Olhos de Sangue, série Bombas de Sangue escrita por scpereira


Capítulo 25
A verdade finalmente aparece


Notas iniciais do capítulo

Então, 30/10/2013 eu postei o primeiro capítulo dessa fanfic, faz muito tempo não é? Admito que poderia ter saído mais rápido, mas as vezes eu dava uma enrolada básica para postar peço desculpas por isso KK. Aqui estamos nós 27/07/2014, e aqui eu posto o último capítulo... Devo admitir que ele estava pronto a um tempinho, mas eu estava resistindo para postá-lo, mas bem, aqui vai ele. Até as notas finais, boa leitura, espero que gostem do capítulo ♡



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"Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.” Isaac Newton

Barbie decidira que Nêmesis poderia ser bem legal.

O pégaso enviado pela deusa era extremamente simpático e engraçado. Whiteberry era inteiramente branca com olhos azuis e uma crina muito longa. Poseidon criou os cavalos, dessa forma sendo filha dele conseguia me comunicar com esses animais, assim mantemos uma conversa desde o momento em que seus cascos polidos tocaram o chão perto de onde eu estava.

– Suba, não podemos perder tempo - diz Whiteberry me empurrando contra sua crina.

– Já estou indo - digo tentando subir no pégaso com certa dificuldade. - pronto.

– Se segure que vamos fazer um vôo meio rápido, quando mais cedo chegarmos melhor - diz.

– Por que toda a pressa? - pergunto enquanto tento achar um posição agradável- E qual é o seu nome?

– Quanto mais cedo chegarmos, mais cedo comemos! - Whiteberry soa obvia com essa afirmativa, algo do tipo “o que mais poderíamos fazer?” Não consigo evitar uma gargalhada - me chamo Whiteberry e gosto de comer.

– Ok, quanto mais cedo chegarmos mais cedo comemos, gostei da ideia - digo e tenho que me segurar forte no pescoço do animal quando alcançamos vôo -.

Já havia montado algumas vezes em pégasos no Acampamento Meio- Sangue, mas nunca havia saído do perímetro do acampamento durante um vôo, na verdade jamais voara tão rápido, a sensação era inigualável. Uma vez quando criança sonhei com um mundo onde eu seria a dona do universo, diante dos meus olhos mágicos conseguiria ver a tudo e a todos e jamais me cegaria diante uma visão, não importa se fosse uma guerra estúpida ou as ondas quebrando na praia, eu tinha e era tudo. Me senti da mesma forma tão alto no céu. Abaixo de mim os degrades de verde nas florestas brincavam com meus olhos e a medida que a civilização ganhava forma os gigantescos arranha-céus dominavam meu campo de visão engolindo tudo com sua grandiosidade artificial.

– Whiteberry? - grito contra o zunido em meus ouvidos devido a alta velocidade.

– O que foi? - pergunta.

– Para onde estamos indo? - me questiono se Nêmesis dera uma ordem específica ou estava apenas brincando comigo como sempre fazia.

– Estamos indo completar sua missão! - Exclama Whiteberry entusiasmada - e comer é claro, comer sempre faz parte! - se anima mais ainda.

– Você não pode falar onde exatamente aterrizaremos? - pergunto esperançosa.

– Não onde, mas quem, estamos procurando alguém -. Percy, as palavras ecoam em meus ouvidos. Não é que a deusa tinha cumprido com a palavra? Não respondo, pois fico assustada com meus próprios pensamentos. Já tinha quanto tempo desde que saí do Acampamento? Não sei, não lembro. E se já se tivesse passado um mês? Não é como se eu tivesse com todos os meus sentidos normais naquela floresta que encontrei quando fugi do Reino de Hades. Percy estaria vivo? Eu poderia ter demorado demais, sabe-se lá o que teria acontecido com ele. Contudo, devo admitir que essas foram as perguntas que me preocuparam menos, a questão que martelava na minha cabeça era pequena, porém eu não fazia ideia da resposta.

E agora que já passei por tudo isso, que vi tudo isso, como sou capaz de simplesmente voltar a ser o que era antes?

Em estígio ou raio o gigante padecerá,

E a antiga lenda dos três terá de encontrar.

O grande sacrifício à vida do irmão levará,

E a promessa de vingança afinal se rebelará;

Não sei quantas vezes já repeti a profecia na minha cabeça, a ambiguidade que elas sempre trazem me assombrava todos os dias e noites. Primeiro verso, cumprido. Segundo verso, cumprido. "O grande sacrifício a vida do irmão levará". Eu tinha medo de encontrar meu irmão, de achá-lo abraçar forte para depois descobrir que eu o perderia de novo, Percy. Ele não merece nem metade do que já passou, acho que na verdade nenhum semideus merece, mas somos obrigados a aguentar, lutar, ser fortes, porque se nós mesmos não lutarmos pelo nosso mundo, pela nossa liberdade e livre arbítrio, quem lutará?

O que eu farei para evitar o sacrifício? Não se evita uma profecia, não se altera o futuro, o que tiver de acontecer acontecerá, mas será que tenho força suficiente para isso? O que me leva ao último verso "E a promessa de vingança afinal se rebelará”. Nêmesis e minha dívida com ela tinha que se referir a isso, mas eu temia quem seria o foco da minha vingança.

– Que dia é hoje, Whiteberry? - reúno coragem para perguntar.

– Dia vinte e nove - ela responde com calma como se esperasse para ver qual seria minha reação.

– Já? - Sinto meu coração parar por um instante, onze dias, eu tinha perdido onze dias inteiros naquela floresta. Praguejo em grego, só faltava um dia para o fim do meu prazo onde Percy seria dado por morto, toda e qualquer equipe de busca seriam recuadas, estaria tudo perdido.

– Sim - . Um dia, tenho que resolver tudo no prazo.

Eu não sabia onde eu estava, mas sei que viajamos uma manhã inteira, uma tarde inteira… A noite eu já tinha dificuldades em manter os olhos abertos.

– Durma, confie em mim, você não cairá - diz Whiteberry e acabo concordando. Viro de costas para cima de forma com que posso olhar as estrelas e reprimo o grito, que me acompanhava na mesma intensidade da sensação de estar caindo.

O céu estava estrelado como a muito tempo não estivera e brilhando imponente logo acima de mim estava uma lua de sangue. A ciência diz que tais luas acontecem devido a eclipses lunares, os antigos diziam que era o sinal de um apocalipse e os deuses? Eu não fazia nem ideia do que achavam sobre essa lua. Decidi acreditar na teoria do apocalipse, era o fim de uma era, tudo mudaria, eu encontraria meu irmão e me veria em uma outra missão. O fim de uma era.

Adormeci como se estivesse dormindo sobre as nuvens.

Dia trinta.

Acordo no início da manhã de forma que consigo ainda ver o nascer do Sol. Dia trinta, finalmente chegara o tão esperado dia. Hoje, tudo se resolveria ou se tornaria caos. O último dia do meu prazo, um mês inteiro gasto, porém um dia para resolver tudo. Solto um suspiro engasgado.

– Vamos aterrizar - anuncia Whiteberry.

– Já chegamos? - sinto meu coração saindo pela boca antes mesmo da resposta.

– Sim, está vendo Nova York logo ali? - olho na direção do olhar do pégaso e sinto meu estômago embrulhar diante da estátua da liberdade.

– Você está me dizendo que Percy esteve na cidade o tempo todo? - lembro de cada um dos percursos que tracei, cada monstro que matei e, de repente, a espada pesa em meu bolso.

– Não é na cidade exatamente, você verá -. Me agarro na crina quando começamos a descer em direção ao chão. A medida que nos aproximávamos da superfície pude perceber que pousaríamos no Central Park.

– Chegamos - ressalta Whiteberry, assim que pousamos. Desço do pégaso com certa dificuldade e olho para os lados com as esperanças caindo gradativamente.

– Você está brincando, não é? Onde está Percy? Aqui é só o Central Park -. Digo um tanto quanto irritada.

– Que visão mais mortal - diz o animal entre relinchos -. Percy está com os lobos, que habitam uma área que humanos normais não veem dentro do parque. Névoa, lembra?

– Lobos? - Gaguejo enquanto tento formar uma frase adequada.

– Sim, lobos - Ouço uma voz feminina ao longe.

– Quem está aí? - Me viro e logo percebo que é uma deusa. Possuía cabelos longos e castanhos da mesma tonalidade dos olhos que carregavam um olhar ao mesmo tempo sério e travesso, não aparentava ter mais que trinta anos e usava um vestido que ia até os joelhos inteiramente branco com dourado.

– Hera, criança -. Sinto o nome como um soco no meu estômago. Com tantos deuses no mundo, eu tinha que me encontrar com a esposa de um dos meus pais, que por sinal era muito ciumenta e tinha um histórico muito grande de ódio aos filhos de Zeus?

– Claro, que é você - resmungo, obviamente irritada-.

– O que disse? - pergunta a deusa erguendo as sobrancelhas já arqueadas em sinal de provocação. Respiro fundo e meço as palavras antes de responder.

– Eu disse que não entendo o por que de você estar aqui - digo pausada e com o maior autocontrole possível.

– Estou aqui porque você quer roubar algo que me pertence - diz Hera como quem esconde o maior segredo do mundo.

– Não tenho ambição por nada que lhe pertence, quero apenas meu irmão de volta -. Digo com a voz mais firme do que esperava.

– Seu irmão me pertence no momento, criança - diz por fim.

– O quê? - É tudo que consigo responder.

***

Compreende? - pergunta Hera com mais calma na voz do que pensei que fosse capaz de expressar -. Não posso dizer tudo, entretanto ambos os seus irmãos, Percy e Jason, fazem parte de um projeto muito maior do que você ou qualquer um deles próprios, mas te garanto que nenhum mal de verdade lhes ocorrera nem ocorrerá - dou um passo para trás sem saber muito bem o que responder. A deusa tentara me convencer a me sentar porque não aguentaria muito bem ouvir tudo o que tinha de ouvir de pé, segundo ela. Eu temia que ela estivesse correta, pois minhas pernas tremiam e sentia minha pressão sanguínea cair. Hera me relatou alguns pontos de uma história enorme e pressupôs que eu digerisse tudo normalmente. Não sei o que eu acho de tudo isso, não acho que digeri bem essa história.

Os deuses não assumiam, aparentemente, uma única forma física quando tinham relações sexuais com mortais. Eles poderiam estar em qualquer uma de suas formas mitológicas, grega ou romana. Por exemplo, Poseidon poderia ter relações sexuais com uma mortal e seu filho seria um semideus grego, porém se ele mantivesse relações com outra mortal na sua forma romana - no caso Netuno -, o semideus que nasceria seria romano. Pelo que ela contou, Percy e Jason, o primeiro pertencente ao Acampamento Meio-Sangue - composto por filhos de deuses gregos - e o segundo ao Acampamento Júpiter - composto por filhos de deuses romanos - foram “sequestrados" por ela própria e trocados de acampamentos com a memória removida. Logo, Percy estava como que em uma iniciação dos semideuses romanos em que, pelo que entendi, eles deveriam morar com lobos - os mesmos que salvaram Rômulo e Remo da morte na lenda da criação da cidade de Roma -, antes de se mudar para o Acampamento Júpiter. E Jason estava em uma missão do Acampamento Meio-Sangue. O motivo, de acordo com ela não era da minha conta, no momento, mas ia além da minha compreensão mortal.

– Então é isso? - digo com gosto de bile na boca.

– O quê? - pergunta Hera.

– Foi tudo para nada, se eu não tivesse realizado a missão teria dado na mesma - a verdade cai como um tapa na minha cara.

– Você está brincando? - a pergunta soou como uma afirmação, mas não disse nada - Barbie, você recuperou a Imortalitites, o que ninguém antes de você fez, até mesmo Hades teve medo de tentar, mas você conseguiu. Não se subestime, sua função ainda é essencial para o final definitivo dessa guerra - as palavras saiam de sua boca como que forçadas. Hera obviamente não me queria fazer nenhum elogio, mas conhecendo a deusa, eu tinha certeza que toda essa calma e paciência gerariam frutos para ela própria.

– Não vou interferir em assuntos dos deuses, porque sei que não vai adiantar de nada - digo em voz alta pensando em cada palavra ofensiva, que eu gostaria de dizer a deusa -. Hera, você me poderia fazer um favor?

– Um favor? - a deusa soa surpresa e consigo captar uma momentânea confusão em seu olhar -. Diga o que quer.

– Não é muita coisa - penso em uma palavra ou expressão que expressasse todo o meu ódio -, só quero que você vá se fuder.

Viro as costas para Hera e caminho até Whiteberry olhar para trás uma única vez e sem escutar a resposta da deusa.

– E ai, já podemos comer? - pergunto para o pégaso, que adquire uma expressão animada.

– Estava achando que você nunca iria perguntar! - Whiteberry solta uma sequência de relinchos contentes, enquanto abra as asasse preparando para vôo - vamos, suba.

Alcançamos vôo e me deixo levar para onde o pégaso quisesse ir, e enquanto ganhamos altitude tenho tempo de juntar alguns pontos na minha cabeça.

Primeiro - Em estígio ou raio o gigante padecerá. Briareu morreu eletrocutado.

Segundo - E a antiga lenda dos três terá de encontrar. A Imortalitites, minha grande conquista, pesava meu corpo presa ao meu quadril.

Terceiro - O grande sacrifício a vida do irmão levará. Sacrifício poderia não significava morte, de certa forma eu me sacrifiquei para cooperar com Hera, que levou embora a antiga vida não só de Percy, mas de Jason também.

Quarto - E a promessa de vingança afinal se rebelará. Minha dívida, meu carma, meu maior azar. "Se vingue daquela que sequestrou seu irmão.” Para minha grande alegria eu acabara de ganhar um bilhete premiado para uma guerra contra Hera.

Vou me vingar de Hera - digo repetidamente para mim mesma - tenho que fazê-lo.


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Notas finais do capítulo

AHAAA PEGADINHA DO MALANDRO!!! Acharam que tinha acabado não é mesmo?
Aqui estamos nós, no fim do primeiro livro, isso mesmo! Chegou ao fim sim, mas só da primeira parte da fic! Espero que todos tenham curtido muito a Olhos de Sangue e se preparem porque dia dez de agosto (10/08/2014) posto - sem falta!!- o prólogo do segundo livro da série com o título: Sorrisos de sangue, série Bombas de Sangue.
Só tenho a agradecer a todos, que me acompanharam até aqui, espero que continuem acompanhando a fic!
Quero ver os comentários de TODO mundo nesse capítulo, ein? haha
XoXo, Sarah ♡