A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 86
2x44 See you soon...




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— Já está tudo pronto? – gritei, terminando de fechar a minha mala. Iamos até o aeroporto de carro, e o resto do caminho iamos de avião.

— Só falta você. – Renesmee, irritante como sempre, tratou de me revidar.

Revirei os olhos e desci as escadas. Ela estava se despedindo de Claire.

— Prometam que tomarão cuidado. – ela pediu, pela milésima vez. Ela ficaria em casa com Embry, Mayra, vovó e vovô. O resto estariam conosco lá.

— Nós prometemos. – Renesmee falou, também pela centésima vez. – Eu já disse: ela é apenas uma. Nós somos em muitos.

Claire não nos queria deixar ir.

— Claire, vamos perder o avião. – falei, abraçada a ela.

— Se acontecer algo com alguma de vocês, eu mesma caço essa vampira e a mato. – ela falou embargarda, me fazendo rir.

— Não vai ser preciso. – lhe garanti enquanto ela se afastava relutante de mim. – Ela já era.

Fungou e assentiu com a cabeça.

— Vamos? – Seth perguntou, passando a mão ao redor da minha cintura.

Respirei fundo e assenti.

* * *

Abri meus olhos escutando a voz da aeromoça avisando que o avião estaria pousando. Bocejei e me estiquei. Ao meu lado estava o meu amor. Ele mexia em meu cabelo e analisava meu rosto.

— Quantas vezes tenho que dizer para não fazer isso? – perguntei, com a voz rouca, olhando em seus olhos.

— O que? – falou, inocentemente sorrindo torto.

— Odeio quando você me observa enquanto eu durmo. Isso é chato. – reclamei. – Eu devo estar muito bagunçada.

— Está linda. – ele sussurrou e me beijou na testa.

Suspirei com barulho e me aconcheguei em seu peito.

A gente parou em uma lanchonete, pois eu estava com muita fome. A comida do avião era horrível para meu estomago digerir.

— Não é muito boa, mas compensa. – falei, após engolir o terceiro pedaço do meu Xsalada.

Eu não parava de pensar no meu filho. Eu queria apenas pegá-lo em meus braços e ir para onde ninguém jamais nos encontraria. Onde ninguém perturbaria. É pedir demais um pouco de sossego? Parece que sim. Parece que quanto mais eu rezo para manter minha família e meus amigos sãs e salvos, mais os coloco em risco.

Mas agora eu tinha que me manter focada. Se eu me distraísse com saudades e preocupações, alguém sairia ferido.

Suspirei longamente, olhando as pessoas que eu amo. Nessie, Jake e Seth estavam ao meu lado, também devorando algo. Dei uma olhada atrás de mim. Meus tios e tias, mamãe e papai estavam jogando futebol na área vazia. Eles riam, se divertiam.

Suspirei ao me lembrar novamente de quando os Volturi vieram, e depois tivemos alguns anos de paz, porém agora estão voltando. Será que esse seria o nosso destino?

— Você está bem? – Seth me acordou do meu transe. Virei a olhá-lo no mesmo instante, surpresa.

— Estou. – apertei sua mão, tentando mostrar certeza em minhas palavras. Nada de preocupar ninguém.

— Tem certeza? – ele passou a ponta dos dedos em minha mandíbula.

— Aham. – suspirei, e lhe dei um breve beijo.

Eu gostava de como a sensação dos nossos lábios juntos me trazia conforto.

Eu me assustei quando senti algo vibrar no meu bolso. E adivinha quem era?

Suspirei antes de atendê-lo.

— Claire, a gente está bem.

— Nossa, nem sabe para que e ligo e já vai falando assim comigo?

Suspirei. Decidi entrar em seu jogo.

— Tudo bem. Desculpa. O que você quer então?

— Não posso apenas querer falar com a minha amiga? Estou magoada.

— Você é tão fingida. – zoei. – É sério, logo isso acaba e a gente volta para casa. – prometi. – Agora tenho que ir.

— Okey, amiga. Se cuida, por favor. – ela pediu, sua voz denunciava que ela estava implorando.

— Claro, Claire. – respondi, revirando os olhos. – Depois de ligo.

— Tchau.

— Tchau.

E desliguei.

— Essa garota é muito preocupada. – Seth comentou, e eu ri.

* * *

Uma e meia e ponto da madrugada. Era essa a hora marcada e ela ainda não estava lá.

— Calma, Carlie. – falei comigo mesma, me mexendo inquieta e nervosa. – Ela não vai demorar.

O parque estava deserto. Não havia ninguém por lá, e eu dei graças a Deus por isso.

A noite parecia fria, sei lá. Mas estava calma. Num clima ótimo para ficar se divertindo. As estrelas hoje estavam lindamente nítidas. O céu num azul escuro, o que era perfeito.

Eu não queria falar, mas ficar ali me deixava arrepiada de medo. Eu sei que minha família não deixaria nada acontecer comigo, mas não diminuia o pavor de ficar no mesmo lugar “sozinha” com a Tifanny.

— Pontualidade. – pulei ao ouvir sua voz a alguns metros de distância a minha esquerda. – Admiro isso nas pessoas.

Engoli em seco. Me faltaram palavras. O medo não me deixou fazer nada. Eu travei.

— O que foi, Cullen? – ela falou, se aproximando lentamente de mim. – Está com medo de mim? Espero que não tenha trazido ninguém da sua família, como foi o trato.

— Eu não colocaria nenhum deles em risco por sua causa.

Ela riu, mas não um riso de achar graça exatamente, mas como se não quisesse perder a cabeça tão facilmente com as minhas palavras.

— Esperta. – murmurou baixinho.

— Outra coisa em mim que eu mesma aprecio: eu procuro obedecer o que me mandam. – falei, me referindo ao fato de minha família ter dado a ordem de virem também. Tentei não sentir tanto medo ou não dar nenhuma brecha para me entregar. Mas estava difícil demais.

— Hummm. – ela murmurou, andando lentamente alguns passos para o seu lado, surpresa com a minha confissão que ela pensou que havia sido sobre ela. – Pena que você não vai ter mais tanto tempo para apreciar essas suas qualidades, querida. – ela falou. Seu tom de voz se modificou um pouco; ficou mais amigavelmente falso do que já estava. – Porque este é o seu fim.

Me surpreendi quando ela me segurou pelo pescoço e me tirou do chão. E antes que ela pudesse fazer mais qualquer coisa, meu pai e tio Emm apareceram e a seguraram.

— Sua pirralha! Eu sabia que não estaria sozinha! – ela gritou para mim, tentando sair do aperto dos dois. – Eu também não sou tão idiota quanto pareço.

E então dois jovens apareceram perto dali, e eu dei um pulo para trás de susto pela súbita aparição deles. E acabei caindo no chão.

— Peguem-na! – ela gritou, olhando para mim.

Arfei e tentei me arrastar para trás, mesmo sabendo que era inútil considerando que tinham dois vampiros de qual raça que fosse, prestes a me matarem.

— Não tão depressa. – tio Jasper apareceu por trás, e segurou um.

— Não vai encostar um dedo nela, seu desgraçado! – Seth segurou o outro com ajuda de Jacob.

— Carl, vem cá. – eu fui puxada para cima pela Nessie. Reconheci-a imediatamente pela sua voz.

— Me larguem! – o vampiro rosnou, tentando se livrar de Seth e Jacob.

Não sabia o que havia acontecido. Estava escondida no ombro da minha irmã. Mas ouvi vagamente minha mãe sussurrar que esqueceram o isqueiro e então ela não estava mais lá.  Então decidi olhar.

Eu estava desesperada. Ela estava com Seth em suas mãos, e com a mão o prendendo, e a outra segurava firmemente sua cabeça, que a qualquer momento poderia ser decaptada.

— Não, por favor! – lhe implorei dando um passo em sua direção, e logo meu pai me prendia no lugar. Colocou seus braços ao meu redor, e os meus se prendiam aos lados do meu corpo. Minhas costas coladas ao seu peito, numa tentativa sucessiva de me manter no lugar. Eu sabia que era isso que Seth pediria ou pedira ao meu pai: para me deixar longe do perigo. – Largue-o. Eu faço o que você quiser!

— Carlie, não faça isso. – Seth falou, lágrimas se formando em seus olhos por eu estar querendo nos trocar de lugar.

— Já que estamos negociando, vampirinha... – Tifanny começou, como se estivesse falando sobre um filme sem graça. – Eu não vou largá-lo, mas também não vou machucá-lo.

A alívio me prencheu com a surpresas dessas últimas palavras, mas eu não conseguia confiar nela totalmente. Meu desespero apenas atenuiu. Afinal, Seth ainda estava em seus braços.

Eu sabia que minha família não deixaria nada acontecer ao Seth, mas eles não poderiam fazer nada agora, pois ela usaria seu poder contra qualquer um que tramasse algo, ou pior: mataria-o.

— Eu o liberto... se mordê-lo.

Fiquei atônita. Eu não poderia mordê-lo. Se só com o cheiro do sangue de Derek já me descontrolei uma vez, morder alguém seria mil vezes pior.

— O que me diz? – Tifanny perguntou, me olhando desafiadoramente.

Engoli em seco, meus olhos presos no meu amor. Eu não conseguiria. Eu tinha certeza. Mas que escolha eu teria?

— Carl, você sabe que não consegue. – meu pai falou junto ao meu ouvido.

Eu tenho que tentar. Não posso deixá-lo simplesmente morrer. Coloquei essas palavras em sua cabeça, sem tirar os olhos de Seth, e logo balancei minha cabeça algumas vezes.

Tifanny sorriu vitoriosa.

— Pense bem. – a voz do meu pai saiu baixa, e cautelosa, enquanto ele me soltava. Tive que me segurar para não correr para seus braços quentes.

Minha respiração estava pesada, e eu estava quase arfante de nervosa.

— Carlie, não faça isso. – Seth implorou. Ele não temia por si próprio, mas sim o quanto eu iria sofrer se não conseguisse parar.

— Eu tenho que tentar. – falei, dando passos lentos até os dois. Eu não desgrudava meus olhos, agora de Tifanny, calculando o jeito que ela segurava-o, tentando pensar em alguma forma de tirá-lo. Mas eu não era tão forte e muito menos tão rápida quanto ela.

— Carl, não faça isso consigo mesma. – ele pediu mais uma vez. O ignorei.

Quando eu estava frente a frente com ele, ela o soltou, dando um passo para trás, porém atenta a mim e ao meu pai atrás de mim.

— Não... – Seth sussurrou, numa voz falha, provavelmente sabia que eu faria de tudo para tê-lo vivo, até me arriscar a isso. Mas eu tinha que parar, eu precisava parar. Era o amor da minha vida em frente a mim.

Desculpe. Pedi, mentalmente. Desculpas se eu não conseguisse parar, por não ter atendido ao seu pedido desesperado. Coloquei a mão direita ao lado esquerdo da sua cabeça, e a outra em sua nuca.

Fechei os olhos e afundei meus dentes em seu pescoço: nunca havia sentido nada tão delicioso e degustante em toda a minha vida. Aquilo era inexplicavelmente bom. Acho que sexo perdia para essa sensação. Eu não conseguia decidir. Talvez por ser a minha primeira vez. Era mil vezes melhor do que caçar um animal. Principalmente o herbívero. E o carnívero então... Nem se compara. Nada se compara.

O fluxo corria pela a minha boca garganta abaixo, e eu queria mais. Eu não conseguia parar. Eu simplesmente... não conseguia. Era bom demais. Viciante demais.

— Carl, pare. – Seth pediu, com as mãos em minha cintura, me empurrando suavemente para trás.

Eu tentei, juro que tentei, mas eu estava num tipo de delírio que tinha nome: frenesi. Meu pai já falara sobre isso comigo, e era exatamente o que estava se passando. Eu estava em frenesi. E por conta disso, grudei mais ainda seu corpo ao meu, meu corpo não queria nenhum espaço entre nós, para facilitar.

Gemi ainda com os dentes em seu pescoço, tentando sair daquela maldita e deliciosa armadilha.

Escorreguei minha mão que estava em seu rosto para o seu peito, e mesmo minha cabeça me ordenando a continuar, empurrei seu peito com força por causa da minha fúria, o fazendo cair no chão. Na minha tentativa de ir andar para trás rapidamente, tentando não voltar para ele e lhe morder de novo, tropecei em meus próprios pés e caí. Ofegante, e não acreditando que consegui parar, me afastei e fiquei aliviada de sentir meu pai me pegando do chão.

Senti vergonha quando ele me olhou, e eu senti o líquido do sangue escorrendo pelo canto da minha boca. Seus olhos ficaram imediatamente negros, mas eu reconhecia seu autocontrole.

Meus olhos voaram para Seth, temendo Tifanny tê-lo pego de novo. Ele estava no chão, me olhando orgulhoso. Eu fiquei incrédula. Ele devia estar agora mesmo me odiando por ter feito o que fiz.

Tifanny estava nos braços dos meus tios, se contorcendo como se tivesse levando choques.

Olhei ao redor e vi mamãe com uma fúria selvagem em seus olhos. Ness estava com Jake, mais afastados.

— Eu sabia que não viria sozinha! – Tifanny rosnou, em meio aos tremores.

De repente dois vampiros lutavam contra tio Jasper e tio Emmett.

Não sei como tio Jazz, Seth e Jake conseguiram derrotá-los, pois havia escondido a cabeça do pescoço do meu pai, como uma covarde que sou. Sre acontecesse algo com algum deles, eu me culparia muito.

Mas agora estava um pouco melhor. Faltava apenas Tifanny, que não conseguia usar seu poder contra nenhum de nós graças a mamãe.

— Sua desgraçada! – mamãe lhe deu um soco na cara. – Isso é para você aprender – ela chutou a dobra de seus joelhos, a fazendo cair ajoelhada ao chão de grama da praça. – a não mexer mais com a minha filha!

E arrancou sua cabeça com as próprias mãos. Minha boca estava escancarada de tanto alívio de vê-la morta.

Coldplay – A Message

— Oh, meu Deus. – lágrimas de descrença desceram pelo meu rosto. O alívio era, tanto, mas tanto, que papai precisou me apoiar para não cair.

* * *

Seth e Jacob ficaram para jogar fogo no corpo decapitado. Meus pais e tios foram na frente, e nos deixaram para cuidar do resto.

— Eles estão demorando. – falei, começando a ficar aflita.

— Relaxa, olhe! Eles estão logo ali. – ela falou, e dava para ver os dois andando na frente do carro. Havia acontecido algo, Seth não estava com a cara muito boa.

— Seu idiota. – Seth exclamou, entrando no carro após ele. Ele não estava muito contente, estava emburrado ou furioso, na verdade. E Jake apenas se divertindo com a situação. – Essa porra dói! – e fechou a porta com força.

— Jacob, Jacob. O que você fez para Seth estar xingando desse jeito?

Ele nunca foi de xingar. Pelo menos, não na minha frente.

— Ahh, eu apenas encostei um palito quente nele. – Jacob deu de ombros e deu a partida no carro.

— Um palito? – perguntou, incrédulo. – Ele jogou uma tocha acesa em mim!

— Jacob! – falei alto. – Você quer que eu fique viúva, matando o meu marido? – abri um sorriso de lado, brincalhão.

— Cegos por aí é o que não faltam. – respondeu.

Me estiquei no banco e lhe dei um soco no braço.

— Droga, menina! Você bate igual homem. – falou Jacob, esfregando o braço.

Sorri, orgulhosa de mim mesma. Voltei a me encostar no banco.

— E como está se sentindo, Carl? – Jacob perguntou, agora voltando a prestar atenção na estrada.

— Muito aliviada. – suspirei e fechei os olhos, me lembrando de que nao seríamos mais incomodados por Tifanny. – Agora ela não pode mais machucar nenhum de nós, mal posso acreditar nisso. – parecia um sonho.

— Sim, isso é um alívio enorme. – concordou Renesmee e Seth, junto a Jacob.

— Agora, vamos logo, por favor. Quero chegar rápido em casa. – bocejei e me deitei no colo da minha irmã.

* * *

— Carlie, Nessie! – Claire e Mayra gritaram assim que passamos pela porta da frente, e correram para nos abraçar.

— Eu disse que ficaríamos bem. – falei, retribuindo o abraço.

— Bem, tirando que Carlie teve quase um ataque de pânico e tropeçou bem na hora que deveria fugir. – Renesmee caçoou da minha cara.

— Que mentira! – revidei. – Eu não tive um ataque de pânico. – ela abriu a boca para falar, mas continuei rapidamente. – E nem um quase ataque de pânico. Eu apenas me assustei com o vampiro que apareceu subitamente na minha frente, e eu tropecei. Não tem nada a ver com pânico. Não mesmo.

— Ain, senti tanto a sua falta. – Claire me abraçou novamente. – Cheguei até a pensar que nunca mais te veria.

— Estou aqui. Relaxe.

Ela riu e se afastou.

— Quero ver meu filho. – declarei, o que eu estava querendo desde antes de chegar.

— E a Sarah? Também quero vê-la. – Nessie disse.

— Estão lá em cima, no segundo andar. – vovó Esme disse, entrando pela porta da frente. – Oh, meus queridos. Como estão? – ela abraçou a mim e a Renesmee, e depois Seth e Jacob.

— Melhores do que nunca. – Nessie garantiu, e eu refleti seu sorriso.

— Vamos ver nossos filhos. – puxei Nessie pela mão escadas acima, e senti Seth e Jake atrás de nós duas.

Chegamos ao quarto de Seth e abri a porta. Na cama de casal estava as duas crianças dormindo profundamente do meio da cama, sem perigo de elas caírem.

Seth e eu fomos sentar ao lado de Harry, enquanto Nessie e Jake sentavam perto da Sarah.

Harry dormia tão tranquilo em seu sonho, que era lindo vê-lo escapando da terrível realidade. Eu gostava de ver ele assim. Desse jeito, ele não precisava se preocupar com nada. Não precisava enfrentar o mundo a fora agora. Uma criança de quase um ano que parecia ter quase três.

O que será que Harry viria a se tornar no futuro? Um híbrido, vampiro e lobisomem? Ou humano e vampiro? Humano e lobisomem? Os três juntos ou misturados?

— O que acha que eles vão se tornar quando crescerem... ou sei lá quando? – sussurrei, não querendo o acordar.

— Não sei. – ele sussurrou. Colocou o braço ao redor da minha cintura, e apertou de leve.

— Tenho medo. – minha voz falhou.

Nessie e Jake me olharam, como se aquilo também os tivesse afetado. Eles estavam numa posição tão linda. Sarah estava deitada,  Nessie estava deitada de lado ao lado dela,  Jake por trás dela, com a mão em sua cintura. Seth estava deitado um pouco afastado de Harry, e eu estava sentada entre os dois, apenas observando meu anjinho dormir.

Será que seria mais seguro se Harry ficasse um tempo longe dos vampiros? Eu tinha medo de o fato de estar perto da minha família interferisse no crescimento ou no desenvolvimento dele, de alguma forma. Temia que ele fosse começar a se transformar tão cedo pela presença dos frios por perto. Tão novo para enfrentar isso tão cedo. De jeito nenhum eu gostaria que acontecesse algo com ele.

Seth, vamos lá para o quintal? Precisamos conversar. Falei mentalmente para ele.

— Vamos. – ele falou, se levantando, e depois me puxou pela mão para me ajudar. – Podem cuidar dele enquanto estiverem aqui?

— Claro que sim. – Nessie repondeu, sorrindo educadamente, acariciando a feição da filha.

Seth pegou minha mão e descemos as escadas.

— Aonde vão, posso saber? – papai perguntou, do sofá, aonde estava com a mamãe, assistindo a um filme.

— Vamos passear pelo condomínio. Meus tios já foram embora? – falei, parando.

— Foram para casa. E Mayra também. Eles têm sua própria casa, querida. – mamãe respondeu, rindo. As vezes eu era tão acostumada a tê-los em casa, que as vezes esquecia de que não morávamos mais juntos.

— Sim. – suspirei. – Acho que nunca vou me acostumar com a ideia.

Eles riram e voltaram sua atenção um para o outro, ao invés de para a TV.

Seth e eu continuamos nosso caminho para fora de casa, mas desta vez para a quadra de basquete. Eu não queria que meus pais ouvissem a conversa. Não agora.

Chegamos lá, havia alguns garotos tentando acertar a cesta, mas não em um jogo.

— O que quer conversar, minha linda? – ele perguntou.

— Sobre o futuro do nosso filho. – declarei. – Não quero que o fato de estarmos perto de vampiros interfira em qualquer coisa no crescimento dele. Quero dizer...

Dei uma breve pausa enquanto nos sentavamos em um banquinho. Ele se sentou, e me puxou para sentar no seu colo.

— Eu amo demais a minha família, mas eu quero o melhor para o Harry.

— Eu te entendo, amor. – ele acariciou meu cabelo. – Eu também não gostaria de que o crescimento dele alterasse em algo.

Suspirei longamente. A ideia de deixar a minha família era de partir o coração, mas a de Harry se prejudicar era pior ainda. Assim como os quileutes se transformam na presença de vampiros, Harry ou Sarah poderiam ser afetados também. Eu não suportaria ver meu filho se tornando lobisomem tão cedo, ou crescendo rápido demais aos aparente três anos. Como uma mãe pode lidar com isso? Já é ruim esse crescimento natural, imagine um afetado.

— O que acha de ficarmos alguns anos com a nossa própria casa, em um lugar afastado dos vampiros? – sugeri. Por enquanto eu estava assim, relaxada. Mas depois... viria o terremoto. – Para que o nosso filho tenha um lugar onde crescer, apenas nós três? Sabe, eu me lembro de quando fomos para a ilha da mamãe, foi muito bom ficarmos nós quatro, sozinhos. Deu tempo de crescermos como pais e filhas. Deu muito certo, apesar da distância ser uma droga total.

— Minha tagarela. – ele sussurrou, sorrindo um pouco, e me deu um selinho.

— Então?... – perguntei, querendo saber o que ele achava disso.

— Temos que conversar com os seus pais, primeiramente. Quero dizer, em segundo lugar, já que a vida é nossa e o filho também, então somos nós que vamos decidir isso. – ele falou. – Mas a opinião deles também é muito importante.

— Acho que eles não vão aceitar a ideia muito bem. – refleti. – Eles vão surtar! – falei depois de uns curtos segundos.

— Ei, vocês dois! – ouvimos a voz de Renesmee um pouco distante, e olhamos em sua direção. Ela estava com jake.

— Ei, casal apaixonado. – falei, apenas por falar.

— Olha quem fala. – retrucou, nos observando de cima para baixo de brincadeira.

— Todos somos. – Jacob falou, acabando com aquilo, e rimos. – E então, o que estão conversando?

Ele se sentou e puxou Nessie para o seu colo, também.

— Por favor, não me digam que é sobre sacanagem. – ele dramatizou, fingindo cara de nojo.

— Claro que não, seu pervertido! – exclamei, não tão alto. – Afinal, aqui não é o melhor lugar para isso.

— Argh! – os dois fizeram ao mesmo tempo.

— É como dizem, quem procura, acaba achando o que não deve. – retruquei, rindo.

— Mas agora falando sério. – Jake falou, mudando de assunto. – O que estavam conversando?

Suspirei de forma pesada.

— Estamos pensando em passar umas temporadas fora. – falei.

— Como assim? – Nessie franziu o cenho em confusão.

— Queremos um futuro seguro para Harry. – Seth explicou.

— E aqui não estamos seguros? – ela perguntou.

— De certa forma, sim. – me precipitei a falar. – Sabemos que com a nossa família, estaremos sempre seguros, e tal. Mas estamos falando sobre Harry ser lobisomem, sobre o que ele pode se tornar na presença de vampiros.

— Estamos com eles desde que nasceram, será que pode alterar algo, mesmo assim? – falou ela, parecendo afetada com as minhas palavras.

— Não sei, mas não quero arriscar meu filho apenas para não me magoar. – falei, dando de ombros. Sim, essa era a única escolha que eu poderia fazer.

— Pensando por esse lado... – Jake começou, olhando para minha irmã. – Acho que Carlie está certa. Sarah pode estar desprotegida perto de vampiros.

— Temos que falar com o papai e a mamãe. – comentei. – Eles não vão gostar muito da ideia, mas a vida é nossa.

— Tem razão. – suspirou ela.

Deitei no ombro de Seth e tentei me distrair olhando para os garotos do condomínio jogando dentro da quadra. Estava deixando minha cabeça pesada. Deixando-me culpada por causar essa dor neles. Mas é a vida do meu filho que poderia estar em risco.

* * *

PDV Renesmee.

Eram quase dez e meia quando decidimos voltar para casa. Fiquei surpresa de os meninos ainda estarem dormindo. E meus pais ainda na sala, namorando.

Aquilo que Carl disse não saia da minha cabeça. Eu estava pensando seriamente nisto. Será mesmo que eu estava colocando minha filha em perigo ao ficar com a nossa família? Eu temia profundamente que sim.

Meus pais decidiram ir a uma... bem, não sei exatamente o nome, mas sei que eles saíram para dançar, e passaríam a noite fora. Melhor. Assim eu conseguiria conversar com Jake sem precisar esconder nada.

— Vem, vamos conversar. – o puxei para o meu quarto. Ele se deitou na minha cama após se livrar do tênis e da camiseta, e eu me livrei da calça jeans.

— É sobre aquilo que a sua irmã falou? – ele perguntou, me olhando.

— Eu fiquei um pouco preocupada. – admiti. – Será que Sarah não está correndo perigo com a nossa própria família por perto? Isso parece sem sentido, falando assim, mas ainda se encaixa no que estou dizendo, no caso.

— Não sei, meu amor. – ele suspirou, fechando os olhos. – Eu realmente não sei o que pensar. A ideia de deixar Sarah virar loba tão cedo não me agrada em nada.

— Nem a mim. – me joguei na cama ao seu lado. – Está decidido. Vamos conversar com eles, amanhã. Assim que eu acordar.

Ele riu.

— Vou buscar Sarah para dormir conosco. – falei me levantando.

— Uhum. – ele murmurou, continuando de olhos fechados.

PDV Carlie.

— Está decidido, então. – falei, tirando minha calça e colocando uma blusa de frio. – Amanhã falaremos com meus pais. Tenho certeza de que ele nos apoiarão.

— Com licença. – Renesmee falou entrando no quarto. – Só vou pegar minha cria e ir dormir.

— Fique a vontade. – falei.

Ela a pegou delicadamente em seus braços. Sarah se remexeu um pouco, mas não acordou.

— Boa noite.

— Boa noite. – respondemos, e ela saiu.

— Como estou cansada. – suspirei, e me joguei na cama. – Amanhã teremos um duro dia.

— Pois é.

* * *

Acordei de manhã com os amores da minha vida ao meu lado. Não estava com coragem de levantar, pois além da preguiça, eu não queria enfrentar a possível discussão. Mas adiando isso ou não, geraria a mesma coisa, então para que deixar para mais tarde?

Me levantei da cama, meio sonolenta, e rodeei a cama.

— Seth, meu amor, acorde. – sussurrei perto de seu ouvido, o balançando de leve. – Temos de conversar com os meus pais.

Depois de alguns segundos insistindo, ele finalmente despertou. Fui dar banho no Harry e o coloquei em seu cantinho no quarto de brinquedos. Não havia como ele se machucar.

Desci as escadas depois de sair do banheiro após um delicioso banho. Entrei na cozinha e dei um sorriso fraco ao ver meus pais, Seth, Jake e Nessie sentados na mesa de jantar, que as vezes costumávamos nos reunir para conversar algo.

— Chegou quem faltava! – exclamou Nessie, sorrindo.

— Estou aqui. – falei, me sentando ao lado de Seth.

— Então? O que era tão urgente? – mamãe começou, me olhando.

— Bem, mãe, não sei como começar isso... – coçei minha cabeça com a mão que estava apoiada na mesa. – Nessie, quer ser voluntária?

— Bem... Carl e eu estávamos pensando sobre o futuro de nossos filhos, e chegamos a única conclusão de que não queremos que o crescimento deles seja afetado por morarmos com vampiros.

Meus pais abriram a boca para discutir, ao mesmo tempo, mas me antecipei.

— Queremos morar apenas nós três e... Hmm, eles três – falei me referindo a Jake, Nessie e sua filha. – Por um tempo como uma família, assim como fize...

— Nem pensar! – mamãe gritou, se levantando na cadeira num piscar de olhos. Sua feição estava demonstrando o quanto aquilo a afetava, o que era o que eu menos queria que acontecesse, apesar de parecer furiosa. – Vocês são apenas crianças!

Respiramos fundo, Ness e eu. Sabíamos que não levaria a nada se discutíssemos sobre isso agora.

— Mamãe, somos mães agora. – minha irmã falou primeiro, se controlando para não se alterar e estragar tudo transformando numa grande discussão. – Temos responsabilidade o suficiente e você sabe disso. Não pode nos negar de construir nossa própria vida, assim como fizeram.

Ela a olhou sem falar nada. Tenho certeza de que ela estaria chorando se fosse humana.

— Não quero que vocês vão. – ela sussurrou.

— Vai ficar tudo bem, mamãe. – murmurei, e fui abraçá-la com a Nessie.

— Estou aqui! – Derek gritou passando pela porta da frente. Ele foi ao cinema ver como era para um vampiro, mas parece que não gostou muito. – O que houve? – ele me perguntou. Eu mandei uma mensagem para o seu celular avisando que queria conversar com ele pessoalmente.

— Estamos nos mudando. – Nessie e eu suspiramos.

— O QUE? – ele gritou. – Como assim? Para onde? Por quê? O que houve?...

— Derek! – Nessie chamou sua atenção, o fazendo calar a boca.

— Não sabemos ainda, mas é para a segurança de nossos filhos. – completei.

— Que? – ele franziu o cenho em confusão.

Explicamos tudo a eles. Ele ficou um pouco chateado por não termos contado antes, mas ele nunca parava em casa. Ou quando ele estava, nós não estávamos. E quisemos contar nós mesmas, por isso nossos pais nunca lhes disseram.

— Não acredito que estão nos deixando! – ele nos abraçou, e retribuímos no mesmo instante.

PDV Bella.

Não acredito que minhas filhas vão morar longe.

— Eu sei que é difícil, amor. – Edward tentou me fazer sentir melhor. Elas tinham saído um pouco para a casa dos tios delas, enquanto eu ainda estava sentada na mesa em que acabamos de ter a discussão. – Mas as criamos corretamente. Agora temos que ter forças para lhes dar asas. Um dia elas voltam para as raízes. Para nós.

Solucei sem lágrimas. Eu não queria as deixar ir.

— Eu sei que é difícil, B. – Derek falou comigo. – Mas elas são mulheres. Sabem o que fazem da vida.

A pior parte é que eu sabia disso, mas não queria aceitar.

— Meu amor, se Derek entendeu a ceitou, você também deveria. – Edward comentou.

—  O que quer dizer? – ele perguntou, desconfiado e um pouco ofendido pelo sentido que ele pensou que tinha nas palavras de Edward.

— Eu quero dizer que ela é mãe e você é melhor amigo, os dois têm o mesmo amor pelas duas, então se um aceita, quer dizer que os dois deveriam aceitar.

Suspirei. Ele estava certo. Eu precisava aceitar. Assim como eu saí de casa quando me casei e me mudei pouco tempo depois, Charlie aceitou. Eu deveria aceitar.

— Tem razão. Eu vou dar meu apoio.

Der e Edward sorriram, orgulhosos de mim.

Eu sei que não estava sendo fácil para nenhum dos dois. Era apenas uma márcara para esconder a dor e o sofrimento.

PDV Renesmee.

Nossos tios, nem Mayra, queriam aceitar que vamos nos mudar em breve.

— Mas por quê? – Mayra indagou, inconformada.

— Já explicamos, Má. – Carlie falou pela terceira vez.

Ninguém queria aceitar o fato de que iríamos embora. Ficamos um tempo ali, eles tentando nos dissuadir sobre isso, mas depois aceitaram. Foi duro, mas aceitaram.

PDV Carlie.

Havia se passado apenas um mês desde a nossa decisão. E como era para a segurança dos bebês, não queríamos demorar, e passávamos os dias em casa, como se tivéssemos nos mudado. No começo eles ficaram chateados por não irmos mais vê-los, mas depois compreenderam o que queríamos. Papai já havia comprado as casas em Londres. Iríamos partir logo, e só iríamos nos ver na despedida. Talvez seja exagero da nossa parte, mas era melhor assim.

Eu me sentia culpada pela Nessie, pois acho que ela também estava assim pelo o que eu disse. Tudo bem, ela teve a mesma opinião que a minha depois que eu me manifestei, mas talvez ela só estivesse fazendo isso porque eu estava fazendo. Eu não sabia ao certo.

Brady não aceitou muito bem Nessie querer tirar seu imprinting de perto dele. Ela, por sua vez, sabia o quão doloroso era aquilo para ele, então o convidou para morar com eles em sua casa.

— Não acredito que estão nos deixando. – mamãe me abraçou, e depois a Nessie.

— Vai ser melhor para nós, mamãe. – Nessie falou, e papai me abraçou. Ele não dizia nada, mas eu sabia como ele se sentia.

Minha família se despediu não tão longamente de nós seis. Uma despedida chata e dolorosa, porém necessária.

Última chamada para o voo 724.

Senti um aperto no coração ao ouvir a voz.

— Acho que é a nossa deixa. – suspirei, lamentando. Seria muiti difícil ficar longe deles. A gente nunca se separou desse jeito. Mas confesso que as últimas vezes fez essa despedida ser menos dolorosa do que deveria ser. 

— Se cuidem, crianças. – tia Alice falou, grudada ao tio Jazz, que sorria tristemente. Também era difícil para ele.

— Adeus. – tia Rose quase chorou.

— Não, isso não é um “adeus”. – Nessie falou rapidamente, enquanto pegávamos as malas.

— É um “até logo”. – completei sua frase, pegando Harry e Seth as malas.

Acenamos enquanto entrávamos no avião.


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