Scar Tissue escrita por Duplicata


Capítulo 16
Ela é uma luz no fim do túnel


Notas iniciais do capítulo

Leitoras, espero que vocês compreendam quando eu trocar a Alice pela Julie ou fazer um capítulo chato, mas é porque minhas ideias andam escassas se comparando o que eu penso para As Relíquias Fatais.



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“O que quero dizer é que preciso me envolver profundamente

Continuar imaginando encontros, vidas inteiras desejadas

É injusto não estarmos em algum lugar

Comportando-nos mal há dias

Grande fuga perdi noção do tempo e do espaço

Ela é uma luz do fim do túnel, escalando o meu desejo”

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Alice passou voando pelo alojamento da primeira coorte e assim que pegou sua mochila e a espada saiu correndo até a principia, onde encontraria Josh para a tão sonhada liberdade. Não tardou muito e ela avistou Josh vindo meio cambaleante, ainda com o sono estampado no rosto e nas calças que estavam ao avesso.

– Josh...

– Sim?

– Suas calças estão ao avesso!

Josh olhou para baixo e deu uma risadinha, na pressa de juntar algumas coisas para partir e com o pensando ainda trôpego de sono, ele nem tinha reparado muito nas roupas.

– Desculpe. Ainda estou com um pouco de sono.

– Tudo bem. Precisamos deixar um bilhete para Henry, para dizer que fomos embora por um tempo e ai você pode desvirar a calça, se quiser é claro, porque você ficou mais bonito assim. Se me permite dizê-lo...

Alice e Josh começaram a andar para a Casa do Senado, agora sem pressa de chegar ao destino.

– Não, não permito que você diga isso- Josh entrou na brincadeira.

– Mas eu já disse. Há.

– Engraçadona, vamos logo. O último que chegar é a esposa de Júpiter!- A garota mal pode respirar em resposta, pois o filho de Apollo já estava correndo alguns passos a sua frente e ela não hesitou mais, saiu correndo no seu encalço, como sempre fizera.

Chegaram a Casa do Senado arfantes e risonhos pela súbita corrida, mas se controlaram o suficiente para invadir o local de trabalho de Henry e Scott. Josh fora o primeiro a entrar por uma janela que estava com o trinco quebrado, saltando e se movimentando com a agilidade de um gato e a graciosidade de um bailarino, diferente de todos os outros campistas, barulhentos e aptos apenas a luta com espadas.

Alice entrou depois, com a ajuda de Josh Calça Virada e juntos foram andando até o gabinete de Henry, que ficava no lado direito do salão principal de reuniões.

– Muito fácil não é?- Alice comentou, empolgada pelo que estava fazendo.

Josh olhou para a amiga, pensando se falava a verdade, de que ela não nascera para arrombar lugares públicos ou se concordava, optou pelo mais fácil.

– Muito.

Quando entraram na sala de Henry, ficaram surpresos, afinal, aquela sala pertenceu a todos os pretores antes dele, mas agora a sala estava muito diferente de como estava antes, quando ela pertencia a Denise.

Josh não falara, mas estava com medo de entrar ali e encontrar a sala exatamente igual como estava quando viu o corpo morto de Denise, mas vê-lo agora diferente era um alívio tremendo para ele.

As paredes agora estavam cinza, que antes era de um vermelho vinho. Toda uma parede era coberta por livros, desde o chão até o teto e Josh achou isso muito bom, pois fora naquele lado que Denise dera seus últimos suspiros. O chão estava coberto de um veludo preto, tapando as manchas de sangue do chão original e a escrivaninha de Henry estava posicionada em frente a grande janela que a essa hora da noite, trazia uma tênue luz da lua.

– Ficou ótima a decoração- Alice comentou e Josh consentiu.

Ambos não conseguiam falar muito, a sala parecia expirar morte, apesar de estar tão diferente de como era antes.

– Vou fazer o bilhete- Alice foi a escrivaninha, pegou um papel e uma caneta e começou a escrever com sua letra delicada e pequenina.

“Querido Henry,

Através dessa carta eu, Alice e o Josh, viemos comunicar-lhe que partimos do Acampamento Júpiter, não para sempre, mas por um tempo. Sabemos que Josh não precisa mais partir, mas mesmo assim, ele insiste que este é o destino dele e você sabe, sempre estarei junto, aonde ele for. Espero que entenda e que nos deseje sorte. Voltaremos. Um dia.

Com amor,

Alice e Josh”.

– Pronto, terminei- Alice colocou o bilhete em cima dos outros papeis, dobrou-o ao meio e escreveu “Para Henry” em cima, colou um peso em cima da carta para que não se perdesse e foi para junto de Josh que fitava o chão, exatamente no ponto em que Denise morrera.

– Foi aqui- O garoto sussurrou.

– Eu sei.

– Foi horrível, havia sangue por tudo e ela estava pálida e gelada, a arma estava ao lado dela. Eu fiz isso.

– Não fez não Josh. Vamos embora.

– Você não entende Alice, fui eu, desde o início. Eu causei a morte dela.

Alice se irritou, já tinha ouvido muitos monólogos desse gênero.

– Já chega Josh Percival Júnior! Eu não quero mais ouvir nada disso, porque não foi você!

Josh olhou para ela, sem entender qual era a dela.

– Josh Percival Júnior?

– É assim que vou te chamar quando você me irritar. Fique esperto Josh Percival Júnior.

Josh sorriu, sempre quando ele pensava que estava caindo no buraco, sozinho e na escuridão, vinha Alice e o puxava para fora e para luz, com uma tênue esperança, ela não sabia, mas era nesses momentos em que ela mais salvava Josh de começar a cortar os pulsos.

A saída do acampamento fora fácil, Término estava fraco pela força que tivera que usar contra a invasão dos monstros alguns dias antes então não reparou nos dois semideuses que ultrapassaram suas barreiras, passaram pelo Pequeno Tibre e então entraram no Túnel Caldecott, saindo enfim, no mundo mortal.

Alice puxou o ar poluído e se sentiu trôpega de felicidade, estava livre e com Josh, ela não poderia estar mais feliz se conhecesse Josh Klinghoffer, o guitarrista de sua banda favorita.

Foi então, ali, em meio ao amanhecer do mundo mortal cheio de monstros que Alice teve uma ideia de sobrenome para Josh e sentiu tola por nunca ter pensado nisso antes.

– Hei Josh!- A garota exclamou, com os olhos brilhando.

– Sim?

– Já sei um sobrenome para você!

Ele olhou para ela, curioso demais para conter um sorriso que se formava em seu rosto.

– E qual seria?

– Klinghoffer. Você é muito parecido com ele e seu primeiro nome é Josh então fica tudo perfeito!

– Espere. Klinghoffer do guitarrista?

– Sim!

– Será que fica legal?

– Sim! Sr. Klinghoffer!

– Tudo bem então, você quem manda.

Josh se arrependeu de ter falado isso no instante em que disse, Alice nunca fora uma pessoa muito sensata no quesito mandar, mas ele sabia que só existe três coisas que não voltam atrás, uma flecha lançada, uma palavra dita e a confiança quebrada. Ele sabia, estava especialista nas três. Mas acima de tudo, ele sabia que estava seguro com ela. Estava confiante de que nada poderia dar errado, Alice era a luz do fim do túnel.

– Isso é interessante... Vamos comer algo e então decidimos aonde vamos está bem?

– Tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Quero dividir com vocês minha decepção.
Acertei 98 questões no Enem- Decepção 1
Acertei 29 questões num vestibular aqui do Sul de 52 questões- Decepção 2
Descobri que não vou ganhar mais livros- Decepção 3
Enfim, com essa onde de decepções não ando muito criativa, mas vou tentar. Por vocês.