POV Annabelly

Depois que peguei o táxi, exatamente 7 minutos depois meu pai ligou para meu celular.

– Oi pai . - disse sorrindo pela minha vitória.

– Oi nada, eu não falei pra você não sair ? - ele estava sério.

– Pai, agora toda vez que acontecer algo no seu trabalho eu vou ficar trancada em casa ? - disse indignada, porque isso é ridículo.

– Eu sei que é ruim pra você, mas entenda que é para sue bem, e... - cortei ele.

– Não vai acontecer nada. E se acontecer, eu vou fazer o impossível pra te avisar. - falei séria. - Eu sei que você colocou um rastreador no meu celular, então não se preocupa. E eu prometo te ligar a cada uma hora.

– Anne ....

– Eu dou minha palavra. Se eu não te ligar, me manda uma mensagem, se eu não te ligar em menos de 5 minutos, pode vir atrás de mim. - ele pareceu pensar, mas ele sabia que quando eu digo uma coisa eu faço, não importa o caso. Ele suspirou.

– Vou confiar em você. Mas te garanto que se você não retornar, chego onde você tá em menos de 5 minutos, e prometo fazer você passar a maior vergonha na frente dos seus amigos. - deu pra sentir o sorriso em sua voz. Ri.

– Tá, agora vou desligar. Beijos.

– Tchau. - ele disse antes de eu desligar.

Quando finalmente chegamos na festa, que era na casa da prima da Manda, a Ângela, paguei o taxista e desci do carro, caminhando em direção da casa super lotada. As primeiras pessoas que vi na entrada da casa foram os fumantes, que no caso são - em sua maioria - os góticos. Cumprimentei os que eu conhecia,o Rafael e a Kelly - que são namorados. Quando consegui passar pela barreira de corpos para entrar na sala, Ângela aparece e puxa meu braço, me arrastando para cozinha.

– Até que em fim você chegou. - ela disse assim que me solto na cozinha. - Pensei que você não viria mais. - ela sorriu.

– Tive que resolver uns problemas antes. - dei de ombros.

– Cadê a Amanda e o Nick ? - ela disse enquanto abria a geladeira e pegava duas cervejas.

– Eles já estão chegando.

– Toma, pega ai. - ela disse estendendo uma das garrafas. - sacudi a cabeça recusando.

– Você sabe que eu não bebo. - sorri quando ela revirou os olhos.

– Tá bom, já que a patricinha não quer se divertir do modo mais legal, vamos dançar então. - ela me puxou novamente multidam a dentro, me levando para a sala, onde todos dançavam.

Lá encontrei vários dos meus amigos, e achei também o Gerard ( Gee ), meu atual ficante. Comecei a dançar com ele no ritmo da música ( Bruno Mars - Locked Out Of Heaven ). Nossos corpos dançavam como se estivessem sincronizados a cada música, e o tempo parecia voar. Quando meu corpo começou a ficar cansado, falei pra ele que eu ia no banheiro e sai da pista.

Quando entrei no banheiro, fechei a porta e olhei para o grande espelho em minha frente. O suor brilhava em minha testa, e minha maquiagem estava um pouco borrada. Abri a torneira e joguei a água , mais que refrescante, em meu rosto. Depois disso, peguei a toalha de rosto que estava pendurada e sequei meu rosto, tirando o resto da minha maquiagem. Meu rosto estava vermelho. Peguei minha bolsinha e refiz toda minha maquiagem novamente. Quando finalmente terminei, guardei tudo e me olhei novamente no espelho. Quando coloquei a mão na maçaneta para abrir a porta, franzi a testa, pois parecia que o silêncio se alastrava no local. Aproximei e encostei meu ouvido na porta, e pelo mais estranho possível, não ouvi um barulho sequer. Coloquei minha mão na maçaneta e girei ela lentamente. O clic que ela fez, pareceu ecoar no banheiro. Respirei fundo e abri a porta devagar.
Tudo estava muito quieto. Mais o mais estranho era que as pessoas estavam aqui, mas não se mexiam. Todos estavam paralizados em suas poses estranhas, como se tivessem colocado pause em um filme que estava em plena uma festa. Minha respiração começou a acelerar, fazendo meu coração pulsar desgovernadamente quando toquei uma das pessoas, que estava paralisada. A garota caiu o chão na mesma posição em que estava.

– Annabelly, como é bom conhecer você. - uma voz de homem falou em meu ouvido fazendo eu pular de susto.

Quando olhei para trás, minha respiração falhou, e fiquei paralisada, como todos os outros na casa. Ele continuou olhando para mim, com seu sorriso mais que perfeito.

– Acho que seria educado de sua parte responder quando alguém fala com você. - ele disse após alguns minutos, nos qual eu apenas o encarei ainda sem fala.

Mas eu não tinha o que falar diante daquela criatura que estava diante de mim. Aliás, criatura não, Deus. O pior Deus que poderia aparecer em minha frente. Loki.