A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 16
Linha tênue (E)




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Acordei ao lado do urso que Seth me deu anos atrás, e isso me fez ficar com uma saudade enorme dele. Não via a hora de vê-lo novamente.

Levantei-me com um pouco de sono e bocejando. Pensei em ligar para ouvir sua voz, mas provavelmente estava fazendo patrulha que Jake o escalou.

Arrisquei-me. Peguei meu celular e disquei seu número. Tocou três vezes antes de ele atender.

—Oi, gata. – sua voz me cumprimentou alegre. Ao fundo eu ouvia vozes e algum barulho externo.

—Oi, meu amor. – falei, gostando até demais do apelido.

—Dormiu bem? – sua voz parecia meio distante.

—Dormi, e você?

—Ah, teria dormido melhor se não tivesse que acordar cedo para a patrulha. – ele riu.

—Você está fora?

—Sim, minha mãe pediu para vir ao supermercado. Acabou esquecendo ingredientes para receita. Aliás, você ligou numa hora perfeita. Já que você começou a se interessar por culinária, sabe me dizer se devo comprar manteiga com ou sem sal?

Meu ego inflou com isso, e fiquei contente de poder ajudar.

—Se for para doces, é melhor sem sal. Mas para comidas salgadas geralmente é a com sal.

—Valeu, gata. – eu podia ouvir o alívio em sua voz. – De qualquer forma, vou comprar uma de casa. Ela não me disse o que pretende fazer.

—Sim, melhor. – aconselhei-lhe. – Bom, faça sua compra, mais tarde a gente se fala. Se precisar de ajuda pode me ligar.

—Você é a melhor, minha linda.

Tentei esconder o sorriso em meu rosto, me sentindo tímida.

—Ah, Claire estará chegando hoje-

—Ahhh, já? Passou tão rápido!

—Se quiser te busco para visitar ela.

—Seria ótimo. – ri, acanhada. Estava com tanta saudade, mal via a hora de ter seu corpo junto ao meu novamente.

—Combinado, então. Até mais tarde.

—Te amo.

—Te amo.

—Cheguei bem na hora de não presenciar melação.

Me virei a tempo de ver Nessie com um sorriso zombeteiro, e com uma mesa portátil de café da manhã.

—Engraçada você. – mostrei-lhe língua. – Come comigo?

—Sim, é para nós duas.

Nos sentamos na cama e conversamos enquanto comíamos.

—Ness... posso te fazer uma pergunta?

—Diz aí.

Você não quis conversar com o Jake sobre o imprinting?

Não... eu pedi para mamãe e papai não falarem nada por enquanto. Preciso digerir  isso sem que ele mude o jeito dele comigo. Acho que eu me sentiria mais pressionada se Jake não fosse mais o mesmo.

Entendo. Concordei. Não somos obrigadas a ficar com eles.

Ele é meu melhor amigo. Balançou a cabeça. Eu conseguia sentir a confusão de seus pensamentos. Não me parece certo isso... ficar com ele...

Eles têm razão. Peguei em sua mão. Não se sinta pressionada. Se acha melhor não contar a ele, o faça. Só não o deixe no escuro por muito tempo. Só diga que sabe sobre, não precisa dizer que quer ficar com ele. Podem continuar amigos mesmo assim.

Obrigada pelo conselho. Sorriu carinhosa, e me abraçou.

PDV Seth.

 

Peguei as sacolas e saí do mercado.

Congelei ao que reparei Tifanny aos arredores, encostada em um carro. Parecia esperando por alguém, não estava com sacolas em suas mãos.

Suspirei. As lembranças do dia que ela inventou um monte de mentiras para Carlie vieram em minha mente.

Tomara que ela não me veja, pensei.

Tentei passar despercebido, e para o meu azar, deu errado. Ao me ver, sorriu e veio até mim.

—Oi, Seth. – ela sorriu.

—Oi, Tifanny. – tentei soar educado, mas saiu um pouco grosso, o que não era um costume para mim.

—Nossa! – fez voz de ofendida. – O que aconteceu, Seth? Que mal humor é esse?

Você me aconteceu. – soltei, já ficando sem paciência. Por que eu tinha estacionado o carro tão longe?

—Mas o que eu fiz?

Que garota cínica! Ainda fazendo uma voz ridiculamente inocente.

—Ah, jura que você não sabe? – minha voz saiu carregada de sarcasmo. – Contando mentiras para a minha namorada, provocando-a, a troco de que?

—Você viu que foi ela que começou e...

—Não enche, beleza? Só nos deixe em paz. – finalizei, colocando as compras no porta malas. Em seguida fui para a porta do motorista, pronto para deixa-la falando sozinha.

—Ei, não vire as costas para mim. – Ela gritou assim que abri a porta do carro.

—Já virei. – falei sem dar a mínima importância pra ela.

—Argh! Como se eu não fosse muito melhor do que a sua namoradinha.

Ela se achava melhor do que a Carlie? Em que?

—Sinceramente... – me virei pronto para defender a Carlie, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o rosto dela se chocou contra o meu. Ela me segurou com força, colando seu corpo ao meu. Meu estômago se revirou em ter qualquer outra mulher nessa proximidade além da Carlie.

Eu fiquei sem reação por uns segundos, e quando retornei à minha consciência depois de tempo demais, empurrei-a de modo que não usasse toda minha força, somente o suficiente para afastá-la de mim.

—Ficou louca, garota? – perguntei incrédulo, limpando minha boca com as costas da mão.

—Já que insiste que eu menti para sua namorada, agora não pode negar que nos beijamos. – sorria de lado, vitoriosa.

—Você não presta. – rosnei, minha paciência já bem longe. Cheguei perto, olhando em seus olhos. Ela não esperava por isso, já que seus olhos se arregalaram, seus batimentos cardíacos aumentaram, e a ouvi engolir seco. – Você nunca vai ser dez por cento da mulher que a Carlie é. Ficar se rebaixando para humilhar os outros a troca de nada já tira a sua integridade.

—Você não tem o direito de falar assim...

—Você não tem direito nenhum desde que me seguiu e me assediou, se toca. – entrei no carro e fechei a porta.

Arranquei dali ansioso para estar longe dela. Garota louca, não entendia o interesse de tudo isso.

Respirei fundo e me permiti pensar em quem realmente merece minha atenção. A mulher mais incrível que conquistou meu coração. É uma realidade perfeita que estamos juntos. Seus sentimentos são recíprocos.

Cheguei em casa após pegar as sacolas de compras no carro.

—Oi, mãe. – coloquei as sacolas na mesa, e dei um beijo em sua bochecha.

—Oi, filhote. – ela gritou quando a levantei do chão no abraço. – Menino, eu não tenho mais idade para isso!

—Para de modéstia, mãe. – falei rindo, a colocando no chão. Ela não escondia seu divertimento também. – A senhora está em boa idade ainda.

—Meu menino lindo. – fez carinho no meu cabelo.  – Esqueci de falar que a manteiga era para doce...

—Ah, Carlie me ligou bem na hora, me indicou para comprar manteiga sem sal para doce. Acabei comprando as duas.

—Perfeito. Carlie está bem interessada em culinária, né? Aquele caldo com bacon que ela fez ficou divino. Ela tem o dom.

Sorri, meu orgulho inflado. Minha Carlie é perfeita, sem dúvidas. Mas ouvir alguém falando sobre é inegavelmente bom.

—Ela vai ficar feliz em saber. Aliás, falando nela, ela está ansiosa para ver Claire. Já chegaram de viagem?

—Chegaram enquanto você estava no mercado. – falou enquanto tirava as compras das sacolas e guardava.

—Quer ajuda? – ofereci. Mas como pude prever, minha mãe me conhecia o suficiente.

—Não, filhote. Vai ver sua amada. Traga ela aqui um pouco, logo Charlie estará em casa. Também convidei Claire e Quil para um lanche.

—Certo. Até mais tarde.

Como não estava trabalhando, não iria sugar a gasolina da minha mãe. Fui para a floresta, tirei a roupa e amarrei no tornozelo, para assim minhas roupas não voarem quando me transformar.

Veio me acompanhar na ronda? Brady perguntou, animado.

Estou fora. Ri, captando a brincadeira. Estou indo fazer coisas mais importantes.

Como ver sua amada? Revirou os olhos.

Brady não era ranzinza. Mas guardava um pouco de rancor por não ter achado seu imprinting. Nunca reclamou disso, portanto acabou ficando difícil ao ver Leah ter imprinting, já que todos achávamos que ela seria a loba solitária por ser mulher e não poder procriar.

Eu não podia culpa-lo. Deve ser ruim você saber dessa condição de lobo, que pode acontecer a qualquer momento com qualquer estranha e você não ter o menor controle sobre isso.

Sim, é óbvio.

Como vocês estão? Indagou, realmente interessado. Apesar de tudo, era meu melhor amigo.

Estamos bem. Nunca estivemos tão bem, na verdade.

Que bom para vocês.

Não tinha mais o que falar.

Cheguei na floresta dos Cullen e me escondi atrás de uma árvore para me transformar de volta e me vestir.

—Oi, querido. – Esme me recepcionou ao que cheguei na calçada. – Carlie foi dormir no chalé ontem.

E meus pés pararam. Eu não queria ser mal educado de nem a cumprimentar...

—Vá. Ela vai gostar de te ver. Outra hora vocês veem.

Sorri, agradecido, e corri na direção oposta.

Bati na porta e ninguém abriu. Eu já ouvia uma música antes de chegar perto, então Edward e Bella nem deviam estar em casa, pois não me ouviram bater.

Andei até a fonte do barulho, e estava vindo do quarto da Carlie. As duas irmãs cantando algum pop, pulando de um lado para o outro como se estivessem no palco. Renesmee era linda, sua pele branca tinha contraste com seus cabelos ondulados e ruivos. Porém meus olhos nunca olhariam de outra forma para qualquer outra mulher que não fosse Carlie. Eu não sou cego, existem mulheres lindas de todas as formas. Porém isso é completamente insignificante para mim. Não sentia atração por ninguém mais.

Os cachos ruivos escuros de Carlie iam até sua cintura, pois foram anos sem cortar. Seus olhos verdes, mais lindos que esse mundo poderia ver. Um sorriso carismático e hipnotizante, e para completar seu senso de moda fazia qualquer um torcer o pescoço com os olhos de cobiça.

Ambas estavam com pijamas rosa claro. O de Nessie parecia um macacão, estampado com cabeças de gatos. O de Carlie uma blusa de manga comprida e uma calça, estampado de abacaxis rosas. Seus cachos sendo jogados para lá e para cá nas danças.

Não demorou dez segundos para elas notarem minha presença e parar a dança.

PDV Carlie.

 

Eu e a Nessie depois do café da manhã começamos a cantar e a dançar uma música que ela estava viciada.

Pouco depois do segundo refrão, senti uma presença conosco. Procurei e achei meu namorado encostado no batente da porta, com as mãos nos bolsos da bermuda jeans.

—Eu bati, mas ninguém atendeu. – se defendeu ao que nós duas o encaramos.

—Meus pais saíram. – sorri amarelo, pois a música estava alta e nos deixamos levar pelo momento.

—Percebi. – ele riu. – Como vai, Ness?

—Bem. – respondeu simpática. – Indo para o meu quarto, pois não sou obrigada a presenciar melação.

Revirei os olhos, apesar de captar o tom suave em sua voz. Deu um abraço nele, pegou o seu celular de onde estava saindo a música e saiu.

Ao estarmos sozinhos, Seth caminhou até mim. Meu corpo vibrou de desejo, de vontade de sentir seu corpo contra o meu. E o que tanto eu queria, aconteceu; seus lábios nos meus.

—Como foi no mercado? – perguntei quando seus beijos foram para o meu pescoço. Fechei os olhos, me deliciando com a sensação.

—Bem.

Os beijos pararam de repente, e ele me abraçou.

—Está tudo bem? – falei ao que sua atitude mudou.

—Sim. – suspirou, e se afastou para me olhar. – Só não gosto de ir ao mercado e ficar procurando rótulos do que não conheço para comprar.

—Mas isso te estressou? – continuei, confusa.

—Não. – riu de mim, e beijou meu nariz.

Ele olhou para minha mão e as pontas de seus dedos encontraram os meus levemente. De repente estava indeciso. Depois de dois segundos sua mão levantou a minha e a pegou delicadamente. Sua outra mão foi para a minha cintura e a minha foi para o seu braço automaticamente, depois subiu até o vão entre seu pescoço e seu ombro.

—Eu não sou muito boa nisso. – murmurei tímida, olhando para os meus pés.

Senti meu queixo ser levantado, e meus olhos se conectaram aos seus.

—E quem disse que eu sou?

Eu ri me descontraindo.

Nervosa, mordi o lábio quando ele começou os passos, eu o acompanhando. Corei com a proximidade do nosso rosto e ele sorriu.

—Não ria de mim, você me deixa sem jeito. – sussurrei.

—E você fica linda assim. – ele sussurrou, e mordi o lábio ao que um sorriso crescia no meu rosto. Ele colocou uma mecha do meu cabelo pra trás. Ele me girou segurando minha mão e voltou à posição que estávamos. Continuou assim até a dança acabar em beijos.

Sua mão escorregou para baixo do meu quadril, segurando forte minha nádega, fazendo-me puxar seus ombros para mim. Com a outra mão segurou meu cabelo, tornando o beijo mais intenso.

Das vezes que imaginei como seria nós dois juntos, nada nunca chegou perto. Seu beijo era o paraíso, seu abraço um refúgio. Sua voz dizendo que me ama parecia um anjo.

—Carlie, você não adivinhar... – escutamos Nessie vindo aqui, e nos separamos no mesmo instante. – Desculpa, não quis atrapalhar. – disse culpada.

—Tudo bem. – a tranquilizei – Diz, o que foi?

—Aquele filme que a gente estava de olho, estreou hoje. Pena que não posso ir ao cinema. Estava com a ideia de irmos nós quatro.

—É, se você não estivesse de castigo, poderíamos ir juntas. – dei de ombros.

Ela não se deixou enganar.

—Claro que você vai sem mim, afinal, tem namorado. – revirou os olhos.

—Não falei nada. – a lembrei. – Eu prometo que não vou assistir sem você. – acrescentei, a fazendo ficar contente.

—Não acho que meu castigo vai se prolongar até sair do cinema. – falou rápido, e eu quase podia ver a lista de afazeres em sua mente. – E nada de melação perto da irmã solteira, ouviu, Clearwater?

Seth levantou as mãos, sorrindo com a brincadeira.

—Vou falar com o papai sobre isso. – e saltitou para fora do quarto.

Olhei por onde ela saiu, rindo.

—Carlie?

Senti-o me abraçar por trás, e seus lábios encostarem em seu pescoço. Meu corpo entrou em êxtase com esse contato. Apertei-me contra seu torso, e mesmo por baixo de nossas vestimentas, dava para sentir cada músculo definido de seu abdome.

—Hmm? – murmurei, na vaga consciência de que ele havia me chamado.

Encostei minha cabeça em sua clavícula enquanto ele fazia uma trilha uma trilha de beijos carinhosos e lentos em meu pescoço. Segurou firme minha cintura, me puxando para seu corpo. Comecei a ficar ofegante.

—A Claire já chegou. – murmurou em meu pescoço. Seu hálito em minha pele enviando arrepios.

—Ah.

Eu mal tinha em mente o que respondera – não sabia mais o que falar, a sensação que ele fazia em mim era maravilhosa. Seth acariciou minha barriga por baixo da blusa, me fazendo morder o lábio de prazer quando, numa aparente provocação, sua mão parou bem na minha costela.

— Seth? – consegui balbuciar com muito esforço.

—Oi?

—Tenho... Que tomar banho. – levantei minha cabeça quando seus dentes mordiscaram minha pele.

—Não tem não. – me virou de frente pra ele e beijou o local abaixo da minha orelha me deixando sem ar. Suas mãos ainda firmes em minha cintura nua.

—Tenho sim. – e pigarreei. Estava muito difícil pronunciar algo.

—Não tem não. – e antes que eu falasse alguma coisa, seus lábios encontraram os meus urgentemente.

Ah, o banho podia esperar um pouco. Coloquei minhas mãos em sua nuca, aprofundando o beijo.

Andou comigo até eu estar contra minha penteadeira, e me sentou ali. Eu queria seu corpo colado ao meu, então não tivemos outra alternativa a não ser o deixar entre minhas pernas. Suas mãos quentes passeando em minhas coxas estavam provocando reações aonde jamais sentira na minha vida, entretanto estava bem ciente de que eram coisas de casais íntimos. Sua intimidade estava perturbadoramente perto da minha, roçavam uma na outra. Eu já sentia minha calcinha úmida.

—Seth. – sussurrei, alarmada com essa explosão de emoções dentro de mim.

Engoli em seco, o afastando o suficiente para eu respirar. Minha irmã estava na mesma casa!

—M-me desculpe...

Não se desculpe. Pensei, colocando as mãos em seu rosto. Seu olhar se assemelhou ao dia em que quase nos deixamos levar. Agora você pode ler meus pensamentos. Sabe como me sinto.

Seus olhos encararam os meus, maravilhados. Sua mente em um turbilhão de pensamentos.

Sabe que eu te quero de todas as formas. Que eu te desejo. Não é só você que beija, moço.

Ele sorriu, beijando a ponta do meu nariz.

Você é uma mulher incrível.

Seu elogio me penetrou de um modo diferente, a ponto de eu perder o ponto do meu dom e cortar a ligação pela distração.

—Chame Ness. – ele mudou de assunto, pois o clima estava abafado. – Vocês queriam tanto ver Claire.

—Claire! – gritei, o empurrando e descendo da minha penteadeira. – Nessie, vamos ver Claire! – saí correndo do quarto, a encontrando de fones de ouvido. – Reneeeeesmee!

Pulei em cima dela, que soltou um “uff” com o meu peso.

—Carlie, eu vou te matar! – sua voz subiu três oitavas, enquanto eu saia de perto rapidamente. Tirou os fones, e eu podia jurar que seus olhos criariam raios a qualquer momento para me atacar.

—Vai tomar banho para a gente ir ver a Claire! – exclamei, sem me importar com sua fúria.

—Ela já voltou? – gritou de volta, esquecendo da sua raiva contra mim. – Vou tomar banho, me espera!

—Eu também vou tomar banho!

Soprei-lhe um beijo e fui para o meu quarto.

Dei um beijo em Seth, e me dirigi para o banheiro. Lavei o cabelo, e assim que desliguei o chuveiro, houve batidas na porta.

—Carlie, vamos. – Ness implorou do outro lado da porta. – Já está aí faz vinte minutos.

—Estou indo. – reclamei. – Estou lavando o cabelo.

—Logo hoje ela decide. – a ouvi resmungar e se distanciar.

Ri dela, colocando minha toalha no cabelo, enrolando outra no corpo, e saí.

Assim que pisei no quarto, Seth corou e desviou o olhar.

—Eu posso esperar na sala...

—Não precisa. – sorri, e seus olhos se demoraram em minhas pernas e meus braços.

Me dirigi ao closet, escolhendo uma roupa e me vestindo. Depois fui para a minha penteadeira, e fiquei corada ao ver a bagunça que Seth e eu fizemos no calor do momento.

Finalizei o cabelo com creme de pentear, e peguei o secador para deixa-lo ao menos úmido.

—Estou pronta. – determinei, me levantando.

Fiquei sem graça ao que sua boca se tornou um O.

—Você tem ideia do quanto é linda? – suspirou.

—Eu sei o quanto você é. – sorri, sentando em seu colo.

—Nesse caso, precisamos te levar ao oftalmologista.

—Então você não reparou nas várias garotas te olhando quando fomos ao cinema? – disparei sem pensar, e me arrependi de imediato me sentindo uma tola.

E esse sentimento só aumentou ao vê-lo surpreso.

—Sério? Elas davam em cima de mim? Você estava com ciúmes de mim?

—Uma delas fingiu deixar o ingresso cair, para deixar o decote ridículo bem evidente para você. – bufei, desviando o olhar.

Esperei sua risada, dizendo como sou boba por me sentir assim. Mas não veio.

—Sério? Eu não reparei.

Sua sinceridade transpareceu em sua face.

—Como pode isso? – questionei, agora indignada.

—Não se esqueça que eu tive imprinting por você. – seus braços se estreitaram a minha volta, sua voz agora baixinha. – Eu sou apaixonado por você também. Eu não tenho olhos para ninguém mais. Não consigo. Você é a dona dos meus pensamentos.

Afaguei seu rosto carinhosamente.

—Eu te amo. – murmurei, meu coração frenético de amor.

—Eu te amo. – respondeu, encostando sua testa a minha.

—Carlie, está pronta? – a voz da minha irmã percorreu o corredor quase no mesmo instante.

—Sim. – respondi. Suspirei, me obrigando a me afastar de seu corpo.

Fomos para fora, aonde Seth foi para trás de uma árvore para se transfigurar. Ness e eu esperamos o lobo amarelo aparecer e corremos juntos para a casa da vovó Esme.

—Te esperaremos lá dentro. – avisei a ele, que assentiu.

—Vovó! – ela correu para lhe abraçar, e fiz o mesmo.

—Meu Deus! Quanto tempo não as vejo. – ela tinha um sorriso travesso. – Faz o que? Doze horas?

—Engraçada. – franzi o nariz, porém retribuindo seu sorriso. Eu sabia que ela jamais se importaria de receber nossos abraços, mesmo que fosse de cinco em cinco minutos.

—Aonde vão arrumadas assim? Renesmee não está de castigo?

No mesmo instante que ela falou, murchamos.

—Já era ver Claire. – Seth entrou já provocando, e cumprimentou minha vó.

—Ah, droga... – Nessie resmungou. – Estava tão concentrada em ir à La Push que me esqueci disso. Vovó...?

E lhe lançou um olhar de cachorro perdido.

—Sinto muito, querida. Por mais que eu queria que você vá ver sua amiga, não vou passar por cima da ordem de seu pai. – e nos lançou um olhar de desculpa. – Tentem convencê-lo, mas eu não direi nada.

—Eu tento. – me rendi, pegando o celular na bolsa.

Disquei o número dele, torcendo para ele atender.

—Oi, Carlie.

—Oi, papai.

—Aconteceu algo?

—Não, tudo está perfeito! Quero dizer, quase perfeito... – e dei uma pausa dramática para suspirar.

—E o que precisa para ficar perfeito? – questionou rindo, sem se deixar enganar. Seth, Ness e vovó achavam graça em tudo isso.

—Sabe, é que a Claire chegou de viagem, e faz tempo que não a vemos...

—Com isso, quer dizer sua irmã. – fez uma afirmação.

—Por favor, papai. Sei que ela está de castigo, mas até aonde isso vai? Sem ver as pessoas que a gente ama, sem saber o dia de amanhã...

Eu consegui ouvir de fundo “de onde ela tirou essa parte chantagista?”.

Ele respirou fundo, e ficou em silêncio alguns segundos.

—Renesmee pode ir ver Claire.

Bastou essas cinco palavrinhas para ela e eu começarmos a gritar e pular juntas.

—Você é o melhor pai do mundo todo! – gritamos ao telefone.

—Só tenham cuidado! – ele frisou. – Se forem ir de carro, peçam a alguém para dirigir.

—Seth nos leva. – Prometi.

Ao ouvir o som de sua respiração pesada, me preocupei se ele iria permitir Seth e eu juntos.

—A que ponto cheguei que deixo minhas filhas nas mãos de dois lobos?

—Essa é fácil. – dei de ombros, mesmo que ele não fosse ver. Olhei para o meu namorado ao continuar. – Eles dariam suas vidas por nós.

—Você tem um ponto. – papai grunhiu, nada feliz ao admitir.

Os olhos de Seth brilhavam a verdade de minhas palavras.

—Caso vocês decidam sair, eu deixei uma surpresa no pote de biscoitos.

—O que?

—Vejam por vocês mesmas. Se divirtam. Papai e mamãe amam vocês.

—Te amamos também. – falamos juntas. E desliguei.

Assim que me virei, Renesmee já estava com algumas centenas de dólares em suas mãos, contando.

—Essa era a surpresa? – indaguei, sentindo meus olhos arregalados.

—Vocês são tão mimadas. – Seth engasgou.

—Podem pegar a Mercedes. – vovó falou, sobretudo as chaves caíram nas mãos do meu namorado. – Tenha cuidado com minhas netas. – estreitou os olhos, seu sorriso caloroso sempre no rosto.

—Sempre, Esme. – prometeu, sorrindo de volta.

Fomos para casa dele, já que Claire e Quil foram convidados por Sue. Chegando lá, vovô não gostou muito de me ver de mãos dadas com Seth.

—Vocês ainda têm muito o que conhecer no mundo antes de namorar. – ele dizia, balançando a cabeça.

—Apenas Carlie tem namorado. – Renesmee vociferou, nada contente do plural.

—O que tiver que conhecer, conhecerei com ele ao meu lado. – ri, o abraçando.

—Estou de olho em você. – ele avisou, estreitando o olhar para Seth.

Prendi o riso.

A porta foi aberta de repente, mostrando Quil e Claire.

—Carlie, Ness! – ela gritou e correu para nos abraçar.

—Claire!

—Quanto tempo!

—Também estava com saudades!

—Como foi a viagem?

—Foi ótima.

—Nos conte tudo!

—Podem contar enquanto comem o lanche. – sugeriu Sue, e concordamos.

Ao que terminamos de comer, percebi que Leah não estava presente.

—Sue. – chamei sua atenção – Aonde Leah está?

—Ah, está no quarto estudando. Pode bater na porta. Aproveita e leva esse lanche para ela?

—Claro. – sorri, pegando a comida de sua mão, e andei pelo pequeno corredor. Bati na porta.

Ao ouvir um “entra”, girei a maçaneta e a vi com fones de ouvido.

—Ei, Carlie. – sorriu para mim. – Como vai?

—Bem. – respondi, lhe entregando o prato. – E você?

—Também. – respondeu, e deu uma grande mordida na comida.

—A gente está pensando em sair, dar uma volta no shopping, não quer vir conosco?

—E presenciar meu irmãozinho e você com melação? – riu desesperada. – Não, obrigada.

—Isso não vai acontecer. – revirei os olhos, sem me conter ao rir com sinceridade dela. – Vamos, nós vamos nos comportar.

—Só se você me pagar alguma comida chique. – desafiou, seu olhar de desdém.

—Fechado. – topei da hora, a fazendo me olhar surpresa. – O que você quiser.

—Puxa vida, por essa não esperava. – suspirou. – Estava esperando você dizer não para não precisar sair da cama.

Meu corpo tremeu com a minha risada.

—Bom, parece que me deve um passeio no shopping então. – a designei. Levantei da cama. – Te dou dez minutos para se arrumar.

—Beleza, vampirinha. Te encontro na sala.

Sorri e saí.

—Bom, Leah vai conosco. – anunciei para as garotas. – Seth vai ser nosso motorista? – sugeri, o encarando.

—Claro. – assentiu, meigo. – Acompanho as senhoritas.

Logo Leah estava pronta, nos despedimos dos outros e fomos.


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