– O QUE?

Lysandre parecia outra pessoa, acho que é pelo fato dele sempre ser calmo e paciente independente da situação, mas agora... Ele realmente parecia nervoso.

– Anda, me responde! - disse autoritário

– Me larga! - me soltei de sua mão e fechei a cara - Lysandre, eu nunca beijei você! - encarei-o

– Agora você vai fingir que não fez nada? - ele soltou um riso irônico

– Eu não sei o que você tá falando! - continuei atestando

– Carol, a dez minutos você veio até mim e do nada me beijou, eu fiquei até surpreso por você ter feito algo, mas até gostei - senti meu rosto corar violentamente - O problema é que assim que você viu o Castiel saindo fez a mesma coisa com ele, e logo depois Kentin, Armin e Alexy, e o pior é que você disse que ainda faltava o Dake! - cuspiu as palavras, seu tom de voz trazia desprezo.

– Isso é impossível! - retruquei - Eu estava o tempo todo na sala e assim que saí vim até o pátio pra ler

– Então agora você tem um clone? - Ele ainda me encarava sério e aquilo estava me deixando nervosa

– Eu... Eu não sei Lys.. Eu acho-

– Não me chama de Lys! Na verdade, nunca mais olhe pra mim - deu as costas e saiu andando vagarosamente

Deixei o peso dos meus ombros relaxar e tentei entender essa história, mas eu não conseguia encaixar os pontos. Claro que eu não tinha feito isso, até porque isso não faz meu tipo.

– Carol - ouvi uma voz conhecida ao longe. Me virei e pude ver Kentin, já sabia que ele também iria me julgar

– Olha Kentin, eu não sei o que está acontecendo, mas-

Antes que eu pudesse falar algo mais, ele simplesmente pegou a gola da minha camisa e me puxou para um beijo. Eu fiquei tão assustada que nem fechei os olhos e só esperei que ele parasse

– Eu sabia que não era você - ele murmurou ainda próximo aos meus lábios. Me surpreendi ainda mais com as suas palavras. Ele soltou meu rosto e se sentou em minha frente

– Co-Como você sabe? - perguntei um tanto receosa

– Aquela garota tinha gosto de brisa - ele fez uma cara de desgosto

– Mas brisa não tem gosto - ri

– Exatamente - ele me acompanhou sorrindo - Já você - suspirou e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha - Você tem gosto de bala de morango - fez uma careta engraçada. Eu não suportei aquela comparação e comecei a rir como uma idiota - É sério - ele disse ainda sorrindo um pouco - Bom - se levantou e estendeu uma mão pra mim - Tá na hora de resolver isso, certo? - Apenas assenti e peguei sua mão

Nós saímos dali conversando um pouco. Kentin tentava me fazer esquecer o que estava acontecendo a minha volta. O que não deu muito certo, já que onde passávamos me chamavam de Vadia ou Sortuda. Enfim, Kentin me levou até a Biblioteca, onde estavam Alexy, Armin, Castiel, Nathaniel e Lysandre, juntamente com Rosa e Leigh.

– Eu vou embora - ouvi Lysandre resmungar e sair meio cabisbaixo, mas Rosa o parou

– Não foi ela! - gritou - Eu vi ela saindo da sala A e indo pro pátio, não tem como ser ela!

– Eu sei muito bem o que eu vi! - respondeu e se soltou dela, batendo com força a porta assim que deixou a biblioteca.

– Deixa ele - respondeu Castiel - Primeiro temos que saber quem está fazendo isso e porque, depois nós mostramos a ele a verdadeira culpada

– Então... Tem que ter alguma coisa de diferente nela, algo que só de olhar nela saberíamos que não é a Carol - Rosa explicou - Vejamos... Alguém notou algo estranho?

Todos responderam a uma voz um grandioso "Não"

– Eu acho que vi algo estranho - Alexy se pronunciou - Os olhos dela não estavam na cor habitual, em vez de cinzas estavam amarelos, mas eu pensei que fosse coisa da minha cabeça

Foi então que liguei os pontos, obviamente que os meninos não cairiam em uma coisa se ela não fosse bem bolada, ninguém conseguiria se passar por mim assim tão fácil. E claro, aqueles olhos amarelos, logicamente eram dela.

– Eu sei quem foi.... Fiquem aqui - murmurei e saí correndo dali. Passei pelos corredores rosados e tropecei em meio as escadas, mas ainda sim subi as mesmas e fui parar no telhado, pude vê-la debruçada no muro, parecia que ela apreciava a paisagem

– A vista daqui é linda, não? - perguntou ainda sem me encarar

– O que você quer? - perguntei. Ela se virou par mim, mas ainda sim encostada no murinho

– O que foi? Não está feliz em me ver, irmã?