Capitulo 5

P.O.V. Mellany

Quando acordei no dia seguinte, Lily já estava de pé e Lene estava se espreguiçando. Resolvi levantar logo, porque agora que já estava acordada não iria mais conseguir dormir.
– Bom dia, meninas. eu falo meio desanimada e sonolenta. O que foi? Esqueceu que eu praticamente dormi a metade do que o resto das pessoas de Hogwarts dormiram? Saibam que eu tenho um humor bem frágil de manha.
Lene me responde um Bom dia meio desanimado. Já a Lily...
– Bom dia, Mel ela me fala saindo do banheiro já com o uniforme. É melhor vocês duas se apresarem, ou vão se atrasarem para o café.
Há, ótimo. Eu já tinha o Logan me apresando e pegando no meu pé para tudo, ai quando finalmente eu me livro dele, eu acabo achando uma Lily Evans. Que sorte é essa que eu tenho!
Eu meio contrariada levanto e começo a andar em direção ao meu malão. O destranco usando meu colar de lobo junto com uma lua, pego meu uniforme e o tranco de novo. Vou andando até o banheiro e tranco a porta. Lá dentro eu examino o uniforme. Bem, não era tão ruim, mais resolvi fazer algumas mudanças. Coloco a camiseta branca da escola e a gravata amarela e vermelha, só que há afrouxo um pouco. Encurto um pouquinho a saia preta e coloco uma meia calça preta fina. Resolvo pegar minha varinha e colocar um pouquinho de salto no sapato preto. Coloco a capa e viro para o espelho para ver o resultado. Até que eu estava bem bonita. Penteio meus cabelos lisos e os deixo soltos como sempre, fazendo eles ficarem mais encaracolados no final com a ajuda da minha varinha. Só faltava uma coisa para eu poder ficar satisfeita. Pego meu lápis preto e passo em volta do meu olho, junto com uma sombra marrom clara e um delineador. Escondo meu colar dentro das minhas vestes para ele não chamar atenção e arrumo minhas luvas na minha mão.
Quando finalmente saio do banheiro eu vou até o meu malão e pego algumas armas e coloco no braço.
Nesse momento você deve achar que leu errado, então me deixe explicar. Quando eu estava vindo para Hogwarts, resolvi trazer quantas armas eu conseguisse, já que eu iria ficar aqui por um ano quase inteiro. Claro que eu percebi que isso não seria possível, então eu tive a maravilhosa ideia de transformar as armas em joias. Genial não acham? Então era apenas eu querer que as armas aparecessem e elas iriam voltar ao normal.
Pego algumas pulseiras finas, que se não me engano eram facas, e também um par de brincos de rosas vermelhas que eram um arco e uma aljava de flechas. Admitam, minha ideia foi genial! (convencida ¬¬ ). Me viro para as meninas e vejo que Lily está concentrada em um livro e a porta do banheiro estava fachada, provavelmente Lene estava lá. Resolvo descer as escadas para o salão comunal, não estava com muita vontade de ficar la esperando.
Só percebi que está cedo quando eu chego ao ultimo degrau da escada e vejo que lá só tem os marotos conversando num sofá. Dou de ombros e começo a andar na direção onde eles estão conversando. Quando me aproximo um pouco mais a ponto de eu já estar ao lado do sofá onde eles estão sentados, percebo que eles estão me olhando de um jeito diferente, como se estivessem vendo qual seria minha reação para alguma coisa.
Eu os olhos com uma sobrancelha levantada.
– O que? - eu pergunto curiosa.
Eles trocam olhares como se estivessem concordando com alguma coisa, o que só faz minha curiosidade aumentar. No fim, James acaba falando.
– Você acha que a gente esqueceu o que você disse ontem? - ele pergunta tentando ficar serio, mas dava para ver claramente que ele estava tentando esconder um sorriso maroto.
Eu os olho com uma expressão interrogativa. É claro que eu sabia que eles estavam falando da hora em que eu disse que era melhor que eles ontem, mas resolvi me fazer de desentendida.
– Bem, agora vamos ter nossa vingança. - diz Sirius
Antes que eu percebo, James, Remo e Sirius pegam almofadas e as jogam em minha direção. Surpresa, a única coisa que eu consigo fazer devido ao choque é desviar.
Assim que as almofadas alcançam o chão, vejo os meninos pegando outras. E assim começa uma verdadeira guerra.
Saio correndo pelo salão comunal todo, com os marotos logo atrás de mim jogando almofadas. Desvio de algumas, mas não fico me esforçando tanto para não ser acertada, afinal, estava me divertindo bastante.
Depois de eu e os meninos termos corrido por todo lado, eles finalmente param de jogar as almofadas. Eu sento numa poltrona tentando recuperar o fôlego.
– Ainda não acabou. - eu escuto Remo dizendo.
E no momento em que eu menos espero, Remo vem até mim e começa a fazer cosquinhas.
Ai já era demais. Eu tinha mais cosquinha que uma pessoa normal, o que fazia eu quase sentir dor. Comecei a me revirar e acabei caindo no chão, puxando Remo junto.
Eu e ele começamos a dar risada juntos, nos parecíamos duas crianças dando risada de uma travessura. Vejo que os outros estão dando risada também, em pé do nosso lado.
É ai que eu percebo a posição em que estamos. Eu estou deitada no chão com Remo em cima de mim, com seus braços em volta do meu corpo e nossos corpos colados. Nossos rostos estavam tão próximos que faltava pouco para nossos lábios se tocarem. Eu conseguia sentir o halito de hortelã de Remo. Ele pareceu perceber a mesma coisa, e nós dois paramos de dar risada, ficando apenas olhando pros olhos um do outro. Fiquei hipnotizada quando aqueles lindos olhos castanhos se focaram nos meus olhos azuis elétricos.
Ficamos assim por um tempo até que eu ouço um grunhido alto. Finalmente afasto meu olhar de Remo e vejo que Sirius está olhando pra gente com um olhar estranho, e que James está tentando segurar o riso nos olhando malicioso. Claramente foi Sirius que deu o grunhido, só não entendi o por que. Ele estava olhando para mim e para Remo como o Logan, meu irmão, olhava quando eu estava ficando com alguém. Decidi ignorar isso.
Remo, parecendo um pouco embaraçado, sai de cima de mim. Assim que ele levanta ele oferece a mão para me ajudar. Eu pego sua mão e ele me puxa para cima.
Olho para os marotos (isso não inclui Pedro, que ainda está sentado no sofá comendo uma rosquinha e dando risada da gente) com um olhar interrogativo. Eu meio que decidi ignorar a cena de eu olhando para Remo quanto ele estava em cima de mim, e eu estava conseguindo fazer isso muito bem, já que conseguia esconder minhas expressões muito bem.
Nesse momento que o retrado da mulher gorda se abre dando passagem para a profª Minerva Mcgonagall. Seus olhos vagueiam pela sala até que eles se fixam em nós, e ela começa a andar em nossa direção.
– Srtª Mayler, que bom que está acordada. - ela diz olhando diretamente para mim. - Achei que teria que acorda-la.
Eu a olho com olhar interrogativo. Porque ela iria ter que supostamente me acordar agora tão cedo?
– Vou pedir para que a senhorita me acompanhe agora. - ela continua, não dando tempo para eu perguntar nada. Vejo que os marotos estão tão confusos quanto eu. - Você precisa fazer alguns testes para ver quais matérias poderá seguir, já que você não fez os seus N.O.M.s ano passado.
Bem, agora estava explicado. Vasculhei minha mente e lembrei que os alunos faziam algumas provas no 5º e no 7º ano de Hogwarts. Pelo que tava parecendo os testes que eu iria fazer agora seriam meio que improvisados.
– Tudo Bem - eu digo para a professora assentindo.
Profª Mcgonagall se vira e começa a andar em direção ao retrato.
– Desejem-me boa sorte - eu digo me virando para os marotos.
– Boa sorte - eles dizem juntos.
– É, vai lá e mostra para os professores como é que se faz, Mel. - diz Sirius sorrindo pra mim.
Eu sorrio de volta. Para mim aquilo era muito estranho, eu sempre tive medo de conhecer Sirius, e agora lá estava eu, com ele brincando comigo. Com um assombro percebo que a gente estava agindo como nós deveríamos sempre ter agido um com o outro se tivéssemos nos conhecido antes. Estávamos agindo como irmãos.

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P.O.V. Sirius

Eu não saia o que estava acontecendo comigo. Sinceramente não sabia, não sabia por que estava me preocupando tanto com a Mel. E olha que eu só a tinha conhecido fazia um dia!
Eu não sei o que deu em mim quando vi o Remo e a Mel deitados no chão, próximos o suficiente para se beijarem. Eu só senti um ciúmes, e uma vontade inexplicável de separa-los. E oha que nem era porque eu queria ficar com Mel. Na verdade era o contrario.
Quando eu vi Mel eu tinha reparado que ela era bem bonita, na verdade eu acho que todos de Hogwarts tinham reparado. Mas era esse o problema. Eu tinha gostado bastante de Mel, mas era como se fosse um sentimento quase que fraternal.
Eu não tinha gostado nada de quase todos os meninos a partir do quinto ano terem ficado secando Mel inteira quando ela entrou no salão principal. Eu não tinha gostado nada disso. Na hora, eu tinha decidido ignorar esse ciúme, mas há pouco tempo quando estava ela e Remo deitados no chão aquela sensação tinha voltado.
O que estava acontecendo comigo?
Por que diabos eu estava assim tão inquieto em relação a Mel?
Eu a tinha conhecido fazia apenas um dia, porque eu me sentia ligado tão profundamente com ela?
Porque eu tinha a impressão que já a tinha visto antes?
Todas essas perguntas passavam pela minha mente enquanto eu e os marotos estávamos sentados nos sofás da Grifinoria conversando.
– Terra chamando Cachorro, Terra chamando Cachorro... - eu sinto uma mão passando em frente do meu rosto. Percebo que era o Pontas falando comigo.
Mas perai, do que esse ser me chamou?
– O que você quer Viado? - eu pergunto com um sorriso maroto olhando para a cara emburrada do Pontas.
– Quantas vezes eu vou ter que dizer que é C E R V O? - ele fala emburrado. Eu dou um sorriso maroto.
– Para mim você vai ser sempre um Viado.
– Ora, seu Poodle...
PERAÍ! TO QUE ESSE VIADO ME CHAMOU?
– Parem de brigar, crianças. - diz Remo, antes que eu possa falar alguma coisa para o Viado na minha frente.
James desvia seu olhar de mim e olha para o Aluado.
– Como se você estive diferente do Almofadinhas. - ele diz, depois um sorriso malicioso aparece no seu rosto. - Tava pensando na Mel?
Mais uma vez aquela sensação estranha me atinge. Eu olho para o Aluado e vejo que ele esta tentando deixar o rosto numa expressão neutra.
– Sim, eu tava pensando se está correndo tudo bem nos testes. - ele responde calmamente.
– Ha sim, é nisso que você está pensando. Não é nada como quando você e a Mel tavam deitados coladinhos no chão. - diz Pontas com o sarcasmo evidente em sua voz e um olhar malicioso.
Aluado não responde, apenas olha para algum lugar atrás de mim e do Pontas. Ele da um sorriso maroto.
– Almofadinhas se prepara para ver um Veado babando em três...dois...um.
Nesse momento Lily termina de descer as escadas do dormitório feminino. Nem preciso dizer que o Pontas ficou em pé imediatamente, né?
– Ruivinha! - diz aquele veado apaixonado, que já estava em frente da Lily. - Dormiu bem meu amor?
– É Evans, Potter! Será que você nunca vai aprender a me chamar de Evans? - ela fala, ou melhor, quase grita.
Pontas parece que não foi atingido por suas palavras.
Me diz Merlin, como o Pontas pode estar assim tão abobalhadamente apaixonado que não se cansa dos foras da Lily? Só um Veado mesmo...
– Então meu Lírio, eu estava pensando...- Começa Pontas.
– Desde quando você pensa? - diz Lily com uma sobrancelha levantada.
– ... se você não quer ir comido no próximo passeio a Hogsmeade? - ele termina, ignorando o comentário da ruiva.
– NÃO POTTER. - grita Lily. Serio, as vezes eu acho que ela precisa tomar uns calmantes. - Quando será que vai entrar nessa sua cabeça de vento que eu NUNCA vou sair com você?
Pontas apenas da um sorriso maroto.
– Nunca diga nunca, Ruivinha.
Lily bufa e revira os olhos.
– Já ta brigando com o James, Lily? - essa voz veio da Lene que tinha acabado de descer as escadas do dormitório feminino. Meu Merlin, ela tava muito linda.
Lily lhe lançou um olhar que quase dizia "De que lado você está?".
– Eu não tenho culpa se esse arrogante do Potter insiste em me irritar.
Lene a olhou com uma sobracelha erguida.
– Lily meu amor. - diz Lene bem devargarinho. - Já não basta você ter me acordado super cedo, não me faça ter que ouvir logo hoje no primeiro dia de aula as suas briguinhas com o James, tudo bem? - Lene fala como se estivesse falando com uma criança. Lily a olha e está preste a responder quando eu interrompo.
– Se você quiser meu conselho Lily, que é claro que você quer já que eu sou uma pessoa perfeita, aceita logo sair com o Pontas.- eu digo e ela me olha com uma olhar fulminante. Algumas vezes essa garota me da medo.
– Não, Sirius. Eu não quero seu conselho.
Eu faço uma cara de revoltamento e coloco uma mão no peito. Chego a conclusão que ela está com tanta raiva que não está pensando direito. Afinal, quem em sã consciência recusaria um conselho dessa pessoa perfeita que sou eu?
Depois de alguns instantes Lene e Lily se sentaram no sofá comigo e com Remo. James se sentou novamente na poltrona na minha frente, ainda olhando para Lily, que só ficava irritada.
– Onde está o Rabicho? - pergunta Aluado vasculhando com os olhos o salão comunal. Só agora percebo a ausência do Pedro. - Não vi ele saindo.
– Eu acho que ele deve ter ido comer alguma coisa. - diz Pontas dando de ombros.
O Rabicho ultimamente estava agindo estranho. Ele quase não respondeu nenhuma das cartas que eu e os meninos tínhamos mandado para ele nas ferias, e quando respondia, não dizia quase nada do que andava fazendo. Acho que deve ter acontecido alguma coisa e ele não queria nos contar.
– Onde está a Mel? - pergunta Lily. - Ela desceu as escadas antes da gente.
– Ela está fazendo algumas provas improvisadas para substituir os N.O.M.s - diz Aluado. Os olhos de Lily se arregalaram.
– Ela está fazendo testes? Mas ela nem estudou! - eu estava observando divertido a expressão assombrada da ruiva - Essas notas vão decidir as matérias que ela poderá seguir esse ano, e se a Mel não passar numa matéria que é essencial para ela se formar na carreira que ela quiser?
– Fica calma Lily, como você sabe se a Mel não estudou? - Lene também estava tentando esconder um sorriso - Quem sabe ela não estudou antes de vir para cá?
Isso pareceu acalmar um pouco a Lily, que deu um suspiro cansado, não reparando que todos estavam tentando (e falhando) esconder um sorriso para o surto de preocupação da ruiva.
Ficamos conversando mais um pouco (Lily e James ficaram brigando, mais isso já é normal) até que as pessoas começam a descer aos poucos. Vejo varias garotas lançando para mim sorrisinhos maliciosos, e eu pisco de volta.
– E o cachorro está entrando em ação mais uma vez. - escuto o Aluado falando numa voz zombeira de locutor de jogo.
Eu viro para ele fazendo careta.
– Você também poderia começar a agir, meu caro lobinho. Pretendente é o que não falta. - eu olho para as meninas que estam olhando nada discretamente para o Aluado. Ele não sabe o que está perdendo.
– Não obrigada. Dois galinhas nos marotos já é o suficiente. - ele diz.
– Hey, eu não sou galinha. Eu apenas aproveito a vida - Pontas solta um olhar fingido de inocência para Remo enquanto fala. Consegui ver pelo canto do olho a Lily revirar os olhos e parecer irritada. Esses dois ainda vão ficar juntos, ou meu nome não é Sirius Black!
– Sim, claro. - dava para ver a ironia na voz do Aluado.
Resolvemos descer logo para o salão principal para podermos tomar café da manhã.
Assim que entramos, percebo que não há nenhum professor presente. Apenas Dumbledore, Hagrid e Madame Pomfrey. Ai que me lembro de que os professores provavelmente devem estar aplicando os testes na Mel.
Eu e os marotos nos sentamos na mesa da Grifinoria junto com as meninas. Ficamos conversando por um bom tempo, até que uns vinte minutos depois eu percebo que quase todos os alunos que estavam no salão pararam de falar. Os outros parecem perceber isso também.
Me viro para a entrada do salão Principal e vejo a Mel entrando e vindo em nossa direção. Percebo o porquê das pessoas terem parado de falar. A maioria dos meninos estavam olhando maliciosamente para Mel (e eu não gostei nada disso), e algumas meninas a olhavam com inveja. Tinha que reconhecer que ela estava bem bonita, com os cabelos soltos e lisos caindo sobre seus ombros e a bolsa branca pendurada por apenas uma alça.
Quando Mel finalmente nos alcança, ela senta do meu lado e do de Remo, na frente de Lene.
– Eu consegui, passei nos testes. - ela diz sorrindo.
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