–eu ainda não acredito que você vai mesmo fazer isso. –como se eu tivesse escolha, era isso ou adeus a minha carreira.

–Miroku eu já expliquei, ou eu aceito esse acordo ou meu velho cancelar meu contrato. –disse hesitando em sair do carro, assim que passasse por aqueles portões não teria mais volta. –vai ser só por um ano, só preciso aguentar até lá.

–cara você vai voltar pra escola, não tem como aguentar isso. –ele tinha razão, mesmo não sendo uma escola comum, não deixava de ser uma situação horrível.

–você devia estar me apoiando, e não tentar me colocar pra baixo. –finalmente tomei coragem peguei minha mochila e sai, o sol estava forte para uma manhã de primavera, realmente estava tudo conspirando para aquele ser um dia horrível. –valeu pela carona, te ligo quando estiver tudo arrumado.

–ok e... boa sorte primo. –ele tinha aquele sorriso nos lábios, com certeza estava se divertindo com tudo aquilo. Claro não era ele que estava sendo ameaçado a ter toda a sua carreira e tudo que conquistou tirado de você apenas por uns boatos que as revistas de fofocas espelharam em busca de mais exemplares vendidos.

–sai logo daqui seu babaca. –e bati a porta com força. Foi à secretaria para finalizar os papeis da minha inscrição e pegar as minhas aulas, ninguém parecia surpreso com minha presença ali, com certeza foram avisados da minha chegada.

Com tudo resolvido fui direto para meu quarto, minhas coisas já tinham chegado e apesar de ter que arrumar tudo, em vez disso peguei meu violão e foi para a varanda. Aquele com certeza seria um longo ano. Enquanto tocava uma musica qualquer que veio a minha cabeça no violão meu celular começou a tocar.

–alo. –atendi sem ver quem era.

–Inuyasha onde você está? –era Kikyou minha “namorada”, pelo menos eu já estava saindo com ela há mais tempo que qualquer outra. –eu estou te procurando a tempos, seu irmão não quis me dizer onde você estava e nem o Miroku, será que você pode me explicar o que está acontecendo? –ela com certeza estava irritada, mas eu não estava com muito humor para lidar com ela. Além do mais ela era a principal responsável por eu estar ali.

–Kikyou não estou podendo falar agora, te ligo depois.

–não ouse desligar esse telefone... –sua voz saiu arrastada, ela realmente pensava que eu tinha medo dela, era ela que tinha mais a perder do que eu.

–até mais Kikyou. –disse e desliguei, não demorou nem dois minutos para ele voltar a tocar, desliguei o celular, mas ela já me deixará bem irritado, por isso decidir que melhor que ficar ali o dia todo era da uma volta pelo lugar.

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–você realmente acha que foi uma boa idéia querido? –disse colocando uma xícara a sua frente. –ele realmente ama o que faz Inutaisho.

–eu sei e acho que nosso maior erro foi deixa-lo debutar tão cedo. -Inutaisho tinha uma expressão seria no rosto. –ele era muito novo, acho que por isso se deixou levar por essa vida de estrelato, talvez se tivéssemos sido mais rígidos com ele.

–vai mesmo cancelar o contrato dele? –perguntou Izayo um pouco aflita. –ele poderia procurar outra produtora, mas você sabe que ele nunca faria isso.

–como produtor seria uma grande perda. –suspirou. –mas como pai, não posso ficar parado vendo meu filho levar a vida de maneira leviana como tem feito.

–Inutaisho...

–eu tenho certeza que esse tempo é o que ele precisa pra descobrir o que ele quer de verdade.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Inuyasha Pov’s ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Como as aulas já iam começar no dia seguinte o campus já estava bem cheio, pessoas chegando das férias prontas para mais um ano que começava, mas diferente de mim aquelas pessoas estavam ansiosa para estar ali, isso porque tudo que elas sonhavam e procuravam naquele lugar... eu já havia conseguido.

–ei... aquele cara não parece familiar? –ouvi quando passei por um grupo de garotas, elas me olhavam atentamente, talvez fosse melhor ir para um lugar menos movimentado.

Consegui despistá-las, eu tinha uma vaga lembrança das vezes que visitei aquele lugar com meu pai, e aquele corredor dava para uma das salas de ensaio que com certeza estaria vazia, pelo menos eu pensava assim.

Quando me aproximei da sala ouvi um som vindo lá de dentro, eu pensei em ir embora, mas algo me fez chegar mais perto, então eu dei uma espiada, para minha surpresa tinha uma garota, ela estava de costas para mim, ela estava cantando e era uma voz incrível.

“The wind, like a heart that swam in the accumulated words
The clouds, a voice that was shot into the holding future”

Era uma voz suave, doce, eu simplismente não conseguia me mover.

“The moon, a shaking heart in an unsteady mirror
The stars, gentle tears in an overflowing stream”

Meu coração por algum motivo começou a bater mais forte, aquela voz, tinha algo nela que mexeu comigo, algo que não sei explicar, sem perceber eu foi me aproximando ainda mais, eu queria ouvir mais, queria saber quem era que estava cantando.

“Isn't it beautiful, to walk together in each others hands
I do so want to go,
To your city, your house, into your arms.

That heart,
held within your body
In those confusing nights
I dream

The wind, its halting words are a gentle illusion
The clouds, the broken future like a distant voice”

Eu me aproximei ainda mais e a porta se abriu, no mesmo instante em que a garota se virou eu me escondi apesar de parecer estranho me senti como se estivesse fazendo algo errado.

–tem alguém ai? –a voz dela estava perto, com certeza estava vindo para a porta, sem pensar duas vezes sai correndo, me senti um idiota, mas não queria ser pego espiando.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Kagome Pov’s ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Olhei o corredor, mas não havia ninguém ali, embora eu tivesse certeza que tinha ouvido algo, suspirei, com certeza era minha imaginação, cansaço da viajem. Peguei minhas anotações e o violão, devia ter ficado no meu quarto descansando, mas com as aulas começando no dia seguinte não teria outra chance de ficar com uma sala só pra mim.

Quando sai do prédio meu celular tocou, sorriu ao reconhecer a o número.

–Sango você já chegou? –fui a lanchonete que já estava funcionando, pedi um suco e um sanduiche e fui me sentar.

–já faz umas horas, estou terminando de arrumar minhas coisas, então como foram às férias?

–com certeza nada de interessante, passei as férias todas ajudando meus pais no restaurante, sabe como é cidade pequena, nada de emocionante acontece. –tomei um pouco de suco enquanto olhava em volta, o lugar já estava cheio. –e você como foi às férias?

–tive que cuidar do meu irmão. –segurei o riso, pobre Sango, não que ela não gostasse do irmão, mas sabia o quanto ela gostava de liberdade. –mas mudando de assunto, já soube do boato que tá rolando? –eu realmente não acreditava nisso, não fazia nem um dia e já tinha alguma fofoca rolando no campus.

–quem é a vitima dessa vez? –a rede de fofocas do colégio Taisho era incrível, talvez fosse um preparo, já que a maioria que estava estudando ali tinha sonhos de entrar no mundo das celebridades... esse também era meu sonho, mas de uma maneira diferente.

–ninguém do colégio, pelo que eu fiquei sabendo algumas garotas garante terem visto... você não vai acreditar. –ela adorava um suspense, isso combinava muito com ela, já que estava estudando para ser uma atriz.

–vamos Sango diz logo.

–Inuyasha Taisho. –ela disse animada.

–e o que aquele babaca estaria fazendo aqui? –eu confesso que já fui fã dele, mas isso foi antes dele se tornar uma pessoa que se importava mais com sua imagem do que com a sua musica.

–você é a única pessoa que eu conheço o chamaria assim. –disse Sango rindo.

–isso porque sou a única pessoa que você conhece com um pouco de bom senso. –toda dia saia algum escândalo envolvendo Inuyasha Taisho, noitadas com modelos, farras e todo tipo de coisa que se podia imaginar, ele deixará de ser um cantor, pelo menos pra mim e o que mais me irrita é o fato de uma pessoa que possuía um talento incrível como ele se tornar o tipo de pessoa que eu mais odeio. –mas talvez tenha sido só alguém parecido, lembra... essa escola é para pessoas que querem se tornar estrelas e ele... bom apesar de tudo já é uma estrela.

–você tem razão. –a ouvi resmungar alguma coisa no outro lado.

–você fez de novo, não é?

–vou precisar de um armário novo. –eu ri, Sango era uma das pessoas mais maravilhosas que conhecia só tinha um pequeno defeito... não podia ver uma loja em liquidação. –te ligo mais tarde, preciso arrumar essa bagunça.

–ok... nos vemos mais tarde. –desliguei, e comecei a saborear meu lanche, cumprimentei algumas conhecidos e as horas foram passando.

–Kagome. –me virei e vi Shippo correndo em minha direção, ele era da minha turma de canto. –quando foi que você chegou?

–hoje de manhã e você?

–ainda pouco, já pegou os horários. –ele se sentou ao meu lado. –esse ano vamos ter três períodos de aula pratico e dois de teóricas.

–serio? –aquilo sim era uma ótima noticias. –vou passar na secretaria agora. –terminei meu suco e me levantei. –nos vemos mais tarde no Myouga? –era uma lanchonete que ficava perto do campus, a maioria dos alunos se reunia ali nas noites de sexta e nos finais de semana e a maior atração do lugar era a oportunidade de cantar, já que Myouga liberava o palco para qualquer um que tivesse coragem.

–com certeza, você vai cantar? –ele perguntou animado eu hesitei um pouco.

–talvez na próxima. –eu pisquei e fui embora, na verdade tirando as aulas de canto eu nunca cantei de verdade na frente de outras pessoas, o que era uma loucura pra quem queria se tornar uma cantora, mas antes das férias terminarem eu tinha feito uma promessa para mim mesma. –“esse ano eu foi superar meu medo, e vou cantar na frente de outras pessoas.”

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Inuyasha Pov’s ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Olhei o telefone desanimado, estava cheio de chamadas perdidas de Kikyou.

–acho que já está na hora de terminar. –me joguei na cama, amanhã vai ser um dia longo.

O telefone começou a tocar, eu hesitei em atender, mas me senti aliviado ao ver que não era o número de Kikyou.

–o que você quer Sesshomaru? –perguntei mal humorado, ele nem tentou me defender ou ficar no meu lado quando nosso pai me obrigou a me matricular nesse colégio.

–só queria saber se estava bem estalado. –como ele era irritante.

–estaria melhor no meu próprio quarto. –ele riu, ele teve a cara de pau de rir. –por que você ligou?

–eu só queria te perguntar uma coisa.

–o que é? –perguntei com má vontade.

–você ainda se lembra do que me disse a seis anos? –aquilo me deixou confuso.

–do que você esta falando? –mesmo pelo telefone eu sabia que ele estava sorrindo.

–por que você não tenta se lembrar. Quem sabe assim você consegue entender porque nosso pai fez tudo isso. –depois de dizer isso ele desligou.

–como ele espera que eu me lembre de algo que aconteceu há seis anos? –joguei o celular na cama. A razão para mim estar ali era uma só, algum reporte sem escrúpulos espalhou boatos de que eu estaria usando minha influencia para conseguir papeis para minha “namorada”, o que era uma mentira, eu só deu um empurrãozinho já que o diretor estava procurando uma atriz, o que tinha da mau nisso? –só um ano, só preciso aguentar um ano... depois disso vou ter minha vida de volta.