SHIELD's -and Victoria's- secrets escrita por Maiumy hime


Capítulo 5
Vingança


Notas iniciais do capítulo

Depois de certo tempo...eis. Uma breve explicação de como eu "trabalho": quando estou envolvida o suficiente numa história pra postá-la, significa que eu realmente incorporei a personalidade dos personagens por alguns momentos (sozinha, relaxem) e isso dá mais realidade à coisa toda. No entanto, esses universos criativos tendem a mudar muito fácil e por isso eu preciso esperar um pouco até voltar a criar para aquela história (ou escrever um capítulo lixo). Isso emendou com uma viagem e por isso demorei um pouco.



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–Boa noite, querem beber alguma coisa?

Natasha olhou impaciente para Tony Stark, ele conseguia tirá-la do sério com apenas uma frase.

–Tony nós realmente estamos com problemas aqui e...

–O que houve, o Capitão tentou mandar um e-mail e desligou os terminais da SHIELD?

A ruiva suspirou longamente, apesar de saber que o mais contrariado era Steve.

–Eu vou ser clara e direta: nós descobrimos que a SHIELD está com um projeto para neutralizar os Vingadores e agora provavelmente a organização toda está contra nós.

–Bom, eu vou precisar de um whisky depois dessa. Se quiserem algo sintam-se a vontade.

Ela virou de costas por um instante, olhando para baixo como se pensasse na forma mais cruel de torturar seu anfitrião. Por fim, virou-se com uma certeza espantosa e arrancou o copo de cristal da mão do Stark, quase quebrando-o ao deixá-lo na mesa. Planejava obrigá-lo a perceber a gravidade da situação, mas foi interrompida por outra voz feminina no recinto.

–Agente Romanoff, Agente Barton e Capitão Rogers? Estou surpresa em vê-los...algum problema?

–Pepper- Natasha deu um sorriso nervoso- não sei se fico aliviada ou desesperada por vê-la aqui.

–Bom...eu moro aqui.

Fez-se um silêncio constrangedor na sala, quebrado por Steve que segurou a mão de Pepper e beijou-a respeitosamente.

–Senhora Potts seria um prazer vê-la, mas não na situação atual. Estamos com alguns problemas e o ambiente pode se tornar...instável.

–Nossa...não sei se fico mais surpresa por três agentes da SHIELD estarem na sala ou pelo Tony ter um amigo tão educado.

–Ele não é meu amigo- Tony pegou novamente o copo de whisky e tomou um gole.

Steve teve a impressão de ver Pepper murmurando um “me desculpe” envergonhado, mas não houve tempo para ter certeza.

–Anthony Stark, nós viemos até aqui pra te pedir ajuda e vamos consegui-la. Precisamos desaparecer um pouco e você, apesar de parecer ter a vida vigiada por revistas de fofoca, é ideal pra fazer a mágica.

–E o que eu ganho com isso, Agente Romanoff?

Depois de murmurar algo em russo que não parecia agradável, ela sacou a arma e atirou no balcão um centímetro ao lado de um lugar que Stark odiaria ter uma bala perfurando.

–Senhores, será um prazer colaborar. Volto em um instante.

Tony usou seu elevador e Pepper foi mostrar a Natasha onde ficava o banheiro. Não que ela se importasse em colocar o uniforme ali mesmo, mas tinha certeza de que Steve ficaria constrangido.

Barton e o Capitão ficaram sozinhos na sala e começaram a desabotoar os paletós, revelando os uniformes previamente colocados.

–Acho que isso prova o quanto essas roupas são justas...

–Veja pelo lado bom, Cap: pelo menos não precisamos usar salto.

Ele riu e terminou de tirar as roupas sociais, dobrando e colocando-as com cuidado em cima do sofá. Barton não foi tão cuidadoso, apenas largou as roupas penduradas nas costas de uma cadeira. Sentariam para esperar a companheira, mas o destino parecia não querer dar-lhes um momento de sossego aquele dia. Com um barulho estarrecedor, toda a lateral de vidro da sala foi quebrada e invadida por alguns agentes da SHIELD. Steve pegou o escudo e derrubou o primeiro dos homens, que por sorte (dele somente) usava um paraquedas. O Hawkeye decidiu não desperdiçar suas flechas com agentes tão desprovidos de habilidade, principalmente agora que a SHIELD não as forneceria, então contentou-se em atirar contra três que por azar (deles somente) não usavam coletes à prova de balas. Como era de se esperar, Fury não estava com muita vontade de deixá-los relaxar, portanto surgiram ainda mais agentes, cena que lembrou Steve da lenda grega da Hidra: um monstro que, se lhe cortassem uma das cabeças, duas nasciam no lugar. O nome parecia apropriado para a organização que enfrentara durante a guerra. Foi despertado de seus devaneios pelo som de vários tiros, disparados de trás deles.

–Demorei, garotos?

Natasha estava um pouco ofegante, a jaqueta do uniforme ainda aberta deixando à mostra o corpete envolto por dispositivos, munição e armas brancas de pequeno porte. O que deixava o Capitão nervoso, entretanto, eram o abdômen definido e o decote ousado. Clinton parecia não se importar e Steve sabia que isso nada tinha a ver com os anos de amizade e sim com as fofocas que se ouvia na SHIELD. No tempo dele aquilo era horrível, mas a tendência que tinha a respeitar as escolhas alheias (desde que não prejudicassem outras pessoas) fizeram com que aceitasse o outro independentemente do modo como buscava a própria felicidade. Aliás, deixava-o aliviado saber que Clinton e Natasha não tinham um relacionamento mais íntimo. Quando voltou a se concentrar no mundo real, o Hawkeye dizia a ela algo sobre a população não gostar de uma chuva de corpos enquanto jantavam. Natasha bufou, revirou os olhos e finalmente fechou a jaqueta, fazendo o loiro agradecer mentalmente pois já era distraído demais.

–Espero não estar atrapalhando.

Os três olharam para onde, antes, ficava a enorme parede de vidro e encontraram o falso olhar doce de Sharon Carter.

–Como vai, Natasha? Já superou a morte do Matt? Sabe, eu gostava dele...não planejava matá-lo. Uma pena que não soubesse escolher com quem saía.

A risada sádica planejada pela loira saiu engasgada, as mãos de Natasha apertavam seu pescoço. Não sabiam como, mas com uma velocidade impressionante a Black Widow se lançou em cima da outra, derrubando-a no chão e sentando-se em cima dela.

–Capitão Rogers- disse com algum sofrimento, no seu último fôlego- minha tia está na Casa de Repouso San Pietro. Abandone a ruiva e vá atrás dela.

Numa onda de raiva, Natasha apertou o pescoço dela tão forte que suas mãos doeram. Depois, sentiu o corpo ficar inerte embaixo de si. Antes que pudesse processar a informação, sentiu uma dor forte na cabeça e seu corpo foi arremessado no chão. Depois que parou de deslizar, Natasha foi capaz de ver seu agressor: Gunther era conhecido por ser um dos maiores agentes na SHIELD, o homem deveria ter no corpo todos os anabolizantes disponíveis desde que tinha idade para engolir comprimidos. Ela rolou e evitou o soco do homem mas sabia que não conseguiria esquivar-se por muito tempo, principalmente depois de sentir as coxas dele ao lado de seu quadril. Fechou os olhos para receber o impacto, mas o golpe que se seguiu não foi desferido nela e sim no próprio Gunther. Steve tirou-o de cima de Natasha com apenas um soco, que foi seguido por vários outros. Olhando-o espancar o agente, Natasha lembrou-se de quando Steve batia no saco de areia, movido pela raiva que consumia seu semblante gentil. Vendo o estado entorpecido do Capitão, Barton puxou o homem de baixo de Steve fazendo com que seu soco acertasse o chão, trincando o piso.

–E eu que queria lutar um pouco com ele...

Os três encararam Tony, nervosos.

–Não se preocupem, isso aqui ainda é propriedade privada e eu obriguei Fury a tirar seus soldadinhos. Vocês não têm muito tempo, algumas das armas fabricadas pela Stark antigamente estão na garagem, ao lado do que vai tirar vocês daqui. Sejam rápidos e boa viagem.

Eles pegaram o elevador até o subsolo, onde ficava a garagem. Pegaram as armas e, quando Natasha viu seus veículos, ficou imediatamente apreensiva. Na sua frente estavam duas Kawasakis mega potentes e a ruiva definitivamente não gostava de motos. Principalmente motos rápidas. Mais ainda motos rápidas pilotadas por dois apaixonados por aqueles motores.

–E então Nat, com quem você vai?

Barton deu uma piscadela e um risinho, subindo na moto preta. Steve colocou-se na vermelha e vestiu o capacete, entregando o outro à Natasha.

–Se eu fosse com você acho que Bruce ficaria enciumado.

Ela piscou e riu também ao vê-lo esconder o rosto ruborizado no capacete. Subiu na moto atrás de Steve e não hesitou em enlaçar a cintura dele por completo, apoiando a cabeça em seu ombro.

–Se puder dirigir com cuidado...

–Não se preocupe.

As motos fizeram reverberar a potência de seus motores e arrancaram à toda velocidade, fazendo o corpo de Natasha enrijecer. O pior é que ela sabia que seu próximo esconderijo, decidido a bordo do jato, não era tão próximo.

–--------

Apesar da “competição” de velocidade entre Barton e Steve nos últimos quilômetros, todos chegaram vivos ao destino.

–Minha vontade de matar vocês dois aumentou exponencialmente depois dessa viagem.

–Credo Nat, não sabia que tinha medo da estrada.

–Da estrada não, mas de dois irresponsáveis pilotando motos, sim.

–Desculpe, mas acabei me apaixonando por motos e nunca tinha experimentado uma tão rápida.

–Bom, pelo menos não deixei nenhum órgão na estrada.

–Princesa Romanoff, eis nosso palácio.

Natasha olhou para a diminuta construção do outro lado da rua, iluminada por luzes avermelhadas, onde entravam casais de todos os tipos.

–Meninos...a cama nos espera.

Nenhum deles podia acreditar que chegaram ao ponto de passar a noite num motel caindo aos pedaços.


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