A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 55
2x13 Dando uma chance (E)


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, meus amores!
E digam o que acharam também.
Beijocas



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PDV Carlie.

—Carlie Masen Cullen, Renesmee Masen Cullen, abram essa porta, já! – Edward bradou do lado de fora do quarto de Nessie, onde estávamos.

—Me deixa em paz! – gritei bem alto, jogando um travesseiro em direção da porta fechada.

Me odiava naquele momento por ter lascado a porta ao fechá-la. Arruinou o sistema a prova de som. Ao invés de ficarmos em paz, – ou não, caso decidissem tirar a porta do batente com as mãos – agora nossos ouvidos entravam ordens ridículas que eu não achava que eles estavam em posição de dar. Ou a gente estava furiosa demais para atende-las. Nunca fomos acostumadas a desobedecer a uma ordem direta, e nem indireta. Só que a essa altura, isso não importava para nenhuma de nós.

Desde que voltamos, não consegui parar de pensar sobre o incidente com aquele cara. E foi culpa minha! Se eu não tivesse sido levada pela minha raiva, Nessie não teria tentado me segurar.

Houve silêncio do outro lado da porta, e eu ouvia apenas uns múrmuros, acho que de Edward.

—Carlie, meu amor, por favor. Abra essa porta. – a voz de Seth foi abafada pelas paredes.

Minha respiração falhou. Eles sabiam que eu poderia não resistir a um pedido dele.

Você não vai abrir essa porta!

Nessie me disse por pensamento, e lhe respondi, decidida.

Não vou.

Ela assentiu, me aprovando.

—Carlie, apenas ouça o que seu pai tem a dizer. Nunca foi a intenção deles de magoar vocês. – ele voltou a insistir.

—Eu já ouvi tudo o que ele tinha a me dizer! Aliás, já ouvi o que todos tinham a dizer! Eles queriam minha morte, não é? Agora talvez consigam!

A infância é tão boa, até quando a perdemos. Seria melhor – ou não – eu nunca ter sabido de tudo isso. Ingênua são as crianças que pensam que quando viram adultos, tudo fica melhor. Até eu tive essa inocência. Foi tão bom quando durou. Eu sempre quis crescer, ser responsável por mim mesma, e agora eu sofro as consequências dessa escolha. Se bem que não foi exatamente uma escolha, já que eu cresceria de um jeito ou de outro, mas eu sofro o preço de querer.

Por parte é bom. Você descobre novos sentimentos, tem suas responsabilidades, pode dirigir seu próprio carro. Mas por outro lado, muitas coisas podem te atingir. Um coração partido, traições da família, segredos que quando revelados, machucam...

—Carlie, não diga bobagens. – tia Alice falou calmamente. – Nós amamos vocês.

—Como podemos acreditar em uma palavra apenas do que vocês falam? – Nessie ladrou, me sobressaltando um pouco.

—Porque é verdade. – Edward enfatizou.

E então? Vamos dar algum crédito a eles?

Eu não sei...

A dúvida dela me corroeu por dentro. E então tocou meu braço e me mostrou momentos felizes que tivemos com a nossa família. No nosso primeiro aniversário que fizeram uma festa surpresa. Ali a gente se divertiu muito, e descobrimos que bebida deixa os vampiros bêbados. Foi a melhor festa da minha vida, depois dessa de dezoito anos, pois Seth me pediu em casamento. Até vovô Charlie ficou um pouco bêbado. Tio Em começou uma brincadeira de balões e pistolas cheios de água para brincarmos. Os vampiros andam mais lentos do que humanos quando estão embriagados, mas de qualquer forma foi divertido assisti-los tentar andar, e correr fugindo da ira dos outros que tentavam lhe acertar com água.

Quando acabou toda aquela coisa com os Volturi e fomos para o chalé. Eu dormi e tive um pesadelo, assim como minha irmã, e fomos para o quarto dos nossos pais. Ficamos acordados até tarde, porque eles estavam contando histórias e fazendo brincadeiras para nos distrair das imagens daquele pesadelo terrível. Conversamos, cantarolamos baixinho, e finalmente a gente dormiu.

Outras lembranças passaram pela minha mente. Momentos alegres ao lado de todos que amamos.

Quando ela acabou de me mostrar, abri os olhos e sequei minhas bochechas molhadas de água salgada, pelas minhas lágrimas.

Levantei-me e fui até a porta. O silêncio no corredor era ensurdecedor, provavelmente eles estavam escutando cada passo que eu dava. Respirei fundo e Nessie veio ao meu lado. Levei minha mão para girar a maçaneta e a puxei.

Todos estavam atrás da porta, esperando ansiosamente eu e ela sairmos. Todos com expressões semelhantes: ansiedade, medo, receio e insegurança. Os vampiros petrificados pela expectativa pareciam estátuas perfeitamente esculpidas.

O primeiro a tentar falar foi meu pai.

—Carlie, Nessie... Perdoem-me, por favor...

—Nós decidimos perdoar vocês. – o cortei. Ele me olhou surpreso.

—Você... Disse que nos perdoam?

Assenti com a cabeça. Coloquei o braço ao redor dos ombros dela sem falar nada.

Ele sorriu. Não um simples sorriso, mas um sorriso aliviado, feliz, pleno. Não pude evitar, sorri de volta. E de repente braços frios e duros estavam nos abraçando. Acho que se ele pudesse, estaria chorando.

—Sinto muito. – falou ele baixinho, com sua voz aveluda. – Eu nunca quis fazê-las sofrerem desse jeito.

—Eu acredito. – Nessie murmurou.

Afastei-me dele e fui abraçar outra pessoa importante. Meu avô.

—Eu te amo, vovô.

—Eu também te amo, querida.

 

* * *

Depois de toda aquela confusão, fiquei surpresa por serem apenas dez da noite. Ness dirigiu mais de cem quilômetros, e voltamos para casa depois. Se não fosse pela tia Rose, estaríamos naquele lugar nada familiar, ou talvez mais longe. Depois perdoei todos aqueles que me machucaram por dentro. Renesmee também, porém não está falando com Jacob, por ser o que mais queria nos matar. Papai me explicou que quando ouviu nossos pensamentos de que não queríamos fazer mal à mamãe – eu não me lembro dessa parte, já que obviamente não vou me lembrar de quando estive na barriga da minha mãe – passou a nos amar mais do que a sua esposa.

Depois de sua explicação eu fui me deitar, e Seth foi comigo. A gente estava de conchinha.

—Eu não acho muito justo o que a Nessie está fazendo com Jake.

—Pois eu acho bem feito para ele. – dei minha opinião. – Precisa aprender a não ser tão intrometido. Quero dizer, minha mãe queria ter a gente, ele não podia respeitar isso?

—Mas Jake ama sua irmã, e agora não é tão justo isso que ela está fazendo. Isso aconteceu há anos.

Virei-me e fiquei de frente para ele.

—O que foi? – perguntei não acreditando nele. – Você vai defender ele agora?

—Me desculpe por isso, mas eu já estive no lugar dele. Sei como ele se sente.

Revirei os olhos.

—Ok. – resmunguei e me aconcheguei em seu corpo. Para finalizar, deitei em seu peito. - Não vou prolongar esse assunto apenas por isso.

—Obrigado. – sussurrou ele antes de me prender em seus braços.

 

* * *

—Bom dia, Nessie. – falei me sentando a mesa ao seu lado, onde tinha muitas gostosuras para café da manhã. Jacob já levantara também, mas como esperado, ela ignorava sua existência.

—Bom dia.

Comprimi os lábios com o tom de voz que ela usara. Parecia... Exausta, muito exausta.

Continuei comendo. Ela se levantou, pegou o prato que usou para comer e o colocou na máquina de louças.

—Vai aonde? – lhe perguntei quando ela foi se retirando da cozinha.

—Tomar banho para a escola.

Levantei-me num pulo quando ouvi a palavra “escola”. Porcaria! Esqueci-me completamente.

Peguei o resto de panqueca que havia no prato e enfiei na boca. Joguei o prato na máquina e corri para cima. Tomei um banho rápido e me vesti. Um vestido cinza, básico, uma meia calça preta e uma bota sem cano, de salto. Revitalizei meus cachos, fazendo um penteado amarrando um rabo de cavalo pela metade, e deixando a outra metade debaixo solta. Alguns cachinhos soltos rente a sobrancelha e na frente da orelha. Peguei meus materiais escolares e desci. Meus pais estavam na sala, já prontos para o trabalho. Olhei no relógio e vi que faltava alguns minutos para sair de casa.

—Bom dia. – os cumprimentei, e assisti meu pai colocar o jaleco branco em minha mãe.

Um casal lindo e jovem como eles, eternos adolescentes, nunca alguém diria que têm duas filhas com a nossa idade. Com certeza diriam que somos irmãos. Assim como somos na nossa fachada, mamãe nossa irmã e papai nosso cunhado.

—Bom dia. – eles responderam, e papai continuou. – Sua irmã está esperando você na garagem. – meu pai me informou quando me sentei no sofá, com intenção de esperá-la.

—Obrigada. – falei me levantando, dei um beijo na bochecha de cada um e fui onde ela estava.

Já estavam os três lá dentro, só me esperando. Jacob não parava de olhar para ela apenas um segundo, e isso a deixava desconfortável. Nessie me olhou aliviada quando me viu. Sorriu e subi na minha moto sem nem esperar ela falar nada. A mesma soltou um xingamento, irritada, e sentou na minha garupa.

Ela estava linda, seu senso de moda sempre impecável. Mas eu por ser sua irmã enxergava o brilho opaco em seu rosto. Ela não estava legal.

Seth sabia que Ness precisava de mim, então não reclamou sobre não ir comigo.

Chegamos no colégio primeiro. Sempre que Jake tentava me passar no meu Bugatti, eu o fechava. Já não basta estar dirigindo meu carro maravilhoso, quer ganhar de mim em uma corrida? Nop.

—Isso foi trapaça. – Jacob acusou assim que descemos dos veículos.

—Não estou nem aí. – dei de ombros com um sorriso sacana no rosto. – Você não vai ganhar de mim na minha Bugatti.

Seth riu de mim e abraçou minha cintura enquanto caminhávamos para dentro da escola. Peguei na mão de Nessie durante todo o processo, para que ela não ficasse sozinha.

Não adiantou muito. O azar estava ao seu favor já que hoje suas aulas eram em sua maioria com o Jacob.

—Perfeito. – ela resmungou de humor fechado.

Todas as minhas aulas de hoje são com ele.

Exatamente o que eu estava pensando.

Ela revirou os olhos, obviamente não estava em um de seus melhores dias.

O dia passou rápido e Seth disse que iria me levar em algum lugar da floresta. Não liguei muito para isso, pois não parecia ser uma surpresa que ele queria fazer para mim.

—Já sabe aonde Seth quer levar você? – ela perguntou, se sentando na cadeira dos fundos junto a mim. Arrastei minha mesa e a cadeira para mais perto dela, assim não chamando atenção. Seth e Jacob estavam por perto. Não me importei.

—Não sei exatamente. – cochichei – Em algum lugar da floresta.

—Ok, alunos. – o professor chamou a atenção de todos se sentando na cadeira, e abrindo seu computador. – Quero uma redação sobre a aula da semana passada. Uma geral sobre a guerra mundial, o que levou ela a acontecer, quantas baixas, algo geral e completo.

Logo começamos a digitar em nossos laptops. Com o meu pai fantástico como professor particular desde a nossa infância, nos tornamos auto didatas cedo. Então eu tinha bastante conteúdo rico para complementar em minha escrita. Tinha certeza de que iria levar uma das notas mais altas da sala.

Voltei-me para Nessie e cinco segundos depois recuperei sua atenção.

—Acabou? – me certifiquei.

—Acabei.

Alguns alunos que estavam perto de nós duas nos olharam chocados. Não era para menos, não fazia nem dez minutos que havíamos feito o texto.

—Então, não sei se é alguma coisa romântica ou algo assim que ele quer fazer. – falei baixinho.

—Será que ele quer experimentar fazer aquilo em lugares diferentes? – perguntou ela, e claramente havia malícia em sua voz.

—Para, Nessie. – exclamei baixinho, empurrando-a levemente, tentando escapar do meu constrangimento.

—Ah, qual é? Fala sério! Seth, de santinho, não tem nada.

Pude sentir minhas bochechas vermelhas na hora que ela falou aquilo. Olhei para Seth que antes estava numa mesa do meu lado, e agora estava atrás de mim já que mudei de posição. Surpreendi-me quando o vi já me olhando. Cara! Ele tinha prestado atenção em tudo! Obviamente sua audição de lobo o faria ouvir, mas fiquei constrangida do mesmo jeito. Ele sorriu sem mostrar os dentes, e soltei um sorriso tímido e me virei rapidamente de volta para Nessie.

Eu ia dar o troco.

—Jacob também não é o cara mais santo do mundo. Essa sua carinha envergonhada prova isso.

—Fica quieta! – sibilou ela, apontando um dedo no meu rosto.

Mordi o lábio para evitar rir alto.

—Pelo visto duas alunas já acabaram!

Meu coração sobressaltou de surpresa quando a voz do professor rompeu o silêncio da sala.

—Rápido, não? – perguntou ele, nos olhando desafiadoramente.

—Nós já terminamos. – eu respondi. – É um assunto fácil para nós duas.

—Uhum. Se não se importam, quero checar algo em suas lições.

Ele veio ao meu lado e se debruçou. Leu minha redação, e depois da minha irmã. Após isso se afastou em silêncio. Talvez veio ter certeza de que não foi nenhum texto pronto.

—Cullen, certo? – perguntou para ter certeza.

—Sim. – respondi. – Carlie e Renesmee.

—Ok.

Ele devia estar anotando a nossa nota.

Olhamos uma para a outra e tapamos a boca para evitar rir alto.

Tomei um susto quando meu celular vibrou em cima da mesa. O tirei rapidamente de lá para não chamar a atenção de ninguém. Era uma mensagem da Mendy.

Mendy:

Se livrou, hein!

Sorri para ela.

* * *

—Vocês se livraram por pouco. – Seth me cumprimentou quando eu saí da aula de gastronomia.

Ness já me esperava lá fora também, devia ter terminado sua aula de design.

—Não fizemos nada demais.

Ele riu.

As aulas já tinham acabado por hoje. Nessie ainda estava chateada com Jake. Eu também.

Chegamos em casa e fui para o meu quarto deixar meus materiais.

—Pode pelo menos me dar uma dica de onde é, para eu me vestir de acordo com o lugar? – lhe pedi quando chegamos à porta de seu quarto.

—Ok. – se rendeu e sorri. – É em algum lugar da floresta. Então pode vestir algo velho.

O olhei torto.

Ele sorriu e me beijou nos lábios.

—Algo confortável. É só um passeio na floresta. Me encontre lá em baixo em vinte minutos. – pediu.

—Vinte? – perguntei incrédula, e ele apenas riu. – Trinta está bom?

—Tá legal. Trinta minutos e nada mais.

—Ok. – lhe dei um último selinho. Ele segurou minha cintura me impedindo de ir e me puxou para perto. Sem perder tempo, me beijou apaixonadamente. – Não pode mesmo me dizer aonde nós vamos e o que vamos fazer? – perguntei colocando os braços ao redor de seu pescoço.

—Não mesmo. – falou ele, e pelo seu tom, ele não ia mesmo falar nada.

Suspirei, finalmente me separando dele.

—Tudo bem. Até logo.

—Até.

Sua voz foi desaparecendo conforme eu corria escada a cima. Coloquei um cropped tomara que caia e uma saia midi com fenda lateral. Um tênis para completar. Resolvi manter o meu cabelo do mesmo jeito.

Exatamente vinte e sete minutos depois, o encontrei na sala principal. Ele estava absurdamente lindo. Com a sua bermuda e uma regata branca, seus braços fortes à mostra para o deleite dos meus olhos.

—Carlie, eu pensei que havia dito uma roupa simples. – me falou indignado, me medindo da cabeça aos pés e deu uma singela mordida no lábio inferior. Se levantou do sofá e veio até mim.

—Está exagerado? – questionei preocupada, olhando para o meu corpo.

Ele assentiu com a cabeça, franzindo o cenho.

—Só um minuto, vou me trocar...

Sua mão segurando a minha me impediu de dar um passo para longe dele.

—Fiquei assim. Quem sabe não posso tirar uma casquinha conosco a sós.

—Seth! – gritei surpresa com sua malícia repentina.

O mesmo gargalhou com minha reação.

—Vamos logo. – resmunguei tentando esconder um sorriso, fingindo não estar nem aí com suas palavras.

Saímos de casa e entramos na floresta. Quando estávamos fora de vista de qualquer um, Seth se afastou um pouco de mim e se despiu na minha frente. O sangue se acumulou em meu rosto, me fazendo ruborizar. Era a primeira vez que ele se metamorfoseava na minha frente. Jogou a roupa em minha direção e em segundos ele era o lobo cor de areia. Eu acho que ainda estava em choque porque eu só soltei minha respiração quando ele me cutucou com o focinho.

—Cala a boca. – reclamei ainda envergonhada, mas com um sorrisinho tímido no rosto. Ele soltou uma risada meio latida. Embrulhei sua roupa em minha mão e começamos a correr.

Ahhh. Fazia tempo que eu não corria desse jeito. Sentir o ar bater em meu cabelo os fazendo voar, meu corpo entrava em êxtase sentindo a adrenalina da velocidade. E então Seth parou de repente. Parei junto a ele. Encostou o nariz em sua roupa, e lhe ofereci. Primeiro se transformou perto de mim e finalmente a pegou. Vestiu-se e veio ao meu encontro.

—O que foi? – me perguntou todo cínico, com um sorriso sacana no rosto. – Não tem nada que você nunca tenha visto em mim.

Eu podia sentir meu rosto ficando mais quente, e ele rindo de mim.

—É que você nunca se transformou na minha frente.

Ele deu de ombros.

—Estamos noivos, o que tem demais?

Eu ri.

—Você tem razão. – falei, e em um piscar de olhos, eu o tinha contra uma árvore. Coitada. Tremeu quando Seth chocou com as costas contra ela. – O que tem demais?

Ele sorriu, e não contive de beijá-lo. Ele ficava tão irresistível quando sorria. Sua língua pediu passagem, e eu cedi na hora, apreciando isso. Ficamos alguns segundos assim, até ele mudar para o meu pescoço.

—Ah, Seth. – suspirei, agarrando seus cabelos, o incentivando a continuar.

Desde quando comecei a sentir algo diferente por ele, nunca pensei que um dia estaríamos assim. Noivos. Foi com ele que tive absolutamente tudo: meu primeiro beijo, minha primeira vez, ele foi – e sempre será – o único homem que me tocou. Meu primeiro e único amor.

Soltei um riso sem fôlego quando ele inverteu rapidamente nossas posições, e então eu estava contra a árvore.

Depois de uns longos minutos, ele andou alguns passos para trás, e quando vi, ele estava me colocando delicadamente no chão da floresta. Senti seu cuidado em me colocar fora do musgo.

Sem perder tempo, subi em seu colo e coloquei cada perna ao lado de seu corpo, e me inclinei para beijá-lo. Sua intimidade encontrou a minha sem pudor, a única coisa que separava era o tecido. Interrompi o beijo para tirar o meu cropped. Mas fui cortada pelas suas mãos quentes.

—Quer fazer essa parte? – perguntei, num tom atrevido. Nem esperei uma resposta, voltei a beijá-lo.

A mão em meu rosto me fez separar alguns milímetros. Ele tinha alguns segundos.

—Okey, Seth. O que você quer falar?

—É que...

Pronto. Os segundos se foram.

—Carlie, por favor. – ele implorou contra a minha boca. Tá, mais alguns segundos. – Eu te trouxe aqui para...

Outros segundos perdidos. Confesso, estava muito divertido. Me afastei novamente, dando-lhe o direito de falar. Ele abriu a boca para pronunciar uma palavra, mas antes que um som saísse de entre seus lábios, nossas bocas estavam de novo juntas.

—Pode falar. – murmurei contra a sua boca, enquanto minha mão descia pelo seu peitoral, barriga, abdome, chegando na barra de sua bermuda, e encontrando o botão e o zíper da mesma.

—É meio difícil falar algo quando sei o que você está prestes a fazer. – ele falou em meio a um gemido, agarrando minha bunda por baixo da saia. – O que? Não, temos que parar com isso agora. – ele falou, como se tivesse alguém por perto. E eu parei o trabalho com a mão.

—Por quê? – perguntei, desanimada. – Vai dizer que não quer? – rocei a ponta do meu dedo em sua intimidade, e um rosnado vibrou em seu peito. Logo ele estava arranhando minhas costas. – Hein? – sussurrei em seu ouvido, fazendo uma voz sexy.

—Carlie. – ele gemeu, e contrariando sua vontade clara, tirou minha mão dali. – É sério. – ele engoliu em seco, e eu percebi gotas de suor em sua testa. – Você está me fazendo perder a linha. Cadê aquela garotinha meiga que chegou do Brasil?

—Bem, ela só aparece quando necessário. – respondi, me inclinando para mordiscar seu pescoço cheiroso. – Mas o que viemos fazer aqui mesmo?

—Isso que não foi. – ele falou, e eu sabia exatamente do que ele falava. – Pelo menos, não agora.

Revirei os olhos.

—E o que foi? – perguntei, agora curiosa.

—Se você saísse de cima de mim, seria mais fácil. – ele brincou com um sorriso em seus lábios.

—Tudo bem. – suspirei e me levantei. Antes que continuássemos a andar, ele me puxou para um beijo quente e rápido. – O que você queria me mostrar?

Ele suspirou, o sorriso se foi.

—Vem cá. – ele puxou minha mão.

Andamos uns bons minutos até eu sentir um cheiro de lobisomem que não é do meu Seth, e eu não consegui distinguir.

—Embry está por aqui? – perguntei confusa, mas assim que a pessoa entrou em vista, a curiosidade foi logo substituída pela raiva. – Seth, é melhor a gente ir por outro caminho. – falei fazendo a minha voz ficar dura. Peguei sua mão e o puxei, porém não obtive sucesso.

—Carlie, eu te trouxe aqui exatamente para falar com o Jake.

Minha boca de abriu num “pop”.

—Você-você deve estar zoando com a minha cara, né? – perguntei sem acreditar em suas palavras.

—Carlie, o deixe falar com você, por favor. – Seth me pediu.

—Eu não sou obrigada a ouvir qualquer merda da boca dele.

—Ele não merece mais sofrer pelo passado.

—Não tente protegê-lo... Você... Você sabe que ele quis a nossa morte mais do que todos, como ainda pode sequer defendê-lo? – minha voz saiu cheia de incredulidade.

—Porque ele é o meu amigo. Fez escolhas ruins. E também isso foi passado, vocês estão aqui, não é?

—Sim, estamos. – concordei, a rigidez nunca deixou minha voz. – Graças a Bella que conseguiu segurar nós duas dentro dela até suas forças se esgotarem. Se não dependesse dela essa escolha, estaríamos mortas nesse momento, as duas...

—Mas dependeu. Bella não ligou para a opinião de Jake, nem de Edward ou de nenhum outro. Pense que ele teve sua cota de sofrimento ao ver sua mãe grávida de outro homem. – ele me interrompeu.

Um sorriso tremeu no canto da minha boca. Balancei a cabeça, tentando a clarear.

—Escute, Seth. Pare de defender ele. Jacob merece cada partícula de sofrimento que ele está sentindo apenas por magoar Nessie. Quero que ele sofra o resto da eternidade!

—Mas você quer que sua irmã sofra?

—Isso é golpe baixo!

—Carlie, sabe que a única pessoa que ela vai ouvir agora é você. – Jacob se intrometeu.

A raiva foi mais forte que eu. Caminhei até ele pisando duro, e o mesmo tentava se esquivar do que fosse que eu faria a ele, dando passos para trás com as mãos erguidas. Quando cheguei perto dele, cerrei minhas mãos em punho para doer, e bati com força em seu peito, o fazendo cair para trás. Bom, foi mais para voar para trás.

Aquilo não pareceu o suficiente para minha raiva evaporar. Me abaixei e agarrei o colarinho de sua roupa e levei meu punho para trás – o polegar para fora, como mamãe ensinou a mim e a Ness. Meu punho parou a alguns centímetros do rosto de Black, porque braços em minha volta me restringiram.

—Seth Clearwater, me solta agora! – quase gritei me esperneando em seus braços, só que não estava com a mínima raiva dele, e sim minha ira toda estava em cima de Jacob. Sendo assim me forcei a não o machucar.

Jacob ia me deixar o socar. Ele apenas fechou os olhos por reflexo, mas em momento algum tentou me impedir. Não me segurou ou se protegeu.

—Hey, hey. – Jacob exclamou enquanto se levantava, provavelmente surpreso com a minha reação. – Se acalma, esquentadinha.

Rosnei para ele, não acreditando em seu tom ousado comigo.

—Não acho que você está em posição de me dar ordem, Black! – falei furiosamente, ainda tentando sair dos braços que me segurava.

—Dá para pelo menos me escutar, por favor?

Parei de lutar contra o lobisomem que me mantinha fora do chão, e longe do Jacob. Ele me soltou, mas manteve um braço ao meu redor para evitar que eu quebrasse qualquer osso do idiota a minha frente.

Cruzei os braços e ergui meu queixo, o olhando desafiadoramente.

—Então, tá. Fale de uma vez.


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