Perdition escrita por camzlerni


Capítulo 2
Capítulo 2 - Do Not Leave Me Alone


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal.Então,mais um capítulo pra vocês.
Queria muito agradecer os comentários de vocês,isso me fez ver que minhas histórias não são tão inúteis.Desculpem pela demora,ainda estou tentando colocar minha vida nos eixos.
Esse capítulo é em especial para o pessoal que deixou comentários para mim.
Enjoy ;)



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“Foi aí que escutamos algo que congelou a minha espinha e fez meus cabelos da nunca ficarem em pé. No mesmo momento o som cessou.

“Um grito.”

Eu me levantei, ficando totalmente ereta e olhei ao redor. Nada.

Hanna tinha feito o mesmo, mas ainda não havia me visto. Um tempo se passou, e não ouvimos mais nada. Fiquei em um impasse: “Deveria ou não anunciar minha presença?”. Confesso que estava com certo medo, olhei Hanna novamente e ela estava lá ainda, parada, como se esperasse que algo fosse acontecer.

Foi quando escutamos um estrondo, e mais gritos. Passos rápidos pelo corredor, como se estivessem correndo. Alguma coisa definitivamente estava acontecendo. Algo estava errado.

Olhei novamente e vi que Hannah havia descido do palco, e caminhava em direção a porta de saída do auditório. Apressei-me a alcança – lá. Ainda não tinha me visto, então decidi me revelar.

“Hey,Hanna,você escutou ? “ – Eu disse,sem querer assustá-la,mas foi em vão.Ela parou com um solavanco e levou a mão ao peito.

Ela arfava, e seu peito subia e descia apressadamente, eu quase podia ouvir as batidas do seu coração. Então ela me enxergou, e na mesma hora seu semblante passou de assustada para algo como raiva e intolerância.

“Qual é garota? Quer me matar?” Ela dizia enquanto me encarava séria e tentava normalizar sua respiração.

“Não quis não, só ach-...” No momento em que ia dizer, ouve um segundo estrondo e mais gritos. “Você ouviu? O que está acontecendo?” Eu realmente começava a me preocupar, e a sensação do alicate só aumentava.

“Se controla garota! Deve ser algum engraçadinho, com mais uma daquelas peças escolares. Já deveria ter se acostumado com essas bobagens.” Ela dizia com certo tom irônico. Outra vez ela estava me caçoando.

“Alguma coisa está errada.”

“Não tem absoluta-...”

A porta do auditório foi escancarada e um aluno entrou por ela. Ele gritava e estava sujo de: Sangue?

O garoto veio até nós, totalmente sem controle, e caiu a nossa frente, morto. Eu levei as mãos à boca e me controlei para não gritar. Eu o conhecia, seu nome era Jordan Smith, do 3° ano. Ele havia me ajudado a achar um livro na biblioteca, e tinha me chamado para sair. Eu educadamente recusei.

Ele tinha um grande ferimento do lado direito do pescoço, como se uma parte da sua pele tivesse sido arrancada (e realmente tinha sido), e ainda sangrava muito.

“É, alguma coisa está errada. Precisamos sair daqui.” Hanna falava enquanto encarava um Jordan totalmente morto no chão.

“O-o que? Espera? E-e ele? Não vamos ajudar?” Nós não podíamos deixá-lo lá, era errado. Precisávamos ajudar e descobrir o que estava acontecendo.

“Ajudar? Você é cega? Não está vendo o buraco no pescoço desse cara? Seja o que for que tenha por aqui, não é muito amigável não acha? Além do mais, ele já está em outro lugar faz muito tempo. Agora vamos!” – Ela dizia completamente nervosa. Era óbvio que ela estava tão apavorada quanto eu, mas não iria demonstrar isso tão fácil. Não enquanto eu estivesse por perto.

“Tudo bem. Tudo bem.” – Parecia que o mundo estava desabando. A situação era muito pior que pensávamos, quando alcançamos a porta do auditório.

Pessoas corriam desesperadamente para todos os lados, em meio ao emaranhado de papéis, mochilas e um entulho onde não podia se distinguir com precisão o que havia ali. Mas o que me dava mais medo era o sangue espalhado pelo chão, onde parecia que pessoas tinham sido arrastadas pelo local, deixando um rastro de seus corpos.

“Caramba, que merda é essa?” – Hanna encarava tudo boquiaberta e muito assustada. Seus olhos estavam arregalados e sua respiração descompassada, parecia que a qualquer momento ela iria chorar ali mesmo.

“Hanna... o que está acontecendo?” – Eu estava terrivelmente chocada, o que me fez ficar bem perto de Hanna. Aquilo me trazia certa segurança.

“Acredite garota, se eu tive-“

“HANNA!” – Uma Zoe completamente desesperada e aflita, vinha correndo em nossa direção. Ela não estava sozinha, em seu encalço vinha Claire Adam, uma líder de torcida e capacho de Zoe, Matthew Prestor, quarterback do time de futebol, Rick Wittem,o bad boy do 3° ano.

“Zoe? Mas que merda, você sabe o que está acontecendo?” – Pelo menos agora não havia rixa entre as duas. Mas Hanna parecia ler Zoe apenas com o olhar e as duas ficaram um tempo em silêncio, apenas se analisando.

“Eu não sei Hanna, estávamos em sala quando ouvimos o diretor pelo auto falante, mandando todo mundo seguir para o pátio lateral. Ele parecia nervoso. Nós não tínhamos chegado ao pátio e escutamos um estrondo muito forte. Houve gritaria, e as pessoas começaram a correr. Eu entrei em desespero e comecei a correr também. Vi que esses dois...” - Apontou para Claire e Matthew –” Estavam me seguindo, e depois o outro palerma nos seguiu. Não vi muita coi-“ – Neste mesmo momento,um gemido alto pode ser ouvido por nós.Olhei ao redor e vi que a gritaria havia cessado um pouco e que éramos os únicos no corredor.

O grupo se juntou em uma rodinha fechada. Olhei para Hanna procurando resposta, mas ela parecia tão confusa quanto eu.

Outro gemido, e dessa vez mais alto. O que quer que fosse estava se aproximando de nós, e parecia completamente nervoso. Aquilo não me agradava nem um pouco, o que fazia com que a sensação do alicate ficasse mais frequente.

“Hanna?” – Eu sussurrei.

“O que é?” – Ela respondeu no mesmo tom.

“O que está vindo?” – Mas ela não precisou responder, no mesmo instante, no final daquele corredor, surgiu uma figura completamente diferente do que eu imaginava.

Eu não sabia ao certo o que aquela criatura era. Parecia com um humano, mas parte do seu corpo estava faltando pele, estava completamente sujo de sangue e em alguns lugares era possível ver o osso. Aquilo me deu certo enjôo, e eu tive que prender a respiração.

A criatura pareceu não nos notar. Dirigiu-se a um corpo de uma aluna, que estava morta e começou a se alimentar da própria.

Aquilo causou certo impacto no grupo, eu virei o meu rosto para o lado. Vi de relance que Hanna e Zoe estavam de mãos dadas, aquilo me causou certa dúvida. Claire encarava a criatura com uma cara terrivelmente enojada, enquanto Matthew a segurava pelo ombro. Rick estava totalmente paralisado.

“Tudo bem, seja o que for aquilo, não nos viu ainda. Precisamos recuar lentamente e dar o fora daqui o mais rápido possível.” – Hanna sussurrava, sem tirar seus olhos. “Agora, todos vocês, dêem meia volta e...”

“Aquela criatura... Victoria. Nãaao” – Rick permanecia no lugar, e agora eu podia perceber que ele estava chorando. Seu olhar oscilava da criatura, para o corpo da garota no chão. “Esse maldito... Ele matou a Victoria... SEU MALDITO!”

“RICK! NÃO!” – Hanna tentou impedir, mas foi em vão. O garoto já havia pegado um bastão onde ficava presa a bandeira da escola, e corria em direção à criatura. Mas parecia que ela tinha previsto o que Rick ia fazer, e se atirou em direção a ele,não lhe dando nenhuma chance.

Os dois caíram no chão, enquanto nós gritávamos para que ele saísse de lá. A criatura queria a qualquer custo arrancar alguma parte de Rick, e parecia que estava ganhando a luta.

Foi quando ele começou a gritar por socorro, que eu senti um vulto loiro passando por mim e indo ao encontro de Rick.

Hanna pegou um pedaço de madeira, que estava largado no chão e acertou-o com toda força que tinha na criatura, lançando-a longe. Isso fez com que Rick pudesse levantar, mas a pancada de nada tinha afetado a criatura.

Ela novamente vinha em nossa direção, e dessa vez Hanna mirou bem no meio da sua cabeça, explodindo-a e espirrando gosma de sangue por toda sua roupa e rosto.

"Hanna,você acabou de matar essa...coisa." - Eu perguntei um pouco estática.

“Ah, jura é?” - Ela se virou pra mim, ainda com o semblante amedrontado. Curvou sobre os joelhos, tentando normalizar a respiração. "Pensei que ela estivesse querendo brincar de Beisebol!"

“Engraçada você! Aquela criatura estava querendo matar o Rick e você fazendo piada disso!" - Aquela garota me dava nos nervos.

“Se você não notou, fui eu quem salvou a vida dessa garoto aqui, enquanto você fica de espectadora!” - Ela agora se aproximava de mim, erguendo a madeira totalmente ensanguentada.

“Querem parar vocês duas? Não estão ouvindo?” - Matthew estava parado olhando para o corredor de onde aquela criatura havia saído.

Todos nós paramos para ouvir o que Matthew tinha dito, e mais daqueles gemidos horripilantes soaram pelo corredor. Dessa vez não era apenas uma criatura, parecia um bando daquelas coisas, e estavam vindo diretamente na nossa direção.

“Acho que tem mais daquelas coisas por aí, e parece que estão vindo exatamente pra cá." - Pela segunda vez,eu ouvi a voz de Matthew naquele ambiente.

“O barulho deve ter chamado a atenção deles." - Dessa vez foi Claire quem se pronunciou.

“Temos que sair daqui o quanto antes. Vocês viram o que aquela coisa faz. Não quero ficar pra ver o que milhares dela podem fazer." - Zoe dizia com certa urgência na voz.

“Ela tem razão, temos que sair daqui. Meu carro está no estacionamento na ala esquerda do prédio. Podemos chegar lá, e irmos até a delegacia." - Eu sugeri. Precisávamos de alguém experiente pra essa situação.

“Anh, pessoal, venham ver uma coisa." - Matthew estava olhando pela janela do segundo andar, onde se tinha uma enorme visão do pátio central da escola.

A cena era completamente horripilante, algo que fez meu estômago revirar com a forte sensação do alicate puxando meu umbigo. O que se dava para ver eram desespero, morte e sangue.

Várias daquelas coisas estavam atacando os poucos estudantes que restavam naquela escola. Outros estavam sendo comidos vivos por aquelas criaturas. Alguns estavam feridos e lutando, sem chances, para manter-se vivos.

“Nós temos que sair daqui agora.” - Hanna dizia totalmente em choque. “E acredito que nenhuma ajuda policial resolveria essa situação. ''

“Eu não vim de carro." - Zoe se pronunciou pela terceira vez naquele dia. “E o seu Hanna?” - Era estranho ela dirigir a palavra a Hanna.

“Está na ala direita.“ - Todos nós a encaramos - “ Eu tenho que ir pega-lo." - Ela encarava o chão,completamente séria.Parecia que ela não iria mudar de ideia.

“Você ficou louca? Não pode ir lá sozinha!” - Matthew dizia com cara de espantado.

“Ele tem razão Zoe, você não pode ir sozinha!” - Zoe falou com certo desespero na voz, enquanto se mexia desconfortavelmente.

“Escutem vocês! Nós somos seis, e cabem cinco em um carro. Ainda sim, faltaria um lugar no carro. Eu tenho que ir pegar o meu. essa é minha decisão!” - Ela dizia completamente decidida e séria. Como uma... Líder?

“Mas Han-” - Tentei argumentar. Em vão.

“Mas nada. Tem que ser assim. Vocês cinco irão com Rachel para a ala esquerda, entrem no carro e me encontrem na frente do colégio."

“Então me deixe ir com você?” - Rick,depois de muito tempo calado,se ofereceu.

“Não, eu quero ir sozinha." - Ela estava realmente decidida. Vi ela trocar olhares com uma Zoe angustiada, onde a mesma assentiu com um aceno de cabeça e saiu completamente calada.

Esperei eles se afastarem e me aproximei de Hanna.

“Hey, você não precisa ir sozinha. Eu posso ir com você... sabe?” - Eu realmente tinha uma sensação muito ruim sobre ela ir sozinha.

“Muito Obrigada, mas não quero você como um carrapato. Além do mais, não quero a companhia de uma espertinha." - Ela dizia me encarando, com um sorriso debochado, mas eu sabia que no fundo ela estava relutante em me levar.

“Sabe, acho que você deveria ser um pouco mais educada com as pessoas.” - Se a intenção dela era me tirar do sério, o trabalho estava sendo bem feito.

“O casalzinho aí já parou de discutir? Precisamos sair daqui, aquelas coisas estão se aproximando de nós." - Claire dizia, enquanto estava atente ao barulho do corredor.

“Boa Sorte!” - Eu desejei.

“Não preciso. Nós vemos na saída." - Ela era bem convencida quando queria.

“Humpf, idiota.” - Sussurrei pra mim mesma.

“Eu ouvi isso aí." - Ela jogou as palavras para mim.

Saímos, nós para o lado esquerdo. Hanna seguiu para a ala direita, com um último olhar meu.

Até onde tínhamos chegado, tudo estava tranquilo,sem barulho algum.Passamos pela sala do diretor,pela secretaria,e não havia ninguém por ali.Nada bom para mim,e a sensação do alicate só aumentava.

Conseguimos alcançar a porta dupla da ala esquerda, que dava para o estacionamento. Olhei em volta. Nada. Aquilo não estava correto.

“Acho que isso aqui está muito quieto. Não vejo nenhuma daquelas coisas." - Claire dizia, enquanto observava tudo ao redor. Não estava me agradando aquele silêncio.

“Vamos, antes que apareça uma daquelas coisas. Meu carro está logo ali." - Eu dizia, enquanto apontava para o carro.

Destravei o carro. Todos entraram, menos Zoe.

“A Hanna não disse que o carro dela estava na ala direita?” - Zoe dizia, encarando um carro a nossa frente.

“Disse. Por quê?” - Perguntei, sem saber onde ela queria chegar.

“Bom, o carro dela está bem a nossa frente." - Ela se virou pra mim.

Foi aí que eu entendi. O silêncio. Sem aquelas coisas por perto. Hanna querer ir sozinha.

Ela não queria buscar o carro. Ela estava os atraindo, como uma armadilha. Ela queria os queria chamar para apenas um lado, para nos dar uma chance de passar por ali. De algum modo, ela estava se sacrificando por nós.

“MERDA!” - Eu entrei em pânico. Ela era louca. Ela não podia fazer aquilo. “DROGA HANNA! DROGA!” - Ela realmente me dava nos nervos.

“O que aconteceu garota?” - Eu tinha assustado Zoe com o meu mini ataque de raiva.

“Acontece que aquela idiota da Hanna estava planejando se matar. Ela queria nos dar uma chance de passar, sem nenhum risco. Mas ela atraiu aquelas coisas para ela, e agora esta prestes a morrer." - Eu dizia completamente exaltada.

“E o que vamos fazer?” - Zoe também estava fora do normal.

“Tome as chaves Zoe. Fique aqui. Se a situação piorar, leve todos para longe da escola."

“E você?”

“Eu vou atrás da Hanna."

Ela me encarou como se eu fosse louca, mas nada disse, apenas assentiu com a cabeça.

Virei-me e comecei a correr como nunca tinha corrido antes. Tinha sorte que fazia aulas de dança em horário livre. Aquilo me permitia certa flexibilidade e fôlego.

Passei como um jato pela secretaria, e desci as escadas. Já podia ouvir os gemidos horripilantes das coisas. Consegui alcançar a porta de acesso à ala direita. Quando a abri, me deparei com uma cena que me dá arrepios até hoje.

Hanna estava quase prensada no muro, aflita. Seu olhar transmitia medo, e ela estava suja de sangue, empunhando o pedaço de madeira. A sua volta, devia ter uns 20 ou 30 daquelas criaturas. Eles avançavam a passos lentos e amedrontadores.

Foi aí que ela me viu, e nossos olhares se conectaram. Pude ver o medo, e passei a temer pela sua vida.

Ela apenas sussurrou.

“Não me deixe sozinha."


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Notas finais do capítulo

Então pessoal,esse foi mais um capítulo pra vocês.Espero que tenham gostado.Postarei o próximo em breve.
Deixem seu comentários,não sejam tímidos.
Critiquem mesmo,isso me ajuda a ver o que está faltando.
Beijos e até o próximo.
;*