Perdition escrita por camzlerni


Capítulo 6
Capítulo 6 - Last code


Notas iniciais do capítulo

Olá, caros leitores, mais uma vez estou de volta.
Surpresos ? Eu também.
Este capítulo iria sair no sábado, mas como ontem a Fic fez um ano (Sim, um ano, acreditem), decidi postar mais cedo.
Sei que mesmo tendo um ano de Fic, fiquei muito tempo sem escrever por aqui, como eu já havia explicado. Mesmo assim, por meio desta transponho todo o meu orgulho, pois aqui está presente todas as minhas noites perdidas, todos os meus pensamentos loucos e transtornados. Aqui contém meu suor e minha... alma.
Queria agradecer a todos que leram, acompanharam, acompanham, apenas passaram, se encantaram e aqueles "fãs" que quase morrem esperando o próximo capítulo. Todos vocês foram de total importância para a construção dessa fic, com seus comentários e delírios.
Aqui vai algumas pessoas em especial, que se pontificaram em estar acompanhando tal.
As meninas que eu conheci recentemente através de um assunto tão compatível : Sara, Dale, e Nathanny, um abraço grande e um enorme beijo. Mesmo conhecendo-as a tão pouco tempo, gosto muito de todas.
Agradecer a Carol, que apareceu em minha nota anterior. Palavras não seriam e nunca são suficientes pra dizer o que significa para mim agora, tenho um enorme carinho por você "pincesa". Você surgiu do nada e me deu tudo. Valorizo sua amizade a todo momento.

A Amanda Monteiro e Sukki, minha família, uma amizade que começou do nada e se tornou tudo. Essa que vem a mais de um ano. Não medem o quanto amo vocês, são tão importantes pra mim.

E especialmente a Julia, uma antiga paixão, se não fosse você eu não teria começado essa fanfic. A solidão em que me deixou, me trouxe inspiração.


Aproveitem!



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Os draggers de alguma forma estavam mais rápidos e no lugar onde deveriam estar suas cabeças, havia algum tipo de tentáculo tenebroso com espinhos enormes. Aquilo realmente era um grande problema

Preparei-me para lutar, estendi minha mão para uma flecha, mas algo me fez parar.

Bem atrás dos carros, um enorme Dragger vinha andando, deveria ter uns 2 metros de alturas e carregava um corpo em cada mão. A coisa era assustadora e vinha rápido, então a coisa olhou diretamente para mim.

Apenas ouvi Luke dizer.

“Corra.”

Fiquei parada encarando a tal coisa de aparência grotesca, ouvi mais tiros e senti dois braços fortes me levantarem do chão, carregando-me pra longe da cena que, naquele momento, seria a minha morta certa.

Senti-me sendo jogada para dentro de algum tipo de van, minhas costas foram de encontro ao chão frio e metálico. Reparei em seu interior, tava mais pra uma espécie de trailer, grande e com algumas modificações de última hora.

Na parede do lado direito havia várias armas e munições. Olhei para baixo e vi sacos com o que pude concluir ser comida. De cada lado da van encontrava-se um banco grande que se estendia do fundo até a grade que separava o banco do motorista de nós, passageiros. O lugar era espaçoso, mas não cabia mais do que cinco pessoas adultas ali.

Senti a van acelerando e logo voltei a mim, me virei para o banco da frente e vi Luke no volante, enquanto um Dave desesperado teclava repetidamente em seu aparelho.

“Rachel, você está bem?” – Perguntou Luke, olhando pelo retrovisor.

“Sim, o que ta acontencendo? Dave, você disse que eram muitos, mas esses são diferentes.”

“Rachel...” – Ele disse sem tirar os olhos da tela. – “Nem mesmo eu sei o que eles são direito, mas tenho certeza de uma coisa: temos que achar uma saída o mais depressa possível e ficar longe dessas coisas, ou teremos problemas ainda maiores.”

“Luke?” – Disse encarando o garoto do volante – “ E os outros ? “

“Logo atrás de nós.” – Ele dizia, agora olhando pelos espelhos laterais – “Sua namorada dirige bem e os gêmeos deram uma mãozinha.

Senti um leve rubor tomar conta das minhas bochechas quando o escutei se referindo a Hanna como minha namorada. Ignorei e fui à própria chegar os nossos companheiros.

Por uma pequena janela no fundo da van, pude ver o carro de Hanna, uma Ranger Rover prata. Nossos olhos se encontraram castanhos e verdes, terra e mar, mistério e curiosidade. Senti algo se revirar no meu estômago.

Ela desviou os olhos para o lado e estendeu um sorriso para Zoe. Fiz uma careta, quando a ruiva jogou-me um olhar irônico.

Desviei meu olhar do carro prata e procurei o outro, onde estava o resto da nossa equipe. Não conseguia ver muita coisa, apenas algumas cabeças e uma lateral um tanto quanto amassada.

Voltei para onde Luke e Dave estavam, algo ressonava em minha mente incessantemente.

“Luke, aquelas coisas... estavam atrás de nós há alguns segundos.” – Ele olhou para mim e parecia entender onde queria chegar. – “Não as vejo mais, onde estão?”

“Essa é uma pergunta que também estou tentando responder Rachel.” – Ele disse e voltou o olhar para a rua. – “Depois que os gêmeos explodiram uma espécie de viaduto, aceleramos o máximo que conseguimos para nos afastar. Até agora, parece que eles não nos seguiram.”

“Um pouco estranho, não acha.” – Aquela história não me cheirava bem, ainda tínhamos mais problemas.

“Bom, contando o fato de qu...” – Ele tentou falar, mas Dave o fez parar.

“Ah droga, de novo não!” – Ele olhava para frente, onde mais uma vez se encontrava várias daquelas coisas, em uma quantidade um pouco menor.

Luke parou o carro bem devagar, de modo que ficamos encarando as coisas e pelo que parecia, não tinham nos notado ainda.

“Acha que conseguimos passar por estes?” – Assustei-me com a voz de Kim, que saia de um rádio comunicador preso ao uniforme de Luke. Olhei para ele esperando uma resposta.

“Dave? Alguma saída?” – Ele perguntou ao garoto de óculos, sem tirar os olhos das criaturas a nossa frente.

O garoto teclou algumas vezes e disse:

“Tem uma saída da cidade, virando para a sua esquerda.” – Olhei para frente. Sim, havia uma saída, mas era algo arriscado chegar tão perto, já que os draggers estavam quase na mesma rua em que teríamos de entrar.”

“Só temos essa opção?” – Foi à voz de Jonnhy a falar pelo aparelho.

“Sim.” – Conclui o garoto.

“Se formos devagar, acho que conseguimos passar.” – Kim disse.

Luke olhou pra mim e eu acenei com a cabeça. No momento em que o carro começava a se movimentar, outra voz surgiu no rádio.

“Luke?” – Era ela, Hanna.

“Sim?” – Ele respondeu no mesmo tom.

“Cuide de Rachel.” – Ela pediu e ouvi o chiado do rádio comunicador.

Luke olhou para mim e deu um meio sorriso encorajador. Eu me sentia perdida com as poucas palavras dela, que parecia ainda estar com algum remorso com a minha pessoa.

O carro foi sendo guiado para frente lentamente, na medida em que nossos corações ameaçavam pular para fora de nossos corpos trêmulos. Luke colou o braço para o lado de fora da janela e fez um sinal como se dissesse “um de cada vez.” Nosso carro seguiu o caminho, aquelas coisas ainda estavam inertes a nossa presença.

Luke dirigia habilidosamente, desviando de qualquer coisa que poderia fazer barulho e chamar a atenção dos draggers. Conseguimos chegar a rua e Hanna vinha logo atrás.

Naquele momento seu semblante estava totalmente fechado e sério, pude ver Zoe ao seu lado totalmente tensa e no banco de trás, uma cena que me fez ficar surpresa: Uma Claire amedrontada, agarrada a Kim, que passava seu braço protetoramente por cima da garota. A cada centímetro em que o carro se deslocava, meu coração dava uma terrível cambalhota dolorosa, eu temia que algo terrível acontecesse.

Logo o carro delas estava parado ao nosso lado e pude ver uma Hanna sorrir debochada e vitoriosa pra uma Zoe. Ela olhou rapidamente para mim, e logo desviou, não antes que pudesse perceber um alívio em seu rosto.

Agora só faltava Matt e o resto dos meninos, e eles estavam conseguindo. Talvez tenha comemorado cedo demais, por que naquele instante Matt passou por cima de uma garra de vidro, estourando-a e fazendo um terrível barulho.

Os draggers pararam de andar a esmo e levantaram suas cabeças, farejando o ar em busca de suas presas. Matt parou o carro abruptamente e olhou para todos nós, sem saber o que fazer.

Logo as coisas identificaram o carro e o excelente banquete que os esperava. Dirigiam-se lentamente e mortalmente para os garotos. Sem ao menos que eu percebesse, Matt acelerou o carro em nossa direção, fazendo com que as coisas viessem mais velozmente ao seu encontro.

Tudo aconteceu tão rápido como terminou.

Escutei o barulho de algo explodindo e tremendo violentamente a van, jogando-me para trás, fazendo com que batesse a cabeça e desmaiasse.

– Flashback On –

Eu me balançava o mais rápido que conseguia, jogando a cabeça para trás, deixando que o vento quente da manhã de verão afagasse minhas bochechas.

Adorava esses sábados em que eu não tinha aula. Sentia falta dos meus colegas de classe da primeira série, adorava quando a Srta.Langdon nos contava histórias sobre índios, sobre o feriado do dia 4 de Julho, sobre nossos presidentes. Mas estas manhãs em que eu podia me balançar tão alto, como se pudesse pegar a lua em meus pequenos dedos, eu não dispensava nunca.

Queria que papai estivesse aqui, me empurrando como todas as manhãs quando eu ainda tinha três anos, mas ele ficava dentro de casa agora, sempre trabalhando em algum projeto que tomava a maior parte do seu tempo. Eu ia procurá-lo, mas ele dizia que estava ocupado e que brincaria outra hora.

Escutei mamãe me chamar de dentro de casa, avisando que o jantar estava pronto e que era para eu procurar papai. Passei pela cozinha e vi James sentado na sala assistindo mais um de seus desenhos, enquanto mamãe colocava Lewis em sua cadeirinha para jantar.

Fui ao escritório, mas ele não estava lá, procurei em todos os cômodos do primeiro andar da casa e não o encontrei, decidi subir. Chequei o quarto dele, mas não estava lá, fui ao banheiro e nada. Ia voltar para dizer à mamãe que ele não estava lá, quando trombei com um par de pernas.

“Ah, oi princesinha! O que faz aqui em cima?” – Ele me perguntou, enquanto escondia alguns papéis dentro de uma pasta preta.

“Mamãe mandou avisar que o jantar está pronto.” – Eu dizia enquanto encarava a pasta com certa curiosidade.

“Certo, diga que eu já vou.” – Ele acompanhou meu olhar. – “São assuntos importantes, talvez um dia você fique sabendo.”

“São códigos? O senhor já me falou deles.” – Eu agora o encarava, enquanto ele abria um sorriso.

“Sim Rachel, são códigos, para manter a segurança dos projetos.” – Ele se agachou a minha frente e me encarou. – “Lembre-se Rachel, há códigos para tudo, e deles sempre partem alguma ligação. Se souber interpretá-los, saberá decifrá-los.”

Ele piscou para mim e acenou com a cabeça, levantou-se e entrou novamente no quarto, mas gritou lá de dentro.

“Avise sua mãe que estou descendo, antes que ela venha me buscar.”

– Flashback Of -

A minha cabeça latejava terrivelmente. Levantei a mão e pude sentir um galo enorme na parte de trás, abri os olhos e levei algum tempo para lembrar onde eu estava. Por um instante tinha pensado que tudo estava normal, mas tão rápido quanto o sonho veio, ele se foi.

“Não tente se levantar Rachel, você bateu a cabeça feio. Tome, beba um pouco de água.” – Dizia alguém, levantando um pouco a minha cabeça para que eu não engasgasse.

Sorvei um pouco do líquido e voltei a me deitar. A minha cabeça continuava a doer. Uma mão passou sobre meus cabelos, afastando-os do meu rosto. Abri os olhos e vi Hanna, com um semblante preocupado, olhando fixamente para mim.

“Você se sente melhor?” – Sua voz era de total preocupação.

“Um pouco tonta e minha cabeça não para de doer. O que aconteceu? “ – Perguntei a encarando. – “E por que você não está dirigindo?”

Ela olhou para mim e respirou fundo, bebericou um pouco do líquido transparente antes de começar a falar.

“Quando os meninos estavam quase passando, alguma coisa estourou, acho que uma espécie de vidro.” – Sim, disso eu me lembrava. – “Matt entrou em desespero e acelerou para cima de nós. Um dos gêmeos tentou acertar aquelas coisas com uma de suas bombas, mas o tiro saiu pela culatra e nós fomos atingidos.” – Ela parou e olhou para fora da van.

Pude perceber que estávamos parados em uma estrada, o resto da equipe estava do lado de fora. Todos estavam ali, aparentemente sem nenhum ferimento. Hanna percebeu o que se passava em minha cabeça e continuou.

“Felizmente ninguém morreu, mas com a explosão, o carro dos garotos foi lançado para o ar, perdemos todo o estoque de comida, além do carro. Alguns deles sofreram apenas queimaduras leves, mas o Rick...” – Ela parou, olhou para o banco ao nosso lado. – “Ele foi um dos mais prejudicados.”

Levantei vagarosamente com a ajuda dela, enquanto me apoiava em seu corpo. Encarei o garoto deitado em uma espécie de maca improvisada naquele banco da van.

Onde deveria estar seu braço, agora existia apenas um pequeno membro que ia até seu cotovelo, enfaixado por ataduras ensanguentadas. O garoto estava pálido e suado, parecia estar sedado por algo forte, mesmo assim parecia sentir dores.

Um soluço me subiu a garganta e foi inevitável não deixar com que as lágrimas saíssem. Fui acolhida por braços longos e imediatamente senti uma calma tomar conta de mim. Hanna beijou meus cabelos e disse:

“Ele não corre risco de vida, felizmente Luke sabia dar alguns pontos e usar algumas coisas médicas. Foi o suficiente pra salvar a vida dele, mas seremos obrigados a parar até que recupere as forças, o garoto perdeu muito sangue. Ficará com uma cicatriz terrível.” – Ela dizia olhando para ele, enquanto acariciava meus cabelos.

“Ele viu?” – Perguntei me referindo ao braço.

“Não.” – Ela disse se lamentando. – “Vem, o pessoal está lá fora se decidindo para onde devemos ir.”

Ela me puxou para fora da Van e não deixou que eu descesse os degraus quem me separavam no chão, assim deixei-me ser carregada por ela, até onde se encontrava a nossa equipe.

“Rachel, vejo que acordou. Se sente bem?” – Luke disse, abrindo um sorriso enorme para mim.

“Sim, só um pouco de dor de cabeça, mas vai passar.” – Eu disse, sorrindo amigavelmente para ele.

“Fico feliz em ouvir isso.” – Ele disse me encarando.

“Então, o que resolveram?” – Hanna disse um pouco alto demais, o que me fez fechar os olhos, quando minha cabeça começou a latejar. Ela percebeu – “Me desculpe.”

“Tudo bem.” – Eu disse sorrindo para ela.

Vi Kim se levantar, fazendo com que Claire se desgrudasse dela, aquela interação entre as duas era um pouco estranha. Olhei para o lado e vi Zoe encostada na Ranger Rover prata e me encarando como se quisesse minha alma.

“Com o cotoco ali.” – Apontou para Rick.

“Kim, não o chame assim. Ele acabou de perder um membro.” - Escutei a voz de Claire, pela primeira vez desde a nossa fuga da minha casa, bronqueando a morena.

“Desculpe Claire.” – Ela disse, olhando intensamente para a menor. – “Como eu ia dizendo, com o garoto naquele estado, não conseguiremos chegar longe antes que mais uma daquelas coisas nós achem e acabem nos devorando vivos. Deveríamos parar em algum lugar, nos reorganizar até que ele tenha forças o suficiente para conseguir viagem.”

“Kim, você sabe que não podemos parar.” – Foi à vez de Luke se pronunciar, com uma voz um pouco esganiçada.

“Ele precisa Luke, está muito fraco, perdeu sangue.” – Zoe disse.

Luke olhou para todos do grupo e vendo que iria perder miseravelmente, concordou com uma aceno de cabeça. Olhou para mim e se dirigiu para a van.

“Dave, o que tem a nos oferecer.” – Kim perguntou ao menino de óculos.

“Tem uma pequena área de fazendas a uns 150 km daqui. Suficientemente longe e isolado, acredito que não tenha muito daquelas coisas por lá. Eram terrenos de pessoas ricas e importantes. Podemos achar comida e um bom abrigo.” – Ele disse ajeitando os óculos.

“Perfeito, devemos partir agora mesmo. Devemos chegar lá antes que anoiteça.” – Kim completou, puxando Claire consigo e entrando na Ranger Rover.

“Você vem Rachel?” – Luke disse, colocando metade de seu corpo para fora da van e me estendendo um sorriso.

“Dessa vez ela vem comigo Luke. Eu a protejo melhor do que você.” – Hanna se colocou a minha frente, enquanto Luke desfazia o sorriso e fechava a cara.

“Rachel?” – Ele olhou pra mim.

“Eu vou com ela, desculpe.” – Peguei a minha bolsa com o notebook e me dirigi ao carro de Hanna, ao mesmo tempo em que Luke sumia para dentro da van, com Matt, os gêmeos, Geist e Dave.

Sentei-me ao lado de Hanna no banco do carona e pude ver um sorriso vitorioso. Olhei pelo retrovisor e vi Zoe encarando a janela, provavelmente infeliz com a minha presença. Kim e Claire igualmente grudadas e olhando uma para cada canto. Voltei minha atenção para Hanna.

“Não pense que apenas você cuida de mim.”

“Não penso.”


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Notas finais do capítulo

O sétimo vem em breve e tenho uma novidade para vocês. Mas isso contarei apenas se a ideia se firmar, ou seja, na próxima nota.
Até !



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