More Than One escrita por Cherry Bomb


Capítulo 16
Conflitos




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–Você me acha lindo? – Ele disse.

–Quis dizer que essa sua atitude é linda mas foi no sentido irônico.

–Quantas palavras difíceis! –Peguei o braço do Thiago e passei pelos meus ombros mas acabei caindo com a força que ele tinha.

–Até que para um cara magrinho você tem força. – Quando terminei de falar Thiago jogou o corpo pra cima do meu e ficou me encarando.

–Gosto de você. Gosto muito de você. – Ele disse enquanto seu nariz passava pelo meu cabelo.

–É melhor a gente subir, você não está bem. – Falei imóvel.

–Duvida que eu goste de você ? – A pergunta dele me surpreendeu mas fiquei quieta. – Eu gosto. E meus irmãos também. – Depois de dizer isso Thiago me beijou.

Seu corpo cobria o meu. Com uma única mão ele prendia meus dois pulsos a cima da minha cabeça. Podia sentir a sua mão livre fazer o contorno da minha cintura. O beijo era delicado mas ainda sim me tirava o folego.

Mas do mesmo jeito que Joseph, ele parou e sentou no chão para me encarar.

–Desculpa. – Ele disse.

–Vamos, você precisa de um banho. – Levantei nervosa por querer bater nos dois. Quem eles pensam que são? Acham que podem me apalpar desse jeito e simplesmente parar? Me sinto usada.

–Acabei de pedir desculpas por pegar nos seus peitos e você diz que quer tomar banho comigo?

–Cala a boca Thiago. Você bêbado parece o Fernando. – Consegui levanta-lo e com dificuldade chegamos ao banheiro.

Thiago começou a tirar a camisa enquanto eu ligava o chuveiro. Assim que me virei levei um susto com ele abrindo o zíper da calça.

–Menino fecha isso!

–Não vamos tomar banho juntos?

–Claro que não! Só vou deixar água cair na sua cabeça, vai ajudar um pouco. – Ele fechou a calça e esticou a cabeça para baixo do chuveiro.

–Estou decepcionado. – Ignorei o que ele disse e peguei uma toalha para entregar quando ele terminasse.

Thiago desligou o chuveiro e ficou de joelhos na minha frente. Ele pegou minha mão e colocou em cima do seu cabelo molhado.

Coloquei a toalha na sua cabeça e comecei a secar seu cabelo.

–Tá brava? – Ele perguntou.

–Não. Apenas pensativa. – E eu realmente estava. Não conseguia deixar de entender o porque eles pararam do nada e depois agiam como se nada tivesse acontecido. – Não sabia que você falava tanto.

–Não sou muito de conversar quando estou sóbrio. Seu cheiro é bom. – Ele disse enfiando o nariz na minha barriga. Me contorci e dei uma risadinha. – Tem cócegas ?

–Tenho. Nem pense nisso.

–Tudo bem. Tenho um contrato onde diz que não posso fazer nada que você não queira. – Parei de secar seu cabelo e levantei seu rosto para que ele pudesse me explicar isso melhor.

–Como assim?

–Joseph fez a gente prometer que não ia tentar nada de muito “quente”. Só se você pedisse. – Fiquei de boca aberta absorvendo aquilo. Foi por isso que eles pararam, por eu não ter pedido para eles continuarem. – Que fiquei bem claro, fui totalmente contra.

Quando entramos no quarto dele fiquei maravilhada com a quantidade de notas musicais desenhadas na parede. Em um dos cantos tinha uma bateria, nem sabia que ele toca bateria, no outro canto pôsteres de bandas e uma prateleira enorme de cds.

Deitei ele na cama e quando estava saindo senti sua mão pegar a minha.

–Fica. Por favor. – Olhei pra ele que estava com a franja no rosto e os olhos um pouco fechados.

–Só um pouco. – Falei enquanto me deitava ao seu lado.

Thiago aninhou a cabeça em baixo do meu pescoço, seu braço estava completamente jogado em cima da minha barriga e sua perna prendia a minha. Acabei não resistindo e deixei meus dedos passearem pelo seu cabelo liso e desfiado.

Quando abri meus olhos vi que não estava no meu quarto. Virei meu rosto e percebi que estava dormindo de conchinha com o Thiago, mesmo sem saber como fui dormir daquele jeito. Levantei com cuidado e abri a porta com mais cuidado ainda, olhei para o corredor e vi todas as portas fechadas. Passei correndo para o meu quarto e olhei o relógio,logo todos iriam levantar e seguir sua rotina.

Me arrumei rápido e sai antes que algum deles me vissem. Eu não queria ver,falar, muito menos tocar qualquer um daqueles pervertidos sedutores.

Perto da escola tinha um café então decidi ficar lá por um tempo,só até dar a hora de voltar para a minha realidade. Pedi um chá e um bolinho.

Enquanto esperava meu pedido pude sentir um peso de culpa em meu coração e uma ardência de prazer em meus lábios. Joseph e Thiago não saiam da minha cabeça. A dança e a noite de conchinha me perturbavam muito. Mas poderia ser pior,poderia ter sido com os quatro,aí provavelmente eu iria me enterrar no quintal.

Quando meu pedido chegou vi a luz do meu celular ascender. Nunca fiquei tão feliz em ler a palavra “pai” na minha vida.

–Alô. Oi pai tudo bem?

–Oi meu anjo. Tudo bom e você?

–Estou bem. – Fazia muito tempo que não nos falávamos,era bom ouvir uma voz familiar.

–Como está sendo morar com os meninos? Estão cuidando de você ? – Meu pai não precisa saber o que tem acontecido,isso é problema meu.

–É legal. Eles são legais e cuidam de mim. – O que não deixava de ser verdade. Tirando a parte das putarias eles ainda sim cuidavam de mim.

–Que bom filha. Liguei para dizer que conseguimos um tempinho e vamos passar o final de semana com vocês! Estou morrendo de saudades da minha boneca. – Eu queria pular de alegria mas provavelmente as pessoas iriam me achar louca.

–Ai pai, que bom! – Ficamos mais algum tempo falando sobre o México que é onde eles estão gravando agora .

Depois de comer e finalmente falar com o meu pai fui para a escola. Não vi nenhum dos meninos pelo fato da decoração da escola ter me chamado mais a atenção. Cartazes, faixas e por ai vai, tudo relacionado ao baile.

Vi a Flora toda saltitante vir na minha direção com várias flores na mão.

–Oi amiga! Já tem um par? – Ela perguntou.

–Não. Na verdade nem sei se venho. E você ?

–Sabe aquele cara que eu estava brigando outro dia,o do basquete? Ele me convidou mas eu disse que responderia em três dias. To na esperança do Thi me chamar. – Eu precisava contar tudo pra ela. Flora é uma boa menina e não merece a mancada que estou dando com ela.

–Flora quero te contar uma coisa. – Fomos até um banco de pedra que tem em uma das áreas verdes da escola.

Contei tudo pra ela, desde ao jantar do meu pai até o fato de ter beijado as quatro. Claro que não dei detalhes do tipo da pegação da noite anterior mas contei o que ela precisava saber.

–Eu confiei em você Julieta! – A cara de decepção dela foi como uma facada.

–E eu sinto muito por ter feito isso Flora. Me desculpa.

–Não sente nada! Se realmente sentisse teria evitado ficar com o Thiago. Você é uma... uma... babaca. É. Você é babaca. – Flora nunca falava palavrão mas eu preferia ser xingada do que ter ouvido as palavras anteriores a “babaca”.

Vi Flora sair brava e entrar batendo o pé pela escola. Assisti todas as aulas mas não prestei a atenção em nenhuma. Assim que o sinal bateu fui embora correndo. Não queria ver muito menos falar com qualquer pessoa.

Abri a porta de casa e subi para o meu quarto correndo. Joguei minhas coisas e afundei minha cara no travesseiro chorando. Eu não sabia o que fazer. Minha cabeça e meu coração estão em total confusão.

Uma parte minha gosta de ter eles desse jeito mas outra diz que é totalmente errado. Tanto pelo fato de sermos irmãos como pelo fato deles serem irmãos.


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