Um Amor Clichê escrita por LunaLótus


Capítulo 2
6 meses depois




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Primeiro semestre concluído. Durante todo esse tempo, consegui manter minha meta. A garota boazinha e sem destaque. A antissocial. A invisível.

Ou quase invisível.

O garoto misterioso me notava. Eu podia sentir o olhar dele na minha nuca.

Não vou mentir. Eu também o observava. Ele me atrai de um jeito anormal.

A pele clara, lisa, sem uma penugem sequer. O cabelo tão negro quanto os olhos, liso, assentado de uma forma despreocupada, bagunçado de um jeito fofo atrás.

Ainda não sei o nome dele.

Eu já o tinha decorado. Quando fecho os olhos, posso vê-lo perfeitamente. Com aquela calça jeans preta, a blusa branca e o casaco preto por cima... É a minha imagem favorita dele.

Mas o que estou fazendo?!

Um garoto como ele jamais se interessaria por alguém como eu. Ele é popular, e eu, a esquisitona antissocial calada.

E ele parece saber sobre essa barreira. Depois daquele fatídico primeiro dia do primeiro semestre, acho que ele percebeu a distância que quero impor, e respeitou isso.

O sinal soa ao longe e eu corro para a sala. Preparada para o primeiro dia do segundo semestre? Não. Nunca. Mas vamos lá.

Entro na sala e logo percebo que há algo errado. O meu parceiro nerd ainda não havia chegado. Estranho. Geralmente ele é o primeiro a chegar. Resolvo esperar até o professor se apresentar.

Um homenzinho atarracado, com um rosto redondo, entra na sala carregando uma pasta. Deve ser o professor, penso. Ele se senta e todos fazem um silêncio anormal. Então olha atentamente para a classe e diz:

– Bom dia, jovens. Sou Romualdo. Como vocês sabem, e eu espero que saibam mesmo, senão os chuto porta a fora, sou professor de cálculo avançado.

O professor Romualdo se levanta e começa a andar para lá e para cá pelo pequeno palco, balançando a cabeça em sinal de confirmação e repetindo toda hora, baixinho “é isso aí, não é isso aí? É isso aí.” Ele olha para cada um de nós, estudando.

– A minha CLASSE...tem regras! – ele fala assim, gritando algumas palavras, e quase sussurrando outras. – NADA de conversas paralelas! NADA de sair para o BANHEIRO! Faça suas necessidades antes ou faça NAS CALÇAS! – Ele para em pé, as pernas exageradamente abertas. Seguro um riso. É um homem simpático e engraçado. – E na minha classe, TODOS devem ter um parceiro. JOVENS! ACORDEM JOVENS! VOCÊS NÃO TOMARAM CAFÉ, NÃO, FOI?!

A turma toda ri.

Romualdo olha para mim e depois para o garoto misterioso.

– Você aí, jovem! Qual o seu nome? – o professor pergunta para ele.

Antes que eu pudesse notar o que estava fazendo, minha respiração para e viro-me para o garoto. Meu coração está acelerado.

– Klaus, senhor – o garoto-misterioso-que-se-chama-Klaus responde, enquanto seus olhos fixam-se nos meus. Viro-me rapidamente para frente, enquanto um leve sorriso aparece no canto da sua boca.

Meu coração derrete.

Como seria a sensação daquela boca na minha? Qual seria o sabor de seu beijo?

Baixei o rosto para impedir que o resto da turma me visse ficar vermelha.

– Hmmm, senhor... Gostei! – diz o professor, e toda a turma ri. – Muito bem, Klaus. Sente-se ali, ao lado daquela jovem.

Que não seja eu, que não seja eu, que não seja eu...

Ergo o rosto e então...

Klaus. O nome dele é Klaus. Agora já sei como se chama.

E a distância?

Ao meu lado.


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