Os gritos ainda não haviam silenciado.

Havíamos nos obrigado e não mudar o local que acampávamos. No entanto, com o portal destruído, o tratado fora de que quando amanhecesse partiríamos. Solace pedira para que Otolon armasse apenas umas das tentas que eles traziam e esta, fora emprestada para Denzel. O fluxo de magia livre que haviam colocado dentro dele era muita, o que tornara o processo demorado para retirar, Solace até então não havia parado para descansar. Não começara nada pela manha, não almoçara e ainda estava dentro da tenta removendo a magia livre de Denzel.

E bom, como ela mesma dissera, era um processo doloroso e demorado, no momento, ele ainda gritava. No entanto, subitamente parou. Enquanto permanecíamos sentados ao redor de uma fogueira na clareira.

— E então, de que lugar você veio da Luz? — Otolon puxou assunto, Fallen observou-o.

— Não sei. Desde que me conheço por gente nunca parei morando em um lugar só por muito tempo.

— Era nômade?

— Não. Escrava. — Ela foi séria.

— Desculpe.

— Não, não há problema.

— Então você conheceu os famosos vátores? — Deron intrometeu-se na conversa.

— Já vi muitos de perto. Aquelas coisas nunca morrem.

— E já viu as Bestas da Areia?

Suspirei e observei o céu por um instante, tentando catar alguma constelação, porém, não consegui me concentrar. Ainda precisava conversar com Solace.

— Já matei uma delas. — Instintivamente todos nós encaramos Fallen, ela observou-nos ligeiramente espantada. — Falei algo errado?

— Você matou uma Besta da Areia? Como conseguiu isso?

— Eu havia sido capturada pelos vátores, estavam nos levando para o reino de Golden, porém, ainda estávamos no reino Cássia. Tive ajuda de dois irmãos, a garota mais velha era uma bélica e o garoto mais novo um desultor, a cidade onde eles moravam havia sido destruída em um ataque e eles haviam fugido e sido pegos. Conseguimos escapar dos vátores, porém, no meio do deserto nos encontramos com uma dessas bestas...

— E como essas coisas são? — Benjamin fez uma careta, embora estivesse visivelmente interessado na história.

— Enormes. Espécies de serpentes gigantes, e andam por baixo da terra. Sua couraçada é dura, e seca ao ponto de lembrar pedras. E eles têm uma cabeça em cada extremidade do corpo. Mas enfim, nos encontramos com um grupo de bélicos e desultores que viajavam para Edésia. Eles nos ajudaram a matar a Besta da Areia, e após isso os irmãos se juntaram a eles e eu me separei. Queria me tornar uma summoner na época, pensei que as habilidades que tinham poderiam ter haver com magia livre.

— E para onde você foi? — Yume a interrompeu.

— Iria para Etenesis, que ficava no mesmo continente, Edésia era em outro. Porém, no meio do caminho fui surpreendida por mercadores de escravos. Eles me pegaram, fui vendida e Abigail e Henry e depois me encontrei com vocês.

— Nossa... E apenas três alquimistas me perseguiam e ainda reclamava... Mas também tinha o cérbero... — Benjamin coçou os cabelos.

— Das últimas notícias que tive das Trevas, os alquimistas estavam furiosos com a notícia de que, havia traidores entre eles. — Deron comentou.

— E que tipo de traição?

— Parecia que havia alquimistas criando feras mais poderosas, e é proibido. — Namish respondeu.

— Você se lembra de algum nome? — Benjamin perguntou, por um momento, jurei acertar seus pensamentos quando pensara justamente nos alquimistas que havíamos nos deparado.

— Infelizmente, não.

―Sabe... Benjamin... ― Yoru encarou-o ―Como é o seu problema de visão?

Ok, aquela pergunta me parecia meio inesperada.

Benjamin engasgou com a própria saliva antes de falar, ele tossiu e por fim falou:

― Hã... Bem, eu não enxergo muito bem tanto quanto de perto quanto de longe, e quando não uso óculos forço de mais meus olhos e minha cabeça começa a doer.

―Ah... Então é por isso que você reclama tanta de dor de cabeça?

―Sim...

―E por que não usava os óculos o tempo inteiro, então? Como está fazendo agora?

―Por com que estes ―retirava os óculos e os analisava, eram de uma armação fina ―eu sempre tenho a sensação de que vão cair enquanto treino. E os meus óculos antigos estragaram...

Yoru iria provavelmente perguntar mais alguma coisa, contudo, foi interrompida pela chegada de Solace.

— Sora, ele quer falar com você. — Assenti e levantei. — Mais tarde, siga em linha reta a frente da entrada da tenta, irei lhe esperar mais a frente. — Solace sussurrou, para que apenas eu escutasse.

Maneei minha cabeça positivamente, e entrei na tenda que estava ao lado dela. Havia apenas um lampião aceso, ele estava ao lado da cama improvisada no chão que Denzel estava sentado. Ele ajeitou-se fazendo uma careta – constatei com aquilo que seu corpo ainda estava dolorido –, porém, não falou nada. Então apenas aproximei-me e sentei ao chão.

— Posso fazer uma pergunta? — Observei-o, Denzel estava sem camisa e Solace fizera uma atadura eu seu tórax sobre o ferimento que recebera com a alabarda. Denzel ainda tinha em seu peito a cicatriz que recebera há cerca de um ano, junto da outra cicatriz que Aghata fizera para trocar seu coração.

— Por que não poderia?

— Bom... — Ele respirou fundo. — O que você sentiu quando matou Argalon?

Essa pergunta pegou você de surpresa, não é, Sora?

Ele não tem ideia do quanto.

Abracei meus joelhos e escorei meu rosto sobre eles.

— Não tenho ideia de como definir aquilo. Eu estava desesperada, a destruição da cidade era um fato enlouquecedor... Eu havia apanhado, e muito, e ainda tinha os outros ferimentos, talvez tenha agido impulsivamente... — Fiz uma pausa. — Não, pensar assim é errado, eu estava ciente de tudo o que fazia. Matara Argalon, talvez tivesse outra maneira para fazer as coisas, mas resolvi fazer no modo mais cruel e definitivo.

— Não sabia que sempre pensou assim...

— E quem disse que sempre pensei? — Ele ergueu os olhos de dragão para me encarar. — Na verdade, tentei ao máximo não pensar muito nisso... Mas por que a pergunta?

— Porque matei um dos homens que estavam lá no portal. Porque se eu não tivesse ido para lá naquele horário, ninguém se machucaria. E porque se eu não me intrometesse, também teria evitado muito mais coisas. Você teria dado um jeito de uma maneira melhor se eu não interferisse.

— É, talvez você tenha toda a razão. Mas ninguém aqui é a Anciã do Futuro para prever alguma coisa. E ninguém é santo o suficiente para julgar.

— Mas era uma vida, ninguém tem o direito de tirar de outra pessoa. Ele poderia ter família e apenas estar trabalhando para Atiskin. Talvez eu esteja me tornando um monstro... Já tenho os olhos, o sangue e o coração de um.

Denzel gostava de fazer drama, às vezes.

— Luna me disse que, existem pessoas que fazem coisas muito mais cruéis. Pessoas que podem ter a alma muito mais corrompida, você não é um monstro. — Eu estava tentando consola-lo? Não poderia estar em minha melhor sanidade, não mesmo. — E se isso torna uma pessoa um monstro, existem muito mais desses espalhados em cada canto.

Denzel sorriu, e eu realmente não esperava aquela reação.

— Fico feliz que pense assim. É um bom sinal.

Apenas balancei minha cabeça, ainda achava Denzel uma pessoa estranha.

***

Ainda de olhos fechados, constatei que minha mão estava sobre as ataduras no tórax de Denzel, sentia que seu braço direito envolvia meus ombros, e notava sua respiração atenua. Eu adormecera e me esquecera, completamente, que precisava falar com Solace. Mas ainda havia ligeira preguiça de me acordar...

Eu precisava falar com Solace!

Quase que em um salto sentei enquanto coçava os olhos, havia me distraído, passara o resto do tempo conversando com Denzel e me esquecido completamente que ela dissera que iria falar comigo.

Droga!

Só não venha me dizer que não queria ter ficado conversando com ele...

Cale-se Arcano. — Lhe respondi mentalmente, porém, da maneira mais fria que consegui.

Está bem...

Silenciosamente levantei, tentando ao máximo não fazer barulho. Denzel se mexeu, porém, não notou que eu me afastara. Sai da tenda, ainda torcendo para que meus paços não fizessem barulho. Pus o capuz de minha capa, ao constatar que todos na clareira dormiam. Ainda era noite. Procurei por Solace, porém, não a encontrei.

Solace falou sobre seguir reto em frente à saída da tenda, certo? — Perguntei a Arcano.

Suspirei e seguida em frente. Adentrei as árvores, não precisei caminhar muito para ver a silhueta de Solace mais a frente. Ela estava sentada, escorada em uma árvore, usava uma espécie de capa com o capuz que cobria o seu rosto, seus cabelos de cor branca caiam-lhe sobre os ombros. Ela segurava o cajado, apoiado uma das mãos nele.

Aproximei-me em silêncio, Solace estava dormindo.

— Solace? — Perguntei, ela se mexeu erguendo o rosto, para me encarar com os olhos de cor amarela.

— Desculpe-me, estava exausta e acabei adormecendo.

Sentei no chão e escorei minhas costas em outra árvore antes de falar:

— Não, eu que devo desculpas. Atrasei-me e a deixei esperando.

— Denzel parece se importar bastante com você. — Preferi não responder, ela sorriu. — Mas você que explicações, não é?

— Primeiramente, diga-me exatamente quem você é, o que faz aqui. — Fui séria, porém, era calma. — Esqueça completamente o que disse antes, e comece do início.

Solace respirou fundo.

— Se é isso que pede. — Ela observou-me. — Era a summoner de Etenesis. Minha irmã mais nova estudou sobre a manipulação da magia livre e, como se tornar um summoner por anos e eu nunca soube disso. Há dois anos, recebi uma carta, que contava todo o verdadeiro motivo da guerra contra Edésia.

— E o que era de fato?

— Quando a filha do rei de Etenesis nasceu, foi feito um tratado com Edésia, que o filho mais velho do Rei Darwich, deveria se casar com a filha do Rei Karnos. Acho que a diferença de idade das duas crianças na época deveria ser de uns sete anos. No entanto, um ano depois, quando o filho deles completou oito anos, Darwich foi acusado de mandarem roubar a filha de Karnos...

— Isso não tem muito nexo... Mas quais eram os nomes das crianças?

— Denzel e Engelaine.

Aquilo quase me fez engasgar.

Denzel... Será que...

As probabilidades não são de zero, Sora. — Aquilo era um fato, precisava admitir.

— Sabia que você reagiria assim. — Solace voltou a falar. — Mas por favor, peço-lhe que não conte isso para ele. Pode ser um acaso e criar falsas esperanças não é bom.

— Não irei contar. — Ela assentiu em resposta. — Então quer dizer que Denzel tem chances de ser herdeiro do Reino de Edésia?

— Não. Se ele realmente é o filho Darwich e Endrew, em momento algum foi o filho herdeiro. Embora o mais velho. Em Edésia existe uma lei, que apenas os que têm sangue nobre, que herdaram a aparência Real de um Rosenrot podem se tornar reis. E o filho mais velho, não havia herdado a aparência real, como você, que é uma Maarten, se tivesse um irmão e esse irmão não herdasse os mesmos traços, ele não seria considerado um Maarten. E por isso o tratado, o filho de Darwich se casaria com Engelaine e eles se tornariam reis de Etenesis. Criando uma futura aliança com Oliver, que é o filho mais novo de Darwich, unindo assim os dois reinos.

— O que sabe sobre a linhagem Maarten? — Estreitei os olhos mudando de assunto.

— Se não estou enganada, o General das Tropas do Exército Real de Edésia, é um Maarten também.

Então, parece que sobre a divisão da família que Aghata falou... Existem Maarten na Luz.

É o que parece.

— Mas e sobre a guerra e a traição, o que Atiskin fazia aqui?

— Atiskin queimava arquivos, aquela garota deveria saber de algo importante e aquele animal, deveria pertencer a algum bélico que já morreu. O Grande Traidor da história é o rei de Cássia. Slade minha irmã entrou em contato com Atiskin, e ela mandou essa carta para mim. Dizendo que havia conseguido o persuadir ao ponto de contar tudo, a traição, o motivo da guerra. No entanto, na carta também dizia eu deveria ir sozinha até Edésia. Foi o que fiz, mas quando estava próximo, fui encontrada por Atiskin e o Exército de Cássia, e imediatamente acusada por traição. Em horas que fiquei longe de Etenesis, minha irmã assumiu meu lugar, e Cássia passou a se aliar a Etenesis, deixando Edésia.

— E a sua pena? Eles geralmente tem uma rígida pena para acusados de traição...

— Iriam me matar, por sorte, Otolon me salvou.

— E por que motivo um rei faria isso?

— Edésia é o reino mais poderoso. O traidor era seu aliado e apenas esperava o momento certo para mudar de curso. A ideia é derrubar Edésia. Transformar em um Império Fantasma.

— E para isso, fizeram com que Etenesis e Edésia se acusassem.

— Exatamente. Até os dias de hoje não se sabe o paradeiro de Engelaine e Denzel. — Solace era séria no que dizia, ela parecia odiar aqueles fatos. Eram injustos. Completamente.

— Meu objetivo é derrubar Clayter, o maldito rei de Cássia. Atiskin já foi. É questão de tempo para conseguir fazer isso. Junto disto, creio que Slade também irá cair.

— Mas ela não é sua irmã? — A maneira como ela falava... Era como se a outra fosse apenas mais um.

— Ela já foi minha irmã. — Solace era rancorosa ao se pronunciar, e entendia seus motivos. —— Suspeito até hoje de que ela use magia proibida... Foi completamente invadida por maldade, está do lado de Penumbra.

— Realmente, eu não fazia a menor ideia sobre tudo isso.

— Aliás, Sora, também quero lhe dar um presente.

— Presente? — Ponderei.

Solace não me respondeu, e tateou sobre o bolço de seu vestido. Fiquei apenas observando-a. Ela retirou uma espécie de colar, de corrente prateada, o pingente deveria ser alguma espécie de cristal azul.

— A pedra desse colar é uma Gema de Cura. — Entregou-me a joia, fiquei apenas observando-a, era bonita. — Notei que você e seu grupo tem uma ligeira tendência a conseguir machucados feios. Então, isso vai ser útil.

— Como... Isso funciona? — Ergui os olhos para encara-la.

— Bom, é uma Gema de Alto Nível. Ou seja, a magia livre colocada dentro dela está em seu estágio de cor verde-água, que é mais poderoso do que o de cor dourada. Então, ela cura rapidamente. Para isso, você precisa apenas quebra-la. Mais ou menos assim — Ela pegou o colar e forçou a pedra para despedaçar com as mãos e uma espécie de luz de cor verde-água saiu. Solace esticou o braço esquerdo e largou-a sobre um arranhão que, provavelmente, recebera em sua luta com Atiskin. Formava uma espécie de aura e sumiu ao entrar em cotado com a pele, como se esta sugasse.

O ferimento começou a se fechar, enquanto ela fazia uma careta.

— O único problema de curar uma lesão dessa maneira, é que a dor que você sente é a mesma de quando o recebeu, às vezes pior.

— E a pedra?

— Ela volta ao normal imediatamente. — Solace entregou-me o colar novamente, e a pedra estava intacta. — É algo muito útil, embora não sirva para cicatrizar a energia vital de alguém...

— Achei que curasse qualquer tipo de ferimento...

—Dentro de todos nós existe um pouco de energia vital, que se desgasta conforme o esforço que fazemos. Nos torna fracos, é como se ela estando fraca, enfraquecesse nossa vida também. Por isso disse que os ferimentos de Denzel não deveriam ser curados. Cada um tem uma energia vital diferente, quando ela entra em contado com um ataque como o que Atiskin usou, seu nível baixa rapidamente. E ela só se eleva após alguns dias. — Solace parecia muito mais animada, era como se ela gostasse do fato de que tinha conhecimento.

— Obrigada. — Falei e em resposta Solace sorriu.

***

E a viagem havia atrasado.

Devido os ferimentos de Denzel, que Solace insistira que deveriam ser curados normalmente, sem ninguém intervir. E hoje, ao que havíamos contado no calendário, era dia 31. O último dia do mês, e último do ano.

O dia estava cinzento, e ventava, a ventania era muito forte.

Tentávamos correr com os cavalos – Otolon com Arctos, obviamente –, porém, o vento era demasiadamente forte e não deixava. Mais distante, era possível ver a cidade de Hibernyan. Sua construção era... Algo muito, mas muito interessante. Construções altas ser erguiam, de forma circular as cores eram diversas, era bem diferente de Temesia. Não era uma cidade exageradamente grande, no entanto, as construções altas de onde estávamos, as torres que tinha, eram muito bonitas, ao que parecia. E ficava uma floresta após a campina que tentávamos ainda atravessar.

— Acho que seria uma boa ideia desviar o nosso caminho agora! — Deron exclamou, enquanto parávamos de galopar, o vento ainda era forte e eu segurava com força minha capa para que ela não voasse junto, assim como o colar que recebera de Solace. — Arcádia fica na direção da costa! — Ele segurava seu chapéu, para que não saísse voando.

A Aliança de Pale ainda tinha de cumprir um trabalho para Arcádio.

Chegava a ser irônico o quando os três mundos às vezes pareciam minúsculos.

— Foi muito bom conhecer vocês! — Otolon exclamou.

— Digo o mesmo. — Denzel disse, embora, era preciso elevar o tom de voz ao máximo. Afinal, o vento além de forte ensurdecia. Enquanto assoviava e jogava poeira, meus olhos ardiam.

Aquilo era o sinal de apenas uma coisa: iria chover, e abundantemente.

— Vocês vão mesmo ter que ir agora?! — Yoru parecia aborrecida com aquele fato. E não era de se esperar menos, nos últimos dias, eles haviam ensinado algumas coisas aos elementos. Embora os quatro haviam decidido que não iria mostrar nada ainda. Como a viagem fora cheia de paradas, ainda havia conseguido ensinar algumas coisas para Yoru, e devolvera a espada para ela.

— Bom... Então essa é a nossa deixa — Deron disse e se dirigiu na outra direção, enquanto acenava. Dafar acenou e o seguiu, Namish e Otolon fizeram o mesmo em seguida.

—Foi uma honra conhecer vocês. — Solace sorriu de maneira emblemática na minha direção, e seguiu-os por fim.

— Tchau! — Yume e Benjamin exclamaram e acenaram ao mesmo tempo. Observei Yoru, ela chorava?

— O que foi? — Denzel perguntou.

— Esse vento está fazendo os meus olhos arderem. — Ela fungou.

— Não, você está chorando por que eles se despediram. — Yume a entregou.

— Por acaso uma pessoa não pode ser sentimental de vez em quando? — Chegava a ser engraçado vê-la daquela maneira.

— É, e já pensou se você nunca mais ver eles? — Benjamin caçoava, e ele não perdia oportunidade.

— Cala boca, Benjamin! — Ela exclamou e secou as lagrimas novamente. Era uma cena cômica, Yume e Benjamin riam. — E você também, Yume!

— Que animal é aquele? — Encarei Fallen, ela apontava para o ordhere que corria na nossa direção.

— Parece que alguém nos seguiu o tempo inteiro. — Denzel comentou, esperamos que o animal se aproximasse mais um pouco.

Em seguida, finalmente direcionamos nossa rota para Hibernyan.

Precisaríamos fazer uma parada.