Estrela Dourada escrita por ThEmzi


Capítulo 9
Nove.


Notas iniciais do capítulo

Bom, tive duas provas essa semana e ainda tenho outra semana que vem, razão pela qual postei o capítulo 8 ontem e o 9 hoje, porque talvez eu não possa mais escrever essa semana. Mas prometo tentar, e espero que gostem! :3



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Alguém batia na porta, novamente. Fernanda revirou os olhos, estivera pensando no momento em que acordara com Marcelo e no que Tamires dissera na praia, seus pensamentos eram os mais distintos possíveis, e aquelas batidas na porta a despertaram de seu transe, Evellyn e Tamires sequer pareceram notar, até o momento que Fernanda levantou com os lábios franzidos.

— Quem será agora?

A garota abriu a porta vagarosamente, apoiando-se no portal enquanto encarava Marcelo parado à sua frente.

— Ern, oi Fernanda, tem um minuto? — Perguntou ele.

— Tenho! — Respondeu ela com o olhar de desdém sobre Marcelo. — Um minuto! Meninas, já volto. — Fernanda virou-se rapidamente para Evellyn e Tamires, que assentiram rapidamente com a cabeça.

Marcelo parecia tranquilo e apreensivo ao mesmo tempo, era difícil dizer o que realmente sentia, Fernanda fechou a porta assim que saiu, cruzando os braços e lançando seu olhar diretamente para Marcelo, que engoliu em seco no mesmo momento.

— Pois não? Você tem um minuto! — Disse Fernanda.

— Fernanda, olha, eu juro que não fiz nada contigo. —Começou Marcelo. — Se não tem uma coisa que eu faço é me aproveitar de uma garota bêbada. Só quis ajudar.

— Você está perdendo seu tempo.

— O que eu tenho que fazer para que você acredite em mim? Eu juro… Eu juro Fernanda. Jamais, jamais tentaria fazer alguma coisa contigo, são anos que você acompanha a Mariana, são anos que te conheço, acha que eu seria louco a ponto de me aproveitar de você naquele estado?

— Marcelo, a Mariana vive falando o jeito que você age com toda garota que está afim, então…

— E você acha que estou afim de você? — Perguntou Marcelo, interrompendo a garota.

Aquilo fez com que Fernanda virasse uma completa estátua.

— E-eu não sei, me diga você! — Gaguejou a garota, cruzando os braços.

— Se eu estivesse realmente afim, não estaria aqui implorando para que acredite em mim, já teria espalhado para todos os lados que dormi contigo e tudo mais, mas eu só espalho uma coisa sobre mim quando sei que realmente fiz, e o que você acha que fiz contigo, não é real, eu não fiz nada contigo.

— Pior… — Murmurou Fernanda, como se para si mesma. — Ah, me deixa, Marcelo, seu minuto acabou.

— Fernanda, volta aqui. — Marcelo segurou o braço da garota rapidamente, olhando-a. — Você tem que acreditar, por favor.

— Me deixa! — Ela puxou o braço da mão de Marcelo e voltou rapidamente para seu apartamento.

Fernanda disparou de volta para o apartamento e fechou a porta, estava ofegante, Evellyn e Tamires a fitavam confusas, não estavam entendendo nada que estava acontecendo.

— O Marcelo… é… muito cara de pau! — Disse Fernanda, sentando-se entre as duas amigas no sofá. — Cadê a Mariana que não volta, já faz mais de uma hora que ela saiu?!

— Relaxa, ela deve estar bem, deve estar fazendo a história, sabe como ela é com essas coisas. — Tamires comentou, alternando os canais.

— É, você viu o jeito que ela saiu. — Evellyn murmurou.

— Sim, sim, certo! Arg, preciso ir a algum lugar, arejar a cabeça. — Fernanda comentou, fechando os olhos e escorregando sobre o sofá.

— A janela está a apenas alguns passos de você. — Evellyn bufou, vendo Fernanda rapidamente fazer uma careta e levantar-se para ir até a janela.

— O Marcelo ainda está tentando me convencer de que não fez nada. — Fernanda murmurou, debruçada.

— Fer, você já parou para pensar que ele pode estar dizendo a verdade? — Tamires desviou sua atenção para a amiga e suspirou. — O Phellipe parecia desesperado na praia, lembra? E o Marcelo não parece estar diferente.

— Tamires! — Fernanda arfou num tom de reprovação, voltando o olhar para a amiga.

— Só estava comentando, estou começando a achar que é tudo armação de alguém. E já tenho até idéia de quem seja. —Tamires pareceu concentrar-se em seus pensamentos antes de voltar a falar. — Você viu como o Lucas estava falando lá na praia? Como se nos incentivasse a ficar contra Marcelo e Phellipe.

— Fala sério Tamires, não acredito que estou ouvindo isso de você. — Fernanda retrucou, Evellyn preferiu permanecer calada. — Você vai mesmo cair na onda do Phellipe e do Marcelo?

— E você, Fernanda, vai cair na onda do Lucas? Você sabe bem o que ele fez, a Mariana estava bem consciente e sóbria quando ele a agarrou no corredor, nós sequer estávamos acordadas para ter certeza de que nós temos a razão, vai que eles estavam mesmo nos ajudando e nós estamos aqui, crucificando-os como se fossem monstros. — Tamires rebateu, colocando-se de pé. — Não sei se você parou um pouco para pensar eseanalisar, mas eu parei, não estou com marcas, não estou com dor nenhuma se é que me entende, ou seja, eu tenho quase a certeza absoluta de que o Phellipe nada fez contra mim! Agora, se você quer continuar pensando assim, não serei eu quem vai tentar mudar seu pensamento. — Tamires falara tão seriamente que Fernanda encolheu-se enquanto a amiga rapidamente tomou passadas rápidas e saiu dali, trancando-se no quarto.

— Acho que ela não está de muito bom humor. — Fernanda murmurou para Evellyn.

— Na minha opinião, ela tem razão, desculpa Fer. — Evellyn engoliu em seco.

Fernanda sentiu-se momentaneamente reprimida, não havia parado para pensar como Tamires, e aquilo a fez pensar sobre como estivera agindo em relação a aquilo. Não demorou muito para que Tamires e Evellyn, sem motivo aparente, simplesmente saíram do apartamento, deixando Fernanda ali, profundamente perdida em seus pensamentos.

Enquanto isso, Mariana permanecia com Caio e Phellipe na tal caverna, e felizmente, a ajuda dos garotos estava sendo ótima para finalizar a história, que não parecia ser tão extensa em seu caderno, mas que certamente no momento da apresentação renderia aproximadamente uma hora, quem sabe até mais.

A noite chegou, Mariana, Caio e Phellipe retornaram, assim como Evellyn e Tamires, que após chegarem ao apartamento, avisaram à Fernanda que haviam ido à praia, apenas para apreciar um pouco a vista. A caçula parecia extremamente tranquila, afinal, havia finalizado sua parte do trabalho com sucesso, e os garotos até que haviam ajudado bastante, dando idéias, sem contar que o lugar em que ficaram era dos melhores que Mariana já havia estado.

— Lucas veio aqui, quer falar contigo. — Evellyn comentou com Mariana, quando as quatro jantavam no sofá da sala.

— O que acha que ele quer? — Mariana terminou sua refeição.

— Não faço a mínima ideia, mas ele parecia um pouco… muito sério! — Comentou Fernanda, seguida por um aceno de concordância vindo de Tamires e Evellyn. — Ele pediu que você o chamasse no apartamento dele quando chegasse.

— Ele que espere sentado. — Mariana levantou-se rapidamente e correu até a cozinha, onde deixou seu prato.

As outras três riram do comentário da caçula.

— Vou dormir pessoal, amanhã é dia da Fer levantar pra acordar, beleza? — Disse Mariana, finalizando a frase com o olhar focado em Fernanda.

Mariana foi direto para seu quarto, não demorou muito depois que se deitou para que Fernanda entrasse quase que em desespero no quarto, fechando a porta rapidamente enquanto saltava em sua cama com os olhos arregalados focados na amiga.

— Mari, preciso esclarecer umas dúvidas.

— Desculpa Fer, eu estou mesmo cansada, se importaria de perguntar amanhã?

— Não, tem que ser agora, caso contrário, não conseguirei dormir, é certeza.

— Tá, fala. — Maraina sentou-se em sua cama, aos bocejos.

— Como é o… método… de conquista do Marcelo?

— Método de conquista? Como assim?

— Como ele faz pra ficar com uma garota? Ele já a agarra, ou ele tenta conquistar e tal? —Fernanda parecia nervosa e um pouco envergonhada, sabia bem que Mariana conhecia o irmão, e as respostas para seus últimos pensamentos viriam de sua amiga.

— Ainda está pensando no que aconteceu, né? — Mariana ergueu as sobrancelhas e suspirou. — Bom, só digo uma coisa Fer, certeza, ele não fez nada contigo. Ele pode ser um canalha, mas ele não é desse tipo, eu te garanto. Ele não gosta de fazer nada tipo o Lucas, à força, ele gosta do gostinho da conquista, sabe? Ele gosta de uma briguinha pra conseguir o que quer, é exatamente assim com tudo pra ele, desde garotas à qualquer outra coisa que você possa imaginar. E na primeira e única vez que ele namorou, te garanto, a garota não fui muito fácil, o que fez com que ele se empenhasse um bocado nessa coisa de conquista.. Começou ali.

Fernanda parecia uma estátua, estava completamente sem reação, sabia que Mariana jamais defenderia seu irmão se soubesse que ele havia feito algo errado, mas quando ela sabia bem que ele estava sendo verdadeiro, não hesitava em defendê-lo, principalmente naquele assunto, que em certo ponto de vista, para Mariana, Marcelo nem sempre era um completo babaca.

— E então? — Mariana murmurou em tom duvidoso.

— É o suficiente, obrigada, amiga. É bom irmos dormir. — Fernanda engoliu em seco, escondendo-se em seus cobertores enquanto a amiga a fitava confusa.

— Certo, boa noite. — Murmurou Mariana, voltando a se deitar e desligando o abajur ao seu lado.

— Galeeeeeeeeera, vamos levantando, hoje é terça feira, temos muito o que fazer, ou nem tanto. — Berrava Fernanda, batendo nas portas dos quartos, com o intuito de acordar as demais, que logo, logo estavam de pé.

— Eu não mereço isso, eu tinha que acordar com dois garçons lindos e deliciosos, carregando uma bandeja de café da manhã, e me dando as refeições na boca. —Evellyn resmungava, fazendo as demais rirem.

— Pois é, não temos essa mordomia, agora vamos. — Murmurou Tamires.

Todas se aprontaram rapidamente, afinal, não tinham muito tempo depois que os monitores ligavam alertando-as sobre a hora. Às pressas, o quarteto desesperado saiu do apartamento indo ao prédio principal. O refeitório estava completamente lotado, como sempre em todas as manhãs que as garotas passavam ali. Seus pães de queijo pareciam menos quentes do que o normal, seus olhares não encontravam mesa alguma em qual pudesse se sentar.

— Ah, não preciso ficar sentada mesmo. — Resmungou Mariana.

— Hey, vocês, aqui, venham. — Elas ouviram uma voz masculina e demoraram até alguns muitos segundos para notar que era Wallace numa mesa próxima com os demais, e algumas cadeiras vazias.

— Eu não vou! — Disse Mariana. — O Lucas está me encarando.

— Também não vou, olha a cara do Phellipe. — Tamires fez careta.

— O Marcelo... — Fernanda resmungou.

— Não sejam bobas, andem. — Evellyn puxou Fernanda e Mariana pelos pulsos, já havia comido o que tinha que ser comido e Tamires apenas correu para acompanhá-las.

O quarteto rapidamente direcionou-se até a mesa, todas, exceto Evellyn, permaneceu de cara fechada. Nenhuma das três relutantes parecia ter ânimo ou paciência para se juntar aos garotos.

— Bom dia. — Disse Caio.

— Oi. — Resmungaram Mariana, Fernanda e Tamires.

— Quer? — Marcelo ofereceu sua maçã à Fernanda. — Não sou muito fã, sabe?

— Não. — Respondeu ela.

— Sentem-se, temos um tempinho até a aula. — Convidou Phellipe.

Evellyn sentou-se ao lado de Wallace, porém, as outras permaneceram de pé, fitando o grupo à sua frente com caretas extremamente significativas em seus rostos e posturas, até que com uma expressão de súplica feita por Evellyn, elas sentaram. Lucas aproximou-se de Mariana, Marcelo de Fernanda, e Phellipe de Tamires. Caio os olhou rindo baixo, analisando a expressão de cada uma das garotas. Os garotos pareciam desesperados para dizer algo, só não pareciam ter idéia de como fazer isso.

— Então, Mari, como ficou a história? — Perguntou Lucas. — Soube que teve ajuda.

Mariana encolheu-se, bufou e revirou os olhos, impaciente.

— É, Phellipe e Caio são mais legais e inteligentes do que realmente aparentam. — Os dois mencionados riram inicialmente, mas logo franziram as testas.

— E como ficou? — Insistiu Lucas.

— Ótima. — Mariana respondeu friamente. — Falando nisso, vou passá-la à vocês, meninas, vocês tem que fazer todo o esquema de encenação. —Mariana voltou-se para as demais, ignorando Lucas, que engoliu em seco.

— Sem problemas, começamos hoje. — Retrucou Fernanda.

— Hoje eu não posso, e nem a Mari. —Evellyn disse rapidamente. — Treino de surfe.

— É verdade. — A caçula sorriu, esperançosa.

— Nos veremos lá então. — Marcelo comentou. — Dessa vez, nós cinco vamos. Demais!

— Obrigada por acabar com meu ânimo. — Mariana bufou.

— Não há problema algum, eu e Fernanda começaremos a pensar em todo o esquema da encenação. — Tamires finalmente falou algo.

— Certo, enfim… — Mariana começou, mas Lucas virou-se para ela, interrompendo-a.

— Aceita sair comigo? — Perguntou ele.

É claro que não! — Explodiu Mariana, levantando-se e saindo dali rapidamente, sendo seguira por suas amigas.

Mariana correu com as amigas para longe enquanto os garotos ficaram com expressões divididas entre surpresos e confusos.


— O que deu em você, Mariana? — Fernanda perguntou, fechando o armário.

— Ué, recusei um convite, qual o problema? — Respondeu a caçula.

— O Lucas quer sair contigo, obviamente está arrependido, dá uma chance pra ele. — Tamires retrucou, suspirando.

— Não, sem chance. —Mariana estava indignada com o que diziam suas amigas. — O que foi? Estão do lado dele agora?

— Não estamos do lado de ninguém, só estamos comentando. —
Fernanda murmurou, caminhando até a sala de aula com as demais.

— Vamos esquecer os garotos pelo menos esta manhã? Por favor. — Pediu Mariana, entrando na sala.

Após as aulas, o quarteto preferiu não almoçar no refeitório, para que assim não acabassem cruzando com os garotos ou o grupo de Beatriz. Com tantos deveres e trabalhos para se preocupar, elas passaram o almoço no apartamento sem lembrar um segundo sequer dos garotos.

A discussão a respeito da encenação estava fluindo bem, e Mariana não se preocupava, afinal, a sua parte principal já estava concluída, só restava aguardar a chegada do horário combinado com Evellyn para que treinassem surfe.

Fernanda, Evellyn e Tamires pareciam tranquilas, mas apenas pareciam, não tinham muito tempo, mas os atos para a apresentação teriam que ser finalizados e decididos até aquela tarde.

— Evy, vamos, já estou pronta. — Mariana arfou, saindo de seu quarto.

— Já vou, já vou. — Evellyn surgiu esbaforida na sala. — Estou pronta!

— Está brincando, não está? — Mariana ergueu as sobrancelhas.— Vai mesmo de jeans e blusão? Surfar? — Riu. — Cadê o protetor? Óculos? Roupa própria para surfe? Biquíni?

— Opa, só um minuto. — Evellyn correu para se trocar.


O sol estava forte, sua luz atingia Mariana e Evellyn de uma forma tão intensa que elas não se lembravam de ter passado uma tarde na praia com um sol daquele.

— A Fer ia adorar esse sol de hoje. — Comentou Evellyn, fazendo Mariana rir e assentir.

Eu vou adorar são essas ondas, dá uma olhada. — Mariana retrucou com os olhos brilhando de entusiasmo ao notar as ondas enormes ao mar.

— Você nem surfa direito ainda, cai da prancha em segundos.

— Obrigada pelo apoio. — Resmungou a caçula.

Ambas riram logo em seguida. Sua atenção estava voltada para o mar e as grandes ondas e, felizmente, nada relacionado aos garotos pairava em seus pensamentos.

Quando seus pés foram atingidos pela água gelada do mar, Mariana e Evellyn arrepiaram, abrindo sorrisos satisfeitos. Nadaram até uma parte mais funda e subiram em suas pranchas.

— Não entendo porque elas não acreditam em nós, realmente, não fizemos nada, absolutamente nada. — Marcelo resmungava baixo enquanto andava pela praia com os demais.

— Nem me fale. E eu? A Tamires nem me conhece direito pra me julgar, como pode? — Phellipe segurava sua prancha.

— Olha a tua fama, Marcelo. Qual é? — Lucas bufou.

— A tua é pior que a minha, ou melhor.. Que seja, tanto faz, por isso e muito mais minha irmã nem quer ver sua cara. —Marcelo rebateu franzindo o cenho.


— Você tem jeito de cafajeste todinho, Phellipe. — Wallace comentou para o irmão.

— Será que podemos não falar sobre isso pelo menos um dia? Pelo amor de Deus! — Caio resmungou, andando à frente.

O mais novato já estava irritado de tanto ver os outros discutirem sobre aquilo dia após dia. Ele havia substituído o violão pela prancha naquela tarde, assim como Phellipe e Lucas haviam trocado o futebol pelo surfe.

— Ah, fala sério, aquelas são mesmo Evellyn e Mariana? — Wallace forçou sua visão na direção do mar, revirando os olhos.

— Tá de sacanagem? — Marcelo franziu os lábios numa expressão de extremo sofrimento.

Todos viraram para ver Mariana e Evellyn surfando, cada uma a alguns metros de distância da outra.

Lucas largou a prancha repentinamente e correu para o mar, o mais próximo que pôde ficar, não tanto para não ser atingido pela onda ou algo do tipo. Nisso, ele respirou profundamente para gritar.

— Mariana, eu te amo!

Mariana ouviu apenas seu nome, não reconheceu a voz, mas virou o rosto distraidamente para observar a origem, e nisso, o que se seguiu foi algo inesperado, fora por esse motivo que não pudera ouvir o restante das palavras de Lucas. A garota perdeu o equilibro, péssima hora. A onda levou Mariana abaixo, ela caiu pela frente de sua prancha, que foi erguida inexplicavelmente pela onda, fazendo com que a mesma acertasse a testa da garota, que apagou.

— Mari! — Berrou Evellyn, caindo de sua prancha ao ver a amiga.

— Mariana! —Lucas gritou, tornando a nadar até ela o mais rápido que conseguia.

— É a minha irmã. — Murmurou Marcelo, incrédulo diante da cena, como se fosse apenas coisa de sua cabeça. — É a minha irmã! — Gritou, largando a prancha e correndo até o mar.

Um apito foi ouvido quando o salva vidas Alexandre corria na mesma direção que Marcelo, até onde Lucas voltava com Mariana inconsciente em seus braços e Evellyn ao seu lado, tão perplexa que jamais seria possível imaginá-la mais preocupada.

— Coloque-a aqui. — Pediu Alexandre, e Lucas logo deitou Mariana na areia.

As pessoas na praia aproximavam-se para observar o que acontecia, comentavam aos cochichos uns com os outros e alguns pareciam realmente preocupados.

— Afastem-se, ela precisa de espaço. — Disse Alexandre num tom autoritário.

Todos se afastaram, o salva-vidas passou a pressionar o peito de Mariana ao constatar que não respirava; o nervosismo tomava conta de Evellyn, muito mais do que nos demais próximos à garota. Alexandre por fim encaixou sua boca à de Mariana, fazendo um boca-a-boca desesperado, Lucas e Marcelo encolheram-se um pouco diante daquela cena, não parecia agradá-los muito.

— A testa dela está sangrando. — Phellipe comentou em alerta.

— Calma, calma. — Disse Alexandre.

Por fim, alguns poucos segundos se passaram e Mariana cuspiu água e tornou a tossir freneticamente, e antes de qualquer reação esperada, levou a mão até a testa ensanguentada e focou seu olhar na própria mão, surpresa.

— Estou sangrando. — Murmurou ela.

— Acalme-se, deixe-me ver isso.

Mariana respirou profundamente, assentindo com a cabeça.

— Não é grave. — Ele puxou uma caixinha vermelha e branca para perto de Mariana e retirou alguns objetos, dentre eles, gaze e esparadrapo, contando também com um vidrinho com um líquido desconhecido que fez Mariana fazer uma careta preocupante ao entrar em contato com sua testa, ardia. — Pronto, pronto. Com calma, levante-se, venha, segure minha mão. — Alexandre levantou-se e estendeu a mão para Mariana, que sentia uma leve tontura.


Todos olhavam com curiosidade, alguns, ao notar que aquilo não fora tão grave, foram embora, enquanto Evellyn correu para ajudar a amiga a se levantar.

— Que susto, pensei que você fosse morrer. — Disse ela desesperadamente, analisando cada parte do corpo de Mariana, que era segurada por Alexandre pela cintura.

— Sem exageros, Evy. Estou bem, só com dor de cabeça. — Mariana murmurou, fechando os olhos com força.

— Acidentes em praias acontecem com frequência, alguns graves, outros nem tanto, felizmente o seu não foi tão grave assim. — Disse Alexandre, puxando Mariana um pouco mais para cima, temendo que ela caísse; sentir o aperto repentino do rapaz a fez estremecer rapidamente e fitá-lo confusa.

— Certo. — Evellyn arfou, aliviada. — Chega de treinos por hoje, vamos embora, Mari. — Evellyn pegou a mão da amiga e a puxou.

— Te vejo por aí, vou me certificar de que tenha melhorado. — Sorriu Alexandre, acenando para Mariana conforme ela e Evellyn deixavam a praia.

Mariana e Evellyn iam acompanhadas pelos garotos, que estavam pasmos, com o quê, ao certo, ninguém sabia bem.

— Mariana, você está bem? — Marcelo se pôs ao lado da irmã.

— Culpa minha, se eu não tivesse gritado. —Lucas resmungava baixinho.

— Cala a boca, Lucas, se você não tivesse trazido ela pra areia naquela hora, ela poderia ter morrido antes de o salva-vidas aparecer e salvá-la. — Wallace reclamou rapidamente.

— Estou bem sim. — Mariana respondeu ao irmão.

— Vamos nesse, não cabem sete pessoas num só. — Arfou Evellyn, puxando Mariana para um carrinho e deixando os garotos para trás.

— Ei Mari… — Caio correu até ela antes que Evellyn desse a partida. — Caso precise, pode me chamar.

— A mim também. — Phellipe sorriu.

— Tudo bem, obrigada. — Agradeceu ela, sorrindo rapidamente enquanto a amiga acelerava.

— Até mais. — Murmurou Caio, parecendo tão preocupado como Marcelo.

— Vamos voltar também. — Disse Phellipe para os outros, que assentiram.


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