Estrela Dourada escrita por ThEmzi


Capítulo 11
Onze.


Notas iniciais do capítulo

Estou escrevendo sempre que posso, e agora que só tenho uma prova pra fazer daqui um tempo, pode-se dizer que tenho um tempo livre a mais pra me dedicar à história. Espero que curtam o capítulo :3



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Marcelo e Phellipe pareciam não acreditar no que estava acontecendo, pior que Fernanda, Tamires e Evellyn mais cedo. Sob o olhar também surpreso da irmã, Marcelo despencou num dos sofás, assim como Phellipe, que mantinha o olhar no chão. Os outros dois, Wallace e Caio entraram no apartamento.

— Fechem a porta, por favor. — Pediu Evellyn.

Com a porta já fechada, Marcelo e Phellipe ainda pareciam absorver o tão recente acontecimento. Fernanda e Tamires entreolhavam-se e assentiram, caminhando até os meninos.

— Marcelo. — Murmurou Fernanda.

— Phellipe. — Murmurou Tamires.

Os outros quatro sentaram no outro sofá, assistindo a cena tão inesperada.

— Queremos pedir desculpas a vocês. — Disse Fernanda. — Eu, principalmente. — Marcelo a encarava.

— E, bem, eu também. Desculpe. — Tamires sentou-se ao lado de Phellipe e Fernanda ao lado de Marcelo. — Vocês não tiveram culpa de absolutamente nada, só tentaram no ajudar..

— E nem vocês, foi tudo culpa do Lucas. — Retrucou Marcelo, franzindo a testa. — Agora tudo está resolvido. — Ele suspirou, sorrindo tranquilamente para Fernanda, que sentiu-se aliviada. — Pronto, agora acreditam.

Fernanda riu, e Tamires também ao sentir um suave empurrão recebido por Phellipe pelo ombro.

— Pois bem, tudo certo agora, vou tomar banho. — Retrucou Mariana, levantando-se sorrateiramente.

— Onde pensa que vai? — Arfou Marcelo. — Ainda não se explicou. O que estava fazendo com o salva-vidas?

— Bom, como você mesmo parece ter visto, estávamos com as bocas unidas, respondido? Agora, licença. — Bufou Mariana, indo para o quarto.

— Enfim… Sábado à noite, quem topa um luau pra relaxar? — Sugeriu Caio, parecendo querer distrair e alterar um pouco o clima no ambiente.


— Eu topo. — Fernanda estava feliz, de verdade.

— Eu to dentro. — Concordou Wallace. Os demais sequer precisavam responder verbalmente, apenas suas expressões e gestos respondiam por si.

— A Mari também vai, certeza. — Disse Tamires. — Então é só esperar por sábado.


Todos ficaram rindo e fantasiando por um momento, mas chegou a hora em que Evellyn expulsou os garotos, afinal, tinham que começar a ensaiar para a apresentação. Caio aceitou tocar durante a peça, mas ainda era necessário escolher as canções e mais um bocado de últimos acertos para que tudo ficasse perfeito.

As garotas ensaiaram até a noite chegar, Mariana evitava muito bem o interrogatório das amigas. Mariana e Tamires que fizeram o jantar daquela vez, a dor de cabeça da caçula diminuía gradualmente graças a alguns comprimidos indicados por Alexandre, que ligara durante a tarde, avisando que havia deixado com Paulo. Foi nesse momento que bombardearam Mariana com perguntas, e ao fim do dia corrido e cansativo, foram dormir.


Quase todas as cenas para a apresentação estavam prontas, o quarteto estava cansado, esperavam ansiosamente pelo luau proposto por Caio, ao menos era o que sentiam Fernanda, Tamires e Evellyn, já que de algum modo haviam se esquecido de falar sobre os planos para sábado com Mariana.

As aulas no sábado de manhã passaram lentamente, o que não deixou apenas as meninas, mas todos os alunos, desesperados e sonolentos ao mesmo tempo. E foi na deixa do professor de sociologia que Tamires comentou com Mariana sobre o que viria naquela noite: o luau.

— Eu vou. — Disse a caçula rapidamente.

— Achei que você fosse fazer o maior escândalo. — Riu Fernanda.

— Porque faria?

— Vai saber, você é chatinha. — Riu Tamires.

— Também te amo. — Bufou Mariana. — Só torçam pra eu não apagar lá, hoje vou a praia… treinar.

— Treinar, é? Sei. E o Alexandre? —Fernanda murmurava.

— Ele me deixou um bilhete ontem, nada demais, disse que estava com saudades.

— E quando ele vai te visitar novamente? — Perguntou Evellyn, tomando cuidado para não ser pega pelo professor.

— E como é que vou saber? Ele não avisa nunca. — Bufou Mariana, novamente.


— As senhoritas desejam vir explicar o que é fato social? Ou preferem que eu as encaminhe para a diretoria? — O professor virou-se para o grupo com as sobrancelhas erguidas.

— Não senhor, nos desculpe. — Pediu Evellyn.

— Só vou ser flexível dessa vez, e que isso não se repita.

— Certo. — O quarteto assentiu.

Todas se entreolharam e voltaram a atenção para a aula.

O almoço aos sábados era sempre no apartamento e, agora, os integrantes do quarto 1528 e do 1529 haviam entrado num acordo: as garotas cozinhavam e os garotos lavavam e guardavam a louça. Lucas já havia sido transferido e não estava mais no mesmo quarto que os demais garotos, para o alívio de todos ali.

— Certo, strogonoff de frango? — Perguntou Mariana para os garotos, que cantavam alegremente, acompanhando Caio no violão.

Ô pai, na minha idade você também era assim, a minha tia ‘caguetou’ você pra mim, fica na boa que seu filho tá normal… Cantavam eles, fazendo as meninas rirem.

— Eeeeeei, strogonoff de frango? — Perguntou Mariana num tom mais alto.

— Opa, por mim já é. — Riu Phellipe, seguido por expressões de concordância vindo dos demais.

— Ótimo. — Mariana riu, voltando para a cozinha.

Fernanda e Tamires seguiram a caçula e continuaram preparando o almoço enquanto a cantoria na sala prosseguia na mesma alegria e intensidade.

Não demoraram. O cheiro da refeição viajava por todo o apartamento, dando água na boca de todos, e antes mesmo que Mariana alertasse que já poderiam comer, os garotos, sem exceção de nenhum dos presentes, já estavam formando uma fila com pratos em mãos, apenas esperando a autorização de Mariana para atacar o conteúdo das panelas.

— Parecem crianças. — Ponderou Mariana, tirando o avental. — Podem comer, vou ver se sobra alguma coisa pra mim.

Ela foi para a sala e esperou todos se servirem. Felizmente haviam deixado um pouco de comida, o suficiente para que conseguisse manter-se de pé numa prancha sobre uma onda. Ao final, Mariana certificou-se que os garotos lavassem e guardassem as louças.

— Evellyn, vamos. Precisamos treinar se quisermos vencer o campeonato. Anda logo. — Chamava Mariana, segurando sua bolsa. Os garotos ainda estavam no apartamento.

Mariana estava se adaptando mais à ideia de ter a presença constante do irmão, mais do que imaginava, estava até considerando o fato de ele não estar tão chato, e depois do ocorrido com Fernanda, Marcelo andava evitando ficar com tantas garotas. Ao menos era o que parecia.

— Nós também. — Disse Wallace, sorrindo.

— Ah, é. Esqueci que vocês também vão. — Mariana suspirou.

— Relaxa Mari. Vamos, estou pronta. — Disse Evellyn, saindo do quarto.

— Eu to relaxada, eu acho. — Disse a caçula. — Vamos, vamos. Nos vemos lá então. — Disse Mariana aos garotos.

As duas saíram, Phellipe era o único que ficaria no apartamento com Fernanda e Tamires, daria seu jeito para distrair-se na ausência dos amigos. Fosse como fosse.

Já era hábito. O carrinho para ir a todos os lugares era dirigido por Mariana, que já se tornara uma motorista e tanto àquela altura. Evellyn apenas apreciava a vista do mar cada vez mais próximo.

— Hoje vou tentar algumas manobras. — Comentou Mariana, com um sorriso esperançoso.

— Mesmo depois da queda, você ainda quer aprontar? Quer rachar o crânio? Enlouqueceu? — Evellyn retrucou.

— Foi só um acidente, se quisermos ganhar o campeonato, tenho que tentar manobras desde cedo, e você também.

— Se você diz, né? Que seja. Teimosa.

As duas caminhavam lentamente até a praia, ainda iam pegar suas pranchas, o que fez Mariana tremer um pouco ao lembrar que Alexandre estaria exatamente ao lado da “barraca de pranchas”.

Não que fosse ruim vê-lo, mas Mariana não era muito acostumada com relacionamentos, afinal, só havia ficado com cerca de três garotos, e daquilo não passara. O que faria no momento em que visse Alexandre? E se simplesmente não o visse? Seria um grande alívio, porém, Mariana sabia que o encontraria hora ou outra.


Ao contrário da amiga, Evellyn não parecia pensar muito, apenas mantinha-se focada nas manobras que poderia mandar Mariana treinar até que tivesse aperfeiçoado o suficiente.

Evellyn e Mariana deixaram suas coisas sobre uma toalha na areia branca e foram buscar suas pranchas. Durante o caminho, o nervosismo de Mariana só parecia piorar, porém, o que ela se perguntava agora era o que Alexandre faria ao vê-la?

A caçula pegou sua prancha branca, a de sempre. O coração estava a mil, Alexandre poderia surgir a qualquer momento.

— Vamos logo. — Chamou Mariana, trêmula.

— Porque toda essa pressa e desespero? — Evellyn arqueou as sobrancelhas, pegando sua prancha.

— Alexandre. — Sussurrou a caçula, olhando para os lados como se fosse algo que ninguém além de Evellyn devesse e pudesse ouvir. — Ele pode aparecer.

— E o que tem?

— Tem que eu não sei como reagir. O que farei ao vê-lo? Vou começar a gaguejar e tremer!

— Fala sério, Mari. Porque tudo isso?

— Porque ele é um cara e tanto, e está afim de mim, e você não sabe, mas eu nunca namorei, e faz quase um ano que não beijo daquele jeito, se é que me entende. — Mariana tagarelou saindo da barraca com a amiga, que parecia estar achando tudo que Mariana dissera mais hilário do que sério.

— Você é a primeira garota de 15 anos que conheço que afirma nunca ter namorado. Como isso é possível? — Riu Evellyn.

— Cala a boca. — Advertiu Mariana, irritada.

Do lado de fora, Mariana viu Alexandre, mas ele parecia ocupado conversando com um grupo de garotas que o rodeava, de momento, nem ela e nem Evellyn reconheceram as garotas, mas como Alexandre e o grupo de admiradoras estavam próximos ao mar e das coisas de Mariana e Evellyn, querendo ou não elas teriam que passar perto deles e, quando lhes foi possível, as duas reconheceram Vitória, Amanda, Luiza e Eliana, apenas Beatriz não estava ali. Evellyn fez careta, e conforme elas se aproximavam, puderam ouvir Amanda:


— Ah, um homem como você deve estar namorando, não é possível!

Alexandre riu e levou uma das mãos à nuca, num gesto que Mariana não foi capaz de decifrar, afinal, não via suas feições.

— Ah, namorando não estou, mas estou interessado numa garota. — Respondeu Alexandre, sonhador.

— E nós a conhecemos? — Perguntou Vitória, esperançosa, ou não.

— Eu duvido um pouco que a conheçam. — Alexandre respondeu, olhando para os lados, e nisso, de relance, avistou Mariana passando por ele, próxima o suficiente. — Aqui está ela.

Mariana ficou sem reação no momento em que Alexandre a puxou pela cintura, assim como as outras garotas. Alexandre abraçava a morena com um sorriso bobo tomando conta de seus lábios.

— Oi, er… — Murmurou Mariana, sem graça. — O que houve, Alex?

— Nada, só queria mostrar a elas a garota pela qual estou louco. — Ele continuava sorrindo, enquanto as cinco — agora contando com Evellyn — estavam boquiabertas.

— Ah, claro. — Suspirou Mariana, não menos tranquila. — Sorte sua, ou minha, eu estar passando bem na hora, não é mesmo?

— Com certeza, senti saudades.— Disse Alexandre, levantando o rosto de Mariana repentinamente para lhe dar um beijo rápido. — Onde esteve?

— Estive um pouco ocupada, trabalhos, sabe? — Mariana passou a sorrir tranquilamente, dessa vez, envolvendo a cintura de Alexandre com seu braço livre.

— Entendo… Eu também. Caso contrário, teria ido ao seu apartamento.

Mariana assentiu, o casal parecia ter se esquecido das espectadoras perplexas até Evellyn soltar um pigarro seguido por uma tosse histérica.

— Enfim, preciso treinar um pouco, nos falamos depois. — Disse Mariana, desvencilhando-se delicadamente de Alexandre. — Ah, quero falar com você, depois que eu treinar. Me espera, tá? — Pediu ela, fazendo bico.

Claro, meu anjo, sem problemas.. Cuidado, certo? — Alexandre franziu o cenho e deu um selinho rápido em Mariana, que logo em seguida correu com Evellyn na direção do mar. — Enfim, é ela. Se me dão licença, preciso voltar ao trabalho.

Vitória estava pálida diante da cena e apenas assentiu quando Alexandre voltou para sua cadeira lá no alto.

— Precisamos falar com a Bia. — Arfou Luiza. — E já.

— Ela não precisa saber disso, precisa? — Bufou Eliana.

Claro que precisa, vamos. —Amanda retrucou e foi embora com as demais.

Mariana e Evellyn “remavam” sobre suas pranchas, e a mais velha não pôde evitar o comentário risonho.

— Ele está mesmo afim de você.

— É, eu notei. — Mariana riu baixo.

— Só que tem um porém…

— O que?

— Eu não autorizo você a deixar esse filé escapar. Ele é um amor, eu percebi no jeito que ele te olhava. — Riu Evellyn.

— Ah, estou começando a gostar disso, talvez não seja tão ruim.

— E você reagiu bem. — Comentou Evellyn. — Precisava ter visto a cara das garotas, mas você estava um pouquinho ocupada, sabe?

Ambas riram e Mariana, com um empurrão, derrubou Evellyn de sua prancha.



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