Molly & Arthur escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 20
Doze Maneiras Seguras de Encantar Bruxas


Notas iniciais do capítulo

Depois de um tempo sem postar eis mais um capitulo.
Espero que aproveitem.
Boa leitura.



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22 de Julho de 1964

Querida Molly,

Eu gostaria de saber quando você irá ao Beco Diagonal para comprar seus materiais escolares para esse ano. Estou pensando em ir com você novamente esse ano já que ao que parece Billius convenceu a nossa mãe que já éramos velhos o suficiente para não precisarmos de nossos pais com a gente para fazer as compras. Mamãe não gostou muito por conta de que isso só significa que já estamos velhos demais para precisar dela para tudo.

Estamos crescendo muito depressa e isso a incomoda um pouco, mas mesmo assim aceitou em nos deixar ir as compras sozinhos. Sei que esse ano os gêmeos vão pela primeira vez para Hogwarts então talvez precise de reforços para mantê-los fora de problemas enquanto estão fazendo compras.

E também, acho que preciso de uma apresentação adequada a esses dois não? Quase ser derrubado por eles durante nosso primeiro ano quando estávamos na Plataforma ou só vê-los de relance quando vão buscar você depois do período em Hogwarts não é algo que chamo de conhecê-los corretamente.

Enfim, gostaria de saber o que você acha. Mande-me uma resposta e desculpe pela carta curta é que eu realmente estou ficando sem tinta aqui então não posso me prolongar muito. Mas estarei esperando por uma resposta sua.

Até mais.

Com amor,

Arthur.

Aquela carta datava da noite anterior e já tinha sido mandada uma resposta para o rapaz, mesmo assim Molly ainda a mantinha fora de alguma gaveta. Ela pensava sobre seu próximo encontro com Arthur ocorreria em breve só que teriam que lidar com os gêmeos então provavelmente seria pouco aconselhável em falar sobre sentimentos ou qualquer coisa do tipo naquela ocasião. Ela poderia ir antes das cartas chegarem.

Afinal tanto ela e Arthur faziam ideia do que precisavam comprar mesmo porque a carta era apenas uma formalidade. Todos os alunos mais velhos faziam ideia do material que seria pedido com exceção talvez dos livros de DCAT que dependendo do professor daquele ano deveriam ser diferentes.

Só que Arthur queria conhecer os gêmeos e seu pai certamente iria dizer para a filha que esperasse pelas cartas para levar os irmãos às compras. Era sensato que Gideon e Fabian conhecessem Arthur assim tão cedo? Talvez percebessem o que a garota sentia pelo rapaz e acabassem o afastando dela por ciúmes e a necessidade de protegê-la que geralmente ocorre nos irmãos.

_ Não, Molly não seja boba – falou para si mesma - Pare de ficar imaginando coisas. Não é como se Arthur não fosse nunca conhecer a sua família. Se vocês forem mesmo... – ela fez uma pausa pensando se não estava sendo precipitada em achar que já ia namorar o garoto afinal não era nada certo ainda – se for realmente acontecer alguma coisa, é lógico que ele vai ter que conhecer sua família. Afinal, já deveria ter acontecido se você o tivesse convidado para vir a sua casa antes. Talvez fosse até mais fácil...

Deveria apresentar Arthur formalmente para seu pai? Ela realmente não sabia o porquê de não tinha ideia de qual seria a reação dele. Lógico que já tinha conversado sobre Arthur e sua família com William só que não poderia garantir qual seria sua reação caso soubesse que Molly estava interessada no Weasley. Ou em qualquer garoto. Seu pai tivera um sogro protetor e ciumento. Isso seria influente em sua reação? A garota suspirou tentando não pensar mais nisso.

Então, por que ainda pensava? Talvez pela ideia de que se Arthur não tomasse uma atitude seria ela a fazer. Tinha decidido que daria um tempo para ele para que agisse se Arthur não aproveitasse a chance então Molly deveria tomar uma atitude. Esperava não ter que toma-la porque sentia que isso poderia ferir os sentimentos dele como seu orgulho no caso.

Molly pôs a carta em cima da mesa-de-cabeceira. Ela então olhou para o papel por alguns segundos e o reflexo dele no vidro do despertador. A menina admirou-o feliz por alguns segundos então pegando sua gata manhosa e a tocando para fora de sua cama sendo que a felina soltara um ronronado de desgosto.

_ Vem, vamos ver o que papai precisa de ajuda para o café da manhã – falou a garota.

Era cerca duas semanas depois de retornar em casa depois do acampamento com os Weasleys. Tinha sido um momento bom, apesar de ser um evento familiar não se sentiu tão deslocada como esperava que fosse acontecer até porque todos fizeram o possível para trata-la como parte daquilo como se ela fosse da família. Você já é da família só que ainda não oficialmente, tinha sido algo que Billius lhe dissera uma vez quando lhe confidenciou esse sentimento de ter sido aceita.

Arthur havia lhe dado umas aulas de voo como lhe prometeu. Só que não foi o suficiente para fazer com que gostasse da ideia de voar em vassouras. Ainda achava muito inseguro estar no céu sobre algo tão instável e frágil que simplesmente poderia cair ou ser derrubado. Então se pode deduzir que as aulas foram basicamente passeios em sua maior parte que ela fez sentada na garupa da vassoura e envolvendo seus braços ao redor da cintura dele.

A garota encontrou os irmãos no corredor e os três se dirigiram as escadas. Descendo mais alegremente os gêmeos a frente que pareciam estar apostando para ver quem chegava primeiro na cozinha. Molly sorriu para os dois enquanto deixava sua gata Morgana no chão assim que alcançou a sala.

As três crianças Prewett encontraram o pai deles já fazendo o café da manhã na cozinha como já era esperado desde o dia em que Molly passara a frequentar Hogwarts. A garota ainda achava estranho olhar para seu pai cozinhando como se não conseguisse se acostumar tão facilmente com aquilo como seus irmãos já tinham feito. William estava usando o avental xadrez vermelho e verde antes da filha e que agora ele praticamente tinha se apoderado desde que tinha começado a cozinhar.

_ Oh, bom dia – disse William ao perceber que os filhos se encontravam ali. No instante em que viu os filhos sem querer foi que acabou tropeçando no gato de estimação da família e isso fez com que o bruxo derrubasse uma tigela no chão fazendo um estardalhaço. A pasta que deveria ter sido um projeto de mingau se espalhou pelo chão.

_ o que o senhor esta fazendo? – perguntou Molly mesmo já imaginando a resposta.

_ O café da manhã? – respondeu William como se fosse obvio – sente-se a mesa que já irei servi-los só preciso limpar essa bagunça antes de nós podermos comer.

_ E isso manda o recorde de vinte dias sem incidentes culinários ir por água abaixo – disse Gideon brincalhão enquanto ele e os irmãos entravam na cozinha e cumprimentavam o pai dando-lhe abraços de bom dia.

_ Eu não tive culpa dessa vez – falou William – foi o maldito gato que ficou em meu caminho e fez com que eu tropeçasse – então ele olhou para o mingau que havia se espalhado pelo chão e pode ver tanto Sr. Bigodes quanto Morgana estavam farejando o conteúdo antes de se afastarem achando que aquilo não estava muito adequado para comer – Frescos – O bruxo então se curvou pegando a varinha do bolso do avental.

_ Por favor, nos diga que fez algo além desse... – falou Fabian sentando-se a mesa e ainda olhando para o chão - Hã... O que deveria ser essa coisa? – o homem lhe dirigiu um olhar que o fez erguer as mãos em redenção – Já entendi...

_ Sem piadas pela manhã – disseram os gêmeos juntos.

_ Eu te ajudo a terminar o café da manhã, papai – respondeu Molly se dirigindo ao fogão para ir pegar a frigideira em que se encontrava um mexido de ovos com bacon enquanto o pai lhe acenava e sorria em agradecimento.

_ Reparo – falou William e a tigela se reconstruiu por magica como se nunca tivesse acontecido então a colocando de lado – Targeo – um novo feitiço que sugou a sujeira do mingau para a ponta de sua varinha.

Ele se levantou novamente caminhando em direção a pia para colocar a tigela enquanto a sua filha servia aos meninos porções de ovos mexidos e algumas salsichas meio queimadas que já estavam sobre a mesa. William removeu o avental e voltou para a mesa se sentando a cabeceira e aceitando algumas torradas que a Molly lhe oferecia.

Então uma coruja pousou no parapeito da janela parecendo trazer alguns envelopes de pergaminho amarelado. William se levantou e caminhou até lá os removendo dos pés da ave que levantou voo assim que fizera aquilo então o ruivo retornou para a mesa enquanto ainda lia os endereços das cartas. E o patriarca Prewett se sentara novamente.

_ Cartas da escola — disse William passando Molly os três envelopes idênticos de pergaminho amarelado que estavam endereçados com tinta verde e a aquela simples três palavras chamaram a atenção dos gêmeos que voltaram suas atenções para a irmã.

_ Isso quer dizer que são cartas de Hogwarts?! – falou Gideon surpreso.

_ Conhece outra escola que mandaria cartas para vocês? – disse Molly divertida então passando as cartas para os irmãos que as pegaram no ato e então os meninos fizeram silêncio por algum tempo analisando-as para enfim soltarem sorrisos idênticos e olharem um para o outro – Não vão abri-las?

_ Estamos sentindo o poder que elas emanam – disse Fabian encarando o envelope – são essas coisas que nos serviram de passaporte para nossa nova fase de vida – então olhando para Molly – Nós estamos indo para Hogwarts.

_ Depois de quatro anos vendo você indo para aquela escola sozinha e nos deixando para trás – falou Gideon – finalmente chegou a nossa vez e agora é nossa vez de agitar aquele castelo como só os gêmeos Prewetts sabem fazer.

_ Se segure e prepare-se pelo que esta por vir Escola de Bruxaria e Magia de Hogwarts – falou Fabian – Por que nós estamos chegando e vocês irão testemunhar o nascimento de duas lendas se desenvolvendo em seus corredores.

_ Nós dois seremos o terror dos professores – disse Gideon – os gêmeos Prewett serão lembrados por seus atos muito depois que nós nos formados e muito além de nossas mortes porque iremos fazer por merecer.

_ Não saiu tão bem quanto tínhamos planejado – falou Fabian.

_ Realmente, nós poderíamos ter feito melhor – disse Gideon – talvez uma segunda tentativa.

_ Não agora – respondeu Fabian - não é?

_ Não... Ia ficar ridículo – disse Gideon - Plataforma 9 ¾.

_ Boa – disse Fabian sendo que depois ambos bateram seus punhos um no do outro.

_ Calem-se e abrem logo o envelope – disse Molly rindo enquanto os meninos se encararam por alguns segundos antes de voltarem seus olhares para a irmã mais velha – Que foi?

_ Não corta nossa onda Molly – falaram os dois juntos.

Durante alguns minutos fez-se silêncio enquanto todos liam as cartas. A garota olhou sobre o ombro de seu irmão para dar uma olhada na carta que ele havia recebido que era muito semelhante ao que havia recebido em seu ano como primeiranista.

A de Molly mandava-o tomar o Expresso de Hogwarts como sempre na estação de King’s Cross, no dia 1º de setembro. Trazia também uma lista dos novos livros que ia precisar para o próximo ano letivo.

_ Esse material não vai sair barato — comentou Molly lançando um olhar rápido ao pai — Os livros de Defesa Contra a Artes das Trevas são bem carinhos...

As coisas não estavam indo muito bem no boticário desde que o sócio do pai de Molly estava sendo investigado pelos aurores. Edward Prince estava sendo investigado como suspeito de estar servindo como um envenenador de alguns crimes cometidos recentemente e isso somado ao número crescente de ouro em seu cofre no Gringotes só estava piorando a sua situação.

Molly soubera sobre esse fato ainda em Hogwarts ao ler o Profeta Diário que havia feito um pequeno artigo sobre a matéria. E ao escrever a carta para o pai obtivera a resposta de que as coisas estavam indo bem apesar de tudo apesar de que com a acusação sobre o sócio acabou que alguns clientes da loja acabaram por desaparecer não querendo se envolver comercialmente com um provável criminoso.

Os gêmeos ainda não sabiam até onde eles sabiam era mais um tempo de vacas magras pelo qual o boticário estava passando. Não havia porque se preocupar afinal as investigações ainda continuava e tanto William quanto a sua filha esperava que pegassem o verdadeiro envenenador para que tudo voltasse ao normal após ser provada a inocência de Prince.

_ Daremos um jeito — disse William embora tivesse a expressão preocupada — Espero poder comprar a maioria do material dos gêmeos de segunda mão.

_ Mols, quem você disse que era mesmo o diretor de Hogwarts? – perguntou Fabian.


_ Armando Dippet – respondeu Molly – Por que?

_ Então por que nas nossas cartas está escrito Dumbledore? – questionou Gideon esticando sua carta para a irmã que então leu o que estava escrito.

Prezado Sr. Prewett,

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Albus Dumbledore

Diretor.

_ Eu não entendo – disse Molly confusa – Até ano passado era Dippet o diretor.

_ Ele anunciou a aposentadoria nesse ano – respondeu William – Está aqui na capa do Profeta Diário depois de mais de sessenta anos no cargo de diretor finalmente decidiu que era a sua hora de passa-lo adiante para que tivesse seu merecido descanso.

_ Dumbledore é uma excelente escolha – falou Molly.

_ É, eu sei que é... – respondeu William – Eu adorava ter transfiguração por conta dele que era um professor excepcional e posso dizer que aprendi muitas coisas com ele que iam muito além de feitiços – ele olhou novamente para a capa do jornal – Eu ainda lhe escrevo de vez enquanto. Acho que mandarei uma carta mais tarde lhe parabenizando por ter sido escolhido.

_ Era um pouco obvio não é? – disse Molly – Ele ser feito diretor? – enquanto servia-se de suco de abobora - É claro que isso não o faz menos merecido a escolha. Só espero que quem for pegar a cadeira para lecionar transfiguração seja alguém com tanta aptidão quanto ele.

E o café da manhã prosseguiu enquanto cada um comia suas refeições sendo que tanto Gideon quanto Fabian pareciam não conseguir parar de tagarelar sobre como seria Hogwarts e o que feitiços fariam quando já tivessem as varinhas em mãos. William disse que iria confiscar as varinhas caso pensassem em usa-la antes de embarcarem para a escola. E aquela advertência fez com que se silenciassem um pouco. E William continuou a leitura do Profeta Diário enquanto bebia sua xicara de café até que ao termina-lo foi que puxou o relógio do bolso para ver que horas eram.

_ É melhor eu ir andando – disse William se levantando de sua cadeira - sou eu que tenho que abrir o boticário hoje – ele dera um par de beijos e cafunés em seus gêmeos então se voltando para Molly – Eu estarei em casa as nove hoje para te ajudar com o jantar para os seus tios.

Molly, cujos pensamentos andavam no andar de cima com a carta que Arthur havia lhe mandado acabou por ser trazida de volta a terra com um tranco desagradável. Ela não poderia ter escutado pior noticia do que aquela.

_ Tios? – perguntou Molly espantada.

_ Além de Muriel também teremos Ignatius e Lucretia – disse William demonstrando algum incomodo quando falou o nome de sua cunhada – aparentemente eles estão querendo vê-la depois de todos esses meses em que passou em Hogwarts.

_ Nem mesmo é sexta-feira ainda – respondeu Gideon – e mesmo assim seremos obrigados a ver a Tia Muriel fora de data? – e William diferiu um olhar sério para o filho – retiro o que falei para ser sincero eu estou adorando saber que teremos que vê-la mais cedo essa semana.

_ Tia Lucretia vem então? — perguntou Molly parecendo ficar pálida.

Tia Lucretia era casada com Ignatius Prewett, irmão mais velho de William. Embora não fosse um parente consanguíneo de Molly, a vida inteira ela tinha sido acostumada a chamá-la de tia pela consideração que tinha ao marido dela já que de seus familiares acabava por seu Tio Ignatius ser o mais agradável do lado paterno.

E um dos motivos que Molly tinha para não gostar de Lucretia era que quando a esposa de William faleceu e a bruxa ofereceu-se para cuidar dos sobrinhos ao lado do marido. Aquela oferta foi uma tentativa solidaria já que ela pensava que o cunhado não poderia cuidar das crianças apenas ele sozinho pelo estado em que havia ficado após a sua perda. Ele negara e foi pelo que filhos que William conseguira se reerguer e Molly sabia muito bem disso.

A ideia não era pelo fato de Lucretia querer cuidar das crianças apenas e sim queria tê-los como seus próprios filhos ao ocupar o lugar da falecida mãe deles. Algo que mesmo que não morando na mesma casa ainda tentava às vezes quando dava opiniões e sugestões de como William deveria agir com os seus filhos. William ouvia mesmo sabendo que não iria se deixar abalar pelo que ouvia da cunhada. Aparentemente Molly não era a única que não gostava muito daquela mulher.

_ Queremos ir fazer as compras hoje – pediu Gideon despertando os pensamentos de Molly para longe dos tios e para o presente que no caso era o que importava.

_ Mas já? – falou William sorrindo.

_ Sim – disseram os gêmeos.

_ Precisamos de varinhas – falou Fabian.

_ Varinhas de nossa propriedade – disse Gideon completando.

_ Ah, isso é aterrorizante – falou William – saber que finalmente terão permissão para portar as de vocês. Ainda me parece meio insensato e perigoso – então se virou para Molly – o que você acha de leva-los hoje para fazer as compras?

_ Por mim tudo bem – respondeu Molly então pensando por alguns segundos se deveria falar para o pai sobre Arthur ir junto e achou que era o melhor a se fazer – Um amigo meu de Hogwarts me mandou uma carta perguntando se poderia ir fazer as compras comigo.

_ Arthur Weasley? – disse William e Molly pareceu surpresa – Ah, qual é minha filha... Não é como se eu não esperasse que fosse o rapaz a quem se referia quando falou em amigo. Você não tem tantas amizades masculinas pelo que sei.

_ Você está certo – respondeu Molly – Então, ele pode?

_ Por que não? – disse William – Não poderei estar de olho nos gêmeos e você mesmo que seja suficientemente capaz de lidar com eles é meio imprevisível quando falamos de um lugar grande como o Beco Diagonal.

_ Sabem que estamos aqui não é? – falou Fabian para Gideon.

_ Obrigada, papai – respondeu Molly agradecida dando um beijo na bochecha de William enquanto se levantava da mesa – vou escrever para ele e dizer que estamos indo depois do almoço.

_ Vai, diz para o seu namorado que finalmente vamos ter a conversa de homem com ele – disse Gideon e Molly lhe encarou seriamente fazendo com que o garoto perdesse o sorriso que estava em seu rosto – Só estava brincando – então a ruiva seguiu para fora da cozinha e correu escadas a cima para seu quarto.

Arthur estava sentado na sua escrivaninha trabalhando em alguns deveres de ultima hora que havia deixado de fazer. Eles tinham retornado do acampamento de verão a alguns dias e aqueles momentos foram verdadeiramente bons mais até do que o habitual. E Arthur tinha quase certeza de que era por conta da presença de Molly que tornava as coisas melhores.

Ele estava gostando dela. Era um fato que já havia admitido para si mesmo a algum tempo quando percebeu que via Molly muito mais do que uma simples amiga. Ele queria ter algo a mais com aquela garota ruiva que lhe fazia parecer um verdadeiro bobo quando estava perto dela.

Naquele final de semana houve tantas oportunidades para uma maior aproximação. Poderia ter lhe beijado em algumas varias vezes em que aparecera a chance quando estavam sozinhos só que aquilo simplesmente não parecia a hora. E também, o que garantiria que daria certo? Ele poderia estar arriscando uma amizade por conta de seu coração idiota ter decidido que ele devia se apaixonar por Molly Prewett.

Realmente, não dava para se concentrar naquele dever. Ainda mais quando olhava para o lado e via na escrivaninha o porta-retratos que havia ganhado da garota em seu aniversário. Estavam lá, sentados sorrindo e rindo naquela fotografia que merecia um lugar melhor do que entre seus vidros com coleções de pilhas e parafusos.

Então, foi que Arthur escutou o som vindo debaixo do seu chão. Era comum ouvir pessoas se movendo nos corredores que se encontravam na parte inferior do sótão e às vezes ainda podia escutar conversas. Como era naquela situação.

_ Eu ainda acho que não deveríamos nos meter nesse assunto – soou a voz de SJ.

_ Disso eu tenho certeza, mas se não o fizermos? – respondeu Billius - Fala sério, não quer que nosso irmãozinho fique encalhado na zona da amizade para sempre não é?

_ Ainda assim... Não é muito confortável fazer isso e se estivermos apressando as coisas? Podemos estar nos antecipando – disse SJ – Até porque vai me dizer que não gosta de observa-los? Você não se diverte com eles?

_ Claro que é – falou Billius – Eu amo esses dois. É ótimo olhar por eles porque eu vejo algo que eu nunca tive que foi alguém especial. Apenas que... Qual é? Vai me dizer que você quer perder a aposta.

_ Eu não fiz aposta alguma – retorquiu SJ – Isso é coisa de você e da Danielle.

_ Claro, você não quis se meter porque não ia querer contrariar sua esposa porque acredito eu que fosse apostar em nosso irmãozinho... – disse Billius fazendo então uma pausa – ou não?

_ Ainda não sei – respondeu SJ – estamos falando do Arthur. Ele é meio distraído e desastrado para algumas coisas – o fato de ter sido comprovado que seus dois irmãos estavam falando dele fez com que o caçula abandonasse seu lugar e se aproximasse da escotilha do sótão - Não sei o que esperar dele e Molly parece uma garota que... – ele foi interrompido por Billius.

_ Bobagem, o garoto tem potencial... Esta falando isso só porque se deixou se conquistado então espera que seja a mesma coisa com o Artie – repreendeu Billius – E outra, nossa interferência não vai ser tão grande assim para não afetar minha aposta com a sua noiva. Podemos chamar de incentivo que soa melhor... – e Arthur abriu a escotilha observando seus irmãos bem abaixo da passagem que pareceram não nota-lo – E nós ainda vamos ter a chance de rir um pouco talvez.

_ Vocês sabem que eu posso ouvir tudo o que dizem daqui de cima não é? – disse Arthur e os dois irmãos olharam para cima – E eu ouvi que era sobre mim – e os dois mais velhos se encararam.



– Hei Artie – exclamou Billius com um sorriso tentando evitar o sentimento de constrangimento – Não tínhamos te visto por aqui.

Ele olhou para o irmão mais velho que parecia ainda meio incomodado então lhe deu uma cotovelada no braço e fez um olhar significativo. Então SJ deu de ombros e olhando para o irmão foi que abriu um sorriso assim como o de Billius. Arthur olhava com certa suspeita para os dois quando pediram para que descesse para que conversassem.

Então, logo Arthur se viu sendo levado até o quarto de Billius por ele próprio tendo o irmão mais velho dos dois logo atrás deles. Quando os três chegaram ao lugar, SJ fechou a porta atrás de si para estranhamento de seu irmão caçula que não imaginava o que aqueles dois poderiam estar planejando.

_ Por que não se senta? – pediu SJ então Arthur foi empurrado em direção a uma poltrona velha por Billius – quanta delicadeza de sua parte em Bill.

_ Dá um tempo, nós estamos no meu quarto – falou Billius revirando os olhos para SJ então se voltando para o outro irmão – Você irá nos agradecer por esse dia, meu pequeno e adorado Artie. Porque é aqui que sua vida vai começar a mudar.

_ Por que não estou tão confiante que essa mudança possa ser boa? – questionou Arthur – talvez por ser meio suspeito algo vindo de você? – E Billius fechou a cara parecendo inconformado com a ingratidão do irmão.

_ Eu te falei – disse SJ rindo parecendo divertido com a situação.

_ Ah, irmãozinho adorado... – disse Billius num voz de cansaço - sua falta de confiança em mim faz com que eu me sinta tão mal... Até porque não sou só eu que esta nessa – então olhou para SJ como se buscando apoio.

_ Billy acha que podemos por o fim em alguns de seus problemas – respondeu SJ – algo que você tem arrastado nesses últimos anos só que com esse próximo ano podem piorar – e aquilo fez com que Arthur parecesse confuso porque não se lembrava de nenhum problema que seus irmãos pudessem resolver por ele – Ainda não entendeu não é?

_ Você falando assim quer que alguém entenda algo? – respondeu Billius erguendo uma sobrancelha – sejamos mais específicos sim? – Então se voltou para Arthur – O que mais te deixou infeliz nesse ultimo ano que se passou?

_ Ficar sem falar com a Molly? – falou Arthur como meio que incerto se deveria ser tão sincero com os irmãos que lhe lançaram sorrisos maliciosos – Mas isso já não é problema. Nós estamos muito bem agora, porque se resolveu afinal somos amigos de novo – E Billius deu um tapa na sua cara parecendo incomodado com aquela insistência no irmão não admitir seus sentimentos.

_ E sabe por que você ficou tão mal? - questionou SJ e Arthur pareceu vacilar em responder – Porque você tem por ela algo maior que quer admitir. Não é só amizade não é mesmo?

_ Ah, por favor... – resmungou Arthur acertando os óculos já sentindo suas orelhas começarem a ficar vermelhas – E-eu não quero falar de v-verdade isso c-com vocês – ele passou a mão pelos cabelos - Até porque não quero que se metam a tentar seja lá o que pretendem...

_ Nós meter? Ora, vamos... – disse SJ – Somos seus irmãos apenas queremos que você consiga ser feliz ao lado dessa garota que você gosta – Arthur tentou se manifestar – nem negue porque você não o fez antes quando teve a chance.

_ Certo, eu agradeço o apoio só que não preciso de ajuda – respondeu Arthur – Eu gosto da Molly sim só que se vou tê-la como minha namorada será do meu jeito e ao meu tempo sem vocês se metendo na historia.

_ Ah, por mais que gostássemos de agir como cupidos aqui – disse Billius – Não há muito que possa ser feito quando duas pessoas já se gostam como é o caso. Sim, aquela garota gosta de você maninho.

_ Não pode ter certeza – respondeu Arthur – Ela pode gostar de mim apenas como amigo.

_ Maldita Insegurança, meu bom Merlin... O que podemos fazer com esse menino? – respondeu Billius olhando para cima então se voltando para Arthur – vamos tentar ser mais teóricos do que práticos aqui. Passar a você um pouco de conhecimento...

_ Vocês dois? – falou Arthur meio descrente de que pudesse ter algo a aprender com os irmãos que fossem úteis porque SJ tinha sido o conquistado da sua relação enquanto Billius tinha uma fama de não ficar mais do que duas semanas com uma mesma garota – Não sei não hein... Acho que papai iria ser mais útil em conselhos amorosos.

_ Quer mesmo envolver o papai nessa historia? – falou Billius parecendo ofendido - Pois bem, vamos chama-lo aqui para ver o quão constrangedor você pode ficar em falar com o coroa sobre garotas. Afinal, a última garota que conquistou foi a sei lá quanto tempo atrás...

_ Desculpe-me, não queria ofender apenas que não sei se conselhos de vocês podem me ser úteis afinal estamos falando de Molly – respondeu Arthur.

_ Apenas cale a boca e nos ouça – falou Billius.

_ Uma coisa que as bruxas falam é que todos os bruxos são iguais – respondeu SJ – O que nós combatemos comentários do tipo que elas que são complicadas demais e é por isso que nossa missão é descomplicar as coisas – e fez um sinal para Billius que puxou um pacote médio embrulhado num papel de presente dourado – considere uma ajudinha para o caso de você não saber o que fazer.

_ Dai, você terá a sua pequena de cabelos ruivos tomates e doce mesmo que ainda se estresse fácil – falou Billius – ainda me pergunto o que há com homens Weasley para sempre se apaixonarem por mulheres de temperamento difícil.

_ Enfim, chega de papo – disse SJ – vamos logo com isso.

_ Eu agradeço muito a ajuda de vocês, mas... – falou Arthur tentando se levantar da poltrona só que Billius o impediu o fazendo com que permanecesse sentado.

_ Qual é a parte em calar a boca e nos ouvir você não entendeu? – repreendeu Billius – certo, sejamos sensatos e tentaremos essa abordagem. Você não sabe nada dessa vida, Arthur Weasley. Pelo menos no que se diz respeito a garotas você é uma vassoura sem cedas ou cabo.

_ Isso era para me fazer me sentir melhor? – perguntou Arthur.

_ Não, isso era para você acordar – falou Billius – O que estou dizendo é que você ainda é inexperiente. E por conta de não saber que atitude tomar e essa insegurança toda de chegar numa garota para falar sobre sentimentos e coisas assim... Pode te fazer perder uma coisa fantástica que você já tem.

_ Nós pensamos em Molly como alguém para você e sabemos que também pensa assim – respondeu SJ para o caçula - E já que você não sabe nada sobre garotas. Isso torna as coisas difíceis. Porque tudo leva a crer que ela seja para você e você seja para ela.

_ Porque é assim que as coisas são – disse Billius - toda aquela velha história de destino e metades se completando. Você sabe? A metade da laranja, o núcleo da varinha, a pena do tinteiro, a tampa do caldeirão... Essas coisas bregas.

_ Essa menina que te faz se controlar a mesa para que ela pense que você tem um mínimo de educação e que te faz fazer os deveres escolares nas férias em vez de deixar tudo para a ultima semana para ficar brincando com suas coisas trouxas – respondeu SJ – Ela te faz bem, e você sabe disso. Mamãe e papai sabem disso. Por Merlin, nos sabemos disso.

_ Vocês têm algum objetivo com toda essa conversa ou é só para me perturbar? –interrompeu Ron já com suas orelhas começando a queimar.


– Ah, pequeno e adorado Artie – respondeu Billius abriu um sorriso maroto - Ao contrário de você, ambos aqui sabemos o que fazer. Nós sentimos que chegou a sua hora de ser feliz – então olhou para o irmão mais velho e fez um sinal fazendo com que SJ esticasse um pacote vermelho até o do meio que então o passou para as mãos do caçula. Foi com um com um gesto formal e a expressão curiosamente séria que Arthur hesitou em pegar o presente.


_ Devo agradecer? – falou Arthur – Ou esperar para depois de abrir para caso eu me arrependa? – ambos os outros Weasleys trocaram olhares.

_ Só abra logo – murmurou SJ impaciente. Billius empurrou o pacote no colo de Arthur que admitiu derrota e rasgou o papel atento a qualquer movimentação anormal vinda do presente.

Não houve nada. Não era uma piada a mais que os irmãos queriam aplicar nele ou algo do tipo. Até porque geralmente quem era o alvo das brincadeiras era SJ depois que Arthur começou a ficar mais velho e Billius viu nele um potencial para ajudante e não para vitima. A caixa que se encontrava em suas mãos parecia normal.

Não tremia e também não tinha qualquer ruído vindo daquela caixa. Então se sentiu seguro para analisar o conteúdo dela e a abriu para então tirar o que havia dentro dela. E o ruivo olhou de perto o que era.

_ Um livro? – ele exclamou enquanto encarava ambos os irmãos com as sobrancelhas arqueadas – Como isso pode me ajudar com Molly? - Os irmãos abriram um sorriso quase que em sincronia então Arthur começou a revirar o livro em suas mãos e a folheá-lo. Até que Billius o tomou dele e bateu em sua cabeça com o mesmo.


– Não um livro. É o livro para a sua vida. – disse Billius apontando para a capa – todo o bruxo deveria lê-lo algum dia. Porque não se encontram coisas que ele diz em qualquer livro da escola.

Arthur mirou as letras azuis garrafais que estampavam a capa marrom do livro. Uma pequena bruxa piscava os olhos, com uma expressão sonhadora, enquanto um coração vermelho flutuava acima de sua cabeça ao lado dos dizeres “Doze Maneiras Seguras de Encantar Bruxas”.

_ Qual é? Isso é realmente sério? – disse Arthur.

_ Você sempre foi o mais devagar então a gente resolveu te dar um empurrãozinho – falou Billius – Eu tenho que admitir que esse foi um dos poucos livros que li em minha vida e gostei e para admitir isso o negocio tem que ser fantástico.

_ E como isso deve me ajudar com a... Você sabe? Com a Molly? – disse Arthur ainda meio sem jeito de falar com os irmãos sobre os sentimentos dele pela garota – como isso vai me ajudar?

_ Isso vai te ajudar a entender qualquer bruxa nesse mundo – respondeu SJ – coisas tão claras que faram com que se sinta estupido depois de ler. Além de te dar mais confiança para agir e conquistá-la.

_ Onde vocês conseguiram um livro desses? – disse Arthur.

_ Alguém o estava lendo na mesa do café da manhã em Hogwarts antes das férias e esqueceu – disse Billius – está sem nome de identificação o que é um tanto melhor já que agora é seu – e empurrou-o para junto de Arthur.


_ Quando percebemos que estava praticamente gritando por ajuda por não ir nem vir com a Molly foi que percebemos que você precisava de um guia no assunto de garotas – falou SJ – Tenho que admitir que eu gostaria mesmo de ter visto esse livro na minha adolescência. Teria ajudado.

_ Tudo deve dar certo – disse Billius tocando o ombro do irmão e Arthur sentiu que suas orelhas estavam em chamas com toda aquela conversa até ali.

­_ Obrigado – falou Arthur.

_ E honre nosso sobrenome, por favor? – sussurrou Billius levantando-se junto com o irmão – Os Weasleys não são conhecidos como fracassados no romance. Nós conseguimos atrair as atenções das bruxas para nós.

_ Cabelos ruivos e sardas é uma combinação perigosa – falou SJ para o irmão enquanto sorria e ia na direção da porta para enfim deixar o quarto.

_ Só tente não deixar que a hora passe, sim? – disse Billius se levantando e se encaminhando atrás do irmão mais velho então retornando e ficando na porta olhando para o mais novo – E caia fora do meu quarto. Não gosto de ninguém nele enquanto eu não estou aqui – e Arthur se levantou também saindo do lugar e se sentando no corredor com o livro em mãos.

_ Isso pode funcionar – disse Arthur ainda indeciso – Não custa dar uma lida vai que não é totalmente ridículo como parece – E abriu o livro enquanto ajeitava os óculos para então começar a leitura.


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Notas finais do capítulo

Sobre as aulas de voo. Alguém iria querer vê-las? Eu verdadeiramente escrevi sobre o acampamento só que perdi o capitulo. Infelizmente. Bem, eu poderia escreve-lo só que acho que não seria muito importante assim.
Espero reviews, quem sabe isso não faz o próximo capitulo ser postado mais rápido?

Até mais.



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