Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Voltei! Sim, depois de meses e meses, mas voltei. Sei que muitos devem estar com raiva ou já ter abandonado a fic, mas eu disse que ia terminar e vou terminar. Mesmo com problemas pessoais, financeiros, acadêmicos, de saúde e claro, a velha falta de tempo, aqui estou eu voltando com Meu Snape e entrando nessa reta final tão esperada. Para quem quiser saber: o final já está decido e o próximo capítulo só depois da semana que vem, tenho muitas provas gente, pelo amor de Deus.

Pra quem achava que eu ia focar em Hermione como professora, sinto muito, mas não vai ser tanto. Há um problema maior no Mundo Mágico e Hermione sabe bem disso, muito bem. Vou focar nas relações e nos acontecimentos, tentando não deixar nada sem resposta. Qualquer erro ou confusão, podem me falar. Todo mundo sabe que sempre passa alguma coisa e não tive tempo de reler e editar uma quarta vez.
Beijos, boa leitura.



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Hermione levantou da cama antes mesmo do sol nascer e deu uma última olhada no marido que, curiosamente, ainda estava em sono profundo, antes de começar a se arrumar para o seu primeiro dia como professora. Era estranho. Estar ali, de volta àqueles corredores, casada com Snape e sem o titulo de aluna, era muito estranho.

Lembrava-se bem do seu ultimo dia ali antes de sua vida mudar completamente. Parte de Hogwarts ainda estava destruída e algumas paredes ainda estavam rachadas ou inacabadas, vez ou outra entrava em uma sala e só encontrava entulhos ou poeira cobrindo o que restara. Desde lá muito havia mudado e conseguia sentir isso cada vez que virava em um corredor. A escola finalmente voltara a ser impecável e somente detalhes haviam se alterado: alguns quadros que pediram por um lugar melhor, a ausência de passagens secretas, os Aurores que agora eram responsáveis pela segurança do lugar.

Hogwarts, como Helena dissera, finalmente era o lugar mais seguro do Mundo Mágico. E Hermione estaria feliz por isso se os motivos para tal não envolvesse uma nova guerra. Será que era impossível haver um ano completamente livre das consequências de Voldemort?

— Pronta para ser professora?

Hermione imediatamente sorriu, reconhecendo a voz.

— Gina!

— Finalmente você voltou... — Gina disse aliviada enquanto abraçava a amiga — Quatro anos é muito tempo Mione, muito tempo.

— Eu sei bem disso — Hermione riu suavemente se separando da ruiva.

— E onde está o seu guarda-costas? Pensei que Snape colaria em você agora que estão no mesmo lugar.

— Acordei antes dele hoje.

— Sei... deve estar exausto depois dessa noite... — Gina sugeriu maliciosa.

Hermione corou levemente e estreitou os olhos para ela:

— Snape merecia passar a noite com os Centauros depois daquela cena com a Lynch.

— Ah sim... a cadela Lynch, disseram que ela se joga pra cima de qualquer um com pênis e dinheiro — Gina comprimiu os lábios em desgosto — Ela estava toda sorridente com o Harry ontem antes do toque de recolher e eu fui muito sincera sobre o meu nojo com a cena.

— E eu acho que estou precisando de um pouco mais de sorte — Hermione complementou rindo — Não basta tudo o que já aconteceu? Ninguém nunca demonstrava tanto interesse em Severo e quando ele finalmente casa com alguém surge... ela?

— Não sei se devo ficar lisonjeado pelo seu ciúme ou preocupado com ele — Snape revelou sincero, fazendo as duas se sobressaltarem de susto.

Hermione logo se recompôs e lhe lançou um olhar sério:

— Depende, você tem alguma lista de ex-namoradas ou parceiras sexuais escondida por aí?

Snape riu de forma sarcástica e agarrou sua cintura, forçando-a a andar:

— Podemos ter essa conversa mais tarde. Agora eu vou apressá-la um pouco senhorita Weasley ou nos atrasaremos para o café da manhã.

Hermione arfou e o fitou descrente.

— Isso significa que há uma lista?

— Vou procurar o Harry, encontro vocês depois — Gina se despediu rapidamente, rindo.

— Isso significa que podemos ter essa conversa mais tarde — Snape insistiu, neutro.

— Se essa lista for muito grande essa conversa vai ser bem mais séria do que imagina.

— Eu nunca disse que existia uma lista.

— E também não negou. Se aquela ruiva...

Snape suspirou e a interrompeu, forçando-a a olhá-lo.

— Hermione, escute. Não tenho motivos para desejar outra mulher, quando vai entender isso?

— Quando você entender minha insegurança — ela respondeu de imediato — Severo você sempre se preocupou com a nossa diferença de idade, sentia que a qualquer momento eu fugiria com um homem mais jovem ou mais bonito. Não tente negar.

— Negar o quê? Ainda acho isso.

Hermione revirou os olhos e o ignorou, continuando:

— Agora peço que você me entenda, ok? Sendo espião ou não, sendo recluso ou não, você já viveu mais experiências que eu e grande parte dela sob a sombra de um bruxo das trevas que confiava em você. Quer mesmo que eu acredite que nunca houve alguém além de Lilian Potter?

Snape suspirou, de repente parecendo cansado demais para discutir.

— Antes de tudo, nunca tive Lilian Potter — começou no tom mais calmo que conseguiu — Depois, você não está falando de qualquer sentimento Hermione, está falando de amor e eu não tive tempo para amar mais alguém, nem mesmo me permiti tentar. Eu estava no meio de uma guerra onde um sentimento como esse se tornava perigoso demais, deveria saber disso. Mas se está perguntando se me relacionei com outras mulheres nesse meio tempo? Sim, houve outras. Se há uma lista? Obviamente que não, eu quero esquecê-las. E se for possível, quero esquecer qualquer parte da minha vida que envolva o Lord das Trevas.

Naquele momento Hermione engoliu parte de suas emoções, uma parte que insistia em discutir o assunto e ao mesmo tempo a repreendia por fazer Snape relembrar sua vida como Comensal e espião. Claro que ele queria esquecer, quem não ia querer isso depois de tudo o que aconteceu? O problema era apenas ela própria. Hermione se sentia incapaz de superar o passado.

— Tudo bem — disse suspirando — Desculpe por isso.

Snape apenas a beijou brevemente e respondeu:

— Sem desculpas, apenas se concentre no agora. Nosso casamento está sendo mais comentado do que suas travessuras com Potter e Weasley, eles vão apontar e comentar. Esse é o nosso agora, está pronta para isso?

— Claro que sim. Sou a Professora Snape, vai ser interessante.

— Seremos profissionais? — Snape se certificou se afastando brevemente.

— Profissionais — Hermione concordou sorrindo.

Respirou fundo antes de finalmente entrar no Salão Principal e internamente já estava mesmo preparada para o que a esperava. Como Snape dissera, todos os olhavam. As conversas não cessaram, apenas se tornaram mais discretas e Hermione conhecia bem o assunto. O problema não era só a diferença de idade ou a antiga relação de aluna e professor, era principalmente o fato dela ser Hermione Granger e ele ser Severo Snape.

E ambos já terem filhos.

— Mamãe!

Hermione não conteve um largo sorriso ao ver Brian e Rose correndo em sua direção.

— Oi! Como foi a noite de vocês?

— Estava frio — resmungou Brian fazendo careta — E a Rose não quis me dá o cobertor.

Rose cruzou os braços e lançou um olhar feio para o irmão:

— Você já tinha dois! Se sente tanto frio então durma no fogo da próxima vez.

— Tudo bem, já chega vocês dois — Hermione repreendeu meio atônita, franzindo o cenho para Snape — Vamos comer.

— O que? — ele questionou dando de ombros — Eles aprenderam a discutir cedo.

— O que fez com eles? Aposto que Eileen não aceitaria esse linguajar tão fácil — Hermione questionou enquanto se juntava aos outros professores na mesa.

— Eu a deixo organizar os aniversários, então não ouço tantas reclamações. Logo ela estará aqui, então vocês podem pensar na próxima... festa.

Hermione riu, sabendo que Snape não era exatamente um entusiasta no assunto. Não se importou. Era sua primeira oportunidade de fazer algo por seus filhos e com certeza não a deixaria passar.

***

Preparar uma aula não era realmente um desafio. Bastava relembrar seus próprios momentos como aluna, fazer sua lista de assuntos e planejar uma aula que não faça todos dormirem. O problema maior era desviar das perguntas.

O que houve durante a guerra?

Por que vocês não voltaram para o último ano em Hogwarts?

Como entraram na escola antes da batalha?

O que ficaram fazendo enquanto estavam fora?

As perguntas explodiam antes mesmo dela pensar em dizer “Bom dia”, murmúrios altos demais encheram a sala enquanto ela colocava suas coisas sobre a mesa e em seguida apenas se virou para a turma e encostou-se na mesa, cruzando os braços. Surpreendentemente a turma foi se calando gradativamente, talvez estivessem atentos ao olhar sério que ela treinara horas antes na frente do espelho.

— Bom dia turma, sou a nova professora de Feitiços, Hermione Snape — deixou sua voz ecoar pela sala silenciosa, satisfeita com os olhos vidrados nela — Sei que muitos devem estar curiosas e possuem infinitas perguntas, mas estou aqui para dar aulas, não entrevistas. 

Ficou satisfeita com os desvios de olhares nervosos, assim como o cessar de murmúrios e perguntas alheias pelo resto da aula e decidiu repetir frases iguais ou semelhantes em todas as outras. Usou o máximo de esforço em todas as suas explicações e não se culpou em abusar da prática, afinal, estavam aprendendo feitiços.

— Professora Snape — uma voz hesitante chamou durante uma aula — Não vai passar algum dever?

Hermione ponderou. A tarde já estava acabando, assim como sua aula dupla, no entanto aquela aluna era a primeira a questionar sobre a falta de dever, fato que ocorria desde a primeira aula.

— Por enquanto “prática” será nossa palavra-chave srta. Carver — respondeu finalmente — Mas não se preocupe, logo nos preocuparemos com a parte importante da teoria.

Sorriu enquanto os alunos saiam da sala. Todo o esforço do primeiro dia era essencial e estava valendo a pena. Todos, ao menos a maioria, estavam esperando pela mesma Hermione dos tempos de aluna, a Sabe-Tudo com notas altas e certas com a cara enfiada nos livros. Entretanto ela também era a prova sobrevivente de que, esquecendo os princípios tradicionais que não mais se aplicavam ao Mundo Mágico, os alunos precisavam se preparar para enfrentar inimigos muito mais preparados do que concorrentes para uma vaga de emprego.

Já era noite quando conseguiu se livrar de qualquer obrigação envolvendo alguma aula e entrou no Salão Principal. Algumas cabeças ainda a acompanhavam enquanto o atravessa, porém os murmúrios eram menores e Hermione considerou aquilo como um avanço. Um grande avanço se tratando de Hogwarts.

— E o primeiro dia? — Snape perguntou quando ela sentou ao seu lado.

Hermione colocou a varinha sobre a mesa e encarou Snape, sorrindo levemente.

— Precisei ser um pouco mais dura do que imaginei.

Snape esboçou o fantasma de um sorriso e voltou a remexer a comida.

— Ouvi muitos murmúrios sobre a nova professora hoje... manchando o nome Snape. Você não passou deveres, como pretende impor medo sem isso?

— Não pretendo impor medo — Hermione riu baixo — Mas andei treinando o seu olhar na frente do espelho.

— Se for semelhante ao que me deu ontem, então posso dizer que irá longe.

— Apenas semelhante, aquele é especialmente para você.

Snape fitou o sorriso malicioso dela e se remexeu, compreendendo o aviso.

— Já falei que não há com o que se preocupar.

— E eu não insinuei o contrário querido — Hermione rebateu em tom inocente.

Ele revirou os olhos e decidiu mudar de assunto, não confiava na linha de pensamento da esposa. Mulheres eram instáveis, Hermione não era diferente.

— As crianças estão com Alvo, só espere por elas na hora de dormir.

Hermione inclinou a cabeça e constatou que a cadeira do Diretor estava vazia.

— Não é... perigoso? — perguntou incerta — A sala do Dumbledore é tão...

— Interessante demais — Snape completou a contragosto — Eles amam aquela sala, parecem gnomos livres em um jardin.

— Você parece mais preocupado do que eu.

— Obviamente. Tive o trabalho de modificar todo o meu aposento para garantir que um deles não perdesse a mão ou um olho por acidente, e aquela sala é cheia de portas secretas, armários de vidro e escadas.

— Mas Severo... — Hermione argumentou rindo — Se não estão seguros com Dumbledore, então é melhor trancafiá-los em algum cofre do Gringotes.

— Gringotes não é tão seguro assim, você provou isso com a ajuda dos seus amigos. Lembra? — Snape recordou lançando um olhar significativo, fazendo-a corar levemente.

— Foi necessário.

— Não que isso mude algo.

Snape ignorou o resmungo dela e lhe entregou um frasco com um líquido branco que ela conhecia muito bem. Era seu remédio, a poção que teria que tomar por um bom tempo depois de quase morrer com o veneno de seu antigo médico, John Stevens.

— Seu remédio, não esqueça — Snape reforçou com firmeza — Todos os dias, preferencialmente à noite depois de comer.

Ela acenou em compreensão e ergueu a mão para pegar o frasco, mas tremeu de susto e recuou quando a porta do Salão foi aberta com violência. Seus olhos arregalados miraram a entrada com pavor, temendo ser aquele que fora o motivo de sua fuga. No entanto, encontrou alguém semelhante, mas consideravelmente mais novo e mais machucado.

— Draco!

Sem pensar duas vezes se levantou e correu até ele, com Snape e Minerva em seu encalço. Draco Malfoy estava no chão, havia caído logo depois de conseguir abrir as portas, gemia de dor e segurava seu antebraço coberto de sangue. Estava machucado demais e sem a varinha. Hermione se agachou ao seu lado enquanto uma pequena roda de pessoas assustadas se formava ao redor, então segurou seu rosto com cuidado.

— Draco... Draco! Fica calmo. O que aconteceu?

Malfoy respirou fundo e fez uma careta de dor, antes de responder:

— Lúcio fugiu.

 


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Notas finais do capítulo

Capítulo menor do que eu esperava e sem muita ação, mas preciso dele. Também tenho que agradecer muito a todos que ainda estão aqui me dando uma chance e a quem me mandou mensagem pelo privado. Vocês são maravilhosos gente ♥ ♥ ♥
EI!
Um agradecimento enorme e especial para Lygia Cristhina que escreveu uma recomendação maravilhosa e que - inconscientemente - me incentivou a querer continuar e decidir logo o enredo todo. Muito obrigada ♥ ♥ ♥ Como eu disse, o capítulo não está tão bom para que eu possa dedicá-lo a você, mas se quiser ele é todo seu kkk
Até breve gente!