Wildfire escrita por Índia Lara


Capítulo 1
Capítulo I - SPENCER


Notas iniciais do capítulo

Yaaaay, hola amigos!
Primeiramente, gostaria de dizer que é a minha primeira fanfic depois de tempos sem escrever, então não liguem se estiver algo meio bleh.
Quero dedicar esse primeiro capítulo a Dafne Federico, que após ouvir minhas ideias, me incentivou a escrever essa história.
Comentem se gostarem ou não, eu aceito críticas.
E é isso.
ENJOY, GUYS!!!



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Ela queria voltar no tempo, esse era seu maior desejo, mas infelizmente não era assim que as coisas aconteciam na realidade. Não podia mudar o passado, fazer com que os pais mudassem de ideia a respeito daquela viajem estúpida e desnecessária. Também queria ter evitado brigar com Genevieve dentro do carro A morte já tinha-os levado.

A lembrança daquele dia era clara e inapagável.

Flashback:

Toda a família Mitchell estava no carro, incluindo a cadela golden retriever filhote, Nhala, indo passar uma semana em Orlando. Não que não estivesse com vontade de ir, mas todo o verão faziam a mesma coisa e isso deixava Spencer um pouco enjoada. Com os fones de ouvido num volume razoável, ela procurava uma música de agrado em seu iPod. Sua irmã, Genevieve, fazia cara feia e reclamava sobre algo que Spencer não compreendia e nem queria, enquanto o irmão mais velho, Kendall, estava concentrado em jogar New Super Mario Bros 2 em seu Nintendo 3DS XL.

Em seu colo, Spencer acariciava o pelo de Nhala e olhava a bela paisagem pela janela.

–Pai, tira essa música brega, pelo amor de Deus! - gritou Gen em um tom abusivo e autoritário, assustando a cadela que se mexeu inquieta no colo de Spencer. A música que tocava no rádio era ruim, mas suportável.

–Genevieve, se está tão incomodada, coloque a merda dos seus fones e deixa o pai em paz! - exclamou Spencer, já irritada com a atitude da irmã, que sempre fora a mais mimada da casa o que era algum motivo para ela ser daquele jeito: autoritária.

–A who decidiu falar? - riu a garota, olhando para Spencer com deboche. - Não quero gastar a bateria do meu iPod e eu não vou ir até o aeroporto ouvindo essas músicas horríveis!

–É o seguinte, sua... - começou a mais nova, mas sendo interrompida

–Parem de brigar! - berrou a mãe, já irritada no banco da frente. - Ou eu juro que largo vocês duas nessa estrada e terão que voltar andando pra casa! Deviam fazer como Kendall, que está quieto!

–Oi? - disse o irmão, tirando a atenção de seu video game e levantando o rosto, completamente sem saber o que se passava. Genevieve deu um tapa em sua cabeça.

–Mongo!!! - falou ela, cruzando os braços e finalmente sossegando, pelo menos por um tempo.

Revirando os olhos, Spencer calou-se e reprimiu a vontade de dar um tapa na cara de Genevieve, que sempre fez questão de humilha-la e a fazer sentir-se um nada, tudo porque a mais velha era a líder de torcida popular, e a mais nova a nerd simpática e de poucos amigos, mas decidiu deixar isso para outra oportunidade.

Spencer implorava mentalmente para que chegassem logo ao aeroporto, pois ela não aguentava mais aquele carro cheio de gente mau humorada, com excessão de Kendall, talvez. O motivo pelo qual discutira com a irmã era totalmente infantil e ridículo, mas isso já era algo para Genevieve, que sempre arrumava um modo de brigar com Spencer.

Passaram-se uns 10 minutos antes da mais velha voltar a reclamar da música. Spencer pegou o iPod e colocou o volume no máximo para não ter que ouvir Gen reclamando de uma coisa tão fútil. Nhala ficou estressada e começou a latir.

–Cala a boca, cachorra idiota! - exclamou Genevieve, dando um tapa no focinho da cadela, que se encolheu.

–NÃO BATE NELA, VAGABUNDA! - berrou Spencer, muito irritada, dando um tapa na cara da irmã. Sua raiva estava crescendo, ela não conhecia ninguém tão arrogante, mandona e mimada como Genevieve que conseguiu tirá-la do sério, coisa que era muito difícil de se fazer. A mais velha ficou atônita com a atitude da mais nova, olhando-a com puro ódio e desgosto.

–Você me paga, sua imbecíl! - Genevieve deu um tapa tão forte na cara de Spencer que seus cinco dedos ficaram marcados na cara da irmã mais nova, depois deu mais um do outro lado. Spencer exclamou de dor e Nhala desceu de seu colo, passando para o banco da frente, assustando o pai que dirigia. Kendall largou o video game e segurou Genevieve, que lutava para se soltar e continuar batendo em Spencer. No banco da frente, a mãe desesperada tentava apatar a briga sem sucesso e pedia a ajuda do pai.

E então, aconteceu.

Num momento de distração tentando apatar a briga das duas filhas, o pai perdeu o controle do carro, que capotou três vezes, saindo da estrada. Spencer gritou, batendo a cabeça em seguida e desmaiando. A partir desse momento, ela não se lembrava mais de nada.

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Três dias depois, Spencer abriu os olhos com dificuldade e se viu num quarto branco, silencioso, exceto pelo barulho de um bip. Seu corpo inteiro doia, ela sentia como se tivesse sido esmagada por um elefante de 5 toneladas. Olhou em volta e não viu ninguém, pelo seu estado, deduziu que estava num hospital. Ela não se lembrava de nada, exceto que tinha saído no tapa com Genevieve dentro do carro no caminho para o aeroporto. O que será que tinha acontecido a ela, Kendall e seus pais? Spencer já pensava no pior.

Engoliu em seco e segurou o choro. Ela precisava desesperadamente de notícias de seus irmãos e seus pais.

Seu coração batia depressa, o bip ficou mais alto, quando uma enfermeira adentrou no quarto. Ela era loira, alta e não aparentava ter mais de 25 anos.

–Ah, que bom, você acordou! Como se sente, meu bem? A propósito, meu nome é Melanie, cuido de você desde que chegou. - perguntou ela, trocando o soro de Spencer, que percebeu as agulhas em seu braço e soltou um gemido de reprovação. - Não gosta de agulhas?

–Não posso dizer que estou bem, mas acho que vou ficar. - sussurrou Spencer com a voz embargada. - É que elas incomodam.

–Sei como é. - disse ela, sorrindo docemente e aplicando um remédio na veia da garota.

– O que aconteceu? Onde estão meus pais? E meus irmãos? - perguntava a morena, um tanto chorosa.

–Seus irmãos estão bem, se recuperando do acidente. Sua irmã, Genevieve, quebrou o braço e fraturou três costelas, seu irmão teve a sorte, assim como você, de não quebrar muita coisa, tenho que dizer, vocês tem um anjo da guarda. - ela disse com um leve sorriso. - Mas infelizmente, seus pais não tiveram a mesma sorte. Os paramédicos fizeram tudo que eles podiam, Spencer, mas eles não resistiram, chegaram ao hospital sem vida. Sinto muito.

Spencer encarou o vazio. Toda a alegria por saber da sobrevivência dos irmãos, se esvaiu. As lembranças que guardava dos bons momentos com os pais, tudo que tinham compartilhado passou como um flash em sua mente. Não conseguia chorar. Uma tristeza profunda invadiu a garota e tomou posse de cada célula do seu corpo.

Ela nunca mais ouviria as piadas do pai ou os conselhos da mãe. Nunca mais. Se recusava a aceitar que isso estava acontecendo, não queria acreditar que dois de seus bens mais precisos, razões de estar viva estavam mortos.

As lágrimas finalmente fluiram do rosto de Spencer, que começou a berrar chamando os pais, dizendo que enfermeira estava mentindo. Ela se debatia na maca, chorando descompassadamente e tremendo.

A enfermeira Melanie chamou outros dois enfermeiros para segurar a garota enquanto ela aplicava um sedativo. Spencer gritava, até que o sedativo fez efeito, seu corpo inteiro relaxou, fazendo-a cair em um sono profundo e sem sonhos.

Flashback off.

Agora, depois de três meses, Spencer mudara completamente. Seu interior era amargo, solitário e vazio. Ela prometeu a si mesma que nunca mais se apegaria a nada nem ninguém, exceto Genevieve e Kendall, que eram as únicas pessoas que amava. Eram seu sangue, sua família.

Ela abandonara seu estilo certinho e mudou para um mais despojado, usando roupas mais simples e de fácil acesso. Pintara a parte de trás de seu cabelo de azul que quando solto, parecia imutável, permanecia preto, mas preso percebia-se a cor excentrica. Fez quatro tatuagens: a primeira eram andorinhas, que começavam próximas a sua axila direita e se estendiam até o ombro esquerdo. As palavras "always" e "forever" nos dois tornozelos e por último, "hope" no dedo médio da mão direita, sem contar o piercing na orelha esquerda.

Spencer sentia-se culpada pela morte dos pais. Se não tivesse batido em Genevieve, talvez nada daquilo tivesse acontecido e ela não precisaria se mudar no dia seguinte para o fim do mundo para morar com uma tia que nunca vira na vida. Ela não via mais prazer na vida, mas continuava a existir, pois sabia que os pais não gostariam que ela cometesse suicídio e ela sabia que Deus deu a vida para ela, e somente ele poderia tirar. Não precisava viver no inferno sabendo que sua vida já era um.

Ela encarava seu antigo quarto vazio e respirou fundo. Foi até o batente da porta e viu as marcas que o pai fazia para ver o quanto ela tinha crescido naquele ano. Ela não queria e não podia chorar. Spencer nem notou que Kendall apareceu no corredor de tão absorta que estava em seus pensamentos. Ele não mudara muito desde o acidente, exceto que ficou mais fechado do que costumava ser.

–Tá na hora. - disse ele, dando as costas e descendo a escada.

Ela confirmou com a cabeça, pegou sua bolsa do chão e o seguiu. Um táxi esperava os três irmãos na frente da antiga casa da família, localizada num bairro nobre de Los Angeles. Kendall e Genevieve entraram no táxi e esperaram um minuto antes de Spencer entrar, sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? Deixem nos comentários!
Gen tá uma vaca nesse capítulo. (Hera, oi?)
Eu acho que eu exagerei um pouco nos detalhes, mas deixa assim.
Talvez eu demore um pouco para postar o próximo capítulo, mas não se preocupem!
Um beijo na alma, até mais!



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