Molly & Arthur escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 9
Aquela garota Black


Notas iniciais do capítulo

Olá mais um capitulo para vocês. Espero que gostem.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/432441/chapter/9

31 de Julho de 1963

Molly caminhara ao lado dos Weasleys pela rua que parecia aos poucos ir se enchendo de gente. Eram um grupo bastante gentil e bem-humorado pode reparar pelas conversas que o pai e o tio de Arthur travavam entre si sendo que pouco conseguia compreender já que a maior parte era de risos e também porque a garota estava um pouco distraída.

Ela estava de mãos dadas com Arthur. Isso a deixou encabulada quando percebeu porém decidiu ignorar afinal era comum amigos terem alguma demonstração de afeto em publico não? Molly e suas amigas mesmo tinham costume de andarem abraçadas ou de braços dados então tinha de ser considerado normal por que deveria ser diferente apenas por que Arthur é um garoto?

E porque ela estava pensando tanto sobre isto afinal Arthur parecia nem se importar já que andara em silencio ao seu lado para dizer a verdade ele nem ao menos a olhava ou dizia uma palavra. Talvez houvesse algo errado?

_ então, Molly querida você já descontou seu dinheiro do banco para as compras? – perguntou Cedrella se virando para eles e a ruiva se sentiu desconcertada afinal ainda estava olhando para Arthur e a morena deveria ter notado isto por mais que a garota tenha tentado disfarçar.

_ papai me deu um ouro já – respondeu Molly tentando soar no mesmo tom gentil da senhora – eu não me importo de acompanha-los caso vocês tenham que ir ao Gringotes.

Molly e seu grupo passaram enfrente a loja que pertencia a seu pai podendo o ver atrás da vitrine atendendo algumas clientes. Ele não a viu e a garota se sentiu aliviada mesmo que não soubesse porque deveria se sentir assim talvez receio do que ele poderia dizer sobre vê-la de mãos dadas com um garoto.

Ela suspirou com aquele pensamento novamente. Não havia problema algum em ela estarem assim afinal eles eram apenas amigos e aquilo deveria ser normal do contrario Arthur teria dito algo sobre e ele nem ao menos a estava olhando ou falando com ela.

Tinham chegado a um edifício muito branco que se erguia acima das lojinhas. Aquele era o Gringotes como muito bem o conheciam e o grupo subiu os degraus que levava até a porta pesada de bronze.

_ Arthur! Hei Arthur! Aqui! – uma voz soou do outro lado do salão chamando o garoto que se virou naquela direção encontrando com Ted Tonks que caminhava apressadamente pelo salão indo em direção ao grupo que ali estava enfrente a um dos balcões para serem atendidos – e ai Arthur tudo beleza?

_ oh, e ai Ted como esta? – falou Arthur para o amigo que não via desde que as aulas haviam terminado – boas férias?

_ foram boas até sabe? Ah, olá Molly – cumprimentou Ted a garota que retribuiu com um aceno de cabeça e um sorriso então notando que o rapaz havia notado as mãos dadas dos dois, porém teve a educação de não fazer perguntas sobre isto – vocês combinaram de se encontrar aqui ou foi apenas alguma coincidência?

_ a Molly me escreveu dizendo que viria então perguntei para meus pais se não poderíamos vir hoje também – respondeu Arthur e o amigo assentiu – veio sozinho?

_ Estou com meus pais – falou Ted apontando para um casal que parecia olhar nervosos para os duendes – eles ainda não se acostumaram a olhar para os banqueiros entende? Não é algo com que os trouxas possam se acostumar tão facilmente.

_ o que eles estão fazendo? – perguntou Molly.

_ trocando as libras por galeões – disse Ted então tirando do bolso uma nota de dinheiro trouxa – vê? Este é o dinheiro que minha família normalmente usa então é esperado que nós tivéssemos que trocar para poder fazer as compras aqui.

_ será que eu poderia ver? – perguntou Arthur então acertando os óculos no rosto – sabe, eu nunca vi dinheiro trouxa antes tão de perto.

_ claro – falou Ted entregando a nota para o amigo que pareceu animado pegando-a com ambas as mãos – só tenha cuidado.

_ incrível esta textura não parece nem um pouco com os dos pergaminhos que usamos geralmente – falou Arthur virando a nota de um lado para o outro assim como esfregava as pontas dos dedos no papel e Molly se sentiu um pouco embaraçada com o que Tonks poderia estar pensando sobre o ruivo – é bastante leve também e por ser papel você não faz barulho também quando você anda e tem um bolso com alguma delas não é? E é fácil de guardar eu aposto.

_ sim – falou Ted sorrindo divertido com o olhar louco que o amigo tinha para aquela nota enquanto ao lado dele a garota parecia um pouco encabulada – é mais pratico que moedas, mas acho que as dos bruxos são mais bonitas que as nossas.

_ quer tocar Molly? – perguntou Arthur se voltando para a garota.

_ não obrigada – falou Molly parecendo se sentir um pouco ofendida afinal praticamente estava sendo ignorada por conta da fascinação que Arthur tinha para com as coisas trouxas.

_ também tem moedas – falou Ted tirando uma moeda prateada só que do tamanho de um nuque do bolso e exibindo para o grifinório que a pegou – pode ficar com ela se quiser agora a nota eu gostaria de ter de volta.

_ oh, claro – falou Arthur estendendo o dinheiro trouxa enquanto ainda observava a moeda que havia recebido – ela é bem bonita não acha Molly?

_ sim, deve ser – disse Molly nem ao menos olhando para o que o ruivo tinha em mãos ou mesmo o olhando e aquilo parece ter sido notado pelos rapazes.

Molly estava chateada para não dizer irritada com tudo aquilo. Ted não deveria ter aparecido porque era para ser apenas ela e Arthur além do mais tinha de trazer as bugigangas dos trouxas para que o garoto praticamente a ignorasse apenas dando atenção para aquele dinheiro estranho deles. Não que Molly não gostasse dos trouxas ou de Ted Tonks apenas queria que tudo saísse como deveria com apenas ela e Arthur.

Ela se surpreendeu ao perceber o quanto estava sendo mesquinha, mas simplesmente não conseguia evitar porque depois de tanto tempo em que poderia estar com ele tudo parecia estar dando errado. Era egoísmo? Talvez, mas ela não podia evitar e se sentia mal por isto.

_ eu vou voltar ali com meus pais acho que eles já estão terminando o processo – falou Ted – até mais nos vemos na Plataforma – e saiu virando-se novamente na direção do casal que pareciam analisar as moedas bruxas tal qual Arthur havia feito com as trouxas.

_ Molly, você esta bem? – perguntou Arthur assim que o lufano estava a uma distancia considerável e a ruiva tentou parecer não compreender aquela pergunta por mais que tivesse consciência de porque ela estava sendo feita.

_ e por que não estaria? – falou Molly num tom normal tentando disfarçar o embaraço que era aquela situação afinal como iria dizer que estava com ciúmes de Arthur o que era ridículo já que se tratava de um amigo e coisas trouxas coisas que ela deveria não ligar mesmo que se sentisse mal pela falta de atenção recebida.

_ desculpe-me – disse Arthur dando de ombros enquanto brincava com a moeda trouxa entre os dedos - eu apenas estava perguntando para saber entende? É que eu me preocupo com você.

Molly quebrou nestas ultimas palavras apesar de já as ter ouvido antes. Talvez fosse porque pelo tom do ruivo parecia que ele havia ficado um pouco magoado ou ressentido de ter feito alguma coisa errada que havia a feito ficar chateada.

_ tudo bem Arthur e obrigada – disse Molly soando gentil de verdade – eu estou feliz em escutar isto de você – ela esfregou o braço do rapaz num gesto de carinho podendo sentir uma onda de estática passando por entre eles.

_ onde será que meus pais se meteram? – perguntou Arthur se afastando dela parecendo um pouco mais rosado do que o habitual enquanto ajeitava os óculos novamente e olhava ao redor.

_ ali estão eles – falou Molly ao notar os familiares dele se aproximando vindos de um dos cantos do salão ao que parecia haviam acabado de sair de uma das portas que levavam às vagonetes usadas para se ter acesso aos cofres.

_ vocês já foram ao cofre? – falou Arthur um pouco surpreso por vê-los ali.

_ vimos vocês conversando com aquele seu amigo Arthur e decidimos deixa-los para trás para não atrapalhá-los – disse Cedrella enquanto todos seguiam para fora do banco e já iniciavam a descida pelo lance de escadas.

_ você poderiam ter se aproximado – falou Arthur – acho que não conhecem o Ted oficialmente – eles pararam no fim da escada em um circulo feito.

_ acho que papai e mamãe não estão a fim de conhecer seu namorado Artie – provocou Billius ao que ele recebeu um olhar nervoso do caçula seguido de um empurrão no ombro – qual é? Não consegue reconhecer uma piada agora por acaso?

_ cala a boca Billius – respondeu Arthur rudemente.

_ se desculpe com seu irmão – disse Cedrella nem olhando para os dois como se já estivesse habituada com aquele tipo de coisa acontecendo parecendo mais interessada em buscar algo na bolsa que trazia – o que estão esperando? Que eu lhes peça de novo?

Mesmo sem lhes dirigir o olhar à voz dela era firme como a de Molly quando se dirigia aos gêmeos e aquilo era assustador por motivos óbvios. Ela olhou para o lado e pode ver Septimus esboçando um sorriso discreto enquanto cruzava os braços como se ele adorasse ver cenas como aquela.

_ agora você entende porque me casei com ela – disse Septimus para o irmão ao seu lado o fazendo soltar um sorriso mais esculachado que ele.

_ oh, se sei – falou Percy num tom como se compreendesse perfeitamente o que o irmão queria dizer.

_ meio que me deixei cair no mal dos Weasleys – sorriu Septimus então se voltando para os filhos e dizendo num tom que eles pudessem escutar – obedeçam sua mãe.

_ qual de nós deve se desculpar? – perguntou Billius.

_ vocês dois é claro – respondeu Cedrella com um tom de o quanto aquela resposta era obvia e mesmo dirigindo um olhar rápido para o filho mais velho depois retornando para a procura em sua bolsa.

Os dois ruivos se encararam por alguns segundos então murmuraram desculpas. Ao mesmo tempo em que sua mãe havia encontrado o que buscava em sua bolsa tirando dali uma bolsa de dinheiro em que deveria estar o ouro que havia retirado do cofre.

Molly queria não ter notado o fato de a bolsa parecer deveras vazia quando comparada aquela que a garota trazia no bolso das vestes. Então pode ver a mulher chamando os filhos para se aproximarem e repartiu entre eles uma quantidade de dinheiro que pareceu fazer quase nenhuma diferença em suas mãos.

Educadamente Molly tentou se distrair olhando para as pessoas que passaram nas ruas e para as vitrines próximas enquanto sentia seu coração pesar tanto quanto sua bolsa de moedas que parecia anormalmente pesada mais do que anteriormente.

Ela sempre ouviu piadas sobre a família de Arthur ser do tipo que não tinha tantos atributos financeiros só não esperava que tivesse que presenciar algo assim. Molly queria poder fazer algo só que sabia que caso oferecesse algum ouro para Arthur ele poderia se sentir ofendido. Talvez ela pudesse comprar algo para ajuda-lo em Hogwarts e dizer que é um presente que ela simplesmente queria dar o pior seria se ele quisesse retribuir lhe comprando algo então resolveu que não era uma boa ideia tanto quanto aparentava.

A separação ocorreu logo depois com cada um tomando seu caminho. Billius falou sobre a necessidade de comprar um caldeirão novo já que o seu havia se derretido. O Tio Percy se despediu dizendo que iria comprar pó de flu acompanhado de Septimus.

Cedrella falou que iria atrás dos livros novos daquele ano e seguiu em direção contraria a que ficava a Floreios e Borrões fazendo com que Molly quase chamasse por ela acreditando que fosse um descuido então pensando que ela deveria estar atrás de alguma loja que os vendia de segunda mão. Arthur e Molly se viram sozinhos desta vez e olharam um para o outro antes do ruivo começar andar deixando a ruiva para trás o encarando.

_ você não vem? – perguntou Arthur olhando para trás e a garota veio alcança-lo e por uma

Arthur e Molly caminharam pela Rua tortuosa e calçada de pedras. A bolsa de ouro, prata e bronze no bolso da garota retinia conforme andavam o que a incomodava se perguntando se o rapaz podia notar aquele barulho mesmo que fosse mínimo.

Então na primeira oportunidade que teve a ruiva entrou numa das lojas puxando o rapaz junto. Naquela loja havia pergaminhos e penas então não ficaram ali por muito tempo. Apenas comprando um kit de rolos feitos de papiro cada um e algumas novas penas de escrita além de tinteiros novos.

Depois disto retornaram a caminhar pela rua sendo que traziam consigo um par de sacolas que Arthur teve a atitude cavalheiresca de carregar sozinho. Eles examinaram as vitrines de algumas lojas e Molly pode notar o olhar de Arthur preso em uma que trazia exposto ao que parecia ser no empório de corujas enquanto a garota comprava a ração para a ave que pertencia a sua família.

Eles passaram na loja de artigos de herbologia para comprarem luvas de couro de dragão novas para Molly enquanto que Arthur gastou algum dinheiro numa pá nova de jardinagem já que havia perdido a sua no ano anterior.

_ eu poderia pegar a de Bill apesar de que acho que ele vá manter herbologia nas aulas dele – falou Arthur assim que saíram da loja que tinha um forte cheiro de esterco de dragão – apesar de não ter certeza ainda quero dizer não conversamos sobre isto e espero sinceramente não ter gasto dinheiro atoa nisto aqui.

_ eu havia me esquecido que o Billius estava indo para o sexto ano – falou Molly – como foram os resultados dos N.O.Ms dele? – a ruiva puxara o rapaz o impedindo de esbarrar em algumas pessoas enquanto continuavam andando.

_ espantosamente bem – falou Arthur – não que eu esperasse que ele fosse fracassar mas para os padrões dele até que foram notas boas e surpreenderam nossos pais já que algum tempo mamãe vinha achando que ele não estava levando as coisas a sério.

_ oh, isso é bom – disse Molly – você esta ansioso para os nossos N.O.Ms? Só mais dois anos e seremos nós a estar prestando as provas e não sei o porquê isto me dá uma sensação de ansiedade só de pensar.

_ eles me parecem assustadores – confessou Arthur – acredite no que digo que se estas provas fizeram o milagre de colocar meu irmão para estudar para elas é porque com toda a certeza não são fáceis – Molly riu sendo acompanhada dele – e agora para onde vamos?

_ podemos ir à loja da Madame Malkin? – perguntou Molly – tenho que comprar algumas vestes novas – o rapaz assentiu e eles seguiram atravessando a rua.

Logo se viram na loja que trazia no letreiro o nome Madame Malkin — Roupas para Todas as Ocasiões. Assim que os dois cruzaram a porta uma bruxa baixa e de proporções volumosas se aproximou vestida completamente de roxo imediatamente a reconheceram como sendo a proprietária da loja que esbanjava um sorriso encantador para os recém-chegados.

— Hogwarts, queridos? — perguntou Madame Malkin mesmo antes de qualquer um deles dizer qualquer palavra.

_ sim – falou Molly já que o rapaz parecia desconcertado com tamanha atenção recebida - exatamente viemos ver umas vestes novas.

_ por qual dos dois iremos começar? – questionou a Madame Malkin ao que Arthur pigarreou antes de se pronunciar.

_ na verdade é apenas ela – disse Arthur – eu estou aqui apenas de acompanhante.

_ oh, sim bem então podemos começar os ajustes nas vestes? – falou Malkin apontando para os fundos da loja – tem outras moças da sua idade ou mais lá me esperando para continuar ajustando suas roupas.

_ por mim tudo bem – falou Molly.

_ ah, e para você querido por que não dá uma olhada por ai? Talvez veja algo pelo qual se interesse – disse Malkin olhando para Arthur - tenho tudo aqui porque eu posso demorar um pouquinho enquanto cuido das vestes da sua namorada.

_ oh, bem na verdade nós não somos namorados – disse Arthur ajeitando os óculos enquanto as orelhas dele pareciam ganhar tons avermelhados rapidamente como se parecessem tomates – e eu não estou interessado em nada mesmo assim obrigado.

_ entendo – se pronunciou Malkin – neste caso ali ficam algumas cadeiras para os acompanhantes esperarem – ela indicara uma das extremidades da sala com seu braço roliço.

Molly sentiu os dedos da bruxa sobre seu ombro enquanto a guiava até a parte dos fundos da loja. Elas seguiram para trás de algumas aras de roupas onde se encontrava um grande espelho e em bancos se viam duas moças como Madame Malkin havia dito anteriormente e ambas traziam vestes pretas escolares e fitas métricas tirando medidas delas.

Madame Malkin convocou um banquinho com um aceno mudo de varinha e Molly subiu nele ficando de frente ao espelho enquanto a bruxa se voltava para as duas outras garotas.

_ então, eu vou só pegar um conjunto de vestes para ela e já retorno para continuar com vocês – falou Madame Malkin desaparecendo de vistas novamente deixando as três garotas para trás.

_ olha só Andrômeda não é aquela sua amiga grifinoria? – falou a garota ao lado de Molly a fazendo olhar para o lado e poder reconhecer as duas companheiras a seu lado.

A garota a sua direita era dois anos mais velha do que ela. Possuía cabelos negros brilhantes e esvoaçantes com uma ondulação leve enquanto caiam sobre os ombros sendo de um porte magro e esbelto e rosto de feições aristocráticas características da família que pertencia. Seus olhos negros brilhavam em malicia que salientava sua voz.

_ oh, oi Molly – disse Andrômeda do outro lado da garota tendo de se inclinar um pouco para poder encarar a amiga – acho que vocês... – ela olhou para a morena mais velha - Hã... Já se conhecem não é mesmo?

_ nunca fomos apresentadas formalmente – disse Bellatrix olhando de esguelha para a irmã – descuido seu maninha já que mamãe te educou suficientemente bem para saber boas maneiras não é? Ou estou enganada no caso? – seu tom era sarcástico com uma pitada que soava como se ela estivesse falando com uma menininha de quatro anos.

_ não espera que eu faça isto agora não é mesmo? Porque sinceramente não vou me pagar a este ridículo – falou Andrômeda franzindo a testa para a outra Black.

_ agora você entende não é queridinha que é por conta de atitudes assim que mamãe me prefere e a Cissa a você – falou desdenhosa Bellatrix então se virando para a ruiva ao seu lado – bem acredito que esteja acostumada com a falta de modos que minha irmã possui.

Molly deu uma rápida olhada para Andrômeda podendo observar que a amiga revirava os olhos para o comentário da irmã como se já estivesse acostumado o que era de se esperar levando-se em consideração que haviam crescido na mesma casa.

_ então, veio atrás de vestes novas de Hogwarts? – observou Bellatrix - O que aconteceu com as antigas? – sorriu de um modo falso como se estivesse debochando internamente e deixasse apenas um pouco transparecer.

_ Desculpe-me, não querendo ser indelicada, mas agora é preciso ter motivos para se comprar uma veste nova? – falou Molly tentando não soar rude por mais difícil que aquela situação pudesse ser - Não posso simplesmente querer tê-las apenas?

_ oh, claro que pode não vejo nada demais apenas queria entender porque quer um conjunto completo novo – falou Bellatrix - não creio que seja o mesmo problema meu e o de Andrômeda já que eu tenho ganhado altura enquanto esta aqui além de estar crescendo parece estar desenvolvendo finalmente um pouco dos sinais da sua feminidade.

Molly olhou novamente Andrômeda e pode nota-la bufar enquanto desviava o olhar. A ruiva poderia quase que adivinhar o que passava pela cabeça da amiga sonserina sobre o quão os comentários feitos pela outra Black era feito para atingir e ferir a pessoa. E o pior de tudo era que as duas eram do mesmo sangue.

_ não fique assim Andrômeda, nós ficamos felizes por você estar se tornando uma mulher creio que Molly concorda comigo o quanto isto é uma evolução boa – falou Bellatrix de uma forma falsamente cordial como se tratasse de um elogio - até mamãe te elogiou é claro que ainda sim infelizmente não tem a beleza que Narcisa possui.

_ eu acho sua irmã uma garota muito bonita – respondeu Molly fazendo a morena encara-la novamente – não conhece Narcisa, porém creio que não deva haver comparações sobre isto quando se tratam de pessoas da mesma família.

_ sim, até porque você entende muito bem sobre comparações não é mesmo? Afinal assim como nós deve ter irmãs e uma mãe – falou Bellatrix então fazendo uma pequena pausa dramática e continuando como se estivesse acabado de lembrar-se de algo - não espere você não tem nenhuma mulher que lhe ensine o que você já deveria saber.

O sangue de Molly ferveu. Ela podia ter perdido a mãe a algum tempo só que aquela cicatriz ainda queimava e aquela garota deveria desconfiar daquilo apesar de que supostamente achava engraçado provocar a ruiva afinal o que ela poderia fazer? Mal sabia Bellatrix que a grifinoria ao seu lado estava se controlando para não saltar sobre ela e liberar a raiva que vinha lhe subindo depois daquele comentário.

_ Molly sabe de muito mais coisas do que você Bella – retrucou Andrômeda – ela irá ser uma grande mãe de família um dia coisa que duvido que alguém como você possa vir a se tornar.

_ como se eu fosse querer gastar meu tempo com trabalhos domésticos, parindo e criando filhos – riu-se Bellatrix com a ideia – eu tenho muito mais a oferecer a este mundo do que ser apenas mais uma dona de casa qualquer.

Madame Malkin retornara depois do que parecia uma eternidade e vestira o molde do que seria uma das capas de Hogwarts em Molly antes de ser chamada novamente por sua assistente para ajuda-la a atender uma cliente que parecia estar com problemas.

_ eu já retorno querida para terminar seus ajustes – disse Madame Malkin para Bellatrix que assentiu simplesmente ainda encarando o reflexo no espelho – tenho suas medidas anotadas aqui meu bem, logo irei começar com você - se dirigiu a Andrômeda antes de dar um aceno de varinha que fez fitas métricas começarem a medir Molly – espero que tenha paciência porque pode demorar um pouquinho – foram suas palavras para a ruiva antes de partir em direção da assistente e da cliente.

_ah, olhe o Lestrange retornou – falou Bellatrix olhando com tédio o reflexo do garoto alto de cabelos negros que havia passado pela porta e agora lhe acenava ao notar que ela o encarava o que fez a morena fazer uma cara de nojo – não aguento o fato de ter de atura-lo por perto, mas fazer o que se mamãe diz para aceitarmos a companhia dele e do irmão.

_ você não aceita muito bem – falou Andrômeda – o garoto tenta ser gentil com você e tudo que consegue fazer é maltrata-lo e pisar nele.

_ Rodolphus Lestrange me enoja não há como disfarçar isto – disse Bellatrix – mamãe nos fez aceita-lo como companhia e é o que estou fazendo só não prometi que seria gentil com ele – a morena tornou a desviar seu olhar para o espelho e riu – olhe só com quem o idiota esta conversando parece que conseguiu encontrar alguém pior que si próprio aqui dentro.

Molly pode ver de quem se tratava a pessoa e novamente sentiu sua testa franzir quando notou que Bellatrix se referia a Arthur que lhe aguardava sentado num sofá no canto de espera. Rodolphus conversava com ele, porém o ruivo não parecia muito a vontade com a presença do sonserino ali.

_ o que Rodolphus poderia estar falando com Arthur? – questionou Andromeda estranhando a situação ao que a morena ao seu lado deu de ombros.

_ quem liga? Pelo que sei de Rodolphus ele não estaria tentando fazer amizades com um grifinório ainda mais quando se trata do Weasley - falou Bellatrix crispando a sobrancelhas para o quão sem sentido seria o pensamento – afinal qualquer bruxo que se prese consegue reconhecer que gente como aquele ali é melhor não se envolver e manter distancia.

Molly sentiu seus punhos se fecharem numa necessidade tremenda de querer manter o controle porém parecia estar sendo difícil pelo que via no espelho sua face estava começando a ficar rubra. Mesmo assim a morena pareceu continuar.

_ e tem gente que ainda tem o descaramento de dizer que somos da mesma família – riu Bellatrix – quando na verdade não há nada que faça aquele lá ser um de nós – ela ajeitou gola da capa que usava - a mãe dele foi uma desertora que renegou o sangue para se envolver com aquele miserável pobretão em vez de fazer um casamento bom grande burra é isto que ela foi já que aquele lá mesmo sendo sangue-puro nem merece o titulo.

_ cale a boca Black – rosnou Molly num tom de voz controlado mesmo que áspero a sua grande vontade era de gritar para aquela garota tudo o que ela merecia ouvir - você não sabe nada sobre como são os Weasleys se os conhecesse pessoalmente saberia o quanto eles são bons é claro que alguém como você não entenderia já não há em você uma qualidade que seja um pingo dela do que existe neles.

Alguns segundos se seguiram de uma troca de olhares entre as garotas no que se resumia num olhar surpreso de Bellatrix e num olhar flamejante que a ruiva possuía ainda encarando a garota esperando que ela dissesse mais alguma coisa. Então a morena fez o que mais surpreendeu Molly que foi rir debochadamente dela.

_ oh, me desculpe, mas isto deveria mesmo fazer algum sentido para mim? – questionou Bellatrix depois de recuperar-se da crise de risos – espera ai, por acaso a pessoa que o Weasley esta esperando é você?

_ e se for? – falou Molly depositando as mãos na cintura e a encarando desafiadora - Há algum problema com as minhas escolhas de pessoas que quero que estejam comigo?

_ porque eu achei que você fosse melhor que isto e soubesse o tipo de gente que ele é – falou Bellatrix – você o defendeu e para mim isto não me fez nenhuma diferença... Digo, que quando se é a vergonha do mundo bruxo do que bastam qualidades quando riem de você descaradamente? É, claro que você não compreende ainda como alguns bruxos são melhores que outros talvez não compreenda se continuar andando com o pior de todos os Weasleys.

Antes que Molly dissesse qualquer coisa pode ver Madame Malkin retornando e tomando novamente o processo que iniciara em Bellatrix logo a dispensando e iniciando o mesmo com Andrômeda que aguardava ao lado. A mais velha dos Blacks foi dispensada descendo do banquinho e tirando a capa.

_ avise-me quando poderei busca-la – falou Bellatrix a bruxa então se voltando para a irmã mais nova – nós estaremos te esperando lá fora assim que terminarmos aqui vamos voltar para casa – e partiu em direção a porta sem ao menos fazer menção de agradecer a dona da loja pelo trabalho feito.

Molly sentiu-se imensamente aliviada quando a viu cruzando a porta da loja sendo acompanhada por Rodolphus que assim que notou que ela estava saindo da loja a seguiu em seu encalce. Agora Molly sabia o porquê de Andrômeda tentar evitar a própria irmã, pois sabia o quanto aquela garota poderia ser cruel em suas atitudes e palavras.

_ Desculpe-me mesmo Molly – falou Andrômeda parecendo envergonhada pela cena que ocorrera agora pouco – mas Bellatrix é assim mesmo não há quem consiga mudar a personalidade dela e o pior de tudo é que as pessoas em minha família pensam do mesmo jeito que ela.

_ não se desculpe Andie – suspirou Molly tentando se acalmar enquanto via Madame Malkin acertando a bainha da capa da morena – você não tem culpa de ter nascido naquela família o das irmãs que tem.

Andrômeda assentiu calada, porém não pode evitar um sorriso leve por aquelas palavras ao que parecia ninguém nunca tinha dito algo daquele tipo a ela antes. E assim prosseguiu-se em silencio o trabalho da bruxa costureira que tirou as medidas e fez os ajustes necessários a capa. Logo a garota também havia ido se despedindo de Molly com um aceno e falando que se veriam em Hogwarts.

Após algum tempo Molly também se viu liberada e agradecendo Madame Malkin saiu do banquinho se encaminhando ao encontro de Arthur que já havia se levantado e a aguardava parecendo um pouco abatido também devido as provocações que certamente recebeu do Lestrange.

_ então, tudo pronto? – disse Arthur assim que ela se aproximou dele e ela assentiu – pude perceber que você parecia irritada com aquela garota você quer falar sobre o que aconteceu?

_ ah, melhor não – disse Molly – mas você percebeu que as coisas não estavam bem mesmo a esta distancia? – ele sorriu enquanto ajeitava os óculos.

_ é meio difícil de não notar até porque eu estava tentando me distrair das baboseiras que aquele idiota estava me falando – disse Arthur suspirando – o que funcionou bem vendo sua feição furiosa para cima da Black.

_ você gostou disto não foi? – sorriu Molly ao que o garoto retribuiu num gesto singelo – você pode não acreditar mas eu estava me segurando para não partir para a violência.

_ que pessoa violenta você é – falou Arthur sendo que aquela altura os dois já haviam deixado a loja e caminhavam pela rua novamente – não conhecia este seu lado apesar de desconfiar que você o tivesse.

_ por que diz isto? – perguntou Molly.

_ para impor respeito para dois garotos do calibre dos seus irmãos? – riu Arthur – era de esperar que você fosse capaz de coloca-los em seus devidos lugares não que eu ache que você assusta-los seja algo que faça isto entende? É apenas que funciona a maioria das vezes apesar de que um bom pulso firme funciona muito bem também.

_ isso é verdade – disse Molly – e para um filho caçula você esta sabendo muito bem como é difícil cuidar de crianças – o rapaz sorriu levemente enquanto carregava as sacolas dele e da garota.

_ não é como se eu não tivesse noção de como estas coisas funcionam – falou Arthur – eu soube bastante observador e atento até porque eu sei que não é fácil para minha mãe ter de cuidar de nós três – eles desviam das pessoas que caminhavam na direção oposta a deles – então não quer falar sobre o que aconteceu naquela loja? Talvez seja bom para você extravasar um pouco.

_ estou bem agora obrigada – disse Molly – e você é um dos principais responsáveis por isto.

_ eu? – sorriu Arthur.

_ sim você, por que o tom de surpresa? – riu Molly e o rapaz deu de ombros – não sei dizer ao certo só que quando vi você acho que tudo o que ouvi daquela garota não parecia mais tão terrível e agora que estamos conversando você conseguiu me fazer esquecer a raiva que estava sentindo.

_ bem, estou as suas ordens sempre que precisar – disse Arthur enquanto ambos seguiam pela rua do comercio bruxo – então para onde vamos?

_ talvez na Floreios e Borrões – respondeu Molly – mas estou realmente com vontade de comprar um sorvete – ela indicou a sorveteria mais a frente - você aceita um?

_ pode comprar para você se quiser – disse Arthur – eu estou bem.

_ mesmo? – falou Molly cética – seja sincero comigo.

_ eu não tenho dinheiro – disse Arthur parecendo meio envergonhado – e não vou aceitar que você gaste seu ouro comigo porque não iria ser justo.

_ por que não? – perguntou Molly.

_ porque não é legal a ideia de uma garota pagar as coisas para um rapaz – disse Arthur – não faz parte das normas de cavalheirismo.

_ você carregou minhas compras o dia todo Arthur – falou Molly espantada com as palavra ditas pelo ruivo – acredite em mim que a meu ver você já foi um cavalheiro suficiente por hoje além do mais você pode retribuir me comprando algo da próxima vez.

_ tudo bem então – disse Arthur dando de ombros então vendo a garota lhe pegar pelo braço e arrasta-lo em direção a sorveteria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, tivemos nossa primeira discussão aqui claro que não do nosso casal. E sim da Molly com nossa Bellatrix.

Sim, eu quis colocar a Bella na fic porque achei que seria interessante levando-se em conta todo o lance dela e da Molly no futuro.

Fato é que a Bella segundo a data de nascimento dela seria para estar no mesmo ano de Molly porém eu curto mais a ideia de Andrômeda ser da idade dela para assim desenvolver esta amizade. Então Bellatrix é dois anos mais velha que a Molly porque é esta a diferença de idade que a Bella tem para com a Andie.

Ah, se vocês não acompanham minha outra fic Novos Tempos Em Hogwarts. Então desconhecem meu blog onde posto algumas coisas sobre as fics então eu pensei em começar a postar sobre Molly & Arthur.

Aqui esta a primeira postagem: http://thefanficsthiago.blogspot.com.br/2014/03/molly-arthur-protagonistas-primeira-fase.html

Então, é isto. Ah, claro tenho que dizer muito obrigado a todas as leitoras que comentaram porque eu fiquei muito feliz em ter reviews e espero que isto continue.

Bem, deixem reviews ai embaixo e até a próxima.