A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 58
2x16 O Anunciamento (E)




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PDV Renesmee.

Nossa lua de mel estava sendo muito mais perfeita do que eu imaginei. Não tinha hora para dormir e nem para acordar. Alguns dias nem nos preocupamos em levantar da cama.

—Vamos, Dodger’s. Vocês têm que ganhar...!

Dodger’s era o time que Jake torcia no beisebol. Eu sempre preferi futebol assim como a minha irmã, e nunca demonstrei interesse em beisebol porque nunca fomos permitidas jogar com eles. Depois que comecei a namorar Jake, procurei entender mais sobre. Gostar um pouco do que meu marido gosta nos dava mais assunto em comum.

Home run!— gritei num tom comemorativo assim que vi fazer um ponto. – Eles fizeram pontos, meu amor. Por que não está feliz?

—Porque esses não são os Dodger’s. – ele disse apontando para a televisão. O placar não tinha mudado a favor deles.

—Ahhhhh! Eu jurava que eram eles... – me interrompi, decepcionada por errar algo óbvio. Fiz um biquinho divertido quando o escutei rir. – Ai, ai, eu nunca vou aprender sobre esse negócio de beisebol.

—Temos todo o tempo do mundo. – ele me lembrou chegando perto. Laçou a mão em minha nuca e me prendeu contra ele. Iniciou uma sessão de beijos pelo meu pescoço. Fechei os olhos, me deliciando com a sensação, tão boa que senti um sono terrível de repente. -... ssie? Renesmee? Você está bem?

Não respondi de início, pois minha cabeça ainda rodava um pouco. Minhas costas estavam contra algo macio: o sofá. Ele estava sobre mim, sua feição preocupada.

—O que houve? – perguntei, desnorteada. Tentei me levantar, mas ele me impediu.

—Fique deitada. – ele mandou.

—O que houve? – repeti reclamando.

—Você apagou do nada, amor.

Cocei a cabeça, nervosa.

—Vou trazer um pouco de água para você. E um lanche, você não comeu direito ontem e nem hoje. Não levante. – ordenou e foi a cozinha.

Não perdi nenhum segundo. Peguei meu celular que estava em cima da mesinha de centro, e fui ao banheiro. Disquei o número que eu queria. Para a minha surpresa, ela atendeu no terceiro toque ainda.

—Carlie, eu preciso falar com você.

PDV Carlie.

—Há, há, há, aquelas pegadinhas são as melhores. – comentei ainda rindo.

Ele cessou os risos e começou a comer. Eu estava acabando de pegar o prato com omelete que fiz na cozinha do quarto do hotel – meus pais incríveis sabem da minha paixão por culinária e não esqueceram desse detalhe ao reservar os quartos – e me dirigi para a mesa afim de me juntar ao meu marido.

Marido. Essa palavra soa como mel na boca.

Olhei para o mesmo, seu sorriso pleno e agradecido de eu ter preparado o nosso lanche. Cheguei na mesa e fiz menção de colocar os pratos ali, quando meu corpo fraquejou.

—... Carlie! Carlie, amor!

Quando retomei meus sentidos quase completamente, percebi vagamente Seth me pegar pela lateral e me levantar. Busquei apoio nele.

—Carlie, o que houve, amor?

—O... Que? – perguntei, desnorteada.  

—Amor, você desmaiou. – sua feição preocupada próxima ao meu rosto. – Vem, vamos sentar.

Virou-me para me levar para o outro cômodo, e vi o estrago que fiz na cozinha. O prato estava estraçalhado no chão; fragmentos de vidros por bastante lugar. E a omelete junto com a bagunça.

—Não, eu... eu preciso limpar essa bagunça que eu fiz... – falei tentando me aguentar no lugar, e fiquei surpresa de que não resisti à força de Seth.

—Nada disso. – discordou. – Você vai descansar um minuto. Vem.

Ele me carregou até o quarto e me deitou na cama.

—Você está bem? – se certificou. Pôs sua mão quente em minha testa e em meu pescoço. Como se fosse adiantar algo, pensei.

Ele não me esperou falar nada.

—Você não tem se alimentado direito. – me repreendeu, ao mesmo tempo me questionou. – Não é porque você é parte vampira que não deve se alimentar, afinal não estamos caçando. Fique deitada, vou ligar para o serviço de quarto vir limpar e vou pedir algo para comermos.

Ele depositou um beijo carinhoso em meus lábios, e outro em minha testa antes de ir. Com certeza não era pela minha falta de alimento humano. Eu conseguia sobreviver com qualquer um dos dois. Mas Seth e sua preocupação, ele vai dar ouvidos?

Escutei vagamente meu celular vibrando na madeira da cômoda. Certifiquei-me de que Seth não estava olhando e fui andando cuidadosamente até lá. O peguei na terceira vibração e atendi assim que vi o nome da minha irmã no identificador.

—Carlie, eu preciso falar com você.

Ela falou. Sua voz saiu urgente, mas num sussurro. Corri para o banheiro e me tranquei ali.

—O que houve? Aconteceu algo? – perguntei, começando a me preocupar.

—Escute; eu meio que desmaiei quase agora, foi uma tontura que me deu e... Estou desconfiada de algo... Carlie... Será que estou grávida?

—Nessie, tenho que dizer algo também. – falei, começando a ficar aflita por dentro. Se ela desconfiava de que essa tontura é culpa de gravidez... a possibilidade de eu estar também não era baixa.

Ela bufou do outro lado da linha, irritada por eu ter a ignorado.

—Eu também me senti tonta. Seth me disse que eu desmaiei por alguns segundos e...

—Jake também disse que eu desmaiei. – ela me interrompeu, parecendo surpresa. – Carlie, acho que estou g-grávida.

Engoli em seco.

—Ness, talvez ambas estamos.

Ela arfou.

—Minha irmã, como vou dar essa notícia ao Jacob?

Sua voz parecia meio preocupada, aflita, ou com medo. Ou uma mistura dos três, se possível.

—Se ele não gostar... – sua voz começou num sussurro doloroso, mas a cortei imediatamente.

—Do que está falando? O cara que passou pelo inferno para te conquistar, que sofreu imprinting por você? Se isso realmente estiver acontecendo, vai ser a melhor notícia da vida dos nossos maridos! Confie em mim.

—E se ele tiver mudado de ideia sobre isso?

Suspirei pesadamente.

—Não é possível que os hormônios já estejam agindo em você. – ri. – Você vai começar uma família com o seu marido que te tem como a pessoa mais importante da vida dele. Por favor, me diga se ele chorar.

Só me dei conta de que estava derramando lágrimas, quando senti algum liquido salgado em minha boca. Apesar das minhas palavras, eu estava imaginando Seth.

Quando ela fungou, notei que ela também estava chorando.

—Tudo bem. – sua voz se tornou novamente um sussurro. Mas agora ela estava feliz, assim como eu. – Vou desligar. Tchau, titia.

—Tchau para você também, titia.

Rimos e desligamos.

—Carlie. – arfei ao escutar a voz do Seth, e torci para que ele não tivesse escutado. – Está tudo bem? Já pedi a comida, e a camareira acabou de limpar a cozinha, não tem nem vestígio de vidro no chão.

Abri a porta.

—Nessie me ligou. – esclareci. Ele assentiu devagar com a cabeça, e minha mente divisou imediatamente que ele estava desconfiado.

—Por que veio até o banheiro? Não queria que eu ouvisse?

—Seth, eu... – parei de falar coçando a cabeça, sem saber o que mais falar. Eu não queria falar sobre isso para ele, com medo de ele juntar as peças e descobrir.

—Não precisa me dizer se não quiser. – ele disse, me deixando aliviada por não ter que mentir. – Vem, vamos assistir. Deixei seu lanche na sala.

Fomos abraçados até lá e ficamos juntinhos.

PDV Renesmee.

Quando Carlie desligou, fiquei uns segundos olhando para o celular. Será mesmo que eu estava grávida? Difícil acreditar desde que eu transei duas vezes sem camisinha antes do casamento e não engravidei. Poderia ser que Deus colocou em nossos planos só agora. Vovô Carlisle acredita em Deus, então Ele deve existir.

Funguei novamente e limpei as lágrimas em meu rosto. Coloquei o cabelo para trás enquanto me virava, e me assustei ao ver Jacob, parado a porta com um copo de água na mão. Ele estava com a boca escancarada, e a aparência dele era de uma pessoa incrédula. E então caiu a ficha: ele ouvira.

Quando viu que eu fiquei parada e não ia falar nada, deixou o copo em cima da pia e veio até mim em passos cuidadosos.

—Você ouviu? – perguntei, finalmente.

Ele assentiu lentamente. Abri a boca para falar algo, mas nada saiu.

—Jake... E-eu sei que nenhum dos dois estava esperando por isso e... – comecei a falar coisas sem sentido, até que ele me interrompeu.

—Espero que seja verdade, porque minha vida vai estar completa! – ele terminou sua frase me girando no ar com um abraço. Soltei gargalhadas, ficando muito aliviada pela sua reação.

—Ahh, Jake. – suspirei, deitando a cabeça em seu ombro. – E quando meus pais souberem? – perguntei de repente.

—A gente lida com eles depois. – falou ao pé do meu ouvido. – Agora, o que importa, é que pode ter um molequinho aí dentro. – ele acariciou minha barriga, por enquanto, reta.

—Como você sabe que é menino? – duvidei. – Pode muito bem ser menina.

—Menino ou menina, eu quero que nosso filho seja perfeito como você.

Sorri.

—Você é o pai mais perfeito do mundo. – garanti e me estiquei, dando-lhe um selinho.

Ele soltou o meu sorriso preferido.

Inclinei-me contra ele para encontrar seus lábios num beijo apaixonado.

Eu soltei um riso.

—O que? – perguntou com um sorriso no rosto.

—Nada. É só que você e o Seth vão estar mortos quando chegarmos em casa.

Ele me acompanhou na risada.

—Quando se trata da Carlie, seu pai esquece como sempre gostou do Seth. Mas Bells e Edward vão ficar felizes no final. – ele disse, parecendo certo disso. Bem, eu também estava.

—Tem razão.

Dei um basta do assunto e voltei a beijá-lo, aproveitando nossos últimos momentos de lua de mel.

 

PDV Carlie.

Já fazia alguns meses em que eu estava em lua de mel e finalmente indo de Las Vegas para casa. Estava sendo bom passar um tempo a sós com Seth. Foi o que eu sempre quis, ter essa privacidade e liberdade com ele. Mas eu também sentia falta da minha família.

Eu havia providenciado tudo para que houvesse o aviso importante em forma de surpresa.

—Já está tudo arrumado, amor? – Seth me perguntou após eu colocar minhas malas ao lado da sua.

—­­Agora está.

Sentei-me ao seu lado na cama e ficamos nos olhando por alguns segundos.

—Você está com saudades da sua família.

Não foi uma pergunta.

—Sempre tenho. – admiti. – De todos.

Ele se esticou para morder minha bochecha.

—Logo vamos estar lá. – ele murmurou contra o meu maxilar.

—Eu sei, eu sei. – suspirei.

Me abraçou forte. Um abraço forte e reconfortante.

—Seth, pode fazer um favor para mim?

—O que você quiser. – disse dando beijos em meu pescoço.

—Pode ir ao mercado e comprar aquele docinho enfeitado? Acabei esquecendo de comprar para Ness e Mendy de lembrança. E um pote de doce de leite para mim? O serviço de quarto não tem a marca que eu quero.

—Sem problemas. – ele respondeu e se afastou de mim.

Fez uma careta quando apontei para a minha bolsa, onde havia o dinheiro.

—Vai ter que aprender a conviver com isso, meu bem. – falei delicadamente. – O que é meu, é seu agora, se lembra?

—E o que é meu, também é seu. – ele devolveu. – Portanto, vou usar o meu dinheiro.

—Pare de ser um bebê chorão e pegue logo o dinheiro da minha bolsa. – mandei.

Ele choramingou e fez um muxoxo, mas fez o que eu pedi. O mercado era longe o suficiente para me dar tempo para preparar o que eu queria. A vista disso eu comecei a fazer os preparativos para o que eu tinha em mente.

PDV Seth.

—Obrigado. – agradeci e saí do mercado com as sacolas na mão. Aproveitei e comprei umas coisinhas para eu comer no avião caso não tivesse no cardápio. Primeira classe é difícil não ter algo, mas prefiro levar do que deixar minha esposa passando vontade.

“Nossa, que homem é aquele?”.

“Quem será a sortuda que está com ele?”.

“Você viu os músculos da barriga e do braço? Ele sabe usar roupa que valorize o corpo.”.

“Moreno alto, bonito e sensual.” Outra voz comentou. Eu não achei essa tão feminina.

Olhei para trás cuidadosamente e vi... Um cara me olhando como se fosse me comer com o olhar.

Medo.

Olhei para frente e comecei a andar mais rápido para o carro que alugamos enquanto estivéssemos aqui – Edward realmente pensou em tudo. Entrei no carro e rapidamente coloquei as sacolas no banco passageiro. Fechei a porta mais que depressa quando ouvi alguém assobiar. Não arrisquei olhar quem era e se era para mim – o que eu torci para que não fosse. Dei ré e saí dali.

Demorou mais vinte minutos no carro para chegar no hotel. Foi muito tempo para mim, pois mal via a hora de aproveitar meus últimos momentos a sós com a minha mulher.

Ontem quando ela falou com a Ness, ela ficou um tanto estranha. Não insisti, pois entendi que era assunto delas duas. Mas fiquei com a pulga atrás da orelha.

Subi para o quarto onde estávamos hospedados e abri a porta. As luzes estavam apagadas. Isso me fez lembrar de uma vez que Edward e Bella saíram para dar a nós quatro um pouco de privacidade, e Carlie fez a noite ficar ainda mais mágica, se é que era possível.

Peguei uma colher na cozinha e fui para o quarto. De longe eu pude ouvir uma música suave, e desconhecida. Fiquei curioso. Ela não era de deixar música tocando para dormir.

Minha curiosidade foi sanada quando abri a porta e me deparei com uma cena maravilhosa, me deixando outra vez curioso e confuso. O quarto estava apagado, com algumas velas iluminando e perfumando o local, deixando o cômodo num alaranjado aconchegante. Pelo chão, pétalas de rosas vermelhas estavam espalhadas por todo lugar. Carlie estava parada, de frente para mim, ao lado da cama. Notei que ela mudou de roupa. Agora estava com um vestido curto branco, o que, pela sua delicadeza, me fez lembrar uma camisola. Fiquei com desejo de saber o que havia dentro da pequena caixa em suas mãos.

Ela sorriu para mim. Tentei sentir meu rosto de dentro para fora, mas não deu resultado.

—Não disse que teria uma noite especial antes de voltarmos para casa? – ela falou, finalmente.

—Você é incrível. – falei sem pensar.

Ela sorriu, envergonhada. Eu pensei em ir até ela, mas segurei minha vontade e a deixei vir até mim quando ela começou a caminhar em minha direção.

Olhou a caixa, parecendo aflita.

Sem falar nada, colocou a caixa bege em minhas mãos.

O tanto que a confusão me atingiu no momento é indescritível.

Então abri a caixa cuidadosamente, puxando com cuidado a fita de cetim lilás que prendia a tampa à caixa. Abri a tampa.

As lágrimas formaram uma cortina em meus olhos antes de escaparem, e um aperto se formou em meu peito. O pensamento óbvio encheu minha mente, e eu tive certeza daquilo.

Com meus dedos, puxei o par de sapatinhos vermelhos.

—Carlie... – engasguei em minhas palavras. – Você-você está grávida?

Lágrimas também rolaram de seus olhos verdes, e ela mordeu o lábio, assentindo.

—Oh, meu Deus... – deixei minha frase morrer olhando para a sua barriga como se pudesse ver através dela. – Oh, meu Deus. – repeti. Pousei minhas mãos trêmulas em seu ventre. – Mas... mas como?

Ela me olhou torto, com um meio sorriso brincalhão em seu rosto.

—Bom, durante a lua de mel o que o casal faz...

—Desculpe. Essa pergunta foi verdadeiramente desnecessária. Mas... Eu não consigo acreditar...

Ela me calou com um beijo doce e terno. Passei minha mão em seus cachos macieis e encostei sua testa a minha. Ela afagou meu cabelo tão bem, fazendo um aglomerado de sentimentos crescer em meu peito.

—Nós vamos ser pais. – falei num tom sonhador, e ela soltou um riso. – Mas como você confirmou isso?

—Eu liguei para o vovô. E... – ela hesitou antes de falar. – Olhe, não fique chateado, ok? Eu passei mal naquele dia que você foi jogar sinuca e eu quis ficar assistindo. – abri a boca para falar algo, e ela foi mais rápida. – Eu não achei que fosse algo importante, então deixei para lá. E a minha menstruação está atrasada há bastante tempo, coisa que nunca, jamais aconteceu antes. Verifiquei as datas no meu aplicativo, e está mesmo atrasada. Por último e não menos importante, eu fiz o teste depois da tontura de ontem. Então, tontura, atraso no ciclo menstrual, e passar mal por causa de nada, o que mais seria?

Eu quase ri com a sua tagarelice, se eu não tivesse tão bolado por ela ter me escondido isso.

—Me desculpe, meu amor! – ela implorou, fazendo o biquinho que eu não resistia. – Eu sei que devia ter contado, mas não achei necessário.

—Na saúde e na doença, se lembra?

Falei a mesma frase de semanas atrás, quando ela estava doente. Com gripe.

“Flash Back on”

 

Ela soltou outro espirro, e fungou. Olhou-me com uma cara travessa.

—Me beija? – perguntou.

—Sim. – respondi me inclinando contra ela. Mas ela me freou com uma mão.

—Eu estou doente, estou com gripe. Você pode pegar. – ela falou, dando a entender que perguntou aquilo para ver minha reação.

—Na saúde e na doença, se lembra?

A lembrei e me estiquei, depositando um selinho em seus lábios. Um olhar maravilhado surgiu em seus olhos.

 

“Flash Back Off”

—Eu sei, amor. Eu sei. – ela disse me abraçando.

—Essa noite está sendo muito especial. – murmurei em seu ouvido, e ela se aconchegou em meus braços.

PDV Alice.

—Minha filha, você não vai ligar para Carlie. – falei pela segunda vez, tirando o celular de sua mão. – Muito menos essas horas.

—Mas mamãe, – ela me olhou com uma carinha de anjo – eu quelo sabê como ela está.

—Ela está perfeitamente bem. E logo, logo estarão aqui.

—Logo, logo quando?

—Logo, logo. – Jazz falou entrando na conversa. Seu tom casual não tinha menos autoridade em nossa filha.

—Mas que melda. – ela falou emburrada.

—O que disse? – perguntei. Ela mordeu o lábio inferior e encolheu os ombros. Seu rosto ganhou cor – Aonde a senhorita está aprendendo essas palavras?

—Eu ouvi o tio Emm dizê uma vez. – ela admitiu, parecendo nenhum pouco a vontade de receber broncas por culpa de alguém.

—Tinha que ser Emmett. – falei para mim mesma, lamentando. – Escute, não pode dizer tudo que ouvir por aí, entendido?

—Sim, mamãe. – disse rapidamente. – Me diculpa.

—Ok, querida. Vá dormir que amanhã suas primas vão chegar cedo. Elas estão por perto.

—Tá bom. – ela exclamou, e se levantou imediatamente. Ela fez um biquinho e se esticou em minha direção. Abaixei-me para que ela pudesse me dar um beijo na bochecha, e fez a mesma coisa com Jazz. – Boa noite, papai.

—Durma bem, querida.

Ela subiu rapidamente as escadas, e segundos depois, ouvi a porta de seu quarto ser fechada.

—Ela é maravilhosa. – ele falou ao que a casa ficou em silêncio. Largou o jornal em qualquer lugar na mesa e me sentei em seu colo.

—Você já imaginou isso da gente? Nós dois, pais.

No dia em que fomos ao orfanato, Rose gostou demais dela. Mas acontece que ela não retribuía seus sentimentos, e Rosalie ficou bem chateada quando Nick implorou, berrou, fez um escândalo para ficar comigo. Eu temi de ter uma filha por causa do Jasper, mas ele disse que com o tempo conseguiríamos superar isso, juntos. Depois, fiquei contente de a minha irmã ter se conformado, pois não a queria magoada comigo. E nem eu com ela.

Ele sorriu o sorriso que eu tanto amava.

—Nunca. Mas não está sendo uma experiência nada difícil. Por causa dela, estou como vocês nessa dieta de sangue.

Sorri orgulhosa.

—Quando você foi ao shopping com as garotas, ela se machucou, eu consegui me controlar e a ajudei no ferimento sem precisar da ajuda de Edward ou de Carlisle.

Passei os braços em torno de seu pescoço e deitei em seu ombro.

—Algum dia, você teria que superar isso.

—Mas o que eu não esperava, seria superar isso com nossa filha.

Eu ri e me aconcheguei mais em seus braços.

—Talvez por ser sua filha você conseguiu se controlar. Seus sentimentos por ela foram mais fortes-

E do nada ouvi um telefone ser tirado do gancho, e os números sendo discados.

—Vou parar essa pestinha. – falei me levantando e levando um segundo para chegar na porta.

 

PDV Emmett.

Mas que chato. Estou na mesa com a minha querida família, assistindo a eles jogarem pocker. Eles me deixaram de castigo por uma semana por uma brincadeira que fiz. Tive a ideia de quebrar todos os saltos da Alice e da Rose para poder brincar de monta-monta com a Nick. Acontece que fiquei sem televisão por um mês por ordem da mama Cullen. E estou sem assistir Backyardigans com minha sobrinha pequena!

—Mãe, ele te chamou de novo. – o Eddie chato me dedurou. Bem, acontece que eu fiquei repetindo isso várias vezes, e isso a deixou furiosa. Não posso mais falar nada a respeito disso. E nem pensar. Pois o X9 do Edward conta para ela.

—Me desculpe, foi involuntário! – menti rapidamente. E se você contar sobre isso, eu ponho um vídeo seu e da Bella no Youtube.

—E desde quando você sabe colocar vídeos no Youtube? – ele zombou, achando que era um blefe.

—Desde nunca, mas o Jasper sabe. – apontei para o meu irmão emo.

—Ele não faria isso.

Há! Vai sonhando.

—Faria sim, ninguém mandou rasgar meu livro preferido. – ele falou.

Foi impagável quando, num ataque de fúria, Edward pegou o livro do Jazz, o rasgou e o jogou na lareira acessa.

—Vocês são tão chatos. – resmunguei. E claro, todos me ignoraram.

Eu precisava começar desde cedo a tramar com os meus sobrinhos-netos caso Ness e Carl estivessem voltando da lua de mel grávidas. Afinal, é o que geralmente acontece com recém-casados. Vai ser tão divertido! Desde criança, vou ensiná-los a ficarem malignos, assim como eu.

—Não quando Carlie e Nessie souberem. – Edward falou.

—Sai da minha cabeça! – gritei.

—Bem que eu queria. – ele suspirou.

—Sua querida e amável esposa serve para isso.

Ele me olhou tão profundamente, que parecia que fosse me matar apenas com o olhar. E de repente suspirou, aliviado.

—Obrigado, amor. – ele agradeceu Bella, e esticou para dar-lhe um beijo.

—Rose, eu também quero um beijo.

—Fica quieto, Emmett. – ela me ignorou total. – Estou quase ganhando.

—Pois é. – suspirei, prestes a fazer uma cena dramática. – Minha família, até minha mulher prefere esse jogo idiota do que ficar comigo. Vou me matar.

Me levantei e fui até a cozinha, abri a primeira gaveta e peguei uma das facas de Esme. A direcionei em meu peito e puxei com força.

—Emmett McCartney Cullen! – Esme gritou quando ouviu o barulho irritante do metal se torcendo. – Se quer tentar cometer suicídio, invente outra coisa, mas não meus talheres de prata!

—Que povo chato. – resmunguei comigo mesmo, jogando o metal retorcido no lixo

Olhei em volta da cozinha, tentando procurar algo para me matar. Hmmm... talvez se eu pegasse a geladeira e a jogasse em cima de mim não seria uma má ideia. Ah, as minhas minhoquinhas estão de volta muito em breve. E elas precisam se alimentar. Estragar a geladeira para justamente quando elas estiverem aqui não é lá uma boa coisa de se fazer. Ah, como sou um tio bacana.

Eu não posso nem brincar com a Nick. Mas eu posso...

—Hey, Nick, minha sobrinha linda. – falei entrando novamente na sala. Ela estava mexendo no tablet da Alice. – Que tal se assistirmos Barney e Seus Amigos? Acabou de começar no Discovery Kids.

Ebaaa!— ela cantarolou.

—Nick, se lembra do que a mamãe falou?

—Ah, é, tio Emm. Não posso assistir mais desenhos com você perto.

Olhei incrédulo para Alice, que me ignorou total. Usar uma criança para eu não me divertir?!

Não tinha mais nada para fazer, então me sentei novamente na cadeira com minha família, como se nada tivesse acontecido.

PDV Bella.

Já eram três da manhã e estávamos na casa de Carlisle, passando o tempo jogando poker.

—Ninguém para irritar. – Emmett reclamou. – Minhas sobrinhas preferidas chegam quando?

—Emm, é melhor você parar de chama-las de “sobrinhas preferidas”. – Rose aconselhou-o. – Você não tem mais apenas duas sobrinhas. Agora tem três.

—Tem razão. – ele concordou. – Tenho que parar.

Ela revirou os olhos.

Meses e meses sem ver minhas filhas.

PDV Carlie.

Esses eram nossos últimos minutos em nosso luxuoso quarto de hotel antes de o táxi chegar para nos buscar.

—Sua tia vai ficar orgulhosa de ver você. Veio com uma mala com algumas peças de roupas apenas, e está voltando com três malas enormes, cheias de roupas e joias das lojas ao redor do mundo. – Seth comentou. Eu não tive como não rir pela verdade de suas palavras.

Decidimos esperar na recepção, então pedimos para o serviço de quarto carregar nossas malas.

—Não consigo expressar como adorei cada segundo dessa lua de mel.

Me aconcheguei em seu ombro ao ouvir essa declaração.

—Viemos dois e estamos voltando três. – ri.

—Não poderia ter sido melhor.

Recebi um beijo na testa.

PDV Renesmee.

Rio de Janeiro. Era onde estávamos. O último lugar para que fomos das muitas cidades que passamos nesses últimos meses. E agora era na hora de voltarmos para casa. A espera era somente de o ponteiro do relógio indicar seis da noite. No Brasil, é claro. O fuso horário estava me deixando toda bagunçada. Eu sempre dormia mais cedo e acordava em torno das seis da manhã. E isso me deixava irritada, pois a coisa que menos gosto é acordar cedo.

A gente estava hospedado no Copacabana Palace. Eu fiquei de boca aberta ao saber que papai me hospedou aqui, visto que vários artistas já ficaram nesse mesmo hotel, e nesse quarto.

—Amor, vamos. O táxi já chegou.

Jacob me chamou. O mordomo que iria nos ajudar com as malas – apenas para mantermos o disfarce – já estava aqui.

—Eu já estou indo. – respondi. – Mas só de pensar que Jim Carrey já sentou nesse sofá... Ahh! – soltei um gritinho. – Eu o adoro demais!

—Eu sei disso. – falou e segurou minha mão. – Agora temos que ir.

—Tá bom. – fiz um biquinho enquanto ele me arrastava para fora. – Adeus quarto mais sortudo do mundo! – cantarolei antes de Jacob, rindo, andar comigo para longe do aposento.

Descemos para o táxi e fomos para o aeroporto.

Nosso voo foi chamado e sentamos em nossas respectivas poltronas. Já fazia duas horas que o avião levantou voo e eu fiquei com vontade de ir ao banheiro.

—Jake. – o chamei. Ele estava com fone e distraído com um PSP. – Jake. – o chamei novamente e tirei o fone de seu ouvido, e obtive com sucesso sua atenção. – Eu vou ao banheiro, ok?

—Tá bom. – ele respondeu e se esticou para me dar um selinho. Voltou para o seu joguinho e coloquei seu fone de volta no lugar. Levantei-me e me dirigi aonde eu queria.

—Já volto, Ryan. – uma voz desconhecida murmurou.

Continuei andando pelo corredor sentindo alguém atrás de mim.

—Senhores. – a voz de uma mulher me fez parar, e a quem ela estava chamando também. Virei-me para olhá-la, e notei um adolescente atrás de mim. Tinha uma aparência bem simpática. – Os senhores precisam se sentar. Podemos entrar em turbulência em alguns minutos.

—Eu vou rapidinho ao banheiro. – expliquei e me arrependi na hora. O olhar dela variou entre mim e o jovem garoto ao meu lado e ela corou. – Quer dizer, eu...

—Me desculpe, senhorita. Pode ficar à vontade.

E se foi.

—Não, não é nada disso... – tentei explicar, mas ela não estava mais ali.

Perfeito. Agora a aeromoça pensa que eu vou fazer sexo no avião com um garoto que eu nunca vi na minha vida!

O garoto de cabelo rebelde riu. E isso me deixou furiosa.

—Está rindo do que? – perguntei com raiva. – Eu sou casada, sabia?

—Ok, ok. – levantou as mãos como se tivesse se rendendo, um sorriso cínico nunca deixando seu rosto.

Revirei os olhos e continuei meu trajeto até o banheiro, ele me seguindo. Quando cheguei a porta, não tive coragem de entrar. Mesmo com os dez banheiros que haviam ali, não consegui prosseguir. Ele até que tinha a aparência de um garoto normal, e parecia apenas estar flertando comigo, mas minha mãe me ensinou a não julgar um livro pela capa. Vai que podia ser um aproveitador.

Eu saberia me defender apenas com um braço, entretanto nessas horas meu lado humano me domina por completo.

—Você perdeu alguma coisa por aqui? – perguntei rudemente.

—Estou esperando minha vez de ir ao banheiro. – ele falou descarado.

Respirei fundo coçando a cabeça e recuei alguns passos da porta. Apontei com as mãos para a mesma, o olhando com um sorriso forçado no rosto.

—Escolha o seu.

—Primeiro as damas. – ele apontou para o banheiro com a cabeça. Suas mãos estavam em seus bolsos.

Droga! Eu estava apertada, mas esse garoto me deixou perturbada.

—Quer saber? Perdi a vontade. – falei de uma vez e dei meia volta em meus calcanhares, e fui surpreendida quando ele teve a ousadia de segurar minha mão. Apenas para me mostrar humana, deixei ele me virar quando ele usou bastante da sua força para isso. – Garoto, ficou maluc...?

Novamente, fui surpreendida quando ele me beijou.

Eu me senti horrível. Era como se eu tivesse traindo o Jake.

—Tire as mãos dela.

A voz brava de Jake interrompeu o momento no paraíso do menino abusado.

—Seu tarado! – rosnei e lhe fiz minha mão ir de encontro com a sua cara. Foi forte o suficiente para fazê-lo virar o rosto.

Ele ainda teve a audácia de piscar o olho para mim, como se eu o tivesse agredido apenas pelo meu marido ter flagrado esse imbecil com as mãos em mim.

—Seu desgraçado idiota!

Em vez de outro tapa, foi uma coisa bem mais indelicada. Levantei a perna com equilíbrio, indo certinho ao ponto que eu queria: no meio de suas pernas.

Tive o prazer de ouvir um uff saindo sufocado de sua boca.

—Eu nunca iria trair o meu marido, muito menos com babacas como você!

—Oh, meu Deus. O que está acontecendo aqui?

A voz de uma aeromoça se sobressaiu os resmungos do babaca, vindo diretamente socorrer o cara deitado no chão, encolhido com as mãos em sua virilha.

A ignorei e saí andando. Passei por Jacob, e não tive coragem de olhá-lo cara a cara.

—Ness, meu amor, espere...

Sua voz foi sumindo conforme eu corria pelo corredor até chegar em uma parte que eu acho que era somente para funcionários, e esbarrar em outra aeromoça.

—Senhorita, está tudo bem? – ela perguntou me segurando firme porém com educação. Eu já estava chorando de culpa, e não sabia o que fazer. – A senhora quer uma água?

Assenti, desnorteada. Ela me sentou numa cadeira acoplada, e voltou alguns segundos depois com um copo d’água. Peguei e bebi um gole.

—Respira fundo, isso. Respira. O que aconteceu, senhorita?

—Primeiro de tudo; eu sou casada. – ela me olhou estranho por eu dizer isso desse jeito. – Eu estava indo ao banheiro, e um garoto me seguiu. Eu meio que discuti com ele na porta do banheiro, pois eu fiquei desconfortável de ele estar ali atrás de mim, e então ele me beijou e meu marido me flagrou bem na hora, e estou me sentindo culpada por isso...

Parei de falar, já começando a me debulhar em lágrimas novamente.

—Calma, querida. – ela empurrou minha cabeça de modo que estivesse deitada em seu ombro. – Não foi culpa sua.

—Mas eu estou me sentindo culpada. – chorei.

—Quer um conselho? – ela perguntou, e eu assenti. – Vá falar com seu marido, esclarecer isso. Acha que consegue?

Assenti de novo, tomando outro gole do liquido. Respirei fundo e me levantei.

—Obrigada.

—Não tem de que. – ela sorriu educadamente.

Suspirei e andei pelo corredor. A covardia me dominou novamente quando meus olhos encontraram os seus assim que entrei na cabine da primeira classe. Pensei em voltar e me trancar no banheiro até a hora do pouso, mas eu não queria fugir sem necessidade. Caminhei até as nossas poltronas olhando para qualquer lugar, menos para ele.

Sentei-me ao seu lado, sentindo seu olhar em mim o tempo todo.

—Ness, por que você fugiu daquele jeito? – ele perguntou, todo confuso. – Você não tinha nada a esconder, por que fugiu de mim?

—A culpa, Jake. A culpa.

—Culpa de que? Você não fez nada.

—Culpa de sentir que eu estava te traindo. – soltei de uma vez, o olhando nos olhos finalmente.

—Você não traiu.

—Mas eu pude ter evitado aquilo ter acontecido, Jake. Eu podia ter usado a minha força. – falei baixinho a última parte, certa de que ninguém ouviu.

—Você estava se fingindo de uma completa humana. Claro que não.

Ele usou o mesmo tom que eu. Calmo, mas baixo.

—Jake, me desculpa. – pedi me esticando para abraça-lo. As lágrimas já encharcaram meus olhos novamente. – Me desculpe de verdade.

—Ei, meu amor. – ele me afastou um pouco, com as mãos em meu quadril e enxugou meus olhos. – Eu vi como aconteceu. Não é sua culpa. – ele juntou nossos lábios e os separou. – Eu sei que você não queria.

Sorri um pouco, aliviada de que ele não ficou chateado.

—Eu te amo, Jake.

—Eu também te amo, pequena.

Deitei em seu peito e ficamos esperando a hora do pouso, que não seria nada rápido.

PDV Carlie.

Fazia uma hora que o avião levantara voo. Aconteceram alguns imprevistos e o nosso voo atrasou quase duas horas. Seth pegara no sono ao meu lado, já que ficou muito cansado com a demora.

Surpreendentemente, eu era a única acordada no avião, pois o único barulho era do motor.

Demorou uma eternidade para o avião anunciar pouso, e dei graças a Deus quando isso aconteceu.

—Seth, meu bem. – murmurei o balançando suavemente. – Acorda. Chegamos em Boston.

—Já chegamos? – ele perguntou, muito sonolento. Abriu os olhos e se arrumou na cadeira. Olhou pela janela, onde já dava para ver tudo melhor e não só o céu.

Quando finalmente estávamos no chão e permitiram, nos juntamos à fila para descer do avião. Assim que minhas malas estavam em um carrinho que Seth se encarregou de carregá-lo, avistei de longe minha família, menos meu avô. Lágrimas desceram pelo meu rosto ao ver o rosto de cada um deles. Corri em direção a eles. Passei os braços pelo pescoço dos meus pais, os puxando para um abraço triplo.

—Minha filha! – papai falou em harmonia, apertando minha cintura.

—Meu bebê! – mamãe cantarolou, igualmente me apertando no abraço. – Senti tanto a sua falta.

—Eu também. – falei engasgada, tentando evitar as lágrimas.

—Qual é? Eu pensei que os tios também pudessem aproveitar a chegada da sobrinha. – tio Emmett falou, fazendo drama do jeito dele.

Separei-me deles dois para olhar meu tio bobalhão.

—E aí, minhoquinha? – ele me rodopiou no meu abraço de urso favorito. – Quantos dias você ficou sem dormir? – ele cochichou em meu ouvido, e eu corei.

—Para, tio Emm. – falei o socando de brincadeira no ombro.

—Emmett, pare com isso. – minha tia loira o repreendeu. – Vem cá, querida. Me dá um abraço. – ela me abraçou delicadamente.

—Caramba, Carlie! – tia Alice exclamou. Olhei para trás percebi o que ela quis dizer: as malas.

—Tenho que admitir que as roupas estão todas esmagadas lá dentro. – falei, a abraçando.

—Você só me dá orgulho.

Eu ri.

—Você fez falta lá em Boston. – vovó disse me pegando num abraço.

—Eu também senti sua falta. Eu senti falta de todos vocês.

Eles sorriram.

—Derek! – gritei, quando o avistei, e o abracei. – Senti sua falta, seu bobo.

—Também senti muito a sua falta. – ele falou, me apertando no abraço.

—Falei que ela sente falta igual uma criancinha. – tio Emm brincou.

—Eu não sou criança. – rosnei, quando começamos a andar em direção ao estacionamento. Seth ao meu lado.

—Hey, – Derek começou a falar – você não devia segurar a mão dela para atravessar? Ela não tem idade suficiente para...

Foi tão rápido que nem eu mesma vi. Meu corpo se virou para trás, ao mesmo tempo que meu punho foi em direção ao seu nariz. Ele caiu no chão, surpreso. Foi forte o suficiente para ouvir o som dos seus ossos quebrando.

—Derek, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe!

Tirei rápido meu casaco e o apertei suavemente em seu nariz cheio de sangue.

—Vem, Jazz. Vamos na frente. – ouvi tia Alice murmurar.

—Estou bem, amor.

Fiquei surpresa dessas palavras terem saído da boca do meu tio não acostumado com sangue. Eu estaria o encarando totalmente chocada, mas a situação com Derek ainda me assustou.

—Acho que você quebrou meu nariz. – ele ressaltou.

—Eu sei, e sinto muito. – pedi, o ajudando a levantar.

Olhei para trás, e toda a minha família, chocada com a situação, estava com a boca aberta, num perfeito O.

Voltei para Derek, e de repente o cheiro de se sangue entrou forte no meu nariz, me inebriou, fazendo minha preocupação evaporar. Era tão bom seu aroma... parecia tão delicioso...

—Carlie, não faça isso! – papai me tirou de perto dele, quando percebi, eu estava grunhindo e a centímetros de sua sensível pele.

—Me solta! – rosnei, me debatendo nos seus braços. Eu precisava do sangue, o gosto, o cheiro...

—Carlie, se acalme. Jasper!

Segundos depois, eu me senti aos poucos relaxada novamente. Tudo o que ocupava a minha cabeça sobre atacar Derek ainda estava lá, porém mais distante. Ou melhor, eu estava consciente da besteira que quase fizera. E não hesitei em deixar meu pai me levar par longe do meu amigo.

Meus pais o levaram para casa, onde mamãe arrumou seu nariz.

—Sinto muito mesmo, Derek. – falei, quando seu nariz já estava pronto.

Eu já estava totalmente recuperada. Meu pai me colocou no Jipe e ficou atrás comigo, me distraindo com histórias de quando eu estava na barriga da minha mãe, e de quando Ness e eu éramos pequenas. Me relembrou de como surgiu meu nome e de Renesmee – o meu nem era tão estranho, era até comum, mas Renesmee sim é... hmm... peculiar, digamos assim -, e coisas perfeitas para me entreter. E assim desapareceu a sensação de sede, e de querer atacar meu melhor amigo.

—Eu só não gosto de ninguém me chamando de criança.

—Eu tenho um bom lembrete na cabeça agora. Está tudo bem. – ele falou. – Só fiquei feliz de você não avançar no meu pescoço. Isso realmente seria pior.

—Para, seu bobo. – o empurrei de leve. – Eu nunca faria isso com você. Hey, cadê a Mendy? – perguntei.

—Ela comeu muita besteira antes de dormir e passou o dia mal. – papai explicou.

—Vish...

Horas depois fomos buscar minha irmã e Jacob. Chegamos em casa e arrastei Derek junto com Seth, Nessie e Jake direto para o meu quarto.

—Carlie, Ness, Jake, Seth. – meu pai nos chamou. A gente estava conversando sobre os lugares que passamos e como tudo por lá era lindo. – Precisamos conversar em relação as casas que morarão futuramente.

Ele arrastou uma cadeira e a colocou em frente a cama de casal. Sentou-se e nos olhou.

—Eu não acho que vão querer morar com os pais, e sogros para vocês, Seth e Jacob.

Em seguida ele riu, e olhou para Derek.

—Deve ser estranho para você me ver como o pai de Renesmee e Carlie.

—Não consigo imaginar. Não é natural... quer dizer, não que vocês sejam aberrações, eu não quis dizer isso...

—Não nos ofendemos, Der. – assegurei.

Ele coçou a cabeça, decidindo ficar mudo.

—Então, Alice me convenceu de comprar casas para vocês...

—O que quer dizer com “casas”? – Seth o interrompeu.

—Digamos que compramos duas casas aqui, em Boston, e dois terrenos em La Push. – esclareceu, nos deixando de boca aberta. – Mas vão ter que ficar aqui em Boston por mais algum tempo, pois a casa ainda está sendo construída e minha mãe convenceu Rose e Alice de deixarem vocês escolherem o que querem colocar dentro de suas casas.

—Obrigada, papai! – falamos juntas, nos levantando e indo até ele. O abraçamos.

—Eu sei que os dois parecem que andam com formigas pinicando vocês pelo corpo, já que querem trabalhar. – meu pai resolveu fazer uma piada, para descontrair. Eles estavam muito sem graça pelo que meu pai estava fazendo pela gente. – Meus irmãos e eu estivemos trabalhando em duas oficinas, para trabalharem quando quiserem.

—O que quer dizer com duas? – Jacob perguntou, franzindo o cenho. Eu também estava confusa. Não é como se eles fossem ter uma para cada um.

—Assim como as casas, uma aqui e outra em La Push. Quando estiverem morando aqui, terão trabalho, a mesma coisa em Forks.

Que maravilha! Eles não precisariam trabalhar para conseguirem montar alguma oficina. Meu pai havia comprado seus lugares de trabalho.

—A propriedade é comprada e coloquei no nome de vocês dois. – meu pai lhes entregou alguns papéis.

Jacob e Seth ficaram sem saber o que falar, e depois agradeceram.

—Mãe! – gritei descendo as escadas, ignorando os degraus. Derek e minha irmã no meu encalço. – Será que pode chamar o pessoal aqui, por favor? Eu preciso... Ness e eu precisamos dizer algo.

—Dizer o que? – ela perguntou curiosa.

—Chame-os e diremos. – me limitei a dizer.

Ela fez um biquinho, fingindo estar chateada, mas tirou o telefone do gancho e discou os números.

Nos próximos dez minutos, toda a nossa família e nosso amigo estavam reunidos. Seth segurava a minha mão, e Jake segurava a mão de Ness. Todos estavam sentados no sofá, e nós quatro de pé, na frente deles, a alguns metros de distância.

—Então. – comecei. – Estamos reunidos aqui porque temos uma novidade a contar a vocês.

Eles prestavam atenção a cada palavra, cada letra que eu pronunciava. Isso me deixou nervosa.

—Ness e eu... – peguei sua mão – ela estava ao meu lado – e a segurei.

Engoli em seco, não criando coragem para dizer. Mas agradecidamente Nessie o fez por mim.

—Estamos grávidas.


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