A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 63
2x21 Na sombra da aflição (E)


Notas iniciais do capítulo

Oiee leitores fantasmas e não-fantasmas!
Aqui está mais um capítulo. Espero que gostem



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PDV Carlie.

O tempo se passava e o “grande dia” estava chegando. Minha família decidiu no final não chamar ninguém. Afinal, o que havia para testemunhar dessa vez? Não houveram acusações claras.

Em Forks, os lobos na ativa iriam se juntar a nós. Para eles, não era uma opção.

Outra coisa que rolou, que ativou os diabos da minha irmã. Quando voltamos para Forks, nossa família da reserva veio nos ver. Foi uma felicidade até certo ponto: no momento que minha irmã notou Collin com o olhar fixo em Sarah. Ficou claro o imprinting ali. Ness ficou enlouquecida. Tio Em me cochichou que foi muito parecido quando mamãe descobriu sobre o imprinting do Jake. Foi tenso, porém muito divertido de assistir. Jake por outro lado ficou tranquilo, e segurou sua esposa a impedindo de voar no pescoço do coitado. Talvez tivesse tido empatia de quando foi com ele. Minha irmã conseguiu assustar até a Clara, a novata do bando.

—Tantas garotas nesse mundo e teve que escolher justo a minha filha?! – ela gritou, ainda sendo segurada por seu marido. Ele estava se esforçando para isso.

Collin, por sua vez, ficou surpreso pelas suas palavras.

—Você acha que eu escolhi sofrer imprinting pela sua filha, Nessie? – perguntou ele, indignado.

—O quê que você quis dizer com essa ênfase? – ela rosnou, o olhando mortalmente.

Senti meus olhos se arregalarem, e olhei para ele em expectativa de sua resposta.

—Eu quis dizer que foi involuntário! – ele tentou se explicar.

—Isso tem seu lado bom. – me arrisquei.

Sua cabeça virou rápido em minha direção; ela parecia querer me fulminar com o olhar. Engoli em seco, me arrependendo de me intrometer.

—V-você sabe que ela terá todo amor do mundo como foi comigo e com você. Collin nunca a magoará, nunca a machucará, não é melhor assim?

Milagrosamente, ela pareceu ceder um pouco com as minhas palavras. Nem eu acreditei nisso.

—Agora temos coisas mais importantes do que nos preocupar com um simples imprinting.

—Carlie, eu já meio que aceitei. – ela grunhiu. – Agora pare de encher o saco. Por favor.

—Me pague, Emmett. – tia Alice falou, estendendo a mão.

—Nada disso! – ele exclamou.

—Como nada disso? – perguntou, indignada com a sua resposta. – Eu ganhei essa aposta.

—Vocês apostaram sobre o que? – mamãe perguntou, ficando irritada com os dois.

—Apostamos se Renesmee atacaria Collin por conta disso. – explicou ela. – E eu ganhei, mas Emmett não quer me pagar!

—Se não fosse pelo cachorro, Nessie teria ido para cima do lobo. – ele contestou. – Então eu ganhei.

—Nada disso. – meu pai se intrometeu a favor de minha tia.  – Nessie não o atacou, então Alice ganhou, Emmett. Você tem de pagar.

—Droga. – ele xingou baixinho, mas pagou.

Quanto que vocês apostaram? – Nessie perguntou, indignada.

Minha tia abriu a boca para responder, mas ele foi mais rápido. Ela ficou bem irritada com isso.

—Quinhentos dólares.

—É isso o que minha vida vale? – Collin questionou, e Ness soltou uma risada involuntária. Os três foram conversar em um canto.

Eu ri e fui para fora de casa quando uma coisa começou a me perturbar. Eu pensei que havia deixado sair da memória, ficado no esquecimento, mas não. Estava lá, martelando de repente.

—Hey, querida. – ouvi a voz do meu pai me seguindo para dentro da floresta, onde meus pés estavam percorrendo, me guiando. – Você está bem? Saiu de casa parecendo tão abalada com alguma coisa... – ele deixou sua frase morrer.

—Desculpe. – falei, parando e me sentando perto de uma árvore quando vi que estávamos um pouco distantes da mansão.

Ele me olhou por um segundo – particularmente preocupado – e se sentou comigo.

—Você quer me contar? – perguntou ele, tentando ser prestativo sem saber o que estava havendo.

—Essa noite eu tive um sonho horrível. – desabafei. Não fazia sentido guardar segredo, agora que era tudo ou nada. De novo.

—Que sonho foi esse?

Ele puxou minha cabeça para que pudesse ficar deitada em seu ombro.

—Eu tive tanto medo. – falei num sussurro.

—O que foi de tão horrível?

Respirei fundo devagar, me preparando psicologicamente para soltar de uma vez por todas.

—Eu sonhei que estávamos no mesmo campo que nos encontramos com os Volturi da outra vez. Mas dessa vez quem estava do outro lado era a Tifanny e com muitos outros vampiros de manto negro. Vocês viram que não daria para ganhar a luta, então vocês me entregaram para ela... – parei e engoli em seco quando lágrimas se derramaram. Um aperto se formou em meu peito com a mera possibilidade.

Depois disso, eu não pude mais aguentar segurar o choro.

—Meu amor! Eu entregaria a minha vida por você sem pensar duas vezes! Foi apenas um sonho, nada com a realidade.

Me permiti chorar em seu peito até não restar mais nada. Eu funguei, limpando as malditas e infelizes lágrimas.

—Eu sou uma idiota total. – falei como se fosse para mim mesma, totalmente ciente de que ele ouvira.

—Não se culpe. – ele pediu e me abraçou. – Sonhos assim acontecem.

—Obrigada por me ouvir. – murmurei baixinho, aliviada de ter dito em voz alta o que tanto perturbava minha mente.

Ele beijou o meu cabelo e encostou o nariz nele.

—Você é uma boba. – ele murmurou, agora parecendo achar graça. – Será que você foi abduzida? Acha mesmo que qualquer um de nós te entregaria sem lutar? Inclusive pode perguntar para a sua irmã.

Não tive como não rir quando ele apontou para a casa com a cabeça. Seus passos ainda não alcançaram meus ouvidos.

—É. Acho que sou uma boba. Mas mudando de assunto, você acha que a gente vai...

Me interrompi ao que a ouvi. Depois minha querida irmã apareceu. Ela parecia estar com medo de atrapalhar algo.

—Está tudo bem por aqui? – perguntou.

Eu assenti.

—Você estava chorando, Carl?

—Bobeira minha. – balancei a cabeça, mostrando para ela não dar muita importância a isso.

—As garotas estão planejando fazer uma festa do pijama. – ela esclareceu. – Falar sobre a vida, descontrair um pouco. E aí, topa?

—Parece ótimo. – falei e me levantei.

Nós fomos para casa. Mesmo conversando, Ness me lançava alguns olhares indagadores. Tive certeza de que ela não gostou que eu não compartilhei sobre os meus sentimentos com ela. Compartilhávamos tudo desde sempre.

—O que foi? – perguntei finalmente, cansada desses olhares.

A gente estava arrumando os sacos de dormir no chão do quarto da tia Rose, o maior quarto feminino da casa. Perfeito para uma festa do pijama.

—Está escondendo algo de mim.

Não foi uma pergunta.

—Não. – respondi, sendo sincera. De fato, eu não estava escondendo. Apenas não me senti bem de compartilhar de imediato. – Eu apenas não quis contar a ninguém. Isto é tudo.

Ela caminhou até mim e me abraçou.

—Seja o que for, fez você chorar. – ela murmurou. Pela sua voz, ela parecia não ligar para o que fosse que eu estivesse poupando dela. – Mas conte comigo quando sentir que precisa desabafar.

Isso me deu uma louca vontade de chorar. Ela realmente não queria necessariamente que eu lhe contasse.

—Foi um sonho que me perturbou.

Depois disso, eu parei um pouco. Eu não queria desfazer do abraço acolhedor da minha melhor amiga. Estava tão bom. Porém posteriormente eu cheguei à conclusão de que ela também poderia saber, afinal não passava de um sonho. Mas agora falando em voz alta, parecia ridículo eu ficar pensativa com isso.

Era isso, eu contaria a ela também. Não me importei de que havia muitos vampiros com super audição nos andares de baixo que poderiam ouvir cada múrmuro dito.

—Eu sonhei que nossa família me entregava para Tifanny, porque eles viram que não venceríamos.

Minha voz saiu num sussurro falho. Boa parte de vergonha. Ok, era definitivamente ridículo.

Me afastei quando ela riu.

—Desculpa, Carl, mas sabe que isso é ridículo, né?

Não consegui segurar e a acompanhei na risada.

—Sim, percebi isso quando contei para o papai. – confessei.

Segurando meus ombros com suas mãos, me distanciou brandamente dela, e me olhou no fundo dos olhos. Os olhos castanhos dela penetraram nos meus antes de ela proferir suas próximas palavras.

—Carlie Cullen, eu acho que digo por todos nessa família quando digo: eu jamais iria desistir da sua vida sem lutar. Eu provavelmente morreria nas mãos do vampiro que tentasse te matar, mas não iria apenas ficar parada sem fazer nada.

A abracei forte, sem vontade de segurar o choro que veio em seguida.

Eu te amo muito!

Eu te amo, Carl, e pare de pensar essas coisas!

Ela já havia cessado o riso, e agora a seriedade tomou conta da sua mente. Ness reconheceu minha dor em meio a tristeza.

Nunca vamos deixar nada acontecer com você. As chances de esses vampiros estarem vindo por você são grandes, então nossa prioridade é proteger você e as crianças. Não tenha dúvidas.

Ficamos mais alguns minutos abraçadas – não faço a mínima ideia de quanto tempo se passou –, até que as garotas entraram no quarto como se não tivessem ouvido nada. Bom, Mendy eu sei que não ouviu.

Pela noite desejei que esse sentimento ruim se evaporasse por completo. Por alguns instantes eu me via perdida nas conversas, e ficava tudo picotado em minha mente, então os assuntos foram vagos. Não captei as piadas, e nem o motivo das risadas. E depois, irritantemente, essa porcaria surgia de onde eu conseguia enterrar pelos poucos minutos.

—Tia Rose, você sempre quis ter filhos? Desde que era humana? – puxei assunto, tentando mais uma vez me distrair. Ela me olhou quando mencionei seu nome, considerando que ela conversava com vovó Esme ao seu lado.

—Carlie, isso não é muito educado. – mamãe me repreendeu baixinho, apontando com o olhar para Mendy. Se fossemos humanas, minha tia não teria escutado absolutamente nada.

—Está tudo bem, Bella. – ela disse com um simpático sorriso no rosto. – Sempre foi o meu sonho formar uma família. Eu me via envelhecendo, com os cabelos brancos e o meu marido ao meu lado enquanto assistimos nossos netos brincando. Eu jamais pensei em outra possibilidade que não fosse engravidar, até Mendy e Heather aparecerem na minha vida. – faz uma pausa e afaga o cabelo da minha prima. – Em faz tudo ser mágico do jeito que eu sempre sonhei.

—Isso também tem um lado ruim. – disse Renesmee, atraindo atenção para si. – Mais humanos para nos preocuparmos em como esconder deles.

A tensão tomou conta da atmosfera. Quase parecia uma pessoa física.

—Eu nunca quis ser um problema...

Segurei a mão de Mendy, a interrompendo com esse gesto.

—Você não é um problema. Eu não sou um problema. O problema são eles que vão atrás de confusão e enchem o nosso saco.

Fiquei contente de arrancar algumas risadas pelo cômodo.

—É assim que eu quero ouvir. – Ness me abraçou de lado.

—Ok, vamos mudar de assunto de novo. – dei um basta.

—Tem razão. – minha avó disse. – Vamos parar de pensar um pouco sobre isso e vamos descansar.

E de repente veio a minha cabeça que eu não sabia onde meu filho estava.

—Onde Harry está? – perguntei, chamando atenção de todas.

—Somos duas mães desnaturadas. – Nessie brincou.

—Seth e Jake os colocaram para dormir. – mamãe respondeu. – Seth está no quarto de vocês, Jake ficou no de Esme com Sarah.

Pensar no meu filho fez uma constrição se formar em meu peito. Só de cogitar que ele está metido nisso tudo me faz querer pegá-lo e leva-lo para onde não há ninguém, e o deixar protegido.

Eu estava exausta por causa disso, e as meninas pareciam ter esquecido do planeta Terra.

Sorte delas, pensei.

Levantei-me e me dirigi para fora do quarto. A festa do pijama não veio a calhar como eu imaginei.

—Carl, vamos conversar um pouco. – Nessie me chamou após perceber minha ausência na rodinha.

—Cansada demais. – recusei.

Não venha atrás, por favor. Falei para a minha mãe.

Fui para o meu quarto, avistei Seth dormindo ao lado de um Harry adormecido. Cuidadosamente peguei meu filho, e deitei encostada no meu marido, deixando Harry em um ninho nos meus braços. Seth ainda em seu sono passou o braço ao meu redor e me puxou para colar minhas costas em seu peito. Puxei o cobertor fino, nos cobrindo, e fechei meus olhos para o meu medo.

PDV Seth.

Acordei na madrugada sem sono. Carlie e Harry dormiam profundamente ao meu lado. Decidi ir beber água. Os vampiros estavam acordados, pude os ouvir na sala de reuniões.

Eu estava preocupado com a Carlie. Ela parecia tão perturbada. Bem, todos nós estávamos por causa da vinda dos Volturi, mas ela parecia particularmente abalada. Talvez se culpe por Tifanny se revoltar tanto contra ela.

Seth, está ocupado?

O pensamento da Carlie invadiu minha mente. Sem pensar duas vezes, deixei o copo e subi as escadas.

Só estava com sede. Estou voltando.

Mais uma vez a perturbação tomava conta de sua cabeça. Subi em passos largos de volta para o quarto silencioso.

—Carlie, o que há com você? – perguntei preocupado.

Fechei a porta e me sentei ao seu lado. Ela estava de bruços na cama, e seu rosto enterrado no travesseiro.

—O que foi, amor? – voltei a perguntar quando ela não me respondeu. Afaguei suas costas.

—Na verdade. – ela respondeu se virando para me olhar. Quando se moveu, minha mão passou para a sua cintura. – Estou preocupada com o nosso filho.

—Por causa da vinda dos Volturi, certo?

Ela assentiu. Partiu-me o coração assisti-la com seus lindos olhinhos verdes cheios de lágrimas. Naquele momento, eu tive certeza de que não era paranoia da minha cabeça sobre haver algo de errado com ela.

—Talvez eu devesse ir falar com os seus pais...

—Fica comigo esta noite. – ela me pediu. Não pude negar.

—Claro que fico. – murmurei e me deitei ao seu lado. Eu não poderia negar isso a ela. Não que eu quisesse.

Carl se deitou em meu peito e me abraçou.

—Estou com tanto medo do que poderá acontecer. – sussurrou, a voz quebrada.

Beijei seu cabelo, e encostei os lábios no mesmo.

—Eu não vou deixar nada de ruim acontecer com nenhum de vocês dois. – prometi. – Nem que isso custe minha vida.

Jamais alguém tocaria na Carlie ou no Harry enquanto eu estivesse vivo.

—Eu não quero te perder. – ela disse baixinho, com a voz engasgada.

A aconcheguei em meus braços, tentando ao máximo aproveitar nossa paz finita.

A manhã seguinte foi de mais treinos, como foram nas últimas semanas. Eu não estava nada de acordo com a ideia de Carlie treinar também. Jake, da mesma forma, não gostou de a Nessie fazer o mesmo. Mas não pudemos dizer nada, pois estávamos na forma de lobo.

“Flash Back On”

 

—Quem é o próximo? – Nahuel perguntou assim que terminou sua luta com Alice.

Sim, aquele híbrido idiota estava aqui. Veio visitar os Cullen, e quando ficou sabendo sobre a visita mal esclarecida, decidiu ficar.

—Eu quero tentar. – Carlie se manifestou. Ela está louca? Está querendo se matar?

Quando ela se levantou para ir para o meio do campo, agarrei a touca de sua blusa com os dentes, fazendo-a parar. Ela girou para me encarar de cara feia, muito provável ela já sabia o que eu pensava sobre ela treinar.

—Seth, eu não vou me machucar! – ela garantiu. – Nahuel tem a mesma força que eu, não é como se eu fosse lutar com um vampiro.

Eu balancei a cabeça, insistindo que ela desistisse dessa ideia.

—Ah, qual é? – o híbrido se intrometeu. – Não vou machuca-la!

Rosnei para ele, e o mesmo não teve pudor em minha ameaça.

Jacob torcia mentalmente para que Nessie não tivesse a mesma ideia maluca.

—Carlie tem razão. – Nessie falou se levantando. – Nós não vamos nos machucar.

O que ela quis dizer com “nós”? Jacob perguntou alerta, já assumindo o seu protetor.

—Vamos lá, eu sou a próxima! – Carlie falou alto e indo para o meio do campo ao encontro de Nahuel. Eu não tive tempo de protestar.

Suspirei, zangado, e me sentei ali. Quando ela acabou – devo dizer que fiquei impressionada, ela parecia uma gata felina em seus movimentos – Nessie foi. Jacob ficou emburrado quando isso aconteceu.

 

“Flash Back Off”

—Carl, meu amor. Por favor, fique de fora desta vez. – implorei, não querendo-a machucada novamente. Uma vez enquanto ela treinava com sua mãe, ela errou o movimento e acabou de tornozelo enfaixado quando acertou o quadril de Bella. Não fora nada grave, mas ficou o resto do dia com dor.

—Seth, não vai acontecer nada comigo. – ela selou sua palavra e ficou na ponta dos pés para beijar meus lábios. Não, desta vez ela não iria me comprar!

Segurei seu rosto entre minhas mãos e nos deixei a milímetros de distância.

—Não prometa algo que não pode cumprir.

—Que coisa chata, Seth. – ela reclamou, me deixando surpreso. – Quando eu precisar lutar, o que vou fazer? Assistir? Eu tenho capacidade de lutar, você sabe!

—O que prova isso? O tornozelo machucado?!

—Ele ficou novinho em folha no mesmo dia. – ela revirou os olhos.

Respirei fundo, me contendo para não gritar. Carlie me deixava alterado quando teimava em não me escutar.

—Pode levar em conta a minha preocupação? – falei entre dentes.

Ela suspirou. Eu desejei que ela tivesse desistido de seus argumentos. Mas minhas esperanças foram água abaixo quando ela se apoiou em meu peito e ficou na ponta de seus pés para olhar em meus olhos. Então eu tive certeza de que ela me convenceria de qualquer coisa que quisesse.

—Seth, amor. Eu garanto que não vai mais acontecer nada comigo. Confie em mim. Estou em família.

Eu fiquei relutante.

—Não vou me machucar. OK?

Droga de manipulação. Droga de imprinting.

—Por favor. – tentei uma última e certamente falha tentativa.

—Eu vou ficar bem.

Abri a boca para falar, mas seu beijo me calou.

—Eu te amo.

Essas foram suas últimas palavras antes de ela ir.

—Relaxa, Seth. – Nessie tentou me tranquilizar. Mas eu só ficaria tranquilo com ela fora desses treinos que ela poderia se ferir. – Ela vai ficar bem. Temos que estar preparadas. Aliás, Carlie apenas é desastrada como minha mãe era.

—Outro motivo para me preocupar. – falei sem humor, assistindo a minha gata felina em ação. Mas como todo ser vivo, ela também se machuca.

Ela riu.

—Fique calmo. – disse novamente. – Ela logo voltará.

—Vou tentar.

Procurando me distrair, atravessei o campo e fui em direção ao meu filho no colo de Esme.

—Quer segurá-lo? – ela ofereceu.

—Vai me tranquilizar. – aceitei e o tomei em meus braços.

Sentei-me no chão, e ela se sentou ao meu lado. Para qualquer um do bando, o cheiro doce dos vampiros ainda era um incomodo. Mas para mim – e para Jake – era algo rotineiro.

—Desde que Bella entrou em nossas vidas, a nossa família mudou para melhor. – ela disse.

A olhei.

—Nunca nos relacionamos com os humanos, até Edward se apaixonar por ela. – explicou para o meu olhar confuso. – E olha só o que ela nos trouxe! Duas criaturas lindas, que tiveram dois filhos maravilhosos. Incentivou Alice e Rose a terem filhos, e ainda acabou com o tratado que fazia de nós o inimigo para La Push.

Não tive como não sorrir. Se hoje ainda tivéssemos esse negócio de “os Cullen são repugnantes” e o tratado ainda fosse válido, seria péssimo. Adoro os Cullen, são como minha terceira família. Bem, não foi exatamente a Carlie que me fez frequentar mais a casa deles e tal, mas o imprinting que tive por ela, ajudou nisso. Minha vida passou a fazer sentido depois que ela nasceu.

—Eu fico muito contente com isso, Esme. – confessei sem o menor pudor. Ela sorriu largamente, bastante feliz com o que eu disse.

—Você é um bom garoto, Seth.

Dirigi-lhe um sorriso.

Voltei minha atenção a Carlie, agora jogava altinha com Embry, Mendy, Jake, Ness e Nahuel.

—Você não quer ir lá, querido? – Esme me perguntou, provavelmente quando percebeu a direção do meu olhar.

—Estou bem aqui. – recusei. Eu sabia que Carlie estava bem.

* * *

PDV Carlie.

Faltavam algumas horas para eles chegarem, e estávamos todos aflitos. Ainda era de noite, e estávamos na clareira. Minha família havia montado algumas tendas para nós, necessitados de dormir, dormirmos.

—Acha que teremos alguma chance? – perguntei.

Estávamos em volta da fogueira. Todos em seus respectivos pares, abraçados. Os lobos que lutariam conosco ali em nossa companhia. Deixamos os bebês sob a proteção dos quileutes em La Push. Mendy ficou com eles na casa de Emily.

—Se ao menos soubéssemos o que eles querem, teríamos uma hipótese. – papai falou. – Amanhã saberemos de fato.

—Se eles estão vindo por causa dos nossos relacionamentos, não entendo por que não vieram antes. – Renesmee falou se referindo a nós quatro.

—Talvez estivessem esperando a gente dar outro deslize. – opinei.

—Não é a cara deles. – Jacob discordou.

—Talvez alguém conseguiu convencê-los de nos deixar em paz por um tempo. – vovô ponderou.

Todos nós o olhamos como se ele tivesse falado em árabe.

—Não podemos descartar essa possibilidade. – meu avô esclareceu.

—Bom, vamos descobrir isso amanhã. – suspirei.

Foi uma noite conturbada. Eu não dormi direito. Só consegui pensar no meu filho. Eu não queria pagar para ver o que o nosso futuro aguarda.

—Carlie. Amor, acorda.

Meu sono foi interrompido por Seth me chamando.

—Que horas são? – perguntei com a voz rouca por causa do sono.

—Seis horas. Eu apenas achei que você iria gostar de ficarmos de bobeira um pouco.

—Você sempre sabe o que eu quero.

Ele sorriu. Quando saí, apertei minhas pálpebras para proteger meus olhos da claridade.

Às oito horas, faltavam dez minutos. Seth me deu um beijo e prometeu que ficaria tudo bem, logo foi se transformar com o Jake e os outros.

Nessie e eu insistimos em ficar perto dos nossos maridos, mas nos convenceram que era mais seguro ficar perto deles. Então nós duas – Nessie e eu – ficamos entre papai e mamãe. Dei uma espiada ao redor. Os casais estavam unidos, como se fosse a última vez que ficariam juntos. Meu coração se apertou, mas não era mais hora de me sentir culpada. Precisava me manter firme.

—Eles chegaram. – sussurrou tia Alice, anunciando.

E então, os mantos pretos começaram a aparecer, se destacando na neve. Pareciam não tocar o chão por onde andavam, e sim flutuar sobre ele.

Quando chegaram do outro lado do campo, pararam.

Como uma sincronia perfeita, eles tiraram suas toucas, revelando seus rostos. Meu coração disparou quando encontrei os olhos vermelhos de Tifanny.


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