Estrela Dourada escrita por ThEmzi


Capítulo 18
Dezoito.


Notas iniciais do capítulo

Um pouco empacada na escrita, mas aos poucos ED vai saindo. Espero que curtam o capítulo. :3



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Queriam elas que não estivesse, mas estava, sim, chovendo, e parecia que o céu ia cair conforme mais tempo se passava. Era fim de tarde e ainda pareciam indignadas ao se arrumar para o baile que ocorreria dentro de poucas horas. Procuravam por secador, chapinha, maquiagem e tudo que pudesse auxiliá-las a ficar mais bonitas, o que parecia ser cada vez mais difícil se levando em consideração toda a bagunça que fizeram no apartamento dentro de alguns poucos minutos.

Correndo de um lado para outro, Mariana e Fernanda pareciam as mais agitadas, enquanto isso, Tamires e Evellyn pareciam discutir sobre os gêmeos e sobre as roupas que usariam, se possivelmente iriam iguais, como toda mãe costuma fazer com filhos gêmeos quando pequenos.

— Por que é tão difícil se arrumar decentemente quando mais se quer? — Resmungou Mariana, ajeitando o vestido no corpo enquanto via as amigas correndo de um cômodo a outro em busca de alguma coisa para complementar a preparação.

A chuva já não estava mais tão intensa quando decidiram sair do apartamento, mas todas juntas deram seu próprio jeito de evitar que todo o trabalho para ficar apresentáveis fosse em vão. Com guarda-chuvas ao redor do carrinho, conseguiram chegar ao prédio central sem que fossem atingidas pela chuva, mas o frio ainda parecia perturbá-las até que enfim tivessem entrado no ambiente preparado para o baile de máscaras daquela noite.

Na entrada do prédio havia um arco com flores, rosas, lírios, tulipas entre outros tipos diversos que o faziam tão colorido que arrancava suspiros de quaisquer pessoas que passassem por ali. As garotas correram, agradecendo o fato de não terem ido de salto àquela festa. Na entrada para a festa havia um casal distribuindo máscaras de acordo com a vestimenta de cada pessoa.

Fernanda usava um vestido com uma tonalidade que beirava o vinho, porém o tecido era semelhante à camurça, o que escurecia ainda mais a cor. Cobria-lhe os ombros e as mangas desciam folgadas até os cotovelos, onde o elástico apertava suavemente; a saia era longa e reta, sem muitos apetrechos até que chegasse à barra, onde havia babados em um tom acinzentado. Uma faixa cinza estava em seu quadril, puxando para um laço na parte de trás do vestido. O cabelo da garota havia sido puxado em um coque com tranças para o alto da cabeça, com duas mechas soltas ao lado do rosto. A maquiagem era suave e a sandália que usava era feita com tiras de couro, assim como quase todas que as garotas na festa usavam.

Evellyn empenhou-se em usar um vestido rosa, como se quisesse dizer que era uma princesa. Este vestido possuía várias saias, dando volume e fazendo com que sua silhueta fosse bem acentuada. Estilo tomara que caia, porém com um xale que pudesse ser colocado sobre os ombros. Havia um desenho de flor, além de ramos, que seguiam desde o início do busto até o quadril em um tom escuro, mas brilhante. A trança que havia sido puxada de lado em seu cabelo cobria-lhe parte da pele, e os lábios agora estavam da mesma cor que o vestido.

Tamires usava verde, o vestido escolhido por ela para que combinasse com a cor dos olhos e com os brincos esmeralda que usava. O tecido era seda e em seu busto havia um V com uma fita dourada destacando o contorno do corpo da garota. A saia era lisa e reta, e as mangas iam soltas até o pulso da morena. Os cachos estavam erguidos no alto da cabeça de Tamires e presos por um laço da mesma cor do vestido.

Mariana optou por um vestido azul apagado, em um tom quase que escurecido com o tempo, este tinha detalhes em preto, uma cinta que certamente afinaria sua cintura quase inexistente, o que a deixou deslumbrada. Havia babados na saia que ia até pouco mais abaixo de seus pés, uma cauda seria arrastada atrás de si; além disso, as mangas ficavam em seus braços, mais longas, formando uma linha reta até pouco mais perto da coxa. O cabelo estava ondulado naquela noite e presa por uma pequena presilha atrás da cabeça estavam as mechas que certamente lhe cobririam o rosto caso estivessem soltas.

As demais garotas na festa não estavam com vestidos muito diferentes. Na verdade, todos se pareciam em algum aspecto, mas ninguém parecia realmente se incomodar com aquele tipo de detalhe. Todas vasculharam o lugar com os olhos em buscas de seus pares, as máscaras já cobrindo seus rostos e os sorrisos tomando conta dos lábios coloridos com batons.

— Não faço a mínima ideia de onde podem estar. — Comentou Mariana, olhando de um lado a outro, tentando enxergar Lucas em qualquer lugar.

— É, nem eu.. Vamos dar uma volta e ver como está tudo por aqui. — Disse Evellyn, tomando a dianteira e guiando as amigas por entre as várias pessoas dançantes.

Garotos e garotas todos vestidos à caráter, indo de um lado a outro com suas máscaras e pares, rindo e cantarolando a canção que tocava — a qual, definitivamente, não pertencia àquele século. Os comes e bebes eram sanduíches naturais e sucos todos organizados em uma enorme mesa. Fernanda notou que havia mais suco de uva que os demais, certamente para fazer alguma referência ao vinho ou qualquer coisa semelhante a isso.

Os passos apressados as levavam cada vez mais para o meio da multidão, mas não demorou muito para que Mariana fosse puxada pelo pulso repentinamente.

Alexandre a encarava, o sorriso sem graça estampado no rosto.

As amigas da garota demoraram demais para notar o que estava acontecendo com a caçula e, quando notaram, já não viam mais Mariana por perto.

— Onde está ela? — Perguntou Tamires.

— Não sei.. Estava bem ao meu lado. — Disse Evellyn. — Mariana? — Gritou a morena, mas o som de sua voz não superou a música que saía da caixa de som.

— Ela deve estar vindo. Deve ter ido pegar alguma coisa. Vamos ver se encontramos nossos supostos pares. — Fernanda tranquilizou as outras duas.

— Ah, é! — Murmurou Tamires, abaixando a cabeça. — Vai ver o Lucas a puxou para ter um tempinho a sós com ela. — Uma risadinha abafada escapou pelos lábios da garota, Evellyn e Fernanda riram enquanto voltavam a caminhar.

— Alexandre! O que diabos tá fazendo? — Resmungou Mariana assim que foi arrastada para um canto isolado do ambiente.

— Eu só quero cinco minutos pra conversar contigo. Eu sinto sua falta! Sinto muito pelo que aconteceu, só quero uma chance.

— Não existe segunda chance para você, Alexandre.

— Eu diria que você pensava o mesmo a respeito do Lucas.

— O Lucas é um caso à parte, ele fez por merecer. Estou bem agora. Se me der licença, minhas amigas devem estar preocupadas comigo. — Disse a caçula com firmeza. — Você não deveria estar aqui, isso é uma festa para o ensino médio, não para os universitários.

— Beatriz me trouxe.

— Suspeitava que ela tivesse feito isso. E está perdendo seu tempo. Sua barbie deve estar procurando por você. Me deixe em paz, e não se aproxime mais de mim, eu não quero ver nem mesmo um rastro seu.

— Não conhecia esse seu lado.

— É, nem eu. — A garota finalizou, puxando o pulso repentinamente da mão de Alexandre.

— Mariana! — Ele a segurou pelo braço.

— Alexandre, eu não vou pedir novamente..

Mariana suspirou longa e profundamente após ter dito aquilo, o homem a olhava de cima com a expressão nervosa e quase que desesperada, buscando uma maneira de reverter aquela situação. Ele a pôs rapidamente contra a parede, fazendo-a engolir em seco ao se lembrar de uma situação semelhante: Lucas havia feito o mesmo com ela há algum tempo.

Ela se encolheu e preparou-se para o que quer que viesse, mas tinha em mente que poderia até mesmo tentar gritar.

— Ora, ora! O que temos aqui? — Perguntou uma voz masculina familiar. — Já não passou da hora de desistir da Mariana? Ela está com o Lucas agora.

Caio segurava no ombro de Alexandre quando Mariana se deu conta de quem se tratava.

— Caio! O que faz aqui? — Perguntou a garota, esquivando-se e passando rapidamente para o lado do loiro, ele a segurou pela cintura com firmeza, protetor.

Ele a olhou e Alexandre girou o corpo para observá-los.

— Eu estava com os caras quando encontramos suas amigas, mas você não estava com elas. Estranharam quando Lucas perguntou por você, então fomos todos procurar. Não sei se foi sorte sua e azar do Alexandre que eu a tenha encontrado. Talvez ele tenha tido um pouco de sorte, acredito que teria sido pior se fosse Lucas ou Marcelo a aparecer em meu lugar. — Esclareceu, sorrindo de modo tranquilizador para Mariana antes de voltar o olhar para o moreno. — Agora, você.. É bom que não ouse cruzar o caminho dela novamente. Sou paciente, mas posso ser pior que o namorado e o irmão dela.

A expressão de Alexandre estava difícil de decifrar, mas Mariana sabia que em algum lugar ali dentro ele sabia o quanto não estava bem naquela situação e o quanto se daria mal se continuasse insistindo em algo que nem de longe daria certo.

— Certo.. — Murmurou, saindo do campo de visão dos dois.

— Ai.. Obrigada.. — Mariana escorregou até sentar no chão, sequer se importando com as pessoas à sua volta.

— Não precisa agradecer. Você está bem? Ele fez alguma coisa com você? — Caio parecia realmente preocupado.

Não, você chegou a tempo. Ele não fez nada comigo.

— Bom mesmo.

— Aliás, Lucas não é meu namorado. — Ressaltou ao se levantar, suspirando mais uma vez.

— Achei que fosse, é o que parece. Além de ele falar sobre isso o tempo todo. — Caio riu. — Vamos encontra-los.

— Ele fala?

— Sim, está todo contente.

— Entendi.. — Mariana piscou algumas vezes, parecendo uma criança sonhadora.

— Ah! Finalmente! Aqui estão vocês. — Gritou Tamires, surgindo em meio às pessoas com os demais em seu encalço.

— Oi, desculpa, me perdi de vocês e ficou difícil encontra-los novamente. — Comentou Mariana, rindo um tanto sem graça.

As amigas rapidamente relaxaram, e foi somente naquele momento que Mariana percebeu a maneira que as outras garotas e os rapazes se encontravam. Formavam casais bonitos, de outra época, quase que literalmente. Sorria sem perceber, mas de forma que notaram sua satisfação ao vê-los juntos.

— Que cara é essa? — Indagou Phellipe.

— Vocês estão tão lindos. Tirem as máscaras, andem! Eu queria ter uma câmera aqui, droga. — A caçula saltitava encarando-os, ainda sorria.

— Deixe de bobagem, Mari. — Evellyn deu um cutucão na barriga da amiga, que se curvou antes de voltar os olhos para Lucas.

Bom, ao menos você está bem. — Disse o loiro, tomando a mão de Mariana e beijando-lhe o dorso antes de fazê-la passar o braço pelo dele.

— Caio. Soube que arrumou um par, quem é? — Marcelo encarou o amigo.

— Não que eu tenha arrumado. Me arrumaram.. — Não parecia muito contente ao dizer. — Amanda quase se arrastou quando me viu no corredor esses dias.

A ruiva apareceu repentinamente. Havia se arrumado com simplicidade e até fez com que Mariana pensasse consigo mesma o quanto a pequena garota estava bonita também graças ao vestido prateado que usava, bem produzido e ajustado ao seu corpo.

Uau. — Sussurrou Mariana.

Amanda se aproximou da morena e exibiu um sorriso irônico.

— Saiba você ou não, mas Alexandre está muito melhor agora com Beatriz. Eles, sim, formam um belo casal.

— Eu não diria isso.. — Segurou-se a caçula, limitando as palavras para não correr o risco de denunciar o porque de ter “se perdido” antes de encontrar os amigos novamente.

Atenção, atenção, todos! Este é o 12º Baile de Máscaras de Estrela Dourada. Os que já estiveram aqui nos anos anteriores conhecem o que acontece. Aos novatos, deixe-me ser claro.. — Disse repentinamente um rapaz moreno no centro de um palco que até então Mariana não havia notado, e nem mesmo os demais ali do grupo. — Gostaria de informar que hoje teremos quatro provas para eleger os melhores pares e o Rei e Rainha do baile. Além disso, os vencedores terão o direito de falta a aula segunda feira. Sintam-se privilegiados, consegui isso para vocês.

— Provas? — Fernanda engoliu em seco.

— Melhores pares? — Murmurou Marcelo.

— Estamos ferrados. — Disse Evellyn.

— A primeira prova trata-se de uma atuação de cortesia. O rapaz terá que cortejar seu par e, além disso, convencer os jurados, os quais são os alunos da Universidade que se dispuseram a participar. Somos muitos, portanto, verifiquem nos painéis disponíveis logo perto das janelas para saber em qual fila de jurados entrarão. — Disse o moreno no palco, fazendo com que todos os olhares fossem voltados para ele. Mariana ficou surpresa com tamanha naturalidade no palco, e com uma pitada de inveja.

— Bom, vamos ver, e se eu não.. — Caio dizia até ser interrompido.

— Não há qualquer possibilidade de não participar da competição. Aqueles que se recusarem sofrerão consequências severas assim que voltarem para os quartos. — Destacou o rapaz, fazendo o loiro do grupo encolher os ombros e engolir em seco.

— Eu sou seu par, é claro que vai participar das provas. — Amanda puxou o braço de Caio com força, arrastando-o para longe dos demais.


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