A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 54
2x12 Nosso passado os condena (E)


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de pedir desculpas pelo grande espaço de tempo que estou postando, mas estou escrevendo outra fanfic e estou fazendo o meu melhor como mãe, esposa e dona de casa para dividir meu tempo nos meus afazeres e no meu hobbie que é escrever. Agradeço a compreensão. Apreciem sem moderação e beijocas!



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—Ei, Carlie! – se levantou sorrindo e veio até mim para um abraço que eu retribuí.

Reparei que ele havia cortado o cabelo bem curto, estilo homem da cidade. Abandonou os fios longos. Não posso negar que lhe deu um certo charme. Haviam algumas cicatrizes em seu rosto, uma no supercílio esquerdo, e outra perto do seu queixo. Me perguntei se tinha sido na caçada.

Algo que meu cérebro reparou foram os seus olhos. Estavam num marrom avermelhado. Isso fez uma interrogação pairar dentro de mim, entretanto resolvi ficar quieta. Por hora.

—Carlie? – Seth me chamou descendo as escadas. Peguei seu tom de confusão, e tenho certeza de que iria me perguntar sobre o cheiro. Quando viu quem estava comigo, não pareceu nada contente com a visita. – Nahuel. – ele pronunciou com desgosto.

—O lobo está morando com vocês? – zombou ele.

Seth rosnou para ele. Era difícil quando ele ficava furioso daquele jeito, mas algumas exceções o faziam parecer outra pessoa.

—Nahuel! – Renesmee praticamente gritou do alto da escada, ultrapassou meu noivo e veio abraçá-lo.

—Nahuel? – ouvi a voz de Jacob lá de cima.

Ah, não. Não queria ter que precisar ligar para os meus pais para conter esses dois. Estão cansados de saber que Nahuel é bem vindo para visitar nossa família.

... pelo menos até sabermos sobre seus olhos.

Segundos depois, o noivo da minha irmã estava ali, ao lado de Seth, igualmente não feliz pela presença do híbrido.

—O que faz aqui? – lhe perguntei, e nos sentamos.

Se sentou no sofá ao nosso lado, enquanto nós quatro ocupamos um.

—Eu estive passando esse último ano com os Volturi. – ele declarou, nos deixando de boca aberta.

Então era isso! Ele estava numa dieta de sangue humano, por isso dos seus olhos com cores diferentes.

Eles rosnaram para ele, e assumiram uma postura protetiva.

Dessa vez não reclamei. Sentia meu queixo fazer uma cratera no chão. Os Volturi?

—Mas... por quê? – fui a primeira a perguntar por cima dos rosnados. Minha voz havia um pouco de medo que não consegui esconder. – Aro te mandou aqui para nos fazer algum mal?

Ele recuou com o meu tom.

—Eu disse estive, do verbo não estou mais. – ele se defendeu. – Decidi sair porque não concordei com suas atitudes. Eles estão criando um exército de híbridos como nós – ele olhos para mim e Nessie. – para fazer algum mal a alguém, e eu desconfio que seja a vocês, os Cullen. Especificamente vocês duas.

Os braços de Seth me abraçaram.

—Como? – tudo que consegui foi sussurrar. – Mas... Meus pais já sabem disso?

—Na verdade, não. Quando cheguei aqui só tinha Esme arrumando a casa. Ela ficou contente com a minha visita e disse para eu ficar à vontade.

—Como soube onde a gente mora? – Jacob perguntou com os dentes trincados.

—Eu fui a casa dos Cullen em Forks e fiquei surpreso de não ter ninguém por lá, nem mesmo os seus cheiros. Quase fui atacado por um lobo gigante...

—Espera aí! – Seth o interrompeu, preocupado. – Você passou da fronteira?

—Eu não sabia que ainda tinha isso.

—Para os que não são da família.

—Jake. – Ness o repreendeu baixinho.

Nahuel revirou os olhos, sem se deixar abalar.

—Enfim, queria achar alguém para perguntar de vocês, e achei uma garota de cabelo curto correndo na floresta. Leah, eu acho. – senti Seth estremecer ao meu lado por apenas pensar que ele, que já foi um Volturi há pouco tempo, esteve perto de sua irmã. – Ela me disse que vocês estavam aqui e me deu o endereço. Essa foi a viagem mais longa que eu fiz. – ele riu de sua própria piada.

—Como podemos confiar em você sabendo que acabou de sair do clã inimigo? – cuspi, ignorando sua tentativa de quebrar o gelo.

—Do mesmo jeito que Carlisle teve a confiança dos Cullen ao sair do clã dos Volturi!

—Mas ele não era mais parte deles quando salvou minha família! – minha voz saiu dura demais.

—E eu não sou mais parte deles, Carlie, será que é tão difícil de entender?

—O que você acha?

Ele respirou fundo, e logo franziu o nariz em sinal de nojo.

—O quão é grande o exército dos mestiços? – Renesmee perguntou, parecendo cem vezes mais calma que eu.

—Não sei direito. – falou ele, pensativo. – Não fui autorizado a participar a fundo desse plano. Uns quinze ou vinte. Talvez mais. Ele está se preparando para o primeiro deslize que vocês vão dar, para poder atacar. Assim que eu soube disso, eu pedi para sair. Não poderia fazer algo assim com vocês. Aro ficou furioso quando eu saí porque eu tinha uma ideia do plano deles.

—E você saiu assim? Impune? – perguntei perplexa. Ele riu.

—Não, na verdade eu tive duas escolhas: eu poderia ficar e estaria tudo bem, ou se eu quisesse realmente sair, teria que lutar com um dos híbridos.

—Você lutou?

—Estou aqui, não estou? – ele abriu os braços para mostrar que estava ali, dando-nos a resposta. E isso saciou o questionamento em meu cérebro. Eram dali os machucados no rosto. – Desconfio que alguns têm poderes. Bom, como eu disse, não fui muito participativo nisso.

—Entendi. – murmurei.

—Está brincando, né? – me assustei um pouco ao ouvir a voz perplexa de Jacob. – Sério que você vai acreditar nesse sanguessuga que acabou de sair do território inimigo? Ele pode muito bem estar fingindo para nos atacar pelas costas!

—Jake, se acalme.

Ele me olhou torto pela escolha de minhas palavras.

—Como podemos saber se ele está falando a verdade?

—Como podemos saber se ele está falando a mentira?

—Edward e Carlisle saberão dizer quando chegarem. – Seth tentou dar um basta à situação.

Nahuel foi caçar, alegando ter ficado um tempo sem fazer isso. Perguntei o motivo, já que ele estaria vindo até aqui e podia muito bem ter parado no caminho para fazer um lanche. Falou que primeiramente queria falar conosco, o mais rápido possível.

PDV Jacob.

Seth estava sentado em uma poltrona, e eu deitado no sofá, quando o híbrido chegou à sala e se sentou também. A televisão salvou de não ficar um clima ruim.

Carlie desceu as escadas num ritmo rápido, e foi para a cozinha. Saiu de lá depois com alguns potes de guloseimas e subiu novamente. Nahuel não tirou os olhos dela nenhum segundo sequer. Quando ela já estava fora de vista, Seth percebeu as intenções de Nahuel para a sua noiva – ele não notou antes, pois também estava a acompanhando com os olhos – e o encarou como se pudesse lhe matar com o olhar.

—Sinceramente, não sei porque você insiste em tentar conquistar a Carlie. – falei com indiferença, não tirei os olhos a TV enquanto falava.

—Se vocês não perceberam, elas ainda gostam de mim. – ele falou com um tom presunçoso.

A raiva queimou dentro de mim, e eu fiz um esforço para manter a neutralidade por fora. Ele falou mesmo no plural? Quem ele pensa que é?

—Como amigo, com certeza devem gostar. – continuei como quem não quer nada. – Provavelmente vão te mandar o convite do nosso casamento.

Fiquei mais do que satisfeito quando sua expressão vacilou.

Seth me lançou um olhar agradecido. Ainda havia vestígio de seu sorriso maléfico por conta do sofrimento do mestiço.

PDV Carlie.

—Carlie, não é possível que você confie nele. – Seth falou, indignado.

Eu estava tentando canalizar minha agonia arrumando algumas roupas no meu closet. Meus nervos reclamavam, e eu só queria que meus pais chegassem e dessem o veredito para a situação.

—Mas por que não confiar? Ele nos salvou uma vez, por que não pode querer nos salvar outra?

Ele parou de falar, desistindo de argumentos. Não sei não, mas eu senti que havia algo mais, e que ele não quis me dizer. E eu não tive vontade de pressioná-lo.

—Escuta, não vamos brigar por conta dele, ok?

Ele veio até mim e me abraçou, seguido de um beijo na testa. Eu podia sentir seu medo em ter Nahuel aqui após ter ficado no clã dos Volturi. Se fosse uma armadilha seria péssimo.

—Carlie, Renesmee? – ouvi a voz da minha mãe. Um sorriso brotou em meu rosto, e eu senti meu coração acelerar.

Eu esqueci que nosso cheiro denunciaria nossa chegada.

Desci as escadas, encontrando minha irmã no caminho, e corremos para os braços do papai e da mamãe.

Nahuel também tinha entrado na conversa logo após. De tanta preocupação quando souberam do plano de Aro, meus pais chamaram meus avós e meus tios.

—Estava tão bom sem esses malditos interferirem... – tia Alice começou, deixando sua voz morrer.

—Não acredito... Eu sabia que não iria ter paz! Nem pela Tifanny, nem pelos Volturi. Mas que vida que eu trouxe a vocês!

—Calma, querida. – meu pai veio ao meu lado e segurou minhas mãos. Seus olhos âmbar tranquilos quase conseguiram me livrar da preocupação. – Nós daremos um jeito. Seja lá qual for esse jeito.

—Pai, não se engane. – pedi-lhe e ele me olhou surpreso. – Sabe que isso só está acontecendo por minha causa! Ela deve ter mostrado o meu relacionamento com Seth, e isso deve ter influenciado em sua decisão. Eu sempre trouxe problemas a essa família e continuo trazendo.

Sussurrei abaixando a cabeça.

Senti seus dedos seguraram meu queixo, e ele levantou minha cabeça.

—Eu não me arrependo de ter tido você. – ele falou com sua voz aveluda. Olhou no fundo dos meus olhos, e percebi a verdade em suas palavras. – Você e sua irmã foram os melhores presentes que eu poderia ter ganho nessa vida.

Ele ficou me olhando sem me ver por um segundo, e depois virou a cabeça para alguém. Nahuel.

Notei que meu pai ia falar algo, e não mais para mim.

—Então toda aquela história sobre a gravidez já foi esquecida? – Nahuel perguntou, me deixando surpresa. Ele sabe? – Contaram sobre o plano de abort-oh droga.

Cambaleei um passo para trás, me livrando da mão de meu pai, perdida nas palavras dele.

—Aborto? Gravidez? Do que estão falando? – Renesmee perguntou antes de mim, igualmente confusa.

—Quem? Os Volturi? – perguntei desnorteada.

Ter “aborto” e “gravidez” em algo na nossa família era novo. Sei que vovó Esme perdeu seu filho e tentou se matar. Tia Rose nunca sequer engravidou, então não consegui raciocinar de onde veio o aborto.

—Eu sinto muito... – Nahuel murmurou ao perceber que não sabíamos sobre o assunto.

—Quem queria nos matar? – perguntei quando ninguém se manifestou. E eles continuaram calados. – Será que dá para pararem de nos ignorar e responder de uma vez?!

—Primeiramente, entendam: nós apenas queríamos protegê-las de tudo isso... – papai começou a falar, mas interrompi.

—Apenas fale.

Ele suspirou desnecessariamente. Renesmee veio até meu lado, nunca desviando o olhar dele, curiosa com o assunto.

—Na época que sua mãe estava grávida, tivemos alguns conflitos por aqui. Não sabíamos o que vocês eram, e o que poderiam fazer com a Bella.

—E...? – o pressionei quando ele parou. Eu estava aterrorizada de ouvir o resto, um pressentimento muito ruim me preenchendo. De repente meu corpo relaxou. – Por favor, não manipule meus sentimentos. – falei para meu tio, e logo voltei a ficar aflita de novo.

—E que estávamos tentando a todo custo tirar vocês da barriga da sua mãe antes que nascessem.

Fiquei paralisada, tentando assimilar cada palavra do que ele falara. Minha boca se abria e fechava, como se eu fosse falar algo. E então tudo se clareou em minha mente. No dia em que Tifanny veio fazer uma “visitinha” a nós quando os vampiros da minha casa já tinham retornado de suas luas de mel, antes se sermos interrompidos por ela, ele quase ia declarando.

“Flash Back On“

 

—Vocês falavam comigo quando estavam na barriga da sua mãe.

Viramos a cabeça para olhá-lo.

—Sério?

—Sim. Antes de... – ele se interrompeu de súbito.

—Do que? – perguntei curiosa e confusa.

—De algumas coisas que aconteceram na época.

—O que aconteceu na época? – Ness se sentou, se endireitando para o olhar.

—Eu ia falar que eu estava preocupado com sua mãe até eu ouvir seus pensamentos dizendo que não queriam machucá-la.

—Preocupado? – pressionei, sentindo meu corpo rígido. Ali era uma zona tensa. Não falávamos muito sobre isso, e quando era dito algo, não era aprofundado. Eu sabia que ali havia coisa que não queriam que soubéssemos. – Eu te conheço. Você não sabia o que a gente era, né?

Ele assentiu, calado

—Então...? – o incentivei.

—Então é isso. – e sorriu.

Aquele sorriso tenso que só a gente conhecia. Nenhum humano seria capaz de detectar algo errado naquele rosto.

—Papai, nos diga. Nós nunca falamos abertamente sobre o assunto, é sempre muito estranho para Renesmee e eu...

 

“Flash Back Off”

Arfei quando juntei as peças, afinal. Eles sempre falaram isso, nas entrelinhas, mas sempre estava ali. Eu quem fui burra o bastante para não perceber. Minha própria família... Querendo a minha morte...

Minha boca estava aberta como se algo fosse sair, e eu não consegui emitir nenhum som.

Lágrimas escorreram pelo meu rosto, resultado da dor e descrença que pulsavam dentro de mim.

—Como vocês puderam? Nossa própria família! – quase gritei, e minha voz vacilou. Eu queria sumir, evaporar dali e nunca mais ter que ver nenhum deles, nunca mais.

—Como vocês puderam? – Renesmee repetiu com a voz na mesma quantidade de dor que a minha. Mas sua voz saiu num sussurro.

—Não é possível que todos vocês estivessem metidos nisso... Nem ao menos empatou?

Meus olhos encontraram aqueles que agora eram minha vida. Eu não poderia aguentar ouvir que o cara mais legal que já conheci pode ter feito alto tão horrível.

Senti o olhar agoniado do meu pai olhou para Renesmee antes de responder.

—Seth, Rosalie, Esme e Bella.

Minha boca se escancarou quando ouvi apenas esses quatro nomes. Até Jacob? Alice? Emmett?

—Todo o resto queria nos matar? – a voz dela saiu de rasgar um coração. Eu também, nunca, nada havia me atingido como isso na minha vida.

—Até você, vovô? – minha voz se tornou um sussurro. Ele franziu os lábios, sem nada dizer. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Até meu avô, não é possível.

Desviei o olhar, mordendo o lábio com força afim de não cair num choro desesperado. Não ali na frente deles.

—Não sabíamos o que vocês eram. – vovó Esme falou na defesa dos ali presente.

—Carlisle estava apenas preocupado com Bella. Não faria nada contra vontade dela. – Edward disse.

Nessa parte eu entendia; estávamos machucando a mamãe. Todos estariam procurando alguma forma de nos livrar dela.

—Me desculpem por isso. – Nahuel interferiu.

—Você não tem culpa de nos contar a verdade; coisa que muita gente aqui não teve coragem. – falei encarando o rosto perfeito do meu p... Do Edward. Levei a mão para secar as outras malditas lágrimas.

—Carl, Nessie...

—Não fale comigo! – estouramos juntas.

Corremos para o seu quarto e nos jogamos na cama, imersas em lágrimas.

Eu não posso acreditar nisso... Eu não consigo acreditar nisso. Pensei, inacreditavelmente sem forças para pronunciar uma palavra. Meus soluços iriam deixar as palavras quase incoerentes.

Eu não posso acreditar que Jake quis minha morte... Isso é demais para mim...

Abracei-a. Tentei guardar minha dor para poder reconfortá-la, mas não deu muito certo. Nós duas nos abraçamos, e nos afogamos nas lágrimas.

Nossas mentes estavam misturadas com as emoções de ambas, e eu mal podia distinguir qual eram as minhas. Cortei a ligação.

No fundo eu estava contente por Seth não estar metido nisso, e quando esse detalhe vinha à mente, meu coração aquecia. Por outro lado, ao me lembrar de que o resto deles, de quem eu amava... Dos Cullen estavam querendo nos matar, o aperto se formava.

Eu não queria passar mais nenhum segundo nessa casa, mas a ideia de deixar Seth era tão dolorosa.

A surpresa me atingiu ao ouvir um pensamento dela dirigido a mim.

Vamos fugir?

Sério que você tá pensando isso?

E mostrei-lhe que eu estava pensando a mesma coisa.

Ela sorriu tristemente, e eu assenti, achando boa a ideia. Fui até a janela para verificar a altura... Bom, para um humano seria fatal, mas para duas meias vampiras... Talvez não desse tanto prejuízo. Num instante ela estava ao meu lado, também verificando a possibilidade.

E então me lembrei da escada lateral da minha sacada, e confirmei que ali também tinha. Perfeito!

Indiquei a ela, que assentiu com a cabeça limpando as lágrimas do meu rosto.

Eu fui primeiro, e ela me seguiu. Tínhamos uma cópia de cada automóvel nos nossos quartos, então pegamos a que precisávamos.

PDV Seth.

Sentado naquele sofá caro, que com certeza foi feito em outro país, eu me continha em ir até aquele quarto e arrancar a porta para que pudesse ninar minha Carlie nos meus braços e a fazer esquecer disso tudo.

Mas que droga! Não posso acreditar! Mesmo que eu seja um participante a menos nessa tragédia, Carlie e Nessie ficaram magoadas com a sua família.

Jacob não parava de andar de um lado para o outro, me deixando ainda mais aflito.

—Seth, não fique assim. – Edward tentou me manter tranquilo. Não estava funcionando. – Não é sua culpa.

É, eu sei.

Falei por pensamento em tom de acusação, e ele ficou surpreso pela verdade de minhas palavras.

Desculpe-me. Pedi-lhe. Acho que fui muito duro.

—Definitivamente, não.

Sorri, e senti que não chegava aos meus olhos.

Foi quando ouvimos elas descendo de algum lugar. Por um segundo esperei ver minha amada no topo da escada. E fui pego desprevenido ao distinguir o som vindo lá de fora. Elas desceram do quarto?

Tive esperança que Carlie entrasse em casa, só para mim a ver em segurança. Mas para a minha não surpresa, a porta da garagem foi acionada, e segundos depois um carro saiu. Isso não ajudou nada o meu desespero.

Eu os ouvia conversando entre si, Nahuel se desculpando por ter dito o que não deveria, porém eu não conseguia ser participativo em nada.

—Eu não fazia ideia.

—Mas manter a boca calada não foi sua primeira escolha. – minhas palavras saíram rude para o híbrido.

—Seth, por mais que ele tenha dito algo de ruim, quem errou fomos nós em esconder. – Bella tentou apaziguar.

Olhei para o rosto da minha meia irmã, e concluí que era verdade.

Suspirei derrotado e me joguei no sofá, enterrando o rosto em minhas mãos.

—Eu vou atrás delas. – a voz de Rosalie fincou em minha audição. – Faz uma hora que elas se foram.

Foi aí que o baque me atingiu. Não percebi ter ficado inerte todo esse tempo. Nem fazia ideia do que eles tanto conversaram. Ou se conversaram. Eu só sentia agonia por estar longe da Carl.

—Tenho certeza de que elas me ouvirão.

A loira falou e se foi.

PDV Renesmee.

—Então. Comigo e com você foi quase a mesma coisa. Seu pai amava a sua mãe, mas ao mesmo tempo queria matá-la. Com nós dois foi assim também, mas era como se você fosse a sua mãe... Ou uma parte dela o tempo todo. Depois que você nasceu, eu descobri que quem eu amava era uma parte de você na sua mãe.

Agora que eu me toquei nas palavras de Jacob. Como pude não perceber? Ele sempre me amou, mas não sabia até me olhar. Antes disso, queria me matar. Como foi Edward com a mamãe.

Outro golpe baixo na minha vida. Baixo é muito fraco, talvez voraz. Primeiro soube que minha mãe e ele se beijaram no passado, agora descubro que toda... Quase toda a minha família queria me matar por egoísmo! Carlie tem sorte de Seth, o homem da sua vida, não desejou isso para ela.

Eu já estava uns a 150 km/h e não sabia onde estava indo, até ver uma placa com o nome Springfield. Uau! Já tudo isso? Quanto tempo a gente já estava por aqui?

Pelo retrovisor do passageiro, li atrás da placa, estava escrito: Boston 129/km.

—Uau! – murmurei completamente surpresa, reduzindo a velocidade enquanto ficava totalmente encostada ao banco, tomada pela surpresa.

—O que? – Carlie me perguntou, distraída com os botões do rádio, mudando sempre. Acho que já era a vigésima terceira vez que ela passava pela mesma estação.

—Estamos cento e trinta quilômetros de casa, vamos parar um pouco? – sugeri sem tirar os olhos da estrada.

Se eu olhasse para a minha irmã, iria ver seus olhos inchados. Eu me lembraria da dor que ela estava sentindo e que a fez chorar, e então eu ia perceber que a dor dela, é a mesma que a minha, e então começaria a chorar de novo. Eu não queria isso.

—Cento e trinta? – repetiu, atônita. A rádio parou de mudar as músicas, denunciando que ela estava me olhando. Assenti. – Vamos parar por algum lugar daqui. Estou cansada de ficar dentro do carro.

Assenti de novo e logo encontrei um acostamento. Saímos do carro e avistamos apenas uns caras aparentemente bêbados encostados numa picape. Uns estavam com latinhas de cervejas, e outros com uma bebida mais forte. Seus estados – e cheiros – denunciaram isso. Não prestei atenção neles, mas eles prestaram atenção em nós duas. Pararam de rir feito uns idiotas e nos olharam.

Os ignoramos e andamos até um lugar, uma espécie de rampa para os navios que atracassem. Pareceu-me um bom lugar para refletir.

Um dos caras assobiou para a gente, e os outros o acompanhou com risos indiscretos. Aquilo me deixou irritada.

Apressamos os nossos passos e assim que chegamos a aquele lugar, nos sentamos naquela rampa. Não tinha grade de proteção nem nada. Apenas as profundas águas que ali habitavam.

—Hey, gatinhas. – senti um deles se aproximar de onde estávamos. Franzi o nariz para o cheiro da bebida. – O que estão fazendo por aqui a uma hora dessas?

Eu não estava com paciência, muito menos para bêbado, entretanto resolvi responder, mas Carlie foi mais rápida.

—São gêmeas?

—Olha direito, Clyde, não tem como elas serem gêmeas. São tão diferentes. Uma ruiva perfeita, e a outra morena cacheada maravilhosa.

—Não é da sua conta. – falou ela, num tom ríspido.

—Ah, qual é, gatinhas. Não vão querer ficar a noite inteira por aqui, vão? Está frio... Eu não estou com a minha blusa aqui, deixei em casa. Mas podemos ir lá buscar.

Carlie rosnou e se levantou pronta para ir para cima dele. Eu a segurei a tempo.

—Carlie, calma. – tentei acalmá-la, agarrando sua cintura, a prendendo no lugar. – É só um humano idiota.

—É, isso aí! – ele jogou suas mãos para o ar, uma delas contendo uma garrafa de bebida, como se tivesse mostrando para todos alguma coisa nele. – Sou um humano idiota. Não querem ir para a minha casa, lindas?

Ele veio perto de mim e passou os dedos em minha bochecha. Que ousadia era aquela?

—Tire a mão de mim. – o avisei, ficando furiosa. Não estava com a mínima paciência para aturar idiotas como ele.

—Qual é, gata. Aceite minha oferta. O que você vai encontrar por aqui?

O idiota atrevido continuou com a mão ali, então dei um soco em sua barriga, e ele recuou para trás. Sinceramente, fiquei com receio de que ele vomitasse em mim.

Com o meu golpe, ele tentou se defender, mas logo acertei outro soco na cara e o empurrei. Ele caiu, e ficou furioso quando viu o líquido se espalhar pelo chão quando caiu.

—Sua vadia! Essa porra me custou uma grana alta! Olha só a merda que você fez!

Meu sangue ferveu pelo nome que ele me chamou. Ele se levantou, e não contive minha raiva. Usei bastante da minha força o empurrando, e ele voou contra uma grande parede de concreto do meu lado oposto. Seu corpo caiu, talvez desmaiado. Me concentrei no som de seu coração, e fiquei desesperada ao perceber que estava extremamente falho.

Olhei para Carlie, que estava boquiaberta.

De repente não estávamos mais sozinhas com aqueles bêbados. Uma figura pálida e loira apareceu ali, olhando o cara quase morto no chão.

—Tia, eu juro que não foi porque eu quis! – exclamei, desesperada. – Ele quem estava nos assediando, e fiquei com raiva, e...

—Está tudo bem, querida. – ela falou, franzindo os lábios. – Só temos que dar o fora daqui antes de alguém chegar. Não podemos chamar atenção para nós mesmos.

—Eu não vou voltar para aquela família de traidores! – cuspi, furiosa.

PDV Carlie.

—Eu não vou voltar para aquela família de traidores! – Ness cuspiu, bastante furiosa.

Por um momento eu considerei a ideia de voltar, mas logo depois descartei, pelo mesmo motivo da Nessie. Eu não queria ter que olhar todos aqueles rostos, e saber que eles já tentaram nos arrancar do ventre da nossa mãe precocemente. Mas deixar Seth era uma ideia assustadora. Vovó Esme eu já desconfiava do porquê que ela estava ao lado da mamãe, já que ela perdera o bebê quando era humana, e entendia o ponto de vista dela. Rose eu já não sabia, para nós duas o motivo é inexistente... Por enquanto. Bom, já o Seth, não havia dúvidas: ele não se meteria nesse assunto, e apoiaria minha mãe de qualquer forma.

Por outro lado, todos, sem exceção, estavam preocupados com o estado de saúde da mamãe. Alice não conseguia ver o futuro dela por nos envolver. Jacob, apaixonado na época, estava com muito medo de perdê-la. Emmett, Carlisle também não sei, deve ser a mesma razão de a gente ter estado machucando-a muito, de dentro para fora. Jasper eu não sabia mesmo, nem desconfiava. E meu pai, claro! Ele era o que mais se preocupava com mamãe. Claro que ele tentaria de todas as formas protegê-la.

Mas nada dessas coisas justifica nada! Alguns deles ficaram do lado da mamãe e a apoiaram quando ela queria continuar a gravidez, por que o resto não pode?

E então só depois eu fui perceber que me referi a todos apenas pelo nome, e não com “tia”, “tio” ou “vovô”.

—Escutem, pelo menos vamos sair daqui antes que esse bêbado acorde. – ela nos apressou quando ele deu os primeiros sinais que de ia acordar. Olhamos em volta e os amigos dele não estavam mais lá. Se tiver amigos assim, para que precisa de inimigos?

Sem pensar duas vezes, nos apressamos para o carro, ela ficara no volante. O carro cantou pneu quando ela não teve dó com a velocidade, e em segundos o velocímetro marcava 150/km.

E então Seth dominou minha mente. Como será que ele está? Será que está muito agoniado com a minha dor? Eu temia que sim. Eu só queria estar em seus braços.

Até meu próprio pai queria a todo custo minha morte. Uma lágrima desceu meu rosto quando a dor se formou em meu peito. Eu não sei se ia conseguir encarar todos eles. E o que mais me magoaria seria o meu avô.

Chegamos em casa mais rápido do que imaginei.

—Vamos lá, garotas. – tia Rose nos incentivou, quando viu que a gente não se moveu para sair.

PDV Edward.

Ouvimos o som distinto da Bugatti de longe, e fiquei aliviado ao ouvir os pensamentos de Rosalie. Elas estavam bem. Por fora. Por dentro estavam machucadas.

Elas dirigiram bons centro e vinte e nove quilômetros até chegarem a Springfield. Elas realmente herdaram nossos dotes de direção, meu Deus! Nem eu corro tanto assim!

Rosalie entrou em casa com palavras em seu pensamento. Sua tentativa de me animar um pouco foi tão falha que a ignorei.

Todos pararam e olharam para onde elas estavam entrando. Cada um com um pensamento diferente, entretanto a expectativa era a mesma: que elas nos perdoassem.


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