Nabiki Tendo observava atenta enquanto seus convidados chegavam. Ukyo Kuonji foi a primeira a chegar e foi seguida pelos irmãos Tatewaki e Kodachi Kuno. Shampoo, que acabara de fazer uma entrega nas proximidades, foi a próxima. O último a chegar foi Mousse, que apesar de ter acompanhado Shampoo durante a entrega, se perdeu no caminho porque se esqueceu de colocar os óculos.

Os seis adolescentes estavam dentro do restaurante conhecido como Nekohanten(1) e Nabiki se deliciava com uma tigela de macarrão.

— Por que me chamaste aqui, Nabiki Tendo ? — Tatewaki Kuno foi o primeiro a falar. — O que é tão importante para que minha presença seja solicitada em um ambiente tão ignóbil ?

— Eu faço minha as palavras de meu irmão, plebeia. Esse local é um chiqueiro comparado aos restaurantes franceses que eu costumo frequentar.

— Samurai de bambu e garota histérica não falar mal de restaurante — Shampoo chiou com um par de chuís(2) em mãos. — ou Shampoo fazer vocês se arrependerem.

— Você tem que ser muita corajosa para ameaçar um membro da família Kuno, meretriz. — Kodachi insultou a guerreira joketsuzoku(3).

— Eu não vou permitir que falem mal assim da Shampoo na minha frente. — Mousse colocou seus óculos e entrou na discussão.

— Alto lá, camponês. Minha irmã pode ter problemas mentais, mas eu, como irmão mais velho, não posso permitir que mal algum lhe aconteça.

— Pessoal, se acalmem por favor. Nós não viemos aqui brigar. — Ukyo tentou apaziguar os ânimos.

— Quieta Kuonji. — Kodachi ordenou. — Como ousa dirigir sua palavra a mim, sua lésbica travestida. Eu sei muito bem do seu hábito de se vestir com roupas masculinas para seduzir garotas inocentes.

Em menos de um segundo, Ukyo já estava com sua espátula levantada acima da cabeça, pronta para descê–la com força total no corpo da jovem ginasta. Porém, ela foi interrompida no último instante:

— Deixe que eu cuido dela, senhorita Ukyo. — Konatsu, garçonete, assistente e ninja pessoal da chefe okonomiyaki, apareceu entre as duas mulheres. Ao contrario do que todos pensam, Konatsu é um homem, ainda que sua aparência e roupas digam o contrário. Ele estava vestido com as roupas de um ninja tradicional: uma jaqueta e calças de cor vermelha. Sandálias simples e faixas amarradas no pulsos e calcanhares. Na altura da cintura, ele carregava um pequena espada.

— O que você está fazendo aqui, Konastsu ? Eu disse para você ficar no restaurante.

— Me perdoe, senhorita. Eu lhe segui apenas por segurança. Pelo menos eu posso dizer a que as coisas estão equilibradas agora.

Os irmão Kuno, os dois jovens chineses,a chefe e o ninja, trocavam olhares ameaçadores. A temperatura no restaurante havia subido alguns centígrados e por sorte, não havia nenhum cliente 'normal'. Era como se uma guerra estivesse para começar. Nabiki, indiferente com clima a sua volta, disse:

— Esse macarrão estava ótimo, Cologne.

— Não só delutas vivem as joketsuzoku. Nossa cultura é bastante rica, Tendo. — Ela respondeu de trás do balcão.

— Se importaria de passar a receita para a minha irmã Kasumi ?

— Lamento, mas esse é um segredo de minha tribo e somente os membros podem ter acesso a essa receita.

— Bem... — Ela se virou para o grupo de adolescentes que estava a um passo de iniciar a terceira guerra mundial. — ...a hora do recreio acabou, crianças. Se comportem, por favor.

A voz de Nabiki pareceu aliviar um pouco a tensão, porém, eles ainda continuavam em poses de combate.

— Kuno baby, me faça um favor, pague a minha conta.

— Por que eu deveria, mulher ?

— Venha aqui por um momento. —Ela cochichou em seu ouvido. — Você se considera um cavalheiro, correto ?

— Correto. O que isso tem a ver com a conta ?

— Bem, é seu dever como um bom homem pagar ela. Você pode pensar que isso não muita coisa, mas é. O que será que a garota de rabo de cavalo vai pensar ? sabe, ela acha que você é um cavaleiro de armadura reluzente que vai salvá-la das garras do malvado Saotome.

— Isso é fato. Eu vou resgatá–la e nada vai me impedir.

— Eu não duvido disso, mas o que vai acontecer se ela descobrir que você não é um homem tão nobre assim ? Ela provavelmente irá perder todas as esperanças ao descobrir que você se recusou a pagar a conta do restaurante de uma dama. É um ato simples que diz muita coisa. E quando ela não tiver mais esperanças, essa será a oportunidade perfeita para o perverso Saotome toma-la por completa.

— Não! Eu jamais permitirei isso.

— Mas é isso que vai acontecer quando ela descobrir quem você é, Kuno. Imagine um mundo completamente escuro e você sendo a única luz de sua nobre donzela. De repente, a luz se apaga e tudo que se ouve são os gritos desesperados de uma pura e inocente mulher sendo consumida por um demônio faminto. Imagine os horrores que vão acontecer com ela.

— Não! — Ele gritou, desesperado.

— Ela vai gritar, gritar, gritar e ninguém virá salva-la. E depois quando ela não tiver mais serventia, o depravado vai joga-la fora como se ela fosse um produto descartável.

— Não ! Faço isso parar ! — Kuno colocou as duas mãos na cabeça e se ajoelhou no chão em um ato dramático.

— E isso é só o começo.

— Eu não posso deixar isso acontecer. — Kuno estava ofegante a ponto de chorar.— O que eu devo fazer para impedir que isso aconteça ?

— Pague a minha a conta e vou falar com a sua deusa. Eu direi para ela continuar resistindo com todas forças. Direi também, que você prometeu vir a seu encontro em breve. Isso deve mantê-la esperançosa, embora eu não saiba por mais quanto tempo ela continuará lutando contra os avanços do maligno.

— Por favor, faça isso. — Ele se levantou e caminhou até o balção. — Anciã, Nabiki Tendo tem minha permissão para comer o que ela quiser do seu restaurante. As notas podem ser enviadas para a minha residência para que eu possa quitá-las.

Todos ficaram boquiabertos já que eles conheciam a lábia que Nabiki, e Kuno não era das pessoas mais difíceis de se manipular, entretanto isso foi demais.Nabiki realmente era uma mulher maligna.

— Não me diga que você nos trouxe aqui para fazer isso ? — Ukyo perguntou.

— É claro que não. Vamos aos negócios, mas antes, vocês sabem muito bem como eu trabalho.

— Veja o que você fez o Kuno fazer. Como eu vou saber que você não está tentando nos enganar ?

— Ukyo, — Ela disse no seu tom frio e calculista, que significava negócios.— me diga uma única vez que te passei uma informação incorreta ? e você Shampoo ? Kodachi ? podem confiar em mim, o que eu tenho para dizer é algo muito importante.

— Bisavó dizer para nunca confiar em mercenários.

— Mas eu não sou mercenária, eu sou uma mulher de negócios, é diferente. Você quer saber de alguma informação ? eu consigo ela para você. Você quer um pista sobre o paradeiro de alguém ? eu posso conseguir as direções corretas. Eu sou mais como um detetive ou algo parecido. É errado eu cobrar pelos serviços ? — Ela olhou para cada um dos adolescentes que a cercava. — Eu nunca decepcionei vocês, porque eu faria isso agora ? confiança não é algo que se ganha com facilidade, especialmente quando você está lidando com dinheiro.

Com exceção de Konatsu, todos tiraram módicas quantias das respectivas carteiras para pagar a jovem morena.

"Nada mau para um único dia de trabalho."

Ela pensou em tentar tirar algo do travesti, mas se lembrou das condições que ele estava trabalhando e desistiu.Ranma havia dito que Ukyo estava pagando muito menos do que deveria por hora trabalhada.

"E eles ainda dizem que eu tenho um coração de gelo. De qualquer forma, o que eu tenho para dizer é irrelevante para ele."

— Acho que todos vocês sabem do torneio que vai acontecer daqui a três semanas, correto ? pelo que eu apurei nesses últimos dias, minha irmão caçula também vai participar.

— Era isso que você tinha para nos dizer ? — Kodachi indagou.

— E ela está treinando.

— Ela poder treinar por uma vida inteira, nunca vai chegar perto de Shampoo.

— E o professor dela é... — Nabiki fez uma pausa dramática. — ... parece que é ninguém menos que Ranma Saotome

— O QUE ?! — Todos gritaram praticamente juntos.

— Aquela rameira deve ter usado algum artifício imoral para conseguir convencer o meu querido Ranma a fazer isso. Desde quando eles estão treinando ? — a Rosa negra perguntou

Nabiki estendeu a palma da mão e sem pestanejar, Kodachi tirou mais uma nota e colocou na mão da informante.

— Parece que eles já estão fazendo isso a uma semana ou mais.

— Você tem alguma prova, Nabiki ? — Dessa vez foi a vez de Ukyo perguntar.

Nabiki pegou algumas fotos de sua bolsa e as colocou na mesa. Na maioria delas, Akane estava fazendo alguma espécie de kata enquanto Ranma observava do canto do dojo.

— Elas não dizem muita coisa. Ranma não está nem mesmo perto dela.

— Se você não acredita, eu tenho algo aqui que pode tirar todas as dúvidas. Porém...

Ela estendeu a palma da mão e mais uma vez, notas caíram em cima dela.

Nabiki tirou uma única foto de sua bolsa e no momento em que ela foi mostrada para as três garotas, ela se transformou em cinzas.

"Ainda bem que eu tenho uma cópia dela"

A foto em questão havia sido tirado na primeira semana de treino. Na cena capturada,Ranma a carregava Akane em seus braços igual a marido faz com a esposa logo depois do casamento. Nenhuma delas percebeu que Akane estava inconsciente na foto.

— Eles parecem bem íntimos, vocês não acham, garotas ?

Como se tivessem aprendido a técnica de teletransporte, as três garotas sumiram em um milésimo de segundo.

Nabiki piscou uma, duas e uma terceira vez.

— Essa foi bem rápida.

Tatewaki, Mousse e Konatsu eram os únicos presentes, embora o primeiro já estivesse pronto para correr na mesma direção que as garotas foram.

— O que você acha Mousse ? Essa é uma boa noticia, você não acha ?

— Se o Saotome finalmente tomou coragem para levar adiante sua relação com aAkane, significa que a Shampoo terá que desistir dele. E sim, essa é uma boa notícia.

— Seria bom se fosse atrás dela. Você sabe, caso ela tente fazer alguma besteira.

Mousse acenou e saiu do restaurante em perseguição.

— E você Konatsu ?

— Eu vou ver se a senhorita Ukyo precisa de alguma coisa.

— Tudo bem. Diga as garotas que qualquer dano que elas causarem na minha na minha casa, será colocado na conta delas. E agora para fechar o dia, Kuno, eu tenho uma presentinho para você.

— O que é isso ?

— Uma foto bem especial. Veja você mesmo.

Dessa vez, Nabiki puxou uma foto mais recente de dentro de sua bolsa. Na verdade, a foto fora tirada no dia anterior. Na imagem, Akane estava sentada no chão, abaixando a parte de cima do se gi com a garota e rabo de cavalo atrás dela, observando. A cena foi capturada antes que o movimento fosse completado. Não havia nada demais na foto, entretanto, não se podia ter certeza no que se passava na mente do garoto samurai.Nabiki teria tirado mais fotos se amãe de Ranma não tivesse aparecido e estragado seus planos.

"Não se pode ganhar todas."

— E então Kuno, vai ficar com ela ?

— É claro que sim!

— Ela não é barata.

— Eu pago o que tiver que pagar.

— É por isso que eu gosto de fazer negócios com você Kuno baby.

Quando todos os adolescentes já haviam ido embora, Cologne também decidiu seguir em direção ao Dojo da família tendo.

—

Ranma parou se ataque e olhou em volta.

— Você ouviu isso, Akane ?

— A única coisa que eu ouvi, foram meus ossos estalando.

Apesar de esse ser apenas o segundo dia treinamento de combate, Ranma já estava se acostumando a lutar com a sua noiva. No final do treino matinal, mesmo que com uma careta de dor, Akane estava sorrindo. Ranma ainda não havia colocado todas as peças no lugar, mas se algo estava fazendo sua não tão bonita noiva feliz, por que ele deveria parar ?

— É sério, Akane. E eu não bati tão forte assim, então pare de reclamar.

— Diga isso para o meu braço esquerdo. Aquele último chute vai deixar uma marca e tanto. — Ela reclamou enquanto passava a mão no local atingido.

— Vamos fazer uma pausa. — Ranma anuciou. — Deixa eu dar uma olhada no seu braço.

— Não precisa. Na hora doeu um pouco, mas a dor já passou. — Ela disse tentando esconder o braço do noivo, que nesse exato momento, também poderia ser chamada de noiva.

— Recurso negado. Ou você deixa eu olhar ele agora ou eu encerro o treinamento aqui mesmo. Não vai fazer sentido algum treinar incessantemente, se no dia do luta seu corpo estiver em frangalhos.

Resmungando, Akane dobrou a manga esquerda do seu gi e deixou A garota ruiva examinar o braço.

— Qual o diagnostico, doutora ? — Akane caçoou.

— Parece grave. Talvez algumas injeções locais resolvam o problema. — Ranma respondeu como umprofissional da área.

— Você não está falando sério, está Ranma ? —Ela perguntou, amedrontada.

— Eu receio que não. Você tem medo de injeções ?

— É–é claro que não. P-por que eu teria ?

— Sério ? então por que você está gaguejando ? — Ranma provocou.

— Eu não tenho medo de injeções. — Ela gritou.

— Você não precisa gritar, Akane. Eu só estava brincando. Um pouco de gelo deve ser o suficiente.

Akane tentou socar a ruiva na face, mas sua oponente parou o golpe com apenas a ponta dos dedos.

— Muito lento, gafanhoto. Espere aqui enquanto eu pego um pouco de ge...

Antes que Ranma pudesse completar a sentença, a brigada de noivas arrebentou as portas do dojo e invadiu o local de treinamento.

— Mas que...

— Tire suas mãos imundas do meu querido Ranma, sua mulher asquerosa! — Kodachi girou sua fita e atacou a carateca que, por instinto, conseguiu desviar do ataque.

Shampoo aproveitou a distração, tirou uma chaleira sabe–se lá de onde, e derramou a água quente em cima da ruiva. Quase que instantaneamente, ela cresceu alguns centímetros, seu cabelo mudou de cor, seus músculos cresceram e volume que ela tinha na região do tórax desapareceu. Ranma estava de volta a sua forma normal e antes que ele pudesse reagir, Shampoo o abraçou como ela sempre fazia quando encontrava o jovem artista marcial.

— Por que Airen estar com garota violenta quando ele tem Shampoo ?

— Largue ele, Shampoo. — Ukyo usou sua espátula para atacar Shampoo, mas acertou apenas o seu noivo. O resultado foi um Ranma caído no chão e inconsciente. — Olha o que você fez eu fazer !

— Você pagar por machucar Airen, garota espátula. — A jovem chinesa pegou seus chuís e partiu em direção a chefe okomiyaki.

Akane que inicialmente foi alvo de Kodachi, se viu sendo atacada pelas outras duas garotas. Verdade seja dita, todas estavam se atacando e tudo o que elas queriam eram nocautear umas as outras.

— Para alguém que têm treinando com o Ranma, você está bem lenta, Akane. — Ukyo provocou.

— Existe um motivo para isso e eu também estou cansada, droga.

— E eu posso saber o que deixou tão cansada assim, senhorita Tendo ? O que você e o Ranma andam fazendo aqui ?

— Por favor, Ukyo. Não me venha com essas ideias malucas.

A conversa não se alongou muito e antes que mais danos fossem feitos ao dojo, Ukyo sentiu suas mãos ficarem mais leves e quando ela percebeu, metade de sua espátula gigante estava caída no chão. Ela olhou em volta e viu que o mesmo havia acontecido com Shampoo e Kodachi. Os chuís da chinesa tiveram o mesmo destino de sua arma e o laço de Kodachi foi transformado em papel picado.

— Vocês deveriam estar envergonhadas, meninas. Vocês destruíram a minha casa e agora querem fazer o mesmo com esse lugar ?

Nodoka Saotome não estava nada feliz com o caos que havia se instalado no dojo. Em uma das mãos ela empunhava sua katana e com a outra ela segurava a bainha. Alguns minutos atrás, ela e Kasumi estavam saboreando um xícara de chá quando toda barulheira começou. Ela decidiu investigar e foi direto para salão de treinamento. Ao chegar, ela não pensou duas vezes e usou sua katana para desarmar todas as combatentes no intuito de evitar que o dojo sofresse mais danos. Nenhuma das garotas viu quando ela usou sua espada.

— Vocês não podem invadir a casa dos outros e causar toda essa destruição. Vocês tem noção do que estão fazendo ? — Nodoka perguntou como se fosse a mãe de todas elas.

A brigada toda abaixou a cabeça envergonhada.

— Há muito tempo que eu não vinha alguém usar uma espada com tanta maestria. Isso foi impressionante.

Cologne usou uma das janelas e entrou no dojo se equilibrando em seus cajado. Ela pretendia apenas ver qual seria o resultado do embate entre as quatro lutadoras. Quando Nodoka fez sua aparição, ela decidiu se juntar ao grupo.

— Acredito que ainda não fomos apresentadas, senhora... ?

— Anciã Cologne da tribo dos Juketsuzou e bisavó de Shampoo, a garota de cabelos roxos. E você é ... ?

— Nodoka Saotome, mãe de Ranma Saotome. — Ela apontou para o jovem caído no chão.

— Interessante. Parece que o talento corre no sangue da família.

— Posso pedir para que senhora tire sua bisneta daqui ? acho que ela já causou danos demais ao patrimônio alheio.

— Me desculpe, mas eu ensinei que ela não deve medir esforços para conquistar seus objetivos.

— Um ensinamento valioso, porém perigoso se usado por uma pessoa sem moral. Se importa se eu perguntar qual o objetivo dela ?

— Levar Ranma Saotome para a China. Seu filho derrotou minha bisneta em combate e agora ele deve se casar com ela. Essa é tradição das Juketsuzou. — Cologne explicou.

— Isso é um absurdo.

— Isso é a lei de nossa tribo e ela tem que ser cumprida, por bem ou por mal.

— Se é assim que a senhora pensa, eu peço que você se retire gentilmente. Se o meu filho quiser se casar com a sua bisneta e ir para a China, que ele faça com as próprias pernas. Porém, eu, como sua mãe, não posso permitir que ela seja forçado a esse ultraje. Lei ou não, meu filho se casará com quem ele quiser e eu quero que isso seja respeitado.

— E sua situação com a garota Tendo, não é um noivado forçado também ?

— De fato. Embora ele ainda não tenha demostrado interesse em romper o noivado, eu o apoiarei se ele fizer o tal. Mesmo que eu tenha minhas preferências, essa é uma decisão única e exclusivamente dele.

— Parece que você já fez sua escolha. Será que você não está forçando o seu filho a fazer a sua vontade ?

— Meu filho sabe exatamente o que está fazendo e isso não é da sua conta. Agora eu peço que você vá embora e deixe meu filho em paz.

— Senhora Saotome, sinto lhe informar, mas essa não é uma escolha dele e nem sua. Ranma irá para a China com a minha Bisneta

— Saia.

— Eu só irei deixar o Japão quando Ranma concordar em ir para China sob nossa proteção. Minha paciência tem limite e se ele continuar se recusando, eu não terei outra escolha a não ser levá-lo contra a sua vontade.

Como se tivesse molas nos pés, Nodoka disparou em direção a anciã. Seu corpo estava curvado para frente e a poucos centímetros do chão. A distância entre as duas foi encurtada em um piscar de olhos.

Cologne viu quando Nodoka se aproximou em uma velocidade sobre-humana e girou sua espada em um arco horizontal que passou bem rente a parte superior desua cabeça, fazendo cair alguns fios de cabelo. Com receio e medo nos olhos, Cologne percebeu que mãe havia errado o golpe de propósito. Se não fosse por isso, sua cabeça estaria rolando no chão agora.

— Último aviso, saia.