Estrela Dourada escrita por ThEmzi


Capítulo 6
Seis


Notas iniciais do capítulo

Como prometi à Jenny, capítulo 6 aqui para ela e para todos que quiserem ler. *-*



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Evellyn levantou por um momento para olhar como estava tudo do lado de fora, sabia que era um risco grande, já que Lucas poderia estar apenas aguardando um momento para poder entrar. Nisso, a garota viu duas chaves sobre a mesinha, ao lado do telefone.

— Mari, você está com sua chave aí, não é? A do quarto?

— Sim, porque?

— Fernanda e Tamires deixaram as delas. — Disse Evellyn, pegando e mostrando as duas chaves para Mariana, que fez uma careta e bateu na própria testa enquanto resmungava algo inaudível.

— Deixa a porta destrancada pra quando elas chegarem. — Mariana respirou profundamente, encolhendo-se mais no sofá.

— Certo.

Evellyn fez o que Mariana propôs e voltou para o sofá, ligando a TV, porém deixando no mudo, enquanto deitava a cabeça no braço do móvel.

Finalmente Marcelo e Phellipe haviam conseguido chegar ao quarto andar ainda vivos. Eles caminharam até a porta do quarto 1529, Phellipe, com dificuldade, tentou aproximar a mão da maçaneta, sem sucesso algum.

— Cara, melhor não, vai que a porta está trancada. Não ia gostar nem um pouco de ver a Mariana com raiva, ela odeia quando a acordam, principalmente antes da hora que ela supõe ser a certa. — Marcelo sabia bem disso, já havia acordado a irmã várias vezes em casa, e sempre rolava uma feia discussão entre eles, imagine então se a acordassem às cinco da manhã em pleno domingo?

— Tá, e o que fazemos com elas? — Perguntou Phellipe.

— Vamos pro nosso quarto com elas, deixá-las aqui é que não vai ser bom.

— Pior... Vamos.

Respirando profundamente, Phellipe e Marcelo viraram-se para o outro lado do corredor, abrindo a porta do apartamento 1528 com dificuldade, sabiam que estaria destrancada, pois esse havia sido o combinado com os amigos.
Marcelo e Phellipe entraram, Caio, Wallace e Lucas os olharam assustados de imediato, estavam todos na sala de estar. Caio tocava seu violão enquanto Wallace e Lucas jogavam video game.

— No que foi que vocês se meteram? — Perguntou Caio, deixando o violão de lado, vendo as garotas apagadas nos braços dos amigos.

— O que vocês estão fazendo com a Fernanda e a Tamires? — Wallace largou o controle, deixando-o cair, fazendo uma careta logo em seguida ao ouvir o som que fizera ao entrar em contato com o chão.

— Cara, ferrou! — Lucas murmurou, com os olhos fixos nas garotas.

— Olha, depois explicamos. Agora… elas vão ter que dormir aqui! — Disse Marcelo, franzindo os lábios e erguendo as sobrancelhas.

— Então, vocês que se virem. — Riu Lucas, deitando-se em um dos sofás.

— Sabemos nos virar. — Phellipe fuzilou Lucas com os olhos enquanto ia até um dos quartos com Marcelo.

O apartamento dos garotos não era muito diferente do das garotas, na verdade, era exatamente o mesmo, a única diferente visível é que um dos quartos possuía apenas uma cama a mais. Por escolha deles, Marcelo e Phellipe dormiam no quarto em que haviam apenas duas camas, e fitando-se, murmuraram.

— Então, ou elas dormem no sofá, ou nós dormimos. — Phellipe parecia ter dó de si mesmo.

— Eu não durmo em sofá nenhum.

— Então… O que faremos?

— Ah, não morreremos e nem elas nos matarão se dormirmos nas mesmas camas.

— Você só pode estar brincando, Marcelo. Não cabem duas pessoas numa cama de solteiro.

— Então, vamos juntá-las. — Marcelo e Phellipe deixaram as duas garotas sobre as camas antes de uni-las, formando uma estranha cama de casal.

Isso feito, eles tomaram banho e foram até a sala, onde os amigos ainda estavam.

— Não vão dormir? — Perguntou Marcelo.

— Sem sono, cara. — Respondeu Caio. — Vocês vão?

— Com certeza! — Phellipe respondeu automaticamente, virando-se para voltar para o quarto.
Eles não pensaram duas vezes antes de fechar a porta do quarto e se jogarem na cama de casal improvisada. Ficaram um tanto desconfortáveis, mas ao empurrar Fernanda e Tamires suavemente mais para o meio, conseguiram se aconchegar nas beiras e rapidamente dormir.
Onze da manhã, o domingo começou bem, o sol não estava tão forte, e a brisa suave invadia o quarto de Wallace, Caio e Lucas. Caio foi o primeiro a acordar, embora tivesse sido o último a pegar no sono. A bermuda folgada em seu quadril deixava parte de sua cueca visível; o primeiro lugar que seus instintos o fizeram ir foi à cozinha, onde ele abriu a geladeira, apanhando uma garrafa d’água. Tudo nos conformes, até ele se assustar com um grito agudo e deixar a garrafa ir direto para o chão. Ele correu até o quarto de Marcelo e Phellipe, abrindo a porta rapidamente.

Fernanda havia acordado, o braço de Marcelo estava sobre sua cintura, num tipo de abraço, e a blusa do garoto não estava em seu corpo, e sim em Fernanda. Caio surpreendeu-se que Marcelo não tivesse acordado com o grito horrorizado da garota, porém, Tamires e Phellipe acordaram, e do jeito que Fernanda acordou, Tamires também, com a blusa de Phellipe em seu corpo, e o braço do garoto sobre sua cintura, não demorou muito e Tamires também gritou, aí sim, Marcelo acordou. Assim como Lucas e Wallace, que correram para ver o que estava acontecendo.
Fernanda e Tamires sentiam suas cabeças doerem como nunca, mas isso não as impediu de começar uma sessão de socos e tapas nos garotos que logo caíram das camas, horrorizados, colocando as mãos em frente ao rosto.
— Seus… seus… O que fizeram conosco? — Fernanda e Tamires correram para a parede, juntas, Lucas, Wallace e Caio observavam a cena rindo baixo, de certo ponto, era bom ver Marcelo e Phellipe se dando mal com garotas ao menos uma vez na vida, era algo raro.

— Calma, nós… nós podemos explicar! — Dizia Marcelo, dando passos cautelosos na direção das garotas. — Não fizemos nada com vocês.

— É verdade, é verdade. Vamos, galera, vamos, contem para elas, você sabem que não fizemos nada. — Phellipe parecia desesperado.

— Eu não tenho nada a ver com isso, tchau. — Disse Wallace, saindo rapidamente dali, seguido por Caio e Lucas.
— Andem, confessem, o que fizeram conosco? Estávamos com Luiz e Leandro ontem, porque estamos no quarto de vocês, com suas roupas? Andem, podem abrir a boca e começar a falar. — Fernanda demonstrava-se durona, porém, por dentro estava desabando de pavor e receio do que tivessem feito com ela e a amiga.

— Juro.. Juramos, Fernanda, Tamires, não fizemos nada com vocês, é sério. Vocês beberam demais, apagaram e nós trouxemos vocês, só foi isso! — Marcelo ainda tentava se defender, inutilmente.

— E porque não nos deixaram no nosso apartamento? — Tamires recuava cada vez mais.

— Vocês não estavam com chave alguma, tivemos medo de que a porta do apartamento de vocês estivesse trancada, e não era muito fácil de descobrir com vocês em nossos braços, vocês pesam sabia? — Marcelo revirou os olhos na pergunta que finalizou a fala.

— Está nos chamando de gordas? — Fernanda disparou, puxando a amiga pelo braço. — Vocês nos pagam, vocês vão pagar, independente do que tenham feito.

As roupas de Fernanda e Tamires estavam no chão, então às pressas, sem deixar que os garotos falassem qualquer coisa sequer em sua defesa, apanharam suas roupas e seus sapatos, saindo do quarto, passando pelos demais na sala e cruzando o corredor até o apartamento em frente.

Como Mariana e Evellyn haviam deixado a porta destrancada, elas entraram rapidamente, deparando-se com as amigas nos sofás, dormindo. Mariana dormira sentada, estava pendendo para o lado, enquanto Evellyn parecia tremer de frio deitada no outro sofá. Mariana acordou lentamente, com os olhos ardendo, sua visão inicialmente turva, e pouco segundos depois, ela acordou de vez, notando as duas amigas em pé, ofegantes, escoradas na porta.

— Espera aí, eu conheço essa blusa. — Murmurou Mariana, ainda sonolenta. — Fernanda, o que você está fazendo com a blusa do Marcelo?

— Eu gostaria de dizer que sei.
Mariana focou seu olhar nas amigas, que pareciam ter visto um fantasma. Estavam pálidas e trêmulas. Evellyn saltou do sofá, cruzando os braços e fechando a cara imediatamente.

— Onde vocês estavam? Perderam o juízo? Enquanto a Mariana era atacada pelo Lucas vocês estavam dormindo com os garotos? Sabem o quanto ficamos preocupadas? Têm alguma noção do quanto? Não, vocês não tem! Sei que não tenho muito tempo assim de convivência com vocês, mas tenho o suficiente para dizer o que estou dizendo agora, e…

— Evellyn, Evellyn, calma, deixa-as falar. — Mariana levantou-se vagarosamente e colocou a mão sobre o ombro da amiga, puxando-a para o sofá, bem ao seu lado. Fernanda e Tamires sentaram no outro sofá, largando seus vestidos e sapatos no chão enquanto recostavam-se no sofá, exaustas e tomadas pela ressaca inigualável. — E então, o que vocês têm a dizer?

— Bom, tudo que me lembro é de estar dançando com o Luiz, e de repente ele foi embora, e eu apaguei. — Fernanda meneava a cabeça como se tentasse desesperadamente se lembrar de mais alguma coisa, porém, parecia inútil, naquele estado, tentar pensar mais do que se era capaz no momento era simplesmente um modo de fazer com que sua cabeça doesse cada vez mais. — E então, acordei na cama, com seu irmão, e com.. com isso! — Fernanda puxou a camisa de Marcelo, como se Mariana não estivesse vendo-a.

— Certo, e você Tamires?

— O mesmo, só que eu não estava ficando com o Luiz, estava com o Leandro, e ao invés de acordar com seu irmão, acordei com um dos gêmeos, o Phellipe. — Murmurou a garota, respirando profundamente antes de deixar seu corpo escorregar pelo sofá até o chão. — Que desastre.

— Então… Vocês acham que não houve nada, não é? —Evellyn parecia mais calma, seu olhar já era mais compreensivo.

— Nada? Ah tá, meu sonho. Eu tenho certeza de que aconteceu alguma coisa, certeza, como posso ter acordado assim se não tiver ocorrido nada?
— Espera, espera.. — Tamires interrompeu Fernanda, lançando um olhar perplexo para Mariana. — O Lucas fez o que?

Foi então que Fernanda pareceu ter saído de seu momento histérico para prestar atenção no que Evellyn dissera no exato momento em que elas haviam entrado no apartamento.

— Ele me agarrou e tentou me beijar ali fora. — Mariana estremeceu ao dizer, baixando o olhar. — Me prendeu contra a parede e não ia me deixar sair se eu não tivesse chutado ele e Evellyn não tivesse ouvido e aparecido logo em seguida para me puxar para dentro.

— Não está falando sério, está?

— Ah não, acha muito que vou brincar com uma coisa dessas, Fernanda? — Mariana franziu o cenho, fazendo cara feia para a amiga, que encolheu-se um pouco graças ao modo que Mariana se dirigiu à ela.

— Desculpa, mas e aí? Ele conseguiu te beijar? — Tamires retomou uma postura melhor para ouvir melhor a história.

— Aquele cretino tentou enfiar a língua na minha boca, mas sabem que comigo o negócio de enfiar a língua não é tão simples, mantive a boca fechada o tempo todo. —Mariana comentou, respirando profundamente ao lembrar do momento que vivera durante a madrugada.

— Ah, sinceramente, eu achava que o Lucas queria ficar contigo de um modo mais decente, não a força. — Fernanda pareceu refletir por um momento. — Agora estou com nojo dele.

Todas as garotas riram por um momento, Fernanda falar algo daquele tipo era como se uma chuva de meteoros fosse cair bem ali. Mas logo o momento sério voltou à tona, Evellyn não deixaria passar a bronca.

— Mesmo assim, vocês ficaram com monitores, já pensaram no que isso pode dar?

— Ah Evy, relaxa, pelo amor de Deus, você tem sido certinha demais, e eu sei como você realmente é, beleza? Não pense que não sei das suas histórias em festas. — Tamires riu.

— Só acho que é cedo demais para ficar com alguém por aqui.
— Até parece. — Riu Tamires, levantando-se.— Se não se importam, eu vou tomar um banho e tomar um remédio pra dor de cabeça, ressaca é uma coisa grave. — Disse ela, coçando a nuca com as bochechas coradas de vergonha. — Ah, e como hoje é domingo, não vai ter nada no refeitório, então alguém faz alguma coisinha aí? Mariana de preferência, não sei se a Evellyn sabe cozinhar.

— Claro que sei. —Resmungou Evellyn.

— Então vão as duas preparar um almoço legal para todas nós. — Fernanda levantou-se também, seguindo Tamires. — Também vou tomar banho, aí comemos, vocês tomam banho, e a gente vê o que faz.

— Sem problemas. — A caçula do grupo levantou-se rapidamente, Mariana adorava cozinhar, e aquela seria a primeira vez que estariam se utilizando dos utensílios culinários do apartamento.

— Ei, vocês sabem que hoje tem aula de surf para quem quiser, não é? — Evellyn parecia empolgada com a idéia. — Eu vou, alguma de vocês vai comigo?— Seus olhos pareciam cintilar de expectativas.

— Veremos depois que tomarmos nossos banhos. — Fernanda fez careta e disparou par ao banheiro, Tamires sequer olhou e apenas correu para seu banho.

Evellyn fez um muxoxo e foi para a cozinha com Mariana, que começava a apanhar algumas panelas.

— Relaxa, qualquer coisa eu vou contigo, gostaria de aprender a surfar.

— Ah, eu sei surfar um pouco, desde os dez anos, eu viajava com meus pais para diversas praias, aos poucos fui aprendendo, posso dizer que tenho certa experiência. — Gabou-se Evellyn, empurrando levemente a amiga com o ombro, que riu.

Mariana e Evellyn não demoraram para aprontar o almoço do dia, não haviam muitas opções; o pessoal da instituição não era de lotar a geladeira deles, e o que mais havia era um bando de verduras e frutas, isso demonstrava o quanto se importavam com a alimentação dos alunos.
— E então? O que vamos comer? — Fernanda foi a primeira a terminar o banho, aproximadamente vinte minutos de água fervendo caindo sobre seu corpo.

— Ainda não está pronto. — Resmungou Mariana, a caçula odiava que a apressassem independente do que ela tivesse que fazer. — Vá pra sala e aguarde como uma boa garota.
Fernanda fez uma careta rápida e foi para o sofá da sala, ligando a televisão enquanto se deitava. Tamires apareceu na sala cinco minutos depois, aspirando o ar profundamente.

— Ei, vou deixar a porta aberta, não sei para quê deixá-la fechada, podemos passar o dia todo com ela aberta enquanto estamos aqui.

— Pra que isso, Tamires? — Evellyn perguntou enquanto remexia o arroz na panela.

— Ah, para entrar mais ar aqui, por favor, né? Acham que essa janelinha refresca aqui dentro? Isso aqui parece um forno. — Tamires não pensou duas vezes antes de ir até a porta e escancará-la.

No momento em que abriu a porta, Tamires deu de cara com a porta do quarto dos garotos também aberta, e a música que vinha de lá fez com que Mariana, Fernanda e Evellyn corressem para ver. Marcelo, Lucas, Phellipe e Wallace acompanhavam Caio numa canção, enquanto o garoto tocava seu violão e fazia o vocal, o restante seguia como coro de fundo, ou quase isso. As garotas pareciam não acreditar no que viam, enquanto isso, os garotos sequer pareciam notar que estavam sendo observados, e a música prosseguia sem interrupções, num tom extremamente afinado e perfeito.
If I fall, can you let me down easy, if I leave my heart with you tonight will, you promise me that you’re gonna treat it right… A concentração dos garotos era surpreendente, assim como a voz de cada um.
— Vocês estão vendo o que eu estou vendo? — Fernanda ficara pasma, fitando o grupo.

— Não é questão de ver… Vocês estão ouvindo o que eu estou ouvindo? — Perguntou Mariana, passando a frente das amigas, quase saindo do apartamento apenas para ouvir.

— A comida! — Exclamou Evellyn, correndo até a cozinha, seguida por Mariana.

Fernanda e Tamires fecharam a porta rapidamente enquanto as outras duas desligavam o fogão e anunciavam que o almoço estava pronto.

— Arroz, feijão, macarrão e bife. — Fernanda avaliava a comida a cada tampa levantada. — Parece que tiramos a sorte grande, eu sei cozinhar, mas estou cansada demais para isso.

— Cala a boca e coloca logo a comida, Fer. — Riu Mariana, abraçando a amiga enquanto sentava-se no sofá junto de Evellyn, que já saboreava sua refeição.

Batidas na porta foram ouvidas, como todas pareciam ocupadas demais para atender, Mariana bufou e levantou-se, caminhando até a porta. Então abriu.

— Porque tem que ser eu? Porque você não vai, Marcelo? Tua irmã tá ali dentro, seria mais fácil você pedir, não eu, eu nunca nem falei com ela na vida, nem com nenhuma das amigas dela. — Murmurou um Caio aflito para os amigos que o empurravam contra a porta do apartamento das garotas.

Mariana deu um salto para trás no susto, engoliu em seco e viu os cinco garotos com sorrisos idiotas em seus rostos. Por um momento, ela focou seu olhar em Lucas, que a fitava como se nada tivesse acontecido, até que ela desistiu de olhá-lo e virou-se para Caio.

— Pois não?

— Ahn, sentimos cheiro de comida, veio daqui, certo?

— Provavelmente, sim. Por que?

— Tem um pouco para nós? — O garoto riu sem graça, Marcelo entrou na sua frente, antes mesmo que Mariana pudesse dizer algo.

— Qual é maninha, dá um pouco de comida pra gente?! — Pediu Marcelo, fazendo bico.
— Essa tua carinha de cachorro sem dono pode funcionar com qualquer uma que você queira pegar, mas não funciona comigo, Marcelo.
— Droga! — Murmurou ele, dando um soco no ar.

— Meninas, olhem só quem temos aqui. — Chamou Mariana, rindo baixo.

Fernanda, Tamires e Evellyn caminharam até a porta, Mariana a abriu mais, e ao ver os garotos ali, as outras três riram por um momento, mas logo fizeram cara feia.

— O que eles querem? — Perguntou Tamires, rangendo os dentes enquanto fuzilava Phellipe com os olhos.

— Comida. — Respondeu a caçula, os garotos pareciam sem reação, talvez nunca tivessem pedido nada a uma garota.

— Ah, fala sério. — Riu Fernanda, antes de olhar Marcelo de cima a baixo. — Porque não vão até suas queridinhas? Não são elas que vocês andam pegando? Fiquem à vontade com elas, não tem nada para vocês aqui.

— Mas Fernanda… — Marcelo começou a dizer.

— Sem mas… —Evellyn interrompeu. —Vão atrás daquelas que vocês realmente querem, não tem nada aqui que seja do interesse de vocês.

Marcelo e os demais estavam sem reação, sabiam que estavam em desvantagem, por vários motivos, e sabiam disso melhor do que ninguém. As garotas não pensaram duas vezes antes de fechar a porta na cara deles e voltar para a sala.

Num gesto silencioso e comemorativo, as quatro pularam de alegria, sentiam-se vitoriosas. Enquanto os garotos, do lado de fora, davam de ombros e saíam, seguindo até o prédio onde Beatriz e sua trupe estariam, se tivessem sorte, elas teriam feito comida, caso contrário, passariam fome, pois nenhum ali sabia fazer algo mais que não fosse um miojo queimado.
— Adorei essa! — Urrou Evellyn de alegria. — Mesmo com tudo que fizeram, ainda tiveram a cara de pau de vir aqui pedir comida.

— Vocês viram? Eles fizeram o novato do grupo vir pedir, ou seria ele, ou seria o Wallace, foram os únicos que não aprontaram conosco. — Riu Mariana, atirando-se no sofá em meio às gargalhadas altas e realmente significativas.

— Vimos! Nossa, essa foi a melhor da semana. A vingança só está começando. — Fernanda fez uma cara maldosa, seguida de uma gargalhada maléfica, fazendo com que todas as outras rissem.

— É isso aí! E então, quem quer ir à praia? Aula de surf galera, qual é. — Evellyn não esquecera mesmo, queria ir a tal aula de um jeito ou de outro.

— Eu estou dentro! — Mariana foi a primeira a erguer o braço. — Alguém mais? Alguém mais?

— Eu vou, mas só pra pegar um bronzeado, nem sei se vou entrar no mar. — Tamires resmungou, Mariana murmurou um “fresca” para a amiga, enquanto a mesma estirava a língua. — A Fernanda também vai, mas só para me acompanhar no bronzeado, não é, Fer?

— Sim, então, o que estamos esperando?

— Estamos esperando a digestão ser finalizada com sucesso. — Riu Mariana, parecia que a superioridade que puderam demonstrar sobre os garotos a fizera ficar de bom humor instantaneamente, e Mariana de bom humor, era uma Mariana diferente, e raramente ficava de mau humor novamente tão rápido. — Vamos logo, vamos arrumar nossas coisas.

As quatro correram para seus quartos e separaram seus biquinis antes de separar o restante das coisas. Garotas. Garotas. Garotas. Para ir à praia, pareciam querer levar o guarda roupa inteiro, ou quase isso. Separaram cangas e blusões, protetor solar, óculos de sol, sandálias das mais leves, toalhas e suas bolsas. Cada uma foi para o banheiro se trocar, e após vestirem seus biquinis, deixaram para trás o tédio do apartamento, e foram para a praia.


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