Estrela Dourada escrita por ThEmzi


Capítulo 15
Quinze.


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão pela demora (estava viajando, hah) e espero que gostem do capítulo.



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— Como ela está? — Os garotos do 1528 encontravam-se todos amontoados na porta do apartamento das meninas. Tamires foi atendê-los.

— Dormindo. Entrem, entrem. — Chamou a morena, abrindo a porta para que todos pudessem entrar.

Evellyn e Fernanda encontravam-se sentadas no sofá da sala, já passava de uma da manhã e ninguém ali parecia sequer estar com sono, estavam preocupados demais com a caçula para conseguir dormir.

— Quando parece que ela consegue alguém legal.. Acontece uma coisa dessas! — Fernanda resmungou bem baixinho abraçando os próprios joelhos.

— Vocês não tem noção do quanto eu quis matar aquele Alexandre, vocês não tem noção. — Marcelo enfatizou suas ultimas palavras ao sentar no chão e escorar-se na parede.

Todos trocavam olhares aflitos sem ter noção do que fazer no momento. Tudo que pareciam poder fazer até então era esperar a poeira baixar e acalmar os nervos, torcer para que Mariana não ficasse tão mal como parecia que iria ficar. O ambiente estava tenso, através da varanda um vento frio da madrugada entrava na sala e fazia com que todos tremessem vez ou outra, mas nada com que se preocupassem já que o foco de tudo aquilo era apenas a garota que dormia no quarto.

— Estão com fome? — Perguntou Evellyn. — Precisamos nos distrair. Alguém aqui está com sono? Eu não.. Vamos fazer algo. — Concluiu, abrindo um pequeno e forçado sorriso.

— Acho que vou surfar. — Wallace não demorou a se levantar. — Será que há alguma regra para surfe de madrugada? — Risadinhas foram ouvidas com sua pergunta descontraída.

— Não sei, vamos tentar! — Evellyn piscou para o garoto, correndo porta afora. — Vamos Wallace, vamos arrombar a barraca e conseguir nossas pranchas!

— Eles são loucos. — Comentou Fernanda, rindo baixo. Wallace correu atrás de Evellyn pouco depois. — O que vamos fazer?

— Vocês tem algum filme bom aqui? — Caio manifestou-se.

Temos alguns. — Tamires correu até o rack e começou a vasculhar alguns DVDs.

Eu vou dar uma olhada na Mari, tá? — Marcelo não esperou por respostas, logo estava abrindo a porta do quarto onde a irmã dormia. Todos fizeram silêncio.

Marcelo não demorou a voltar, fechando a porta do quarto tão silenciosamente que sentiu-se orgulhoso por tal feito já que era sempre tão chamativo em quase tudo que fazia. Os outros quatro encontravam-se amontoados nos sofás, escolhendo algum filme para que pudessem passar a noite.

— Seremos zumbis amanhã! Eu não quero nem ver. — Comentou Fernanda.

— Aposto que se o Caio te desse outro beijo daqueles do luau você iria adorar e ficar acordadinha! — Phellipe ria bobamente enquanto dizia, até perceber o olhar constrangido de Fernanda e o de assassino de Marcelo, sem contar o sem graça de Caio.

— Então, qual vai ser? Terror? Comédia romântica? Drama? Romance? Ação? Ein? Digam logo! Eu quero ver um romance! — Tamires apressou-se em dizer, jogando mais alguns DVDs para cima dos amigos.

— Tem algum com muito sangue aí? — Marcelo olhou por sobre os demais alguns dos DVDs com a esperança de achar algum que lhe agradasse.

— Ai, não, credo! — A careta de Fernanda fez com que todos rissem.

— Vamos fazer um sorteio! — Sugeriu Caio, recebendo uma aprovação de todos. — Então... vamos sortear um desses. Jogos Mortais IV, Busca Implacável, Antes que termine o dia, Velozes e Furiosos em Tóquio, Benjamin Button, e acho que esses estão bons, né? Então tá! Tamires, pega um papel aí e vamos logo fazer o sorteio.

Conforme pedido, a garota correu para seu quarto — que felizmente não era o que Mariana dormia — e apanhou o papel, sem muita demora o sorteio já havia sido feito e as garotas reclamavam o fato de que Jogos Mortais foi o sorteado, mas não pestanejaram mais do que aquilo, pois concordaram com a ideia do sorteio.

Cobertores, travesseiros e almofadas, todos os cinco juntos em apenas um sofá enquanto o filme rolava. Tamires e Fernanda já se viam passando mal, mas teriam que aguentar o máximo que pudessem.

— Eu vou morrer de hipotermia! Não deveria ter vindo! — Evellyn reclamava ao tremer sem parar sobre sua prancha.

— Não me olhe desse jeito, a ideia foi sua e eu também estou congelando! — Wallace começava a remar de volta para a praia, tremendo.

— Eu achei que ia entrar na água e me acostumar, mas não aconteceu isso, e é a primeira vez! — Evellyn retrucou rapidamente. — E não venha me dar broncas. Você que quis vir, eu chamei, não obriguei.

— Mas é claro, eu queria um tempo sozinho com você, ué! — Wallace disse como se fosse algo óbvio, algo que Evellyn deveria saber sem que ele tivesse ter dito.

— E por que? — Perguntou ela, arqueando as sobrancelhas, mas não de forma realmente surpresa.

— Isso é pergunta que se faça? — Wallace arrastava sua prancha para fora do mar, agora sim ele sentia o frio de verdade, assim como Evellyn que fez o mesmo.

— Para mim, é, então trate de responder!

— Eu te acho linda!

— Só por isso? Obrigada pela mentira, mas foi desnecessária, eu não acredito em você.

— Eu não sou o Phellipe, tá? Eu só pareço com ele fisicamente, mas somos diferentes.

— E o que é que você quer então?

— Quero tentar uma coisa.

— Não! Eu já sei o que é, nem tente. Vem, vamos embora logo.

— Ei, Evellyn, espera, temos que guardar as pranchas! — Lembrou o moreno.

— Arg, é verdade. — A garota revirou os olhos quando viu-se mudar de rumo e começar a caminhar ao lado de Wallace para chegar até a barraca onde as pranchas eram guardadas.

Estava tudo escuro e era difícil enxergar, mas o casal não pareceu se importar tanto com aquele mero detalhe.

— Essa foi a prancha que usei no primeiro dia que vim à praia. — Comentou Wallace bem baixinho.

— Cale a boca, bobo. — Evellyn ajeitou sua prancha num canto e riu ao fim de suas palavras. — Anda, Wallace, vamos logo.

— Ei, Evellyn! Pega! — Berrou Wallace fazendo a garota se virar, e ao vê-la fazer isso, ele fingiu jogar algo na direção dela apenas para vê-la perdida na tentativa de pegar algo que realmente não existia.

— O que? — Ela sacudiu as mãos no ar, sem ver o que deveria ao certo pegar.

— Isso! — Finalizou Wallace.

Aproveitando a distração da garota, Wallace se aproximou e a puxou pela cintura antes que ela sequer pudesse pensar em fugir. O frio parecia ter se dissipado no momento em que Evellyn e Wallace tiveram os corpos próximos um do outro, o calor que era transmitido e toda aquela situação — tensa, no ponto de vista de Evellyn — simplesmente fazia-os esquecer que há pouco tremiam freneticamente. Ele sorriu de forma vitoriosa, mas ela não viu devido à falta de luz, mas o moreno podia ver claramente o rosto de Evellyn debaixo daquela escuridão quase total que tomava a barraca das pranchas. Ela sabia o que estava por vir, mas nem por isso quis evitar, não parecia tão ruim, não mais. Não que tivesse realmente achado que seria ruim pouquíssimo tempo atrás. Ele a beijou. Os lábios macios e bem desenhados do moreno tomaram os da garota de forma tranquila e delicada, ela sequer pensou antes de corresponder; não havia nada de errado em fazê-lo, ela gostou. Wallace sorriu ao perceber que Evellyn cedera, e sem qualquer objeção por parte dela ele a puxou para mais perto pela cintura, apertando-a contra si e sentindo a roupa molhada colar eu seu corpo, mas sem causar qualquer reação graças ao calor do corpo da garota que tinha em seus braços.

— Ok, chega! — Retrucou Evellyn repentinamente ao afastar um pouco Wallace pelo peito; ele ainda a mantinha perto, com as mãos em sua cintura.

Quase que apenas para provocar, o moreno riu e deu um selinho na garota. Evellyn corou de imediato e agradeceu por não estar claro, e mesmo estando quase no breu completo, ela podia ver os olhos verdes e claros do rapaz à sua frente. Perdeu-se neles por um segundo.

— Chega? Mesmo? — Wallace fez um bico antes de dar um segundo selinho em Evellyn.

— Chega, chega, está me deixando sem graça. — Resmungou ela, baixando a cabeça e buscando recuperar o ritmo de sua respiração.

— Acho que não consegui te deixar sem graça ainda. — Logo sentiu-o erguer seu rosto segurando seu queixo, ela podia sentir o olhar de Wallace sobre si.

— É sério. — Murmurou Evellyn.

— Só mais um. — Wallace riu consigo mesmo e deu mais um selinho em Evellyn, desta vez um mais demorado, quase como se seus lábios tivessem sido colados aos dela, e ao final deste permitiu-se morder o lábio da garota. — Agora sim.

Eu mereço mesmo.. — Bufou Evellyn para si mesma, desvencilhando-se dos braços de Wallace e correndo para fora da barraca.

Wallace correu atrás de Evellyn e a abraçou pela cintura.

— Não vai fugir de mim assim tão fácil. — Alertou-a.

Ela riu consigo mesma, embora inesperado e talvez até inoportuno, não era algo que ela estivesse considerando exatamente ruim. Poderia curtir e se divertir um pouco, acreditava piamente que não faria e nem havia tão mal assim nisso.

— AI CREDO! SAI, SAI, QUE AGONIA! — Tamires cobria o rosto com o cobertor a cada cinco segundos.

— Dá pra acalmar? — Pediu Caio.

— Não, não dá. — Afirmou a morena.

— Vamos acabar acordando a Mari. — Fernanda se lamentou, encolhendo-se cada vez mais no sofá entre Tamires e Marcelo.

Evellyn repentinamente entrou no apartamento ainda no abraço de Wallace, rindo como se fosse um dia qualquer e ninguém estivesse dormindo, como se sequer fosse madrugada. O casal paralisou ao perceber que os olhares da sala foram rapidamente direcionados a eles.

O que é isso? — Perguntou Phellipe arqueando as sobrancelhas.

Evy? — Tamires fez o mesmo que Phellipe.

— O que foi? — O olhar de Evellyn parecia denunciar o quanto ela estava perdida, por mais óbvia que fosse a situação.

— O que é isso? — Ressaltou Phellipe mais uma vez. — Wallace, o que é isso, cara?

— Eu disse que estava afim dela, seu idiota, já esqueceu? — Wallace soltou Evellyn e caminhou até o irmão, dando um tapa na nuca do mesmo. Fernanda, Marcelo e Caio dividiam-se em expressões que variavam, não sabiam se riam ou se demonstravam a surpresa.

— Ele disse? — Perguntou Evellyn como se aquilo fosse realmente uma surpresa.

— Disse. — Caio e Marcelo confirmaram, entreolhando-se ao perceber que falaram ao mesmo tempo.

— Ah. — As bochechas da morena rapidamente ruborizaram.

— O FILME, ENTÃO.. SANGUE, MORTE! — Fernanda disparou, apontando para a televisão ao perceber que o clima não estava exatamente tenso, mas também não estava muito agradável.

— É, o filme! Vamos voltar ao filme. — Disse um Caio quase que perdido naquela situação, agora contendo um riso que claramente parecia a ponto de escapar.

— Eu.. vou tomar um banho e logo volto. — Disse Evellyn, correndo para o quarto e se trancando no mesmo.

— WALLACE, O QUE VOCÊS FIZERAM NA PRAIA? — Perguntou Phellipe. Tamires pausou o filme quase que aliviada enquanto Fernanda também se levantava um pouco do sofá para ouvir uma resposta do outro gêmeo.

— Eu só.. beijei ela. O que tem? — Wallace achava que estavam todos exagerando, mas preferiu guardar aquilo para si.

— Parece que nossa Evy conseguiu alguém, não é? — Tamires gargalhou, Evellyn surgiu na porta do quarto.

— Alguém viu minha toalha? — Todos se calaram e a olharam como se guardassem um segredo. — Estão falando de mim, não é?

— Só estava comentando o quanto você beija bem! — Wallace comentou.

— Cala a boca! — Evellyn saiu do quarto e desferiu um forte tapa no ombro do rapaz.

— Tá no guarda roupa, lerda. — Tamires informou.

Evellyn voltou para o quarto enquanto todos continuavam a rir e comentar sobre o que quer que Wallace estivesse comentando sobre a noite breve que teve ao lado de Evellyn na praia. Quando Evellyn voltou, Wallace já havia ido para o 1528 tomar banho e voltou pouco depois. O filme não tardou a acabar e antes que todos percebessem, as garotas foram as primeiras a dormir e, junto a elas, Wallace e Caio também dormiram cedo. Marcelo e Phellipe ficaram acordados não por muito mais tempo, trataram apenas de ver mais um filme, mesmo que sequer tenham aguentado até a metade antes de dormir.


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