–“isso é um sonho?” –esse era o pensamento de Kagome, na verdade era a única coisa na qual conseguia pensar nesse momento. Podia sentir o peso do corpo de Inuyasha sobre o seu, e a pressão dos lábios contra os seus, definitivamente não era um sonho. Finalmente conseguiu recobrar os sentidos e empurrou Inuyasha para longe. –o que você pensa que está fazendo? –ela se levantou rapidamente, levou a ao peito tentando controlar as batidas do seu coração.

–Kagome... eu..bem... –ele ainda estava caído no chão, na verdade estava tão confuso quanto ela, num momento ele estava ao lado dela, no outro a estava beijando, será que havia ficado louco?

–se você fizer isso de novo você vai estar morto. –sua respiração estava tão acelerada quando as batidas do seu coração. –eu não sou como essas garotas que vivem correndo atrás de você, se era isso que você esperava quando aceitou me ajudar pode esquecer. –ela se virou e foi embora.

–Kagome espera. –ele correu até ela a tempo de impedi-la. –você está enganada... eu...

–tem razão eu estava enganada. –quando ela o encarou Inuyasha sentiu como se houvesse lhe socado, era magoa que ele via nos olhos dela e o culpado disso era ele. –eu estava enganada quando pensei que você era diferente do que eu imaginava, obrigada por me lembrar. –ela se soltou e sai correndo, mas dessa vez Inuyasha não foi atrás dela.

Sango sabia que àquela hora todos já deviam estar dormindo. Tinha sido uma louca fugir do grupo daquele jeito, mas não conseguiu resistir ao convite de Miroku, ainda estava surpresa com o aparecimento repentino dele e embora ela soubesse que devia ficar longe dele, quando ele disse que provaria que ele não era o mau caráter que ela imaginava.

–você não me ligou nenhuma vez. –ele apareceu de repente na sua frente enquanto olhava uma das lojas de roupa. –por isso você me deve uma.

–se você não reparou não estou sozinha, não posso me afastar do meu grupo.

–eles nem vão notar, vai ser divertido. –insistiu ele.

–eu não lembro de ter prometido ligar para você, não vejo por que estou lhe devendo uma.

–porque você foi a primeira garota para quem eu dei meu número. –aquilo pegou Sango de surpresa.

Ainda não acreditava que tinha subido na garupa da moto dele, ele podia tê-la levado para qualquer lugar e não teria como impedir, mas para sua surpresa ele a levou a um restaurante e mais surpresa ainda foi o fato dele não ter dado em cima dela nenhuma vez.

–você pensou que eu ia te levar para um motel ou coisa do tipo? –perguntou ele depois que saíram do restaurante. –acho que você é a primeira garota que tem medo de sair comigo.

–isso porque sou a primeira garota que você conhece com um pouco de dignidade. –disse colocando o capacete. –podemos ir agora?

–mas por que a pressa, tem mais um lugar que eu quero te levar. –ele subiu na moto e ajudou Sango a subir.

–onde? –perguntou Sango desconfiada.

–calma, não é nenhum lugar indecente. –mesmo hesitante ela cedeu. Como era a primeira vez que ela ia a Hokkaido Miroku a levou para conhecer a cidade, desde os pontos turísticos aos templos e lojas, e Sango teve que admitir que estava se divertindo, tanto que nem reparou o tempo passar.

–entregue são e salva. –disse Miroku assim que pararam na entrada do acampamento. –e pelo que estou vendo não esta faltando nenhum pedaço.

–muito engraçado. –Sango desceu da moto e lhe devolveu o capacete. –mas obrigada pela carona.

–só isso? –perguntou Miroku sorrindo. –não tem mais nada para me dizer? –Sango pareceu confusa, mas logo entendeu o que ele quis dizer, revirou os olhos ele era mesmo infantil.

–ok... você tinha razão, não foi tão ruim assim e eu me diverti bastante. –Miroku sorriu ainda mais.

–não vai dizer que estava enganada ao meu respeito? –perguntou convencido.

–ainda é muito cedo para isso, eu não te conheço direito.

–isso quer dizer que você vai querer me conhecer melhor? –perguntou aproximando seu rosto do de Sango. Essa prendeu a respiração e sentiu seu rosto corar, então ele riu. –boa noite Sango. –se despediu e saiu deixando Sango surpresa.

Kagome não conseguia dormir, não conseguia parar de pensar em Inuyasha e no beijo, será que ele planejara seduze-la para brincar com ela como faz com aquelas descerebradas da sua turma, bom se fosse isso ele teria uma surpresa ela não iria... ela se sentou de repente na cama ao ouvir um barulho, aquela hora todos deviam estar dormindo, desceu da cama em silencio e se encaminhou a porta. Ela chegou a tempo de ouvir um barulho que parecia o motor de uma moto, quando abriu a porta para sua surpresa quem estava lá era Sango, foi então que ela se lembrou que a amiga havia sumido a tarde se sentiu um pouco culpada por isso, na verdade não pensará na amiga em nenhum momento desde que Inuyasha a beijará.

–Sango. –saiu e correu na direção dela. –o que você está fazendo aqui, onde esteve esse tempo todo? –Sango se virou num salto, assustada por ter sido pega em flagrante, mas respirou aliviada por ser Kagome.

–você me assustou. –levou a mão ao peito tentando acalmar o coração. –pensei que fosse um dos professores.

–Sango isso não responde a minha pergunta, o que aconteceu? –Sango olhou para os lados hesitante. –Sango!

–ok eu conto. –elas se sentaram nas escadas da varanda e Sango resumiu os acontecimentos do dia.

–mas eu pensei que você não gostasse dele, tinha me dito que não queria nem se aproximar dele. –apesar de dizer isso Kagome sabia que a miga tinha ficado interessada nele, mesmo essa negando e agora ali estava à prova.

–ele me pegou de surpresa, foi isso. –argumentou, mas Kagome conhecia a amiga muito bem para saber que se ela não estivesse interessada nele, não haveria nada que a convencesse a sair com ele. –bom eu tenho que admitir que foi divertido, mas só isso.

–sei. –Kagome se conteve para não rir, estava claro que Sango procurava uma desculpa para suas ações. –bom você teve sorte que ninguém notou que você não estava aqui.

–agora eu só quero entrar e dormir. –disse se espreguiçando. –mas e você Kagome por que está acordada há essa hora?

–não conseguia dormir. –disse suspirando.

–o que aconteceu? –nesse momento foi Kagome quem prendeu a respiração. –Kagome?

–já está tarde é melhor irmos dormir. –ela se levantou, mas Sango a impediu de entrar.

–parece que não foi só meu dia que foi agitado, pode contar tudo. –sabendo que Sango não a deixaria em paz a menos que falasse tudo resolveu contar tudo, desde que Inuyasha pediu a Rin que conversasse com ela até o beijo. –uau... confesso que estou surpresa, e todo aquele papo de Inuyasha é isso... Inuyasha é aquilo...

–só pra lembrar foi ele quem me beijou.

–mas para você ter perdido o sono com isso.

–é que eu estou irritada é isso.

–sei. –disse imitando o mesmo tom que Kagome usou ainda pouco.

–muito engraçadinha, vamos entrar já está tarde.

Inuyasha passou a manhã tentando falar com Kagome, mas desistiu quando essa saiu junto com Kouga.

–se ela pensa que eu vou ficar correndo atrás dela está muito enganada. –resmungou cruzando os braços.

–falando sozinho? –Inuyasha se assustou quando Sesshomaru apareceu ao seu lado.

–não é da sua conta. –seu irmão sorriu vendo seu mau humor. –e afinal o que você está fazendo aqui, até agora eu não vi você fazendo nada além de andar por ai e se meter na vida dos outros.

–ai... alguém acordou do lado errado da cama.

–diga por você mesmo. –saiu andando para deixar o irmão para trás, mas esse o seguiu.

–a Rin me falou sobre a sua boa ação de ontem, fiquei surpreso.

–pois não fique, aquilo não vai se repetir, foi uma perda de tempo.

–por quê... ah. –ele finalmente entendeu o mau humor do mais novo. –você e a Kagome brigaram, não é? –sorriu satisfeito. – até que demorou pra ela te dar um pé na bunda.

–você realmente não tem mais nada pra fazer né?

–só estou fazendo o meu papel de irmão mais velho.

–e quem te pediu para fazer isso? –disse acelerando o passo.

–bom mesmo você não querendo eu vou te dar um conselho. –passou a mão pelos ombros de Inuyasha para impedi-lo de fugir. –em vez de ficar ai resmungando como uma criança que deixou o sorvete cair no chão, vai e pede desculpa seja lá a burrada que você fez, isso sempre funciona com as mulheres.

–eu a beijei. –disse Inuyasha parando de repente. –essa foi a burrada que eu fiz.

–você é burro mesmo.

–você não precisa me dizer ok. –murmurou. –agora ela está achando que eu tava querendo seduzir ela, como ela acredita que eu faço com as outras garotas.

–e não faz? –Inuyasha não respondeu, encarou o irmão com os olhos cerrados. –ok... brincadeira, mas me responde uma pergunta, por que você a beijou? –Inuyasha ficou mudo, nem ele mesmo sabia essa resposta.

–eu não sei, foi de repente... eu realmente não sei. –Sesshomaru percebeu que o irmão parecia perturbado, mas isso não significava que era uma coisa ruim. –mas de uma coisa, essa é a primeira vez que uma garota fica brava por tê-la beijado.

–essa Kagome está subindo no meu conceito. Bom mas chega de papo, já que você não quer ir se desculpa eu tenho um trabalinho pra você.

–eu não sou seu empregado, você sabe disso né?

–mas é meu irmão e vai me ajudar, eu estou aproveitando esses dias de folga aqui pra organizar uns documentos, você vai me ajudar.

–não... tudo menos isso, eu odeio o trabalho de escritório. –resmungava Inuyasha enquanto era arrastado por Sesshomaru. –por que você não pede ajuda da Rin?

–cala boca e vem logo. –disse mal humorado.

–wow parece que não sou o único com problemas... –Sesshomaru tampou a boca do irmão.

–se você não cala a boca agora seu trabalho vai triplicar. –depois disso Inuyasha ficou mudo.

Kagome estava se sentindo mal, quando finalmente conseguiu ficar sozinha com Kouga tudo em que pensava era no idiota do Inuyasha e naquele maldito beijo. No final arrumou uma desculpa e voltou sozinha, quando ela o encontrasse ele ia se ver com ela.

–Kagome. –ela não respondeu e continuou andando, estava concentrada em planejar um modo de matar Inuyasha sem que ninguém descobrisse.

–ei Kagome, pra que a pressa. –quando sentiu a mão em seu ombro, ela se virou de repente e para sua surpresa se deparou com Rin. –aconteceu alguma coisa?

–não, nada eu só estava pensando em algo.

–parecia mais que você estava planejando matar alguém. –Kagome a encarou surpresa e Rin riu.

–estava só brincando, na verdade eu vim te chamar para vim até o lago inclusive já tem um grupo nos esperando.

–ah... mas eu não trouxe roupa de banho.

–isso não é problema eu posso te emprestar. –vendo que Kagome hesitava insistiu. –vamos não seja tímida.

–bom, acho que vai ser divertido, vou avisar a Sango, nos vemos daqui a pouco.

–ok estarei esperando. –assim que Kagome se afastou ela pegou o celular. –primeira parte pronta.

–certo, eu cuido da parte dois. –afirmou a voz no outro lado da linha.

–isso esta sendo tão divertido, parece até um daqueles filmes de ação, seus planos são perfeitos Sesshy. –disse animada.

–Rin eu já disse pra não falar o meu nome, podemos ser descobertos.

–não tem ninguém perto que possa ouvir e além do mais... você acabou de dizer o meu nome.

–eu...ah... você ganhou dessa vez. –Rin sorriu divertida. –leve a Kagome e veja o que consegue descobrir.

–ok. –e desligou o celular. –operação cupido em ação. –e saiu saltitando animadamente.

Kagome e Sango encontraram Rin as três seguram juntas, enquanto Sango dizia o quanto admirava Rin como atriz, a mesma percebeu que Kagome parecia pensativa, pelo que Sesshomaru lhe contou ela e Inuyasha haviam brigado na noite anterior, e ela se perguntava como Inuyasha podia ser tão idiota. Não gostava muito de se meter na vida dos outros, mas assim como Sesshomaru também pensava que talvez Kagome pudesse tirar Inuyasha dessa faze rebelde e de bônus se livrar daquela “namorada”.

Um grande grupo já estava reunido lá, elas procuraram um lugar para se acomodarem e sem perderem tempo foram para a água, estava um dia quente e Kagome teve que admitir que o convite de Rin veio em boa hora.

Embora Sango e Rin continuaram na água Kagome voltou e se sentou em uma das toalhas que haviam estendido.

–posso falar com você Kagome? –Kagome foi surpreendida por Ayame, mas o que mais a surpreendeu foi o fato de que Ayame veio falar com ela.

–claro, senta. –as duas ficaram em silencio, era uma situação estranha, as duas se conheciam desde o primeiro ano e apesar de já terem se falado algumas fezes, sempre por causa das aulas, essa era a primeira vez que Ayame vinha falar com ela.

–você é o Kouga são bem próximos, não são? –perguntou Ayame de repente.

–hum... somos amigos. –não entendia o que Ayame queria, não era segredo para ninguém que ela era apaixonada por Kouga, eles eram amigos de infância e inclusive a própria Kagome pensava que existia algo entre eles.

–você também gosta do Kouga, não é? –aquela pergunta repentina a deixou sem fala. –pela sua cara nem precisa responder. Mas não precisa se preocupar não é como se eu quisesse declarar guerra ou algo assim, eu não sou esse tipo de pessoa.

–eu não pensei nisso. –se defendeu Kagome.

–eu só queria te dizer uma coisa, sabe desde que eu era pequena eu sempre gostei do Kouga... só do Kouga.

–Ayame...

–eu não consigo imaginar mais ninguém que eu possa gostar mais do que o Kouga... ele é a única pessoa que eu consigo amar.

–mas por que você esta me contando isso?

–sabe eu não estou dizendo isso porque eu gosto do Kouga, não me entenda errado, eu entendo que você gosta dele, afinal não se escolhe quem se ama e no final vai ser o Kouga quem vai decidir com quem ele quer ficar, mas...

–mas?

–você tem certeza que gosta mesmo do Kouga, Kagome, ultimamente você e o Inuyasha têm parecido bem próximos.

–você está enganada. –se apressou em dizer. –não tem nada entre o Inuyasha e eu, somos só parceiros de turma. –apesar de dizer isso, ela não parecia tão confiante como a algumas semanas antes e tudo isso era culpa daquele beijo. –é só isso.

–eu entendo. –ela então começou a sorrir. –me desculpe eu nem sei por que vim aqui falar isso, por favor esqueça tudo que eu disse. –ela se levantou. –você soube, estão planejando um teste de coragem para hoje a noite, vai ser divertido. –Kagome percebeu o esforço dela em esquecer o clima tenso que estava entre elas.

–realmente parece divertido. –disse se esforçando assim como Ayame. –embora eu não goste muito dessas coisas de terror.

–mesmo, mas você vai poder contar com seu parceiro.

–eles vão sortear as duplas na hora?

–não, faremos com nossos parceiros de turma, pelo menos foi o que os professores disseram, mas nas outras turmas acho que será sorteado.

–ah. –isso significava que ela teria que encarar Inuyasha, bem quando ela estava pensando em evita-lo pelo resto da viajem.

Rin observou Kagome um tempo antes de se aproximar, Sesshomaru pediu que ela descobrisse uma maneira de amenizar a raiva que a jovem estava sentindo, embora ela não fizesse idéia de como faria isso.

–Sesshomaru sempre deixa o mais pesado pra mim. –suspirou e foi até Kagome. Essa ainda pensava no que Ayame havia lhe dito quando Rin se sentou ao seu lado. –pensando no Inuyasha? –decidiu ir direto ao assunto, essa era uma das suas qualidades, embora Sesshomaru disse se que as vezes isso poderia ser um defeito.

–o que?

–vocês brigaram não é? –Kagome corou. –ele tem estado de mau humor desde ontem, imaginei que fosse isso.

–nós não temos esse tipo de relação.

–mesmo, confesso que fiquei surpresa quando ele me pediu para te ajudar.

–imagino, ele é o tipo de pessoa que não pensa nos outros. –então Kagome se calou e encarou Rin constrangida. –desculpa, vocês são amigos.

–tudo bem, admito que nos últimos tempos ele tem agido como um idiota, mas sabe ele nem sempre foi assim.

–serio? Acho difícil de acreditar.

–né, ele era uma pessoa gentil, que pensava nos outros, sempre fazia as coisas com o coração, e quando ele era criança era muito fofo. –Kagome tentava imaginar tudo o que Rin falava, mas era difícil, exceto quanto a ele ser fofo quando criança, não era difícil imaginar isso, já que ele era incrivelmente lindo. Balançou a cabeça afastando esses pensamentos. –e quando ele cantava era incrível, as pessoas sempre ficavam admiradas, ninguém ficou surpreso quando ele quis seguir carreira, sabe a mão dele era cantora, uma das melhores, muito famosa, quando ela casou decidiu se aposentar para cuidar da família.

–eu... eu não sabia disso. –claro que o pouco que ela sabia sobre ele era o que lia nos jornais, em pensar que por trás disso tinha um lado dele que ela não conhecia.

–mas tudo começou a mudar depois que ele ficou famoso. Por experiência própria eu sei o quanto tudo isso é tentador.

–você não se deixou levar. –argumentou Kagome.

–hum... mas as pessoas são diferentes e o Inuyasha ainda era muito novo quando começou, e ele ainda é muito imaturo, mas sabe de uma coisa depois de muito tempo quando ele me pediu para ajudar você era como se eu estivesse vendo o Inuyasha que eu sempre conheci e tudo isso foi graças a você Kagome.

–eu? –perguntou confusa.

–sim, por isso eu queria te pedir uma coisa.

–o quê?

–por favor, não saia do lado do Inuyasha. –Kagome a encarou surpresa. –como eu disse ele ainda é muito imaturo ele vai precisar de alguém como você ao lado dele.

–mas por que eu?

–por que você foi a única pessoa fora da família, além de mim é claro, que se aproximou dele sem interesse. Pelo que eu sou você até tentou se afastar dele. –não pode evitar de rir. –então Kagome por favor, não se afaste do Inuyasha.