Meu Guarda Costa escrita por Diinda
Capítulo III
‘Sombra’
Dois dias haviam se passado desde o ocorrido na casa de Michi, Sakura não tinha saído desde então, não queria que o pai pensasse que era uma afronta. Sakura tinha pensado em dedicar esse tempo a sair com Tomoyo mas ela estava na faculdade e só conseguiram se ver na noite anterior.
Vendo Tomoyo na faculdade Sakura se lembrava dos sonhos que havia construído pra si mesma, formar-se e constituir uma boa família, mas agora esses sonhos pareciam mais distantes. Ela fazia de tudo para contrariar o pai, por isso havia largado a faculdade, não trabalhava, havia abandonado o ballet, e as aulas de tecido acrobático, mesmo que tudo isso tenha lhe custado muito. Cortou o cabelo, adquiriu um jeito mais despojado, esqueceu a timidez, passou a sair a noite, a beber, a chegar em casa tarde, a sumir de vez em quando mas nada parecia atingir o pai, a única coisa que ele pensava era no país. Era pura verdade quando ela dizia que preferia quando ele era um simples professor de história durante a sua infância, Sakura não se importava com o dinheiro que vinha do pai, doava boa parte do que ganhava sem que ele soubesse e por mais que as pessoas pensassem que ia aos eventos beneficentes por causa dele, ela ia porque gostava.
– Acorda. – disse Fukitaka entrando no quarto da filha – Sakura acorda. – ele mexeu no cobertor incomodando a jovem.
– O que? O que faz aqui tão cedo? – perguntou a jovem entreabrindo os olhos – Eu não fiz nada de errado, nem saí esses dias.
– Eu sei. – disse ele andando pelo quarto – Mas é justamente por isso que eu estou aqui, pensei bastante sobre suas saídas e também no que já haviam me aconselhado algumas pessoas e pensando na sua segurança tomei uma decisão.
Sakura sentou-se na cama e ouvia atentamente, só queria que ele soubesse que sua presença a fascinava. Ela não podia negar que o pai era um homem extraordinário que subiu na vida pelo próprio esforço e com certeza seria a primeira a comprar a autobiografia que ele estava escrevendo.
– Foi por isso. – continuou Fujitaka – Que eu contratei o Shaoran, pode entrar rapaz.
Um rapaz bem vestido num termo escuro entrou no quarto de Sakura, era o homem mais atraente que Sakura já havia visto.
– Senhorita. – saudou o jovem a Sakura.
Sakura abriu a boca, mas fechou sem falar nada.
– Pai! – exclamou a jovem puxando as cobertas – Você não tinha outra forma de nos apresentar que não fosse invadindo meu quarto a essa hora da manhã?
– Esse é o seu problema, não ter ocupação. São oito horas Sakura. – respondeu Fujitaka a jovem – O senhor Li vai ser seu guarda costas, acompanhante pessoal ou do que você quiser chamar, até mesmo melhor amigo. Ele vai ter acompanhar pra onde você for e fazer com que você fique longe de problemas ou faça besteiras.
– O que? – gritou Sakura, ela queria levantar mas lembrou-se de que estava de camisola – Eu não preciso de uma babá.
– Quem se comporta como uma criança precisa de uma babá como uma criança precisa. – respondeu Fujitaka – Eu já havia imaginado sua reação por isso Shaoran já está ciente que você poderia se recusar a aceita-lo também.
Shaoran apenas confirmou com a cabeça.
– Mas ele decidiu ficar, portanto trate de aceitá-lo. Vou ter um dia cheio hoje, bom dia pra vocês. – disse ele se retirando.
Sakura ficou estática por alguns segundos tentando digerir a informação. Shaoran a observava sem nada dizer.
– Pode... Pode me dar licença, por favor? – desengasgou ela – Eu preciso me arrumar.
Shaoran confirmou com a cabeça.
– Estarei por perto. – disse a Sakura antes de sair.
Sakura gritou quando ele saiu do quarto, pensou em quebrar algumas coisas pra aliviar a raiva mas pensou na senhora Misaki e desistiu, continuou a gritar.
– Você não vai acreditar. – disse Sakura quando Tomoyo atendeu – Meu pai me contratou uma babá.
– Pensei que a senhora Misaki fosse suficiente pra cuidar de você, afinal você já está muito grandinha. – respondeu Tomoyo.
– Deixa de ser besta Tomoyo. – respondeu Sakura – É um guarda costas, um cara enorme em vários sentidos, que só sabe balançar a cabeça e agora vai ficar na minha cola o tempo todo.
– Ah, tá! Agora entendi. – disse Tomoyo – É pelo seu bem, agora que seu pai chegou a vice-presidente você não pode continuar andando por aí sozinha em todo lugar, principalmente a noite como você anda fazendo.
– Pra que eu quero esse homem comigo? – perguntei a Tomoyo – Imagine quando fomos ao cinema, eu, você e ele pendurado. Aí sim eu vou chamar atenção.
– É tem razão também. Mas seu pai sabe o que faz, ele é seu pai só quer seu bem.
– Ele quer se livrar de sua responsabilidade que sou eu. – retruquei – Por isso o Touya foi embora, porque não aguentava a indiferença dele.
– E você já pensou em fazer o mesmo? – perguntou-me Tomoyo.
– Em ir embora? Eu não! – respondi.
– Claro que não Sakura. – disse ela – Em tomar um rumo pra sua própria vida, estudar, trabalhar e parar de ficar tentando chamar a atenção de seu pai tão insistentemente talvez ai ele reconheça que precisa de você tanto quanto você dele.
Sakura suspirou, já havia pensado naquilo um milhão de vezes.
– Também já tentei isso lembra? – ela disse triste – Não deu muito certo.
– Estou em aula agora. – disse Tomoyo – Almoça comigo?
Sakura marcou com Tomoyo num shopping perto faculdade dela pra almoçarem juntas meio dia e meia, mas então se lembrou porque havia ligado pra Tomoyo. O tal Li. Foi por isso que eu ligou pra Tomoyo não pra falar de seu pai.
Ela não saiu do quarto durante a manhã e se perguntava o que o sujeito estaria fazendo durante aquele tempo, meio dia estava pronta pra sair.
– Vai a algum lugar senhorita Kinomoto? – Shaoran perguntou a Sakura quando ela passou pela porta em direção a garagem.
– Vamos lá então, entender como são as coisas entre nós. – disse Sakura retirando os óculos escuros enquanto caminhava – Tem certeza que você quer ficar? Eu não preciso de alguém colado em mim o tempo todo, é uma sensação estranha de estar sendo seguida, fazendo algo errado.
– São as orientações do seu pai, se não está contente deveria reclamar com ele. – disse Shaoran, Sakura suspendeu as sobrancelhas com surpresa e ele percebeu que havia sido rude com a jovem – Desculpe senhorita foram as ordens que recebi de seu pai.
– Isso foi muito grosseiro de sua parte, eu não lhe tratei dessa maneira. – rebateu Sakura.
– Eu peço desculpas novamente. Reconheço que fui grosseiro.
– Como é que funciona? – cortou Sakura que só queria deixar claro que havia percebido a forma que ele a havia tratado – Por exemplo, estou indo almoçar com uma amiga. Você senta conosco? Come conosco?
– Não, eu fico por perto. Observo, não atrapalho. – respondeu ele.
– Tipo uma sombra? – perguntou ela.
Shaoran franziu a testa e pensou um pouco como não ser rude dessa vez.
– Pode ser. – respondeu ele – A sombra está sempre presente, mas ela não te incomoda certo?
– Certo então sombra. Meu pai disse que eu poderia chamá-lo como quisesse. Então vamos lá. – disse Sakura recolocando os óculos e fazendo menção de abrir a porta do carro mas Shaoran também tentou e as mãos se encontraram na maçaneta, alguns segundos se passaram e Sakura recolheu a mão rapidamente como se houvesse tomado um choque.
– Desculpe. – pediu Shaoran.
Foi a vez dela apenas acenar com a cabeça.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Olá Pessoas,
Desculpe pela demora em postar, o site estava em manutenção esses dias. Agradeço a todos que estão lendo e comentando. Deixem comentários é rapidinho e deixa meu coração tão feliz!!
*__*
Até mais
Beijos