o encontrou a fitando. – Eu quero você. Eu amo você. Se te resta alguma duvida, esquece ela agora. Porque de agora em diante vai ser assim, eu e você. E eu não to nem ai pros outros. Pro teu passado. Eu não devo nada a ninguém nem você. Eu só quero pensar na gente e no nosso futuro. Porque eu sou sua. Eu não queria, mas meu coração se entregou pra você. Eu só te peço uma coisa.

- O que?

- Não me machuca. Porque eu confio em você, mas do que confio em mim mesmo.

- Nunca vou te machucar. Já me perguntei se era o cara certo pra você, mas eu percebi que não pode haver outro melhor que eu. Porque eu te amo de uma maneira tão descabida que me faz o melhor pra você. Eu não sei mais viver sem você. Desconfiei disso quando a gente brigou, tive a prova hoje quando achei que ia te perder. Eu vou continuar sendo um fraldinha idiota e você uma maloqueira chata. Somos assim, nos amamos assim, e assim que vai ser.

Ela confirmou com a cabeça lhe dando o sorriso mais encantado, enquanto os olhos escureciam de paixão.

- Agora me leva.

- Onde? – ele sorriu.

- Aquele lugar, onde só existe nós dois.

Ele sorriu novamente, e a beijou novamente. E novamente ela tremeu, e se entregou totalmente sem reservas. Ao o fogo que a consumia. A paixão que a acometia nos braços daquele homem tão certo e tão improvável. Não era ilusão de menininha, o amor existia, ele estava ali na frente dela, varrendo-lhe a sanidade e junto com ela a ilusão. Era real, era muito real, nunca, nunca fora tão real.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado! *-*
Por favor deixem suas opiniões hein, adoro elas (risos)
Agradeço por poder compartilhar com vocês esses momentos de loucura da minha mente 'fertil'

Beijos e Até!



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